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segunda-feira, 28 de abril de 2008

Dois livros missionários para download


Amados irmãos, conseguimos no site da Junta de Missões Mundiais da Convenção Batista Brasileira, dois excelentes e-books missionários!

O primeiro é o livro ‘DE BRAÇOS ABERTOS - Em busca das criaturas de Deus -, do pastor A n t o n i o C a r l o s N a s s e r . O livro tem 70 páginas, onde o Pr. relata sobre seu envolvimento com os refugiados de todas as nações. Leia um trecho do prefácio do livro:

“Escrevi esse livro sob a luz de experiências vividas e de meditações nascidas de lágrimas diante da realidade de milhões de pessoas de nosso mundo. Elas são fruto da resistência humana às perseguições, às violências e aos maus tratos. Pessoas como cada um de nós que insistem em prosseguir no caminho da vida. Já não têm seus lares, perderam pessoas queridas, precisam aprender novas línguas e costumes para sobreviverem no caminho de fuga. ”

Uma leitura fascinante, que apresentará o leitor a questões em sua grande maioria desconhecidas, mas que nos chamam poderosamente a orar e agir! Leitura altamente recomendada.

Para baixar DE BRAÇOS ABERTOS - Em busca das criaturas de Deus, Clique Aqui.



O segundo livro chama-se O Sonho de Demba, escrito pelo Pr. Joed Venturini de Souza. Trata-se de uma interessante ficção missionária, porém baseada em fatos reais. A ação do enredo se passa na Guiné-Bissau. São 15 páginas que você lê de uma pegada só.

Para baixar O Sonho de Demba, Clique Aqui.

terça-feira, 22 de abril de 2008

A CAMINHADA MISSIONÁRIA E A QUESTÃO DOS TRÊS MEDIDORES


O que você faria se, viajando no seu automóvel, percebesse no painel do veiculo uma luz acesa indicando que a temperatura do motor está além do normal ?

· primeira possibilidade: você continuaria com o pé no acelerador, tranqüilamente;

· segunda, retiraria o fusível que possibilita aquela luz de se acender ou

· terceira, pararia o carro tão logo pudesse, tendo o cuidado de mantê-lo ligado para não trancar o motor ?

A questão é simples, os automóveis têm medidores que mostram como está a temperatura do motor, a carga da bateria, a quantidade de combustível no tanque, a velocidade do carro na pista, etc.

Ignorar os fatos que esses medidores mostram ao motorista, pode resultar em graves acidentes, e, quando não, em desagradáveis momentos.

Qual motorista, e parece que a maioria já passou por este momento, andou sorridente e satisfeito aqueles longos dois quilômetros atrás de um posto de gasolina, porque não prestou a atenção devida ou ignorou o que o medidor do combustível dizia ?

Sem contar que alguns caminharam aquela parte da estrada de noite e debaixo de chuva.

Mas, que tem a ver de interessante o painel de um automóvel para a com a caminhada missionária ? Tem muito a ver.

Na vida missionária ha também alguns medidores que, se ignorados, podem resultar em estresses desnecessários, desânimos, retornos, ferimentos de difícil recuperação, etc.

Todos nós, não importa quem somos, temos pelo menos três áreas que devem funcionar bem para avançarmos. E, mesmo que estejamos muito bem em duas delas se, apenas uma, for ignorada, pararemos na estrada, e nada alegres.

Atentemos para os três medidores: O medidor físico, o medidor emocional e o medidor espiritual.

O MEDIDOR FÍSICO:

Todo o homem, enquanto nesta terra, e, portanto, também o obreiro cristão, precisa de um corpo para existir e trabalhar.

Deus nos fez corpo, alma e espírito. Seria tolice pensar que podemos desenvolver nosso ministério sem uma dessas três partes. Logo, é sensatez questionar como esta o estado do nosso corpo, o que o seu medidor esta marcando.

Ha reservas ou as energias estão esgotadas ?

O missionário se expõe a desgastes físicos, dantes, desconhecidos:

O aprendizado de idiomas, - o contato com um povo diferente, - atividades que fogem dos horários normais de trabalho, - uma nova alimentação que pode refletir no seu desempenho físico, etc., alem do estresse natural das tarefas diárias.

O próprio fato de estar em um país que não o seu, o expõe a novas doenças que podem acometê-lo.

As diferenças do clima, da alimentação, condições de vida, poderão afetar, de uma forma ou outra, na saúde física do obreiro.Ignorar o mal funcionamento do organismo, uma doença, ou o simples cansaço semanal, pode levar o missionário de volta aa sua terra para, simplesmente, ter umas ferias para descanso ou um tempo de recuperação física.Mas, porque não, ainda no campo, o obreiro não considerar a importância do sono, do descanso físico, de um dia de descanso semanal, de uma alimentação balanceada, etc. ?!

Se o medidor físico esta mostrando que o corpo está sendo usado alem do que se deve, e é fácil perceber seu sinal, seu dono deve considerar “estacionar o veiculo para um descanso ou diminuir a marcha.”

A mãe está cansada da casa, o pai está cansado do escritório ou do movimento do centro da cidade, as crianças estão cansadas da escola e das tarefas de casa, todos se sentem esgotados e continuam acelerando o carro.

Quando a questão em foco é DESCANSO FÍSICO, estão buscando mais e mais atividades desconsiderando em que pode resultar todo esse esforço.

E, quando alguém da sinal de que não caminhara nem um metro a mais, vem os descansos programados, mas, mais para escaparem de uma situação constrangedora do que como uma filosofia de trabalho. No momento em que se puder mexer com os dedos, as atividades voltarão com todos os atrasos do descanso.

Ou então, muitos saem para um passeio com seus companheiros de trabalho e levam, cada qual, alem das cestas de lanche, todas as discussões que ficaram pendentes na ultima reunião da equipe.

Um complemento para o descanso físico pode estar, também, na própria companhia no lazer. Às vezes os missionários passam, toda a semana, em trabalho conjunto com um circulo de companheiros. E, quando saem para descansar, saem, sempre, com aquele grupo fechado. Não que seja negativo a unidade do grupo também no lazer, mas quantas vezes uma pitada de variação não traria um resultado melhor ?

Outra consideração sobre o descanso está no que fazer. Normalmente a esposa e filhos, devido ao tempo que ficam em casa, não se sentirão descansados em programas realizados no seu local de trabalho. Por outro lado, o marido passou a semana fora de casa e, no dia de descanso, sonha em poder dormir até mais tarde, um boa espreguiçada depois do almoço fará muito bem. Para que pais e filhos possam ter, realmente, um dia de descanso, deve-se levar em conta esses fatos para que uma parte da família não fique sempre no prejuízo.

Outra fonte de descanso pode estar na própria amizade cultivada entre marido e esposa, em escapes que podem ter juntos, depois de um dia de atividade. Mesmo que não fizesse isso todos os dias, mas o fato despercebido de que juntos e a sós, poderiam conversar livres dos ouvidos e participação dos pequenos, e já se sentiriam, sem dúvida, um tanto descansados.

Alem da questão do descanso físico, entra também o fato de uma alimentação correta. A alimentação do campo missionário nem sempre é o que se pode chamar de ideal. Pode faltar vitaminas necessárias para o corpo nos alimentos mais consumidos pelo povo em geral ou o missionário se limita a uma alimentação comprometedora em razão do que recebe no campo. Alem do mencionado acima, entra o fato das doenças e o obreiro deve encará-lo com sensatez.

Quais as doenças que ha no campo missionário ?

Ha medicação no caso de contraí-las ?

O obreiro esta fazendo a prevenção correta para não contraí-la, ou a esta menosprezando ?

Em suma, o fato e a saúde física comprometida, comprometerá a presença missionária no campo.

O SEGUNDO MEDIDOR QUE DEVEMOS OBSERVAR BEM É: O MEDIDOR EMOCIONAL:


Como estamos emocionalmente ?

O desgaste físico, o cansaço, os desafios do campo, as dificuldades de adaptação, as diferenças culturais, a falta dos resultados esperados, o processo de assentamento no campo, preparação de documentos, aluguel de casa, escola para as crianças, a adaptação com os da equipe de trabalho, essas e muitas outras facetas das atividades missionárias afetarão, de uma forma ou de outra, desgastando emocionalmente o obreiro e sua família.

Pode chegar o momento em que o obreiro ficará surpreso por suas reações com fatos que, antes, eram fontes de risos de si para si mesmo. Porque sempre riem do meu sotaque ?

Porque não posso errar um termo na língua deles ? Porque tenho que comer deste prato ?

Porque estão sempre na minha casa ? Já não agüento ouvir esta língua !

Que povo mais estranho!...Que forma de negociar mais esquisita! Porque comem deste jeito ?!

E aquelas curiosidades que o missionário colocava nas cartas de oração, logo que chegara ao campo, se tornaram ocasiões para debates ferrenhos com nacionais, entre marido e esposa, colegas de equipe ou outros obreiros que trabalham no país.

O missionário não agüenta sair na rua e se isola no seu escritório de trabalho e estudo. Pede para não receber pessoas ou se afasta dos locais onde possa ser encontrado.

A esposa corre para o mercado e passa horas e horas vendo vitrines. Perguntas inocentes ganham respostas mal educadas, a altura do dialogo no lar aumenta de volume ou o silencio toma o espaço do dialogo do inicio. A obrigação toma o lugar do coração voluntário.

O medidor emocional acendeu sua luzinha há muito tempo e o obreiro , ele, ela ou eles, não a consideraram ou crêem que este estilo de ser, faz parte de toda caminhada missionária e seguem avante, ferindo e sendo feridos.

Até quando agüentarão será só uma questão de tempo

O momento virá que, emocionalmente atrofiados e com um forte sentimento de vitima, se quedarão inertes e, muitas vezes, ressentidos. A gota d'agua que fará entornar o copo serão enfermidades que surgirão do nada, sem explicação aparente e, ao mesmo tempo, com graves e assustadores sintomas.

A saúde emocional desceu água abaixo e já afeta a saúde física que ecoa novamente nas emoções em frangalhos.

Os ecos desses dois pólos comprometidos é, antes de tudo, desastroso. O missionário não vigiou nos primeiros alertas que recebeu, desconsiderou princípios, valores, prioridades, não estabeleceu uma filosofia de trabalho, ignorou horários, não deu atenção as suas resistências, partiu para uma caminhada competitiva, trocou os papeis no lar, cobrou de si o que é obra do Espírito de Deus, não teve paciência de esperar, partiu para uma marcha estafante e, agora, se sente inútil, envergonhado, desiludo com o campo e com o trabalho missionário.

Se sente incompreendido e, quase que amargurado, se vê usado e descartado. Neste clima de derrota, o dialogo no lar perde espaço, e quando vem, surge na forma de acusações ou depreciações. E a situação se agrava. Os filhos não compreendem tudo o que está se passando, os familiares tomam partido, a igreja edita desiludida e não previa esses resultados. Algumas das igrejas cortam o apoio aos missionários em questão. Abismo chama abismo. E verdade que nem sempre se chega a este nível de coisas, todavia, quantos não estão além deste estado, mas acobertados com uma capa, avançam como se tudo vai bem ?!...

A recuperação emocional envolve mais tempo que uma recuperação física e o medico não será um clinico geral ou um psicólogo não cristão. E verdade que serão exigidos vários exames médicos, mas a recuperação emocional é feita sob o acompanhamento de cristãos maduros e leva mais tempo do que gostaríamos que levasse. Mas, não precisamos esperar que nos afundemos nessa areia movediça. No momento em que percebemos o medidor mostrando que alguma coisa esta errada no nosso viver emocional diário, devemos reavaliar nossas prioridades, valores, atitudes, princípios, papeis, e tudo o mais que o Espírito nos mostrar.

POIS BEM, O TERCEIRO É O MEDIDOR ESPIRITUAL:

O que faria sua luz acender-se no painel ?

Nada tocará mais na nossa consciência que a impureza do pecado. A falta de vigilância na vida crista terminará em tropeço que resultará em sinais na consciência mostrando que nem tudo vai tão bem quanto parece. E, uma consciência sem paz é um arrastar de pés. A vida crista é, antes de tudo, uma vida de comunhão com Deus. Tê-lo e amá-lo será o que podemos pensar como o leito do rio. E o rio que corre também será obra do Espírito Santo. Pecados serão obstruções que impedirão o fluir do Espírito, e, nessa caminhada, a vida do missionário se tornará seca, sem vida e infrutífera. Qualquer resultado aparente ali, em nada melhorará ou fará que Deus se torne complacente com uma vida desajustada espiritualmente.

Outra questão que torna a vida do crente um pingue-pongue espiritual é a maneira como ele trabalha na sua lista de valores.

Jesus nos ensinara que seu reino e sua justiça deveriam ser buscados em primeiro lugar. As demais coisas, nos disse Ele, seriam acrescentadas por Ele mesmo e em seguida. Logo, nossa preocupação real deve ser se seu reino fora ou não, com todos seus valores, implantados no nosso coração. E o seu reino, nos assegura o Mestre, não é isso ou aquilo, mas gozo, paz e alegria no Espírito Santo. Gozo, paz e alegria no Espírito. Eis uma vida saudável espiritualmente.

Nossa vida crista tem sido uma fonte de gozo ou caminhamos ressentidos com Deus, com a igreja e com os que nos cercam ?

A paz de Deus que excede todo o entendimento tem sido nossa passarela segura ou estamos tentando atravessar a rodovia temerosos e inseguros porque, na passarela, o Pai nos veria com facilidade? Por fim, a alegria do Senhor tem sido nossa força ou estamos correndo atrás de paliativos ou de mascaras que escondem um estado crítico de tristeza? O reino de Deus não é para ser apenas estabelecido em nosso coração. E, também, para ser vivido dia a dia. Outra consideração sobre nossa saúde espiritual está em como encaramos o valor da oração e da Palavra de Deus em nossa vida. Através da oração falamos com nosso Pai Celeste e ele nos reponde.

O corpo de Cristo, a igreja, deve saber das nossas necessidades a fim de nos acompanharem em oração. Mas, quem agirá na nossa vida será o Senhor. Logo, mais do que todos, Ele deve estar a par de nossas necessidades, temores, lutas, carências, tropeços e outros sentimentos que nos assaltam no dia a dia.

Não que Ele já não saiba antes mesmo de orarmos. Não está a palavra na nossa língua, e Ele já a conhece.

Mas, o fato é que Ele estabeleceu princípios de relacionamento no qual ele espera que lhe contemos pessoalmente.

Outra fonte de saúde é a Palavra de Deus. Jesus deixou claro a importância da Palavra na nossa frutificação.

Ela nos limpa, nos lava, nos direciona, nos cura. O Espírito de Deus atua através da Palavra de Deus. Qual é o contato que temos com a Palavra do nosso Pai e qual é a atitude que temos ao lê-la? Seria sensato perguntar até que ponto amamos a sua lei, e se ela é nossa meditação todo o dia. Em suma, se queremos ter vida saudável espiritualmente, convém questionar qual tem sido nossa atitude para com a comunhão com Deus, para com sua Palavra, oração, nossa atitude para com os valores do reino, para com o pecado e uma vida de santidade.

Considerar os medidores Físico, Emocional e Espiritual, não é uma opção na caminhada missionária. E, sobretudo, um dever. Ignorá-los não será uma falta pequena, poderá devolver o missionário de volta a sua pátria em tristeza incontida ou em contumaz revolta. E, considerar o que os medidores dizem não é tarefa para especialistas.

Qualquer um sabe quando o cansaço bate a porta.

Todos sabem se o sono está sendo o bastante para a caminhada. Qualquer um percebe quando as emoções se descontrolaram e o tratamento para com os filhos, esposa, amigos de equipe e, sobretudo, para com povo alvo, se tornou de amigável para espinhoso. Ninguém é tão surdo que não possa ouvir a voz do Espírito Santo que avisa que tal e tal área da vida precisa de uma entrega total e definitiva. Mas, estaríamos todos abertos para dirigir nosso carro, considerando os medidores de temperatura, óleo, velocidade, e tudo o que for necessário? Ou queremos sentir o vento da velocidade batendo no nosso rosto e a alegria de termos, pelo nosso pé no acelerador e nossa mão ao volante, avançado alguns quilômetros na estrada da vida ?!

Se o carro fosse nosso e nós, os únicos no veiculo, todo o prejuízo resultante de qualquer insensatez seria unicamente nosso.

E verdade que nem isso justificaria nossas ações, mas de uma forma já limitaria os resultados do acidente.

Contudo, na caminhada missionária não estamos sozinhos. A igreja de Cristo segue conosco, há uma equipe que segue junto. Nossa família, esposa ou esposo, e filhos, estão conosco no campo. Enfim, é um sem numero de pessoas ligadas a nós.

Os próprios não cristãos estão de olho em nosso desempenho. Se ele parte para boas obras, Jesus disse que eles glorificariam ao Pai do céu. Se nosso desempenho parte para uma caminhada insensata, é certo que virá o escândalo. Que o Senhor nos ajude.

Baseado numa palestra do Pr.Eduardo Dudek a nossa equipe no Senegal.
Moises Suriba. Equipe da Missão Betania.

Fonte: http://www.missaoavante.org.br

sexta-feira, 18 de abril de 2008

[ DIVULGAÇÃO ] - VI Encontro de Mobilizadores e Lideres de Missões

Tema: Anunciando as insondáveis riquezas de Cristo

Data: 07 de Junho de 2008.
Local : Ig. Presbiteriana Unida de São Paulo - SP

Preletores:

Rev. Ronaldo Almeida Lidorio - APMT
Rev. Mauricio Rolim - APMT
Rev. Jair Morais - JMN
Rev. Ricardo Guttérrez - APMT
Rev. Lourival Prado - JMN

Inscrições e Informações:
APMT : (11) 3341-8339/3207-2139

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Sugestão de Alguns Bons Livros Missionários


APÓSTOLO DOS PÉS SANGRENTOS, O
RIBEIRO, BOANERGES
C.P.A.D.

ATÉ AOS CONFINS DA TERRA
TUCKER, RUTH A.
EDIÇÕES VIDA NOVA

ATREVI-ME A CHAMAR-LHE PAI
SHEIKH, BILQUIS
EDITORA VIDA

CAMBOJA, PREPARADOS P/ MORRER
BURKE, TODD / BURKE, DeANN
EDITORA BETÂNIA

CAPACITANDO FORÇA MISS. INTERNAC.
TAYLOR, WILLIAM DAVID
EDITORA ULTIMATO

CARÁTER DAQUELE QUE ORDENA ‘IDE’,O
DAWSON, JOY
EDITORA BETÂNIA

CAÇA AO DRAGÃO
PULLINGER, JACKIE
EDITORA BETÂNIA

CHARLES T. STUDD
GRUBB, NORMAN
EDITORA LUZ E VIDA

CLAMOR DO MUNDO, O
SMITH, OSWALD
EDITORA VIDA

COMUN. TRANSCULTURAL DO EV. V. III
HESSELGRAVE, DAVID
EDIÇÕES VIDA NOVA

CONTEXTUAL, UMA TEOL. EV. E CULT.
NICHOLLS, BRUCE J.
EDIÇÕES VIDA NOVA

CONTOS DO CAMPO MISSIONÁRIO
SMITH, OSWALD
EDITORA VIDA

COSTUMES E CULTURA
NIDA, E. A.
EDIÇÕES VIDA NOVA

DE TODAS AS TRIBOS A MISS DA IGREJA
SOUZA, ISAAC COSTA DE
EDITORA ULTIMATO

ENTREVISTAS COM A. G. SIMONTON
CESAR, ELBEN M. LENZ
EDITORA ULTIMATO

ENTREVISTAS COM WILLIAN CAREY
CESAR, ELBEN M. LENZ
EDITORA ULTIMATO

EVANGELHO E DIVERSIDADE CULTURAS
HIEBERT, PAUL
EDIÇÕES VIDA NOVA

EVANGELISMO EM AÇÃO
SMITH, OSWALD
EDITORA VIDA

EVANGELIZEMOS O MUNDO
SMITH, OSWALD
EDITORA VIDA

FATOR MELQUISEDEQUE, O
RICHARDSON, DON
EDIÇÕES VIDA NOVA

FIEL TESTEMUNHA (WILLIAN CAREY)
GEORGE, TIMOTHY
EDIÇÕES VIDA NOVA

HISTÓRIA DAS MISSÕES
NEILL, STEPHEN
EDIÇÕES VIDA NOVA

IGREJA LOCAL E MISSÕES
QUEIROZ, EDISON
EDIÇÕES VIDA NOVA

INTERCESSÃO MUNDIAL
JOHNSTONE, PATRICK
MISSÃO AMEM

LIVRE DAS GARRAS DO DRAGÃO
HUNT, CARROLL F.
EDITORA VIDA

MELHOR PARA MISSÕES, O
QUEIROZ, EDISON
DESCOBERTA EDITORA

MISSIOLOGIA, A MISS.TRANSCULTURAL
PATE, LARRY D.
EDITORA VIDA

MISSÕES: PREPARANDO AQUELE QUE VAI
DR. DAVID HARLEY
EDIÇÕES VIDA NOVA

MISSÕES TRANCULTURAIS - PERSPECTIVA BÍBLICA
WINTER, RALPH D.
EDITORA MUNDO CRISTÃO

MISSÕES TRANCULTURAIS - PERSPECTIVA CULTURAL
WINTER, RALPH D.
EDITORA MUNDO CRISTÃO

MISSÕES TRANCULTURAIS - PERSPECTIVA ESTRATÉGICA
WINTER, RALPH D.
EDITORA MUNDO CRISTÃO

MISSÕES TRANCULTURAIS - PERSPECTIVA HISTÓRICA
WINTER, RALPH D.
EDITORA MUNDO CRISTÃO

PAIXÃO PELAS ALMAS
SMITH, OSWALD
EDITORA VIDA

POR ESTA CRUZ TE MATAREI
OLSON, BRUCE
EDITORA VIDA

QUANDO VEM A PERSEGUIÇÃO
PIT, JAN
C. P. A. D.

QUE AINDA NÃO OUVIRAM, AOS
Shedd, Russell; Queiroz, Edison; Costa, José Wellington da; e outros
Palestras do Congr.Bras.de Missões-Bertil Ekström
EDITORA SEPAL

SAMUEL MORRIS
BALDWIN, LINDLEY
EDITORA BETÂNIA

SEGREDO ESPIRIT. HUDSON TAYLOR, O
TAYLOR, HOWARD
EDITORA MUNDO CRISTÃO

SENHORES DA TERRA, OS
RICHARDSON, DON
EDITORA BETÂNIA

TOCHAS DE JÚBILO
DEKKER, JOHN
EDITORA VIDA

TOTEM DA PAZ, O
RICHARDSON, DON
EDITORA BETÂNIA

VALIOSO DEMAIS PARA QUE SE PERCA
William D. Taylor (Bill Taylor)
DESCOBERTA EDITORA

VOCÊ PODE MUDAR O MUNDO
JOHNSTONE, JILL
EDITORA UNILIT

www.missaoavante.org.br

O Desafio do Preparo Missionário em um Contexto de Prejuízo Histórico

Para entendermos os critérios das mudanças na área de ensino missiológico em todo o mundo nos últimos 30 anos precisamos estudar as tendências teológicas presentes em cada contexto.
A grosso modo veríamos que nos anos 70 a missiologia possuía uma ênfase eclesiológica localizada e pragmática. Avaliava-se na época a identidade da Igreja como comunidade responsável por transmitir o evangelho de Cristo por toda a terra. Esta ênfase eclesiológica com aplicabilidade pastoral/eclesiástica definia a formação da mentalidade evangélica levando à uma consciência de quem nós somos e para que fomos chamados. Foi uma época de fundamentação missiológica, a época dos conceitos, que preparou também a Igreja dos países missionário emergentes para a segunda década. Nos anos 80 iniciou-se um processo centrado na análise e avaliação do campo missionário e notamos o que tenho chamado de "Efeito PNA" (Povos Não Alcançados) fazendo com que o assunto Missões passasse a ter uma forma gráfica e estatística. Quem são os PNAs, onde estão e como alcançá-los. Surgiram os pesquisadores, os movimentos de categorização da prioridade missionária no mundo e a ênfase na definição do que seria a grande meta missionária da Igreja nos próximos anos. Movimentos como AD 2.000, WEC International (AMEM), World Mission e outras dedicavam-se intensamente à tarefa de definir quem eram, onde estavam e qual a chance de alcançar os grupos ainda intocados pelo evangelho. Definiu-se a janela 10X40, entendeu-se a dimensão do desafio islâmico, foi revelada a necessidade de investimento missionário entre o crescente grupo dos "Sem Religião" e compreendeu-se melhor a permanente resistência dos grupos animistas além do sempre presente perigo do sincretismo religioso. Era a década da definição da largura, extensão e profundidade do restante não alcançado em nossa geração e do que ainda precisava ser feito. Dois grandes passos haviam sido dados até então: a fundamentação de uma missiologia voltada para a identidade da Igreja e o estudo dos grupos alvos do esforço missionário. Neste ínterim, através do massivo envio missionários nos anos 80, percebeu-se a existência de uma brecha entre o ideal missionário e a realização missionária e assim entramos na década seguinte com uma forte consciência de que faltava algo. Nos anos 90, com a visão das limitações missionárias, problemas frequentes de contextualização e comunicação transcultural, limitada aplicabilidade das teologias bíblicas em contexto inter-cultural e reduzido número de igrejas autóctones entre os grupos recém alcançados, fomos levados a crer que a formação missiológica (a descrição de nossa identidade funcional, princípios e conceitos como Corpo chamado a fazer diferença na terra) era insuficiente perante o sonho de plantio de igrejas no restante intocado do planeta. Faltavam-nos instrumentos, preparo prático, instrução sobre como fazer, tecnicabilidade; enfim, faltava-nos um manual sobre "como fazer" - treinamento missionário. Ao longo dos anos 90 nos rendemos à conclusão de que o grande desafio da década, e possivelmente da década seguinte, seria a preparação teológica, ortoprática e funcional de obreiros transculturais e assim passamos a falar em redefinição de currículos, idealização de melhores treinamentos, fundação de novas escolas de Missões e toda a ênfase voltou-se para a pessoa do missionário gerando também um aprofundamento nos critérios de aceitação, treinamento e envio de novos missionários. Fenomenologia da Religião, Antropologia Cultural, Fonética, Aprendizado de Línguas, Tradução e Teologia de Missões ganharam ênfase em várias instituições de ensino. Após esta retrospectiva vejamos um pouco do momento atual. Prejuízo Histórico Vivemos em um prejuízo histórico missionário como todos os países missiologicamente embrionários onde possuímos uma pequena leva de missiólogos para um grande número de instituições de treinamento missionário onde a grande maioria de nossos professores não tiveram a oportunidade de ser expostos a um contexto transcultural missionário e por outro lado, o grosso dos nossos missionários mais experientes ainda encontram-se na ativa em diferentes campos. Este é um prejuízo histórico comum no momento que nos encontramos, basicamente vivendo a nossa segunda geração missionária e possivelmente apenas entre a terceira e quarta é que passaremos a experimentar um número maior de missionários envolvidos missiologicamente no preparo de novos obreiros. Entretanto devemos lembrar que missionários funcionalmente capazes em seus campos não são necessariamente missiólogos ou professores de missões. Países como a Coréia do Sul, Nova Zelândia, Austrália, Brasil e Tanzânia vivem situações parecidas do ponto de vista do preparo: a falta de uma ponte que una a realidade do desafio do campo missionário e a presente proposta de preparo missiológico. É certo que não podemos lidar com todas as implicações desta realidade histórica na qual nos encontramos entretanto creio que podemos minimizar seus efeitos. Precisamos definir nossas prioridades e limitações em nosso treinamento e formação missionária. Costumo afirmar que, pela índole evangelística da Igreja brasileira, temos em nosso território um laboratório natural para a formação de plantadores de igrejas. Somos uma nação etnicamente multicultural e nossas raízes histórico/culturais remontam a um passado menos distante que países com homogenia étnica fazendo com que a chamada "Expectativa Cultural" seja menos gritante. Para minimizarmos os efeitos do prejuízo histórico no qual nos encontramos creio que poderíamos pensar e tentar enfatizar, sob as definições de sua aplicabilidade funcional, três áreas da formação missionária as quais, pelo simples fato de serem comumente apontadas por obreiros provindos de 'novos países' como as principais barreiras na tentativa de uma verdadeira comunicação do evangelho, constituem para mim o supra sumo da nossa carência de treinamento integral. São elas a Antropologia Cultural, Teologia Bíblica e Aprendizado de Línguas. Menciono estas áreas, entretanto, sob o pressuposto de que já temos em mente que o caráter missionário fala mais alto que sua habilidade. Portanto seria nulo o conhecimento missiológico em um homem desprovido do caráter de Cristo. Antropologia Cultural Entendamos inicialmente a relevância da Antropologia Cultural, ou "Antropologia da Observação Cultural" como definia M. Stuart no início dos anos 50, na necessária tarefa de 'explorar a possibilidade da comunicação do evangelho a outro grupo que, culturalmente, possua outros padrões de valores existenciais na transmissão de uma mensagem'. Fala a respeito da possibilidade de real comunicação entre dois grupos distintos com diferentes (e as vezes divergentes) cosmovisões. Respondendo a um missionário que fortemente indagava "mas qual a aplicabilidade da Antropologia Cultural em meu ministério" comecei a responder dizendo: A Antropologia Cultural, funcionalmente definindo, é um instrumento de reconhecimento das perguntas existentes em certa cultura, socialmente interpretadas ou não pelo próprio grupo, entretanto necessárias para se diagnosticar os pontos de tensão social ali existentes. Provê as ferramentas necessárias para o mapeamento cultural do grupo alvo através da definição da hierarquia social, hierarquia socio-espiritual, expressões ritualísticas e cerimoniais, cosmologia, cosmovisões e costumes, linguagem interativa e comunicabilidade. O alvo da antropologia cultural, missiologicamente falando, é levantar as perguntas socialmente relevantes afim de receber respostas biblicamente centradas. O alvo final é fomentar transformação de vida e sociedade através de um evangelho que faça sentido na cultura receptora e não apenas na mente e coração daquele que transmite. Ou seja, entender o contexto para que o Evangelho exposto seja inteligível ao que ouve. Como exemplo poderíamos pensar sobre o tempo linear e cíclico. Quando um povo animista possui toda a sua cosmologia definida pelo tempo cíclico (baseado em acontecimentos que 'marcam' o tempo e necessariamente se repetem, não avançam ou retrocedem) e não linear (como o nosso tempo ocidental que segue uma linha contínua progressiva e não repetitiva) fazendo com que o dia 4 de julho de 1999 nunca venha a se repetir em nossos calendários, mentes e cosmologia, isto gera questionamentos socio-existenciais que precisam ser respondidos para a compreensão, aceitação e viabilidade cultural do evangelho dentre o povo. Em termos práticos, é necessário saber quais são as perguntas (este é o trabalho da Antropologia Cultural) antes de tentar respondê-las (Teologia bíblica). Por exemplo, expor o evangelho numa perspectiva linear para um povo com cosmovisão cíclica terá um dos três possíveis resultados: a) entendê-lo como uma mensagem alienígena e possivelmente aplicável apenas a uma cultura estrangeira; b) entendê-lo parcialmente e tentar preencher os vácuos deixados com respostas da religião materna; o que geraria sincretismo religioso; c) não entendê-lo. Deixando o simplismo óbvio com o qual estamos lidando seria necessário pensarmos, numa perspectiva do prejuízo histórico no qual vivemos, quais seriam as áreas de estudo na Antropologia Cultural que fariam nossos missionários mais bem preparados para o grande desafio. Dentre as mais variadas áreas da Antropologia como Antropologia Cultural, Etnicismo, Etnologia, Costumes e Culturas, Fenomenologia Religiosa e Comunicação Social há duas altamente relevantes para nossos candidatos à obra missionária transcultural que são Fenomenologia da Religião e Etnologia. A relevância destas duas áreas de estudo deve-se mais à observação dos comuns erros de campo (inclusive e principalmente os meus) do que em uma tentativa de estruturar um currículo ideal de conhecimento antropológico. Dentre estes 'erros comuns' há três que tem vindo à tona quase sempre quando a comunicação é restritiva, parcial ou simplesmente ausente. Eles giram em torno da falta de compreensão de que: Nem tudo o que é diferente é religioso Entre os Bassaris, tribo vizinha aos Konkombas com os quais trabalhamos, há um complexo ritual onde um composto de água e gordura é derramado constantemente sobre o corpo de alguém morto recentemente, usando-se uma cuia de madeira enquanto algumas palavras são ditas por uma pequena multidão que se coloca ao redor. Próximo dali é acesa uma fogueira onde folhas verdes são queimadas enquanto um pouco de água é aspergida sobre o fogo por pessoas ligadas àquele que morreu. Lendo um relato de um missionário que esteve entre eles 20 anos atrás ele ao fim conclui: "É um ato de invocação demoníaca afim de pedir aos espíritos que guiem aquele que morreu". Nada mais longe da verdade. Apesar da tribo Bassari ser animista e estar debaixo de forte influência do mal, este ato em particular não passa de uma forma de conservar o corpo do morto durante os dias de espera pelos parentes de aldeias distantes. A água e gordura têm uma propriedade de retardar a decomposição do corpo; a cuia é usada porque não há panelas ou copos; a multidão posta-se ao redor da fogueira porque é assim que reúnem-se todas as noites mesmo porquê não há energia elétrica, e folhas verdes são queimadas (com um pouco de água sendo aspergida) afim de produzir bastante fumaça e espantar os mosquitos. As palavras ditas são provavelmente os cumprimentos a cada pessoa que chega de outras aldeias para o funeral. Na verdade este não é um ato religioso mas sim um processo cultural-científico, ou 'apenas um ato social' como diria Kenner. Denomino de 'neurose espírito-fenomenológica' a tendência que nós missionários temos de analisar religiosamente todo e qualquer fenômeno interpretando-o como quem chegou para dissecar a religiosidade cultural sem entretanto ver o povo como uma sociedade que vive e não apenas cultua. Nem tudo o que é cerimonial é demoníaco Duas posturas são destrutivas na ação missionária para fins de comunicação: não crer na ação demoníaca e crer que tudo é ação demoníaca. Afim de entender a diferença entre os dois pontos podemos usar o conhecimento missiológico, nossa teologia, observação e sabedoria. Entretanto creio que nunca entenderemos a raiz do que é diariamente posto à nossa frente se do alto não nos for dado discernimento espiritual. Um fator agravante é que os fenômenos religiosos em uma cultura recém alcançada devem ser entendidos e interpretados o mais cedo possível afim de ativar a comunicação aplicativa do Evangelho, o que nos força a tomar posições interpretativas quanto a fenômenos locais muito cedo, quando ainda estamos pouco imersos culturalmente. Olhando ao redor do universo Konkomba poderia citar um grupo expressivo de fenômenos sociais ou religiosos que necessitam de um esforço de discernimento afim de identificá-los do ponto de vista espiritual como por exemplo a circuncisão de rapazes quando passam para a idade adulta tornando-se 'ujaman' - homens; o corte da pele facial formando cicatrizes que apontam para o clã ao qual pertencem; a dança cerimonial após a morte de alguém; o banho de lama e óleo antes de um trabalho pesado ou longa viagem; a 'venda' das crianças que nascem após haver morte infantil na família etc. Outros são claramente negativos mas igualmente carentes de interpretação social como a morte de uma criança quando nascem gêmeos abandonando-a numa floresta a noite ou mesmo o sacrifício de crianças 'defeituosas' ou profundamente enfermas. Devemos entender que uma classificação normativa (demoníaco ou não demoníaco) pode saciar nossa sede de definições teológicas mas não são suficientes para alinhar um processo na ética de uma igreja que nasce entre um grupo recém alcançado. Há necessidade de uma interpretação um pouco mais profunda levando em consideração que entre vários grupos (como animistas, hindus ou budistas) o comum não se dissocia do sagrado nem o material do espiritual havendo o que pode ser chamado, quase que paradoxalmente, de 'integração dialética'. Entretanto nossa tendência exorcista brasileira pode levar-nos a uma maior dificuldade no discernir da linha divisória entre religioso e comum e na precipitação do julgamento cultural. Nem tudo o que é cultural é puro Este é o outro lado da moeda. O etnicismo defende a pureza natural das culturas intocadas o que pode, em certa instância, influenciar a comunicação. Devemos ser sempre relembrados de que o pecado é cultural. Ele não ocorre em um plano supra humano mas brota do coração do homem envolto em seus conceitos e costumes, manifestando-se moldado às circunstâncias externas como língua, costumes e meio ambiente e por fim caindo no mesmo abismo que foi aberto desde o início: a separação entre o homem caído e o Deus santo. O pecado é cultural, manifesta-se culturalmente e o homem, em sua cultura, necessita de redenção. O Evangelho, entretanto, é supra cultural pois não se limita às estruturas da sociedade. É aplicado a todo homem, de todas as culturas, em todas as gerações. Entre os povos isolados (meninas dos olhos dos antropólogos etnicistas) não encontramos um paraíso de pureza cultural, como alguma vezes se pensa, mas sim povos curvados ao inimigo vivendo um inferno na terra e procurando quase desesperados alguma maneira de redenção, mesmo que temporária. Procuram redenção nos sacrifícios, ídolos, amuletos, tabus, magias, rituais demoníacos e penitências. A verdade bíblica universal, entretanto, afirma que a redenção está em Jesus, a mensagem é o Evangelho e entregá-la a outros chama-se Missões. Esta é a nossa fé e para isto trabalhamos. Teologia Bíblica Teologia bíblica é um termo que deve ser pré conceituado antes de prosseguirmos. Utilizo-o sob o pressuposto temático. Não se trata portanto de ramos teológicos, teologia sistemática ou de teologia verdadeiramente bíblica mas simplesmente da sistematização bíblico-temática de assuntos específicos, como 'teologia de anjos', 'teologia de pecado' ou 'teologia de sofrimento': um estudo bíblico temático vetero e neotestamentário. Definindo o termo, sigamos em frente. A Antropologia Cultural tem como missão mapear, localizar e fazer as perguntas certas. Se olharmos para o Brasil, por exemplo, veremos um grande número de igrejas e pregadores que provêem diariamente respostas (muitas delas corretas teologicamente) para perguntas que nunca são feitas. Poucos interessam-se em estudar e compreender sobre câncer nos ossos quando na verdade o que os aflige é uma terrível gastrite. Esta é a primeira instrução antropológica cultural na abordagem de um novo grupo social: descubra as perguntas certas. Denominações que, em países da América Latina, apresentam uma teologia de 'prosperidade e sofrimento' ou mesmo de 'bênção e maldição' (apenas para ficar em dois exemplos) acham público; não necessariamente pela seriedade das respostas (muitas sérias e outras não) mas sim pela identificação das perguntas. Em um superficial mapeamento cultural realizado em países socialmente existenciais como o Brasil facilmente veríamos que duas claras perguntas na mente do povo são: "Porque sofremos ?" e "Como melhoraremos ?" Entretanto localizar as perguntas certas não pressupõe sucesso na comunicação do evangelho. É necessário apresentar as respostas certas. Alerta: não as respostas que irão surtir efeito, satisfazer a alma ou gerar impacto social: mas sim respostas biblicamente certas. Dar respostas certas às perguntas certas normalmente é uma tarefa conflitante. Aqueles que o fizeram, já no primeiro século, foram apedrejados, expulsos, perseguidos, denominados de 'peste' e 'transtornadores'. Para aqueles que pensam que uma genuína e culturalmente coerente exposição do evangelho redundará necessariamente em um positivo impacto social além de muitos frutos, precisamos ser relembrados que não se define Missões em termos de resultados mas sim de fidelidade ao Senhor. A questão final para a apresentação de uma teologia bíblica que responda à pergunta do coração do homem em sua cultura e língua não são os resultados humanos mas sim fidelidade ao Senhor e à Sua Palavra. Nesta altura há duas verdades óbvias quanto ao treinamento missionário: primeiramente nossos candidatos à obra missionária precisam ser preparados biblicamente. Estudar a Palavra, conhecê-la, pesquisá-la textualmente, contextualmente e tematicamente. Investir em um bom preparo bíblico é investir diretamente no campo. Em segundo lugar precisamos entender que a fidelidade transpõe a habilidade. Neste momento o caráter cristão deveria ser a mais enfática disciplina em nossos cursos de formação missionária. Como um caráter à imagem de Cristo não pode ser forjado simplesmente em salas de aula precisamos urgentemente de discipuladores entre nossos professores de missões. Uma grande descoberta pessoal tem sido a primária importância do caráter do missionário acima de sua habilidade de comunicar inteligivelmente o evangelho transpondo barreiras lingüísticas, culturais e missiológicas. Após três anos entre os Konkombas, quando a Igreja crescia rapidamente e o Evangelho alcançava lugares remotos perguntei certa vez aos líderes locais sobre a principal razão que colaborava para a nossa boa comunicação, mencionando três opções: a) habilidade de falar no dialeto local e ser entendido com facilidade; b) entendimento cultural, dos costumes e forma de vida Konkomba; c) envolvimento pessoal com a sociedade tribal, sendo aceito e aceitando-a. Eles então responderam: "O nosso povo senta-se para ouvi-lo simplesmente porque você sorri quando nos vê e nos cumprimenta quando passa por nós". Naquele dia escrevi em meu diário: "caráter é mais importante que habilidade". Segundo Hustmann a história das missões se divide em três partes quanto ao conhecimento antropológico e aplicabilidade de teologia bíblica. Na etapa em que nos encontramos os erros antropológicos residem não na falta do conhecimento mas na falta da disposição em aplicar o conhecimento. Em suma, um número reduzido de missionários erra hoje, em um nível básico de comunicação, devido à falta de entendimento da cultura ou conhecimento bíblico. Os grandes erros de comunicação são conseqüência de uma decisão em não aplicar o conhecimento adquirido. Problema de caráter, não de estudo. Este princípio é também aplicável em todo um universo de existência missionária onde a grande maioria dos obreiros que voltam forçosamente do campo o fazem devido a problemas de relacionamento enquanto um pequeno índice apontaria para a falta de habilidade em aculturar-se. Caráter, em última instância, é o fator primordial que define relacionamentos, e relacionamentos, citando Abdulai Syin , definem a pressuposição social de aceitação ou rejeição da mensagem que será pregada. Isto implicaria no fato de que, mesmo sendo o evangelho o poder de Deus, este Deus deseja que nós que o transmitimos, o façamos com fidelidade de vida e não apenas conhecimento de causa. Aprendizado de Línguas O aprendizado de línguas, juntamente à tradução da Palavra, é uma área de gritante necessidade de atenção em nossos cursos de formação de obreiros transculturais. Pela óbvia necessidade do obreiro transcultural aprender uma nova língua para sobreviver, se relacionar e expor o evangelho. Enfim: comunicar-se. Quando falamos sobre aprendizagem de línguas estamos tratando sobre um ponto vital na comunicação missionária. Grande parte da força missionária que envolve-se com um grupo pouco evangelizado fora do nosso país necessitará, no mínimo, de aprender duas novas línguas: a primeira delas chamamos de 'básica' (inglês, francês, árabe etc) que será usada para se estabelecer em um novo país onde habita o grupo alvo. A segunda chamamos 'missiológica' e é justamente a língua ou dialeto do grupo alvo. Em muitas circunstâncias o grupo alvo pode usar mais de uma língua ou dialeto criando novas ramificações. Há portanto grande necessidade de investirmos a nível lingüístico-prático na formação de nossos obreiros transculturais: enfatizar um bom curso de aprendizagem de línguas; expô-los à uma segunda língua, desafiá-los a romper a barreira da adaptação lingüística, ensinar-lhes fonética, fonologia, morfologia e conceitos de tradução da Palavra, mesmo que informal e para transmissão verbal do evangelho. Enfim, dar-lhes as ferramentas. Do ponto de vista lingüístico há uma grande diferença entre o ideal missionário e a realidade missionária. Um exemplo pessoal. Quando chegamos em Gana fomos desafiados a trabalhar com um grupo conhecido como 'Konkombas' que, segundo os registros, falavam uma variação de 4 ou 5 dialetos. Chegando até eles e conhecendo-os de perto vemos hoje que 'Konkombas' é apenas uma expressão estrangeira sendo esta uma palavra totalmente desconhecida e sem sentido para a própria tribo. Também não são uma tribo mas algo que poderíamos chamar de 'Nação Tribal': um agrupamento de etnias irmãs sem concentração social mas com interesses comuns, onde são faladas 23 línguas e 64 dialetos diferentes, apenas dentre os grupos e sub grupos que conseguimos estudar. Nós hoje trabalhamos com 1 destes 23 grupos (que para facilitar a comunicação no Brasil continuamos a tratar como 'Konkombas') que se auto-entitula Bimonkpelnn onde são falados 9 diferentes dialetos, alguns tão distantes ao ponto de necessitarmos em média de três intérpretes a cada culto, apenas entre os 'Bimonkpelnn'. A realidade não romântica do campo força-nos a investir na formação lingüística de nossos obreiros pois as barreiras existem para serem ultrapassadas e foi-nos confiada esta tarefa. Conclusão É necessário avançar. Usar os instrumentos de instrução que o Senhor tem nos dado. Investir no entendimento antropológico cultural, conhecer a Palavra afim de propor um evangelho inteligível e estudar as línguas para que haja comunicação. Entretanto é necessário sempre lembrar que nenhum conhecimento acadêmico fala mais alto do que uma vida transformada. Que o caráter transpõe a habilidade. É preciso seguir Jesus.
Ronaldo Lidório

www.ronaldo.lidorio.com.br

terça-feira, 8 de abril de 2008

O Papel Estratégico de Brasileiros em Missões Transculturais


POR QUE O BRASIL e os BRASILEIROS
É crescentemente reconhecido pela igreja e pelos líderes missionários ao redor do mundo que os brasileiros possuem uma função chave para o desenvolvimento da evangelização mundial. Segue alguns pontos a serem considerados:
  • Espiritualmente: Com mais de 25 milhões de adeptos, a igreja evangélica brasileira é a terceira maior do mundo. É uma igreja jovem e pulsante.
  • Culturalmente: Brasileiros são pessoas relacionais, que geralmente possuem mais aspectos em comum com os povos não alcançados que as pessoas de lugares que tradicionalmente enviam missionários como Norte América e Europa.
  • Etnicamente: O Brasil é um país com grande diversidade étnica (com milhões de imigrantes do Oriente Médio, Japão, China, Portugal, Itália, Alemanha, Polônia, Ucrânia, Rússia, Letônia, etc.) o que ajuda a minimizar muitos obstáculos para os missionários brasileiros no campo missionário.
  • Historicamente: O Brasil nunca foi um colonizador em nenhum sentido da palavra, ao invés disso, foi colonizado, tendo isso em comum com muitas nações não alcançadas do mundo.
  • Politicamente: O Brasil é tradicionalmente um país neutro e causou poucas ofensas ao redor do mundo (ninguém queima a bandeira do Brasil no meio da rua,....exceto, talvez, a Alemanha, após a copa do mundo!!).
  • Economicamente: O Brasil está entre a oitava e décima maior economia do mundo e está cada vez mais forte.
  • Biblicamente: Nós devemos nos lembrar que Deus chamou todo o seu povo, Sua família global , não somente a igreja do ocidente, para levar Sua glória para as nações.
  • Para não esquecer: Os brasileiros são os melhores jogadores de futebol do mundo e o mundo adora futebol, “o esporte encantador”! Futebol, e várias outras coisas distintas ou unicamente brasileiras, que abrem portas de oportunidades em lugares onde os ocidentais não podem freqüentar livremente, ou não serão verdadeiros se forem.
A CCI-Brasil existe para ajudar a direcionar o foco dessa igreja jovem e pulsante em uma das nações mais necessitadas do mundo, especialmente os mulçumanos turcos, curdos e árabes.


Fonte:
Missão CCI Brasil

sábado, 5 de abril de 2008

Uma crente morreu de fome!


E eu com isso? Num município minúsculo e paupérrimo do sertão da Paraíba uma senhora morreu por causa da subnutrição aguda que lhe atingiu em conseqüência da ausência quase total de alimentação em sua casa. E isso foi divulgado amplamente como denuncia pela Juvep. Uma irmã de Curitiba, em estado de choque, querendo resposta que explicasse esse lamentável fato, já que se tratava de uma serva de Deus, nos escreveu buscando resposta(s).

Crentes morrem atropelados, vitimas de assalto, queda de avião, afogado, de câncer, falta de atendimento em hospitais públicos... Há até casos de raios que caem e matam servos de Deus.
... Alguns morrem de fome...

O que nos diferencia de um não crente, fundamentalmente é que temos a salvação e, por conseguinte vamos reinar de forma plena com o Senhor quando da sua vinda....

A irmã não pode ser considerada mártir. Ela não morreu conscientemente pela causa do evangelho, nem morreu por que confessava a Jesus como seu único salvador. Não foi vitima clara de perseguição religiosa. Ela morreu por causa da injustiça social, da corrupção que assola esse país, também da omissão de boa parte da igreja brasileira que repete e imita àqueles que controlam o poder econômico. Segmento egoísta, acumuladora de capitais, materialista e excessivamente consumista, contribuinte também e mantenedora da industria de supérfluos com etiquetas e design "belissimamente" impressionantes. Vitima de distorções teológicas, de pregações superficiais, atrofiadas ou cheias de acréscimos perniciosos ao evangelho, do pecado que assola de uma forma profunda, forte e brutal à sociedade brasileira. Igreja evangélica que é, em grande parte omissa, volúvel... dispersa, desunida, não sabe encarar seus defeitos com maturidade. Fragmenta-se em infidaveis pedaços. Pobre e frágil igreja evangélica nacional.

Quantos irmãos não estão desempregados, endividados, falidos, amordaçados, "amarrados", passando necessidades? As vezes membros de igrejas onde grande parte tem um poder aquisitivo de fazer inveja.

Algumas tendências no meio cristão afirmam que toda dificuldade financeira, miséria, fome é causada por pecado ou falta de fé individual (da vitima), a parte da sociedade detentora do poder financeiro alega que os pobres são pobres porque são preguiçosos. Isso é simplismo, fruto de mentes alienadas, um falso desencargo de consciência legitimador de um genocídio silencioso que assola a nossa nação.
Há muito mais injustiça, opressão, descaso e omissão em nosso meio.

Denunciemos, oremos, profetizemos.

Pedro Luis
Fonte: Missão JUVEP

quinta-feira, 3 de abril de 2008

NAVIOS MISSIONÁRIOS


O blog do repórter Joziel Alves (Revista Enfoque Gospel, entre outras publicações) traz uma excelente matéria sobre os Navios Missionários. Repleto de fotos e informações, o artigo relata a fundo a história dessa belíssima iniciativa missionária. Vale a pena você ler!
Clique no link abaixo para acessar a matéria:
http://ozielfalves.blogspot.com/2008/02/navios-missionrios.html#links