quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Polícia Federal investiga postos missionários

*
Uma equipe formada por agentes
da Polícia Federal e integrantes do Exército abordou na manhã da segunda-feira (dia 12 de Outubro) os missionários da MEVA (Missão Evangélica da Amazônia) que estavam nos postos de Parimi-u e Haricato-u. Os membros da operação, que chegaram sem aviso e armados às duas aldeias, apresentaram um mandado de busca e apreensão autorizando-os a recolher papéis e objetos relacionados a uma investigação sobre garimpos ilegais na região.

Em Parimi-u foram retidos CDs e cartões de memória de máquina fotográfica. Em Haricato-u não houve apreensões. O mandado também determinava que a investigação ocorresse nas instalações da MEVA em Auaris, onde há um quartel do Exército. No entanto, não havia nenhum missionário lá na hora da operação.
Não há muitos detalhes sobre a operação. O relato do ocorrido foi feito por rádio na manhã de ontem (dia 13). Os missionários que estavam nos postos se concentraram em transmitir à administração da missão em Boa Vista a solicitação da PF de que em 48 horas fosse apresentada à sede do órgão na cidade um documento da FUNAI autorizando a permanência dos missionários em Parimi-u e Haricato-u. A autorização já foi obtida e os missionários poderão permanecer nesses postos.

Asas de Socorro

No fim do dia, um piloto de Asas de Socorro e um casal de missionários da missão foram surpreendidos pelos agentes federais. O avião havia chegado de Mucajaí ao hangar da missão no Aeroporto Internacional de Boa Vista. No hangar foram apreendidos entre outros, laptop, GPS, pendrive e documentos. Ainda na manhã de ontem a equipe da missão conseguiu providenciar os documentos necessários para voar e retornou a operar.

Investigação

O número dos autos registrados no mandado de busca e apreensão refere-se a um processo que corre em segredo de justiça desde 2007. O que se sabe até o momento é que não foi apenas nos postos da MEVA que houve a abordagem. O jornal Folha de Boa Vista noticiou ontem que, na segunda-feira, agentes federais e membros do Exército fecharam dois garimpos ilegais operados por indígenas macuxis na reserva Raposa-Serra do Sol. A TV Roraima, afiliada da Rede Globo, informou que o Exército confirmara a existência da operação conjunta com a finalidade de investigar e remover garimpeiros das reservas indígenas de São Marcos, Raposa-Serra do Sol e Ianomâmi.

Trecho da matéria publicada hoje na Folha de Boa Vista:

A Polícia Federal e a 1° Brigada de Infantaria de Selva realizam a Escudo Dourado em parceria, com base em levantamentos de inteligência que apontaram a exploração ilegal de minérios nas reservas. Tropas do Comando de Fronteira Roraima do 7º BIS e do 12º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado também participam da operação, que tem apoio aéreo do Comando Militar da Amazônia (CMA), por meio do 4º Batalhão de Aviação do Exército, sediado em Manaus. O Exército não divulgou o número de homens na operação.
O general Carlos Alberto Barcellos, comandante da 1ª Brigada, explicou que a operação é feita anualmente. “Essa operação é realizada no contexto de uma operação dos pelotões de fronteira que acontece durante todo o ano. O objetivo específico é prevenir ou reprimir qualquer atividade ligada aos crimes transfronteiriços, garimpo ilegal, crime ambiental, narcotráfico, descaminho de combustível e contrabando. Vamos atuar especificamente na prevenção e repressão a esses crimes”, esclareceu.

Desconfiança antiga

A inclusão dos postos da MEVA na operação traz à tona uma acusação recorrente à missão. Em 1966, quando a maioria dos missionários da MEVA era norte-americana, um jornal de grande circulação no Brasil publicou uma matéria afirmando que havia um garimpo na região de Uaicás. O texto, que trazia inclusive nomes, chegava ao absurdo de afirmar que um jato aterrissava no local para levar as roupas dos missionários para lavar nos EUA.

A operação da Força Aérea Brasileira (FAB) decorrente dessa acusação iniciou uma aproximação entre a FAB e a MEVA. Hoje poucas pessoas sabem que as pistas de Uaicás, Auaris, Anauá, Surucucu e Parima A e B foram abertas em parceria dos militares com os missionários da MEVA, que falavam as línguas indígenas, o que possibilitava o contato dos militares com os povos. Missionários e militares tinham também um interesse em comum, a permanência de pessoas nessas pistas abertas em clareiras nas regiões de fronteira.

A Operação Parima, que coordenou a criação das novas pistas de pouso, tinha à frente o Coronel Camarão, posteriormente Brigadeiro da FAB, e que seria reconhecido como figura central na consolidação da presença militar nas fronteiras do Norte do Brasil. Mesmo não sendo cristão e não tendo nenhuma afinidade com a fé que movia os missionários, o coronel se tornou parceiro da missão por sua habilidade em conjugar os interesses das forças armadas com a proposta da MEVA de chegar a povos não alcançados.

Mesmo com anos de proximidade com a FAB, as acusações contra a MEVA nunca cessaram. Em Roraima correm de boca em boca histórias fantásticas de túneis e aviões invisíveis a radar. Para muitas pessoas a permanência dos missionário nas aldeias só se justificaria por um retorno financeiro alto, gerado por atos ilegais.

Tudo isso reflete a cegueira espiritual e a incapacidade do homem sem Deus de compreender que o amor à cruz de Cristo torna qualquer privação aceitável e que a salvação de almas vale mais do que qualquer bem material!

ORE PELA MEVA!

=> Pelas autoridades do nosso País, civis e militares.
=> Por esta operação. Que ela sirva para revelar às pessoas a seriedade e a correção diante da Lei do trabalho desenvolvido pela MEVA.
=> Pelos missionários que estavam nos postos durante a operação


Visite: http://blogdameva.wordpress.com/
Via SEPAL

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...