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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Dez razões para ser (ou não) um missionário


"Você adora Deus com todo o seu coração e é consumido pelo desejo 
de anunciar sua Glória"
Dez motivos para não ser um missionário:


1. Você quer que as pessoas pensem que você é aventureiro, corajoso e nobre;


2. Você tem medo de compartilhar o evangelho com pessoas da sua própria cultura;


3. Você deseja “civilizar” outras culturas, especialmente de acordo com a sua própria civilização;


4. Você já tentou outras coisas e não sabe mais o que fazer;


5. Você pensa que isso finalmente te trará a satisfação e a paz que você tem procurado;


6. Seus pais eram missionários e você quer continuar os negócios da família;


7. Você deseja ver o mundo;


8. Sua igreja é muito voltada para missões e você não quer parecer menos espiritual por não fazer o que todo mundo também está fazendo;


9. Você gosta de construir casas para as pessoas;


10. Você pensa que isso te fará mais justo perante Deus.



Dez motivos para ser um missionário:


1. Você adora Deus com todo o seu coração e é consumido pelo desejo de anunciar sua Glória para todos os povos;


2. Você ama compartilhar o evangelho com os não crentes ao seu redor e gostaria de fazer o mesmo em outra cultura;


3. Você deseja ver o arrependimento e a fé que vem de Deus salvando uma cultura tão necessitada quanto a sua;


4. Você sente um chamado irresistível para pregar o evangelho e compartilhar o amor de Deus em outro país, e amigos seus que são maduros na fé também vêem esse caminho para você;


5. Você sente tanta alegria e satisfação em Jesus que não consegue simplesmente não querer servir os perdidos ao redor do mundo;


6. Deus usou seus pais missionários para fazer crescer em você um amor pelos eleitos de Deus espalhados pelo mundo que nunca ouviram o evangelho;


7. Você quer ver o mundo cheio da alegria e da glória de Deus;


8. Sua igreja muito voltada para missões te convenceu que seus medos e seu egoísmo estão te impedindo de perseguir sua vocação missionária;


9. Você gosta de plantar igrejas que ensinam e doutrinam seus próprios membros para diversos serviços;


10. Você é justo perante Deus mediante Jesus Cristo e deseja compartilhar essa mesma verdade com os outros. 


Traduzido por Filipe Schulz 


Fonte: Iprodigo 

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O futuro do movimento de Lausanne - René Padilla


Os números relacionados com o Terceiro Congresso Internacional de Evangelização Mundial — que aconteceu na Cidade do Cabo, África do Sul, de 17 a 24 de outubro, sob o tema “Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo” (2 Coríntios 5:19) — são impressionantes. Estiveram presentes mais de 4 mil participantes de 198 países. Além disso, houve cerca de 650 sites de Internet conectados com o Congresso em 91 países e 100 mil “visitas” de 185 países. Isto significa que milhares de pessoas de todo o mundo puderam assistir às sessões por meio da Internet. Doug Birdsall, o presidente executivo do Movimento de Lausanne, provavelmente tem razão em afirmar que Cidade do Cabo 2010 foi “a assembleia evangélica global mais representativa da história”. Sem dúvida, este resultado foi alcançado, em grande medida, por meio de seu longo esforço. 

Igualmente impressionantes foram os muitos arranjos práticos que se fizeram antes do Congresso. Além do difícil processo de seleção dos oradores para as plenárias e para os “multiplexes” (seminários) e as sessões de diálogo, dos tradutores e dos participantes de cada país representado, havia duas tarefas que devem ter envolvido muito trabalho antes do Congresso: a Conversa Global de Lausanne, para possibilitar que muita gente ao redor do mundo fizesse seus comentários e interagisse com outros, aproveitando os avanços tecnológicos contemporâneos; e a redação da primeira parte (a teológica) do Compromisso da Cidade do Cabo, redigida pelo Grupo de Trabalho Teológico de Lausanne, sob a direção de Christopher Wright. 

Uma avaliação positiva de Lausanne III 
A melhor maneira de comprovar o valor de uma conferência como Lausanne III é analisar os resultados concretos que ela produz posteriormente em relação com a vida e missão da igreja. Por esta razão, a avaliação presente da conferência que acaba de ser realizada na Cidade do Cabo tem que ser considerada como nada mais do que uma avaliação preliminar. 

Cada um dos seis dias de programa (com um dia livre entre o terceiro e o quarto) tinha um tema: 

1) Segunda-feira – Verdade: Defender a verdade de Cristo em um mundo pluralista e globalizado. 
2) Terça-feira – Reconciliação: Construir a paz de Cristo em nosso mundo dividido e ferido. 
3) Quarta-feira – Religiões Mundiais: Testemunhar o amor de Cristo a pessoas de outras crenças. 
4) Sexta-feira – Prioridades: Discernir a vontade de Deus para evangelização deste século. 
5) Sábado – Integridade: Chamar a igreja de Cristo de volta à humildade, integridade e simplicidade. 
6) Domingo – Parceria: Formar parceria no corpo de Cristo rumo ao novo equilíbrio global. 

Cada um destes temas chaves, qualificados como “os maiores desafios para a igreja na próxima década”, era o tema de estudo bíblico e da reflexão teológica a cada dia pela manhã. O texto bíblico que se usava na série intitulada “Celebração da Bíblia” era a carta aos Efésios. Um dos aspectos mais positivos do programa foi o estudo indutivo da passagem do dia, em grupos de seis membros sentados ao redor de uma mesa. Isto deu aos membros do grupo a oportunidade de aprender juntos, de orar uns pelos outros, desenvolver novas amizades e construir alianças para o futuro. Ao estudo bíblico em grupos, seguia a exposição da passagem de Efésios selecionada para esse dia. Sem minimizar a importância da música, do teatro, das artes visuais, dos testemunhos e das apresentações multimídia, uma alta porcentagem dos participantes sentiu que o tempo dedicado a “Celebrar as artes” poderia ter sido reduzido para dar mais tempo para “Celebrar a Bíblia”, atividade que gostaram muito.

Cabe fazer uma menção especial aos vários testemunhos que foram dados nas sessões plenárias pela manhã por certas pessoas cuja experiência de vida ilustrava claramente o tema do dia. Quem que esteve ali poderia se esquecer, por exemplo, da jovem palestina e do jovem judeu que falaram juntos sobre o significado da reconciliação em Cristo acima das barreiras raciais? Ou da missionária estadunidense que falou sobre testificar do amor de Cristo a pessoas de outras religiões, contando como vários cristãos — incluindo seu esposo, médico de profissão — foram assassinados por muçulmanos enquanto regressavam de um povoado isolado onde haviam estado servindo movidos pela compaixão cristã no Afeganistão?

Nos “multiplexes” e nas sessões de diálogo de cada dia (à tarde), foram exploradas em profundidade as implicações práticas do estudo e da reflexão bíblicas da manhã. Certamente que o debate mais relevante sobre os diferentes temas não se realizava necessariamente dentro dos limites de tempo definidos no programa mas nas conversas informais fora do programa oficial. De qualquer maneira, é um fato que muita da reflexão mais rica sobre os assuntos relacionados com os problemas globais contemporâneos se dava nas sessões da tarde. Estas sessões participativas, nas quais se levavam em conta a compreensão da diversidade de perspectivas representadas; a contextualização de ideias, modelos, contatos e materiais; e o compromisso para articular planos de ação, serão a base para a segunda parte do Compromisso da Cidade do Cabo. O plano é publicar o documento de duas partes (a teológica e a prática) com um guia de estudo no fim de novembro. 

Dos vinte e dois multiplexes que se ofereceram durante o Congresso, houve especialmente três que enfocavam assuntos que poderiam ser considerados como os mais críticos para o hemisfério Sul: a globalização, a crise ambiental e a relação entre riqueza e pobreza. Estes três fatores estão vinculados intimamente entre si e, em vista do enorme impacto que produzem em milhões de pessoas no mundo das grandes maiorias, merecem muito mais atenção que receberam até o momento por parte do movimento evangélico. 

Sérias deficiências 
Segundo a definição oficial de sua missão, o Movimento de Lausanne existe para “fortalecer, inspirar e equipar a Igreja para a evangelização mundial em nossa geração, e exortar os cristãos sobre seu dever de participar em assuntos de interesse público e social”. Uma análise detalhada desta definição expõe a dicotomia que influenciou um grande segmento do movimento evangélico, especialmente no mundo ocidental: a dicotomia entre evangelização e responsabilidade social. Por causa desta dicotomia, relacionada estreitamente com a dicotomia entre o secular e o sagrado, o Movimento de Lausanne se propõe a “fortalecer, inspirar e equipar a Igreja para a evangelização” mas só “exortar os cristãos” a respeito de sua responsabilidade social. O pressuposto que está implícito é que a missão prioritária da igreja é a evangelização, concebida em termos de comunicação oral do Evangelho; enquanto que a participação em assuntos de interesse público e social — as boas obras por meio das quais os cristãos cumprem sua vocação como “luz do mundo” para a glória de Deus (Mateus 5:16) — é um dever secundário, para o qual os cristãos não necessitam ser fortalecidos, inspirados e equipados, apenas exortados. 

Na exposição bíblica de terça-feira, baseada em Efésios 2 (o segundo dia do Congresso), esclareceu-se, a partir do texto bíblico, que Jesus Cristo é nossa paz (v.14), fez nossa paz (v.15) e anunciou paz (v.17). Em outras palavras: em Cristo, o ser, o fazer e o proclamar paz (“shalom”, vida em abundância) são inseparáveis. A igreja é fiel ao propósito de Deus na medida em que ela prolonga a missão de Jesus Cristo na história, manifestando a realidade do Evangelho concretamente não apenas pelo que diz mas também pelo que é e pelo que faz. A missão integral da igreja está enraizada na missão de Deus em Jesus Cristo, missão que envolve toda a pessoa em comunidade, a totalidade da criação e cada aspecto da vida. 

A exposição bíblica baseada em Efésios 3, no dia seguinte, pôs em relevo a necessidade urgente que o Movimento de Lausanne tem de esclarecer teologicamente o conteúdo da missão do povo de Deus. Em contraste com o que se disse no dia anterior, o pregador designado para a quarta-feira afirmou que, se bem que a igreja se preocupa com toda a forma de sofrimento humano, ela se preocupa especialmente pelo sofrimento eterno e, consequentemente, está chamada a dar prioridade à evangelização dos perdidos. 

Uma séria deficiência de Lausanne III foi não dar tempo para a reflexão séria sobre o compromisso que Deus espera de seu povo em relação à sua missão. Lamentavelmente, não houve tempo para dialogar sobre o Compromisso da Cidade do Cabo, sobre o qual o Grupo de Trabalho Teológico, dirigido por Christopher Wright, tinha trabalhado por um ano com a intenção de circulá-lo no começo do Congresso. Compartilhou-se o documento apenas na sexta-feira à noite, e não foram tomadas medidas para que os participantes escrevessem pelo menos seus comentários pessoais antes do encerramento da conferência em resposta a perguntas específicas. Segundo o Comitê Executivo, não havia tempo para isso! A postura negativa assumida pelos organizadores do programa a respeito da recomendação de um grupo de participantes anciãos interessados em conseguir que todos os participantes vissem o documento como algo seu, não apenas conspira contra esse propósito. É também um sinal de que o Movimento de Lausanne está ainda muito longe de alcançar a parceria sem a qual não tem base para se considerar um movimento global. 

Em comparação com o tratamento que recebeu o documento produzido pelo Grupo de Trabalho Teológico, dedicou-se, na quarta-feira, toda uma sessão plenária à estratégia para a evangelização do mundo nesta geração — uma estratégia elaborada nos Estados Unidos baseada numa lista de “grupos de povos não-alcançados” preparada pelo Grupo de Trabalho Estratégico de Lausanne. Tal estratégia refletia a obsessão pelos números, típica da mentalidade de mercado que caracteriza um setor do movimento evangélico dos Estados Unidos. Por outro lado, segundo muitos participantes do Congresso que conhecem de primeira mão as necessidades de seus respectivos países em relação à evangelização, a lista de grupos de povos não-alcançados não fazia justiça à situação real. Curiosamente, não constava na lista nenhum grupo não-alcançado nos Estados Unidos! 

Outra deficiência de Lausanne III foi que, como destacou o Grupo de Interesse em Reconciliação, não se fez nenhuma menção oficial ao fato de que o Congresso estava sendo realizado num país que até poucos anos estava dominado pelo Apartheid e ainda sofre a injustiça social resultante desta política. Na realidade, o Congresso realizou-se no Centro Internacional de Convenções que foi construído sobre o terreno que se reivindicou com os escombros do Distrito Sul da Cidade do Cabo quando, em 1950, esse distrito foi declarado uma zona exclusiva para brancos. Consequentemente, cerca de 60 mil habitantes negros foram expulsos da área à força e seus lares foram arrasados por completo. Entretanto, os organizadores da Cidade do Cabo 2010 fizeram ouvidos surdos ao pedido do Grupo de Interesse em Reconciliação que rechaçasse oficialmente “as heresias teológicas que deram sustento ao Apartheid” e lamentasse “o sofrimento sócio-econômico que é o legado atual do Apartheid”. Alguém pode se perguntar quão sério são os líderes do Movimento de Lausanne em seu compromisso com o Pacto de Lausanne, segundo o qual “a mensagem da salvação implica também uma mensagem de juízo sobre toda forma de alienação, opressão e de discriminação, e não devemos ter medo de denunciar o mal e a injustiça onde quer que existam” (parágrafo 5). 

A parceria na missão e o futuro do Movimento de Lausanne 
Um fato que hoje reconhecem e mencionam com frequência aqueles que têm interesse na vida e missão da igreja em nível global é que, nas últimas décadas, o centro de gravidade do cristianismo se deslocou do Norte e do Ocidente para o Sul e o Oriente. Apesar disso, com demasiada frequência os líderes cristãos do Norte e do Ocidente, especialmente nos Estados Unidos, continuam considerando que eles são os encarregados de desenhar a estratégia para a evangelização de todo o mundo. Como se afirma na página sobre o “Sexto Dia – Parceria” do livro que contém a descrição detalhada do programa do congresso, “o centro da liderança organizacional, do controle financeiro e das tomadas de decisão tende a permanecer no norte e no ocidente”. 

Tristemente, o maior obstáculo para implementar uma verdadeira parceria na missão é a riqueza do Norte e do Ocidente; a riqueza que Jonathan Bonk, em seu importante livro sobre “Missions and Money” [Missões e dinheiro], descreveu como “um problema missionário ocidental”. Se é assim, e se o Movimento de Lausanne vai contribuir significativamente com o cumprimento da missão de Deus por meio do seu povo, chegou o momento de que a força missionária conectada com este movimento, incluindo seus estrategistas, renuncie ao poder do dinheiro e modele a vida missionária na encarnação, no ministério terreno e na cruz de Jesus Cristo. 

- Texto enviado pelo autor para Editora Ultimato. Traduzido por Novos Diálogos.


• René Padilla, autor de O Que é Missão Integral?, é um dos teólogos e pensadores protestantes latino-americanos mais conhecidos em todo o mundo. Nascido no Equador e residente em Buenos Aires, Argentina, é fundador e presidente da Fundação Kairós e da Rede Miqueias.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Curso para Mobilizadores de Missões para crianças


Curso para Mobilizadores de Missões para crianças

Data de Início:06/12/2010 
Data do Término:10/12/2010 
Local: Acampamento Waldomiro Ferreira da Silva 
Endereço: Patrimônio Selva, saída para Curitiba (PR)
Descrição: MIAF KIDS estará realizando um curso de capacitação para mobilização 
de crianças para missões.

Informações e Inscrições:
Tel: (43) 3357-1200
Email: miafkids@miaf.org.br

sábado, 20 de novembro de 2010

CURSO ÁRABES NO PROPÓSITO DIVINO: ANÁLISE BÍBLICA, HISTÓRICA E TEOLÓGICA


Curso Árabes no Propósito Divino: Análise Bíblica, Histórica e Teológica

Dr. Tony Maalouf / SP2010 - São Paulo, Brasil 
 6 a 10 de Dezembro de 2010

Estudo dos povos Árabes dentro da história bíblica e seu desenvolvimento social, cultural, econômico e religioso. O curso explora as circunstâncias bíblicas, teológicas e históricas que acompanharam o desenvolvimento da linhagem arábica de Abraão e suas implicações para o Islamismo e o conflito atual no Oriente Médio.


Para maiores informações acesse: http://www.iibetcursomisionologico.com/ 

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Entrevista com Paulo Feniman, da MIAF




http://www.bomlider.com.br

"É preciso entender que pelos padrões bíblicos as agências missionárias não enviam missionários e sim a Igreja Local, o chamado para o cumprimento da missao é da Igreja acima de qualquer coisa."

Paulo Feniman é formado em Teologia pela FTSA – Faculdade Teológica Sul Americana e em Computação Gráfica pela UNOPAR – Universidade Norte do Paraná. Preletor em conferências e congressos missionários no Brasil e América do Sul. Atualmente é Diretor Executivo da MIAF – Missão para o Interior da África, onde coordena o treinamento e envio de missionários entre povos africanos. É coordenador de Alianças Estratégicas da AMTB – Associação de Missões Transculturais Brasileira, membro da IPA  International Partners Association e membro do Conselho Internacional da AIM – Africa Inland Mission. É casado com Patrícia e pai do pequeno Felipe de 7 anos e de Gabriela de 3 mês.

ENTREVISTA

Bom Líder - O que de fato motivou a recém criação do Departamento de Alianças Estratégicas na AMTB?

Paulo Feniman - Na verdade o modelo de alianças é algo bem presente em países da América Latina, mas no Brasil nunca deslanchou. Percebemos no ano de 2009 que as agências e organizações missionárias pouco falavam ou trabalhavam em alianças para alcançar os mesmos objetivos. Então depois de um treinamento na Costa Rica trouxemos a idéia para o Brasil e estamos num processo de implantação. E é claro que não podemos nos esquecer que acima de tudo a idéia de unidade é algo Bíblico. Jesus por duas vezes ora por unidade, a primeira vez pelo seus discípulos (João 17.11) e logo em seguida ele ora pela Igreja (João 17.20 e 21).

Bom Líder - Como vai atuar o Departamento de Alianças Estratégicas da AMTB?

Paulo Feniman - A idéia é trabalhar com o principio básico da parceria, buscar organizações que tenham algo que possam ajudar outros e vice-versa. Para criarmos este link entre organizações e igrejas será necessário: pesquisas sobre o movimento missionário brasileiro, que inclusive já está em andamento através do sitewww.aliancasestrategicas.com.br , assim como, treinamento de líderes sobre como construir alianças duradouras. Pensamos que com o tempo poderemos ver a Igreja Brasileira crescendo na visão de parcerias.

Bom Líder - Você acredita que para a evangelização mundial ser mais frutífera é importante que as agências missionárias estejam aliançadas estrategicamente?

Paulo Feniman - Não tenho dúvidas disso, o que nós vemos nos nossos dias são igrejas e agências missionárias muitas vezes disputando entre si ao invés de trabalharem juntas. Não é difícil ver organizações decidirem ir para um lugar ou outro não pela ausência do evangelho, mas sim pela ausência de sua bandeira organizacional ou denominacional.

Bom Líder - O Apóstolo Paulo escreveu aos Romanos sobre o seu esforço em pregar o evangelho onde Cristo ainda não tinha sido anunciado, pois, não queria correr o risco de edificar sobre fundamento alheio. Esse é o mesmo proceder das agências missionárias brasileiras?

Paulo Feniman - Como disse antes, infelizmente não. Mas quando falo de parceria ou de sua ausência, não estou falando necessariamente da questão de trabalho duplicado, falo da falta de intencionalidade de criar projetos de trabalho em conjunto para que o evangelho seja pregado em lugares menos alcançados e também da necessidade de igrejas de denominações diferentes se juntarem para atender um bairro ou lugar carente de uma cidade ou região. Utopia? Eu creio que não, eu creio que a oração de Jesus no Evangelho de João era exatamente sobre isso.

Bom Líder - Você acredita que o missionário brasileiro está melhor preparado para atuar tanto no Brasil como no exterior?

Paulo Feniman - Eu creio que sim, o Brasil cresceu muito no treinamento e no desenvolvimento de estratégias missionárias. Com isso nossos missionários trabalhando em campos transculturais estão muito mais preparados. O maior exemplo disso é um número cada vez menor de retorno prematuro do campo.
Claro que existem agências e agências, isso quer dizer que ainda existem organizações que enviam seus missionários para o campo sem nenhum cuidado pastoral, estratégia ministerial, sustento adequado, seguro internacional de saúde e outros fatores que podem garantir um excelente ministério com durabilidade e eficácia.

Bom Líder - Como é a relação no Brasil entre a Agência Missionária e a Igreja Local?

Paulo Feniman - Nós temos um movimento de modelos de igrejas no Brasil que muitas vezes desconsidera a tarefa missionária da igreja local, mas por outro lado há igrejas que já tem uma história missionária de muitos anos e outras que estão dispostas a aprender e iniciar um processo de resposta em relação a grande comissão, desta forma, o que eu tenho visto são igrejas começando uma caminhada ao lado de agências para enviar seus missionários.
É preciso entender que pelos padrões bíblicos as agências e/ou organizações missionárias não enviam missionários e sim a Igreja Local, o chamado para o cumprimento da missao é da Igreja acima de qualquer coisa. As agências surgiram ao longo dos tempos para responder necessidades específicas, isso quer dizer que as agências são um braço de apoio para a igreja local.

Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site http://www.bomlider.com.br/ e comunicada sua utilização através do e-mail ivancordeiro@bomlider.com.br

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Projeto Tri-Radical Sertão JUVEP - Alcançando sertanejos rurais, quilombolas e indígenas nordestinos

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O QUE É O PROJETO TRI-RADICAL SERTÃO?

É uma desafiadora iniciativa missionária com o objetivo é ver igrejas plantadas entre populações não alcançadas do sertão rural incluindo comunidades quilombolas e povos indígenas do nordeste. Equipes solidárias, de jovens e adultos dispostos a viver um estilo de vida simples, levarão o Evangelho transformador de Deus à região de um dos maiores desafios missionários em terras tupiniquins.
O Tri-Radical Sertão é, também, parte importante do processo de preparo de novos missionários.
O Projeto Radical Sertão é um programa do Ministério JUVEP, que desde 1982 desenvolve no nordeste brasileiro o preparo de novos líderes, despertamento missionário de igrejas locais e plantação de igrejas em cidades do sertão nordestino em parceria com as várias denominações evangélicas de todo país. Desde 1998 a Juvep implantou o Centro Nordestino de Missões, assim ampliando o seu trabalho para a preparação e envio de missionários transculturais.

SAIBA MAIS CLICANDO AQUI.

domingo, 7 de novembro de 2010

PRINCIPAL CAMPO MISSIONÁRIO DO SÉCULO XXI: AS CIDADES


http://www.pesquisas.org.br

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O CONTEXTO DA MISSÃO URBANA – ONDE?

"As cidades são o principal campo missionário do século XXI".

Com essa frase o Dr. Charles Van Engen[1], iniciou sua série de preleções sobre missão urbana[2], em março de 2002, na cidade de Londrina (PR). Sua afirmação é uma verdade latente e preocupante por parte dos missiólogos espalhados pelo mundo inteiro. A preocupação dos acadêmicos é proporcional ao crescimento dos centros urbanos. O grande desafio hoje é levantar os olhos e ver a cidade como um grande campo branco pronto para a ceifa (Jo 4:35).

A urbanização é um fenômeno mundial. Cerca de metade da população mundial, que já atingiu a cifra de seis bilhões e meio de pessoas, mora em cidades. Na década de 60, a população urbana representava 34% da população do planeta. Esse número saltou para 44% em 1992, e existe uma estimativa de que 61,01 % da população mundial esteja vivendo em cidades até 2025.
No Brasil, o assunto não é diferente, muito embora, o crescimento aqui foi mais acelerado que outros países. O Brasil deixou de ser um país essencialmente rural no fim da década de 60, quando a população urbana chegou a 55,92%. A mecanização das atividades rurais e a atração exercida pelas cidades como lugares que oferecem melhores condições de vida são dois dos principais fatores do êxodo rural.
Atualmente, o país conta com 81,23% de seus habitantes morando em áreas urbanas (IBGE - censo 2000). Houve um acréscimo de 26,8 milhões de habitantes urbanos desde o último censo de 1991, devido ao crescimento vegetativo nas áreas urbanas, à migração com destina às cidades e à incorporação pelo IGBE de áreas, que em censos anteriores, eram consideradas rurais.
Esse fenômeno de “abandono” do campo e de migração para centros urbanos, não é um fato isolado do contexto brasileiro, mas de toda América Latina e parte mais oriental da Ásia. Já a África e Ásia (mais ocidental) apresentam um crescimento urbano acelerado, mas proporcionalmente diferente da América Latina, porque sua fase de industrialização cresceu principalmente nas últimas 3 décadas, e o deslocamento da população rural para esses pólos, deu-se principalmente nos últimos 20 anos. Hoje a população urbana do continente africano é de 37, 5% da população total, mas em crescente expansão.
De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), até 2015 4 bilhões de pessoas viverão em cidade. O número de cidades com mais de 10 milhões de habitantes (mega-cidades) será de 26 até o ano supracitado. Para comparar, em 1950, existia apenas uma cidade com esse número de habitantes em todo planeta, Nova York.
As cidades, principalmente nesses “dois terços” do mundo, não crescem apenas em população, mas também em problemas sociais, econômicos e políticos. Pobreza, violência, fome, doenças, favelas,..., os problemas são imensos. Segundo Viv Grigg [3], parte considerável da população das maiores cidades dos “dois terços” vivem em favelas. É notório que a má distribuição de renda,
“expulsa a população rural, que migra para as cidades. Também contribuem para esse deslocamento os baixos investimentos dos governos na agricultura e a ausência de políticas agrárias. O crescimento natural da população responde por 60% do incremento urbano. O acelerado aumento da população urbana deixa as cidades mais suscetíveis a crises periódicas ou permanentes, em razão da pobreza, da degradação ambiental, da qualidade dos serviços urbanos e das precárias condições de infra-estrutura. De acordo com a ONU, 250 milhões de pessoas não recebem água tratada, 400 milhões não contam com esgoto e 500 milhões estão sem moradia.” [4]
Da população mundial mais 50% vivem em cidades, e em 2030, serão 60% da população. Outro grande problema é a formação de megacidades. Essas são áreas com uma população igual ou superior a dez milhões de habitantes. De acordo com a ONU, estima-se que no ano 2015 haverá, ao redor do globo, 28 cidades com mais de 10 milhões de habitantes[5], e Tóquio, Mumbai, Jacarta, Karachi, Lagos e São Paulo terão mais de 20 milhões de habitantes. Outro fator que devemos notar é que 14 das 21 maiores metrópoles do mundo se localizam em países subdesenvolvidos[6].
Num relatório do BIRD (Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento - Banco Mundial) divulgado em 15 de setembro de 1999, para absorver os 2,4 bilhões de novos residentes urbanos, nos próximos 30 anos, as cidades terão que fazer maiores investimentos em moradia, água, saneamento, transporte, energia e telecomunicações. [7]
Portanto, além de acumular pessoas, as cidades acumulam problemas. Os problemas são diversos: estruturais, econômicos, sociais, políticos. Para muitos, vida urbana passou a ser sinônimo de desemprego, pobreza, favelas, congestionamento, poluição.
Outra categoria nos estudos urbanos é o da cidade global. Estudos feitos recentemente mostram que hoje existem no mundo cinqüenta e cinco cidades-globais. Para sabermos se uma cidade é global, leva-se em conta o número de escritórios das principais empresas (em contabilidade, consultoria, publicidade e banco e consultorias) a sua rede financeira/bancária, de telecomunicações etc. As cidades globais são vetores importantes da globalização. Elas são sede de poder e por meio delas que a economia global é administrada, coordenada e planejada. Elas formam uma rede onde transitam os trilhões que alimentam os mercados financeiros internacionais. Elas formam também uma teia que dissemina serviços especializados para a indústria e para o comércio, concentram as estruturas de comando das 37 mil empresas transnacionais atualmente existentes[8]Algumas cidades são, simultaneamente, cidades-globais (concentram poder) e megacidades (população superior a 10 milhões de pessoas). Nova York e São Paulo estão nessa categoria.
Uma tentativa de definir e categorizar cidades globais foi feita pelo Globalization and World Cities Study Group & Network (GaWC), baseado primariamente na Universidade de Loughborough, no Reino Unido. As cidades consideradas globais foram categorizadas no com base em sua provisão de "serviços avançados de produção", tais como finanças, firmas de advocacia e publicidade. A GaWC categorizou estas cidades globais em três diferentes níveis, estes variando de acordo com a importância relativa da cidade em questão. Cada nível contém dois ou três subníveis. A pesquisa também categorizou outras cidades em um quarto nível, que possuem potencial em se tornarem cidades globais no futuro. As cidades mais influentes do mundo foram categorizadas em três diferentes classes: Alfa , Beta e Gama. Estas cidades estão divididas em subníveis dentro de suas classes, baseadas no número de pontos dado a estas cidades pela pesquisa da GaWC.

São Paulo é considerada uma Cidade Global Alfa - ; e o Rio de Janeiro, Cidade Global Beta -.
Concluindo, a urbanização, portanto é um fenômeno que acontece nos quatro cantos do globo, com mais intensidade nos países dos Dois-Terços do mundo.

A Cidade e a Cultura
Contudo, a cidade não é apenas população e problemas sociais, mas uma concentração cultural. Olhando para isso, é possível entender que a cidade deixou de ser um conceito geográfico e passou a ser um conceito sociológico.
Por um lado, as pessoas que migram de diferentes regiões procuram se concentrar, formando “guetos culturais”. São formados grupos que tentam manter vivas as tradições da terra natal, como os Centros de Tradição Gaúcha, espalhados por todo país. Isso é uma maneira de fortalecer os laços culturais.
Contudo, as influências externas tendem a transformar a cultura natal em algo mesclado com outras culturas. Em muitos momentos, a cultura da terra natal não representa tanto e os principais valores culturais aprendidos são misturados com outros em diversas situações. Acontece uma fusão de elementos culturais diferentes, ou até mesmo antagônicos, em um só elemento, continuando perceptíveis alguns sinais originários. Diante disso são formados grupos que compartilham de interesses e gostos análogos.
Por outro lado, existe uma cultura que é própria da urbanização, levando os habitantes da cidade, tanto os de classe média alta como os de classe baixa, a pensarem de modo individualista. De acordo com texto organizado por Carlos Fortuna encontramos que são quatro os traços principais que levam à consumação desse pensamento individualista:
1) o intelectualismo, pelo qual, e aos contrário do que acontece em pequenas localidade, o sujeito se vê forçado a conter as suas emoções e a agir de modo racional; 2) a reserva mental, ou a criação de distâncias nos contatos quotidianos, como mecanismo de auto-proteção da individualidade; 3) o espírito calculista e pragmático como garantia de sobrevivência numa cultura quantitativista e 4) a atitude blasé, um traço psíquico que remete para a banalização das diferenças e a (auto) desvalorização pessoal [9] (grifo do autor)
Concluindo, a cidade é um amontoado de culturas diversas misturadas com culturas locais, preservando valores originários. É também um lugar onde impera o individualismo, onde as pessoas tendem a competir para conquistar um melhor lugar dentro da sociedade vigente.
A Cidade e a igreja
E a igreja, onde fica na cidade? Para entender como a igreja se relaciona com a cidade precisamos recorrer à história.
A igreja cristã teve um papel fundamental no curso da história humana. Quando Jesus e seus seguidores fundaram a igreja, ela expandiu-se nas cidades, nos vilarejos e nas áreas rurais de todo o mundo, principalmente no Oriente próximo e Ocidente. No Período Apostólico (séc. I, II, e III), a igreja tinha uma relação de misericórdia para com a cidade e seus habitantes. Era um período da igreja escondida. Era clandestina, vivendo em catacumbas e reunindo-se nas casas dos irmãos. Depois, no Período Imperial (séc IV ao XVI), a igreja sai da clandestinidade para o reconhecimento. Sai da obscuridade e aparece no palco do mundo. O grande iniciador de tudo isso foi o imperador Constantino, o “grande”, que se “converteu” ao Cristianismo e tornou-a religião oficial de todo império romano. Solidifica-se nas cidades, construindo, principalmente na Europa, com grandes catedrais e universidades. Tudo agora dependia da igreja, e óbvio de seus líderes. Reis e rainhas eram coroados pelo Papa, sujeitando, de certa forma, todo o poder do estado à Roma. Neste período o mundo viveu a “era das trevas”.
Com a Reforma, a igreja passou a olhar mais para os moradores da cidade. Uma das primeiras atitudes dos reformadores foi de traduzir a Bíblia na linguagem do povo. Neste período ainda a igreja ditava as regras, fosse católica ou protestante. Com as duas grandes revoluções da história, a Francesa e a industrial, a igreja começou a perder seu poder. Até este período, a igreja se encontrava sempre na vanguarda da história, e agora passa à retaguarda. Isso é de suma importância para entendermos o papel da igreja nas cidades hoje.
Nesta última fase, desde a Revolução Industrial até hoje, a igreja passa a ter uma atitude reacionária com a cidade. Antes, acostumada a estar na frente de decisões políticas, econômicas e sociais, se vê agora sem rumo e precisa redefinir seu papel. A partir disso então, a igreja passa a viver sempre na retaguarda das cidades, sempre reagindo às necessidades da população.
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[1] Importante missiológo contemporâneo, Rev. Van Engen (Ph.D.) desenvolve seu trabalho na School of Word Mission, do Fuller Theological Seminary em Pasadena (CA), EEUU.
[2] Anotações pessoais da 1ª Conferência de Missão Urbana, ocorrida nas dependências da FTSA (Londrina – PR), de 22/03 a 24/03/2002.
[3] GRIGG, Viv.  A Nova Fronteira – Os Pobres Urbanos não-alcançados.   IN: Boletim da SETE. v. V, n.10 Jul/Set 1988.
[4] Mega Cidades. IN: Almanaque Abril 2002. São Paulo: Abril, 2002.
[5] Roger S. GREENWAY. O desafio da urbanização no mundo. IN: Go and make disciples. P&R Publishing, 1999 (tradução por Ricardo Agreste).
[6] Maria da Glória GOHN. O futuro das cidades. http://www.lite.fae.unicamp.br/revista/art03.htm
[7] Mônica YANAKIEW. Pobreza mundial estará concentrada em centros urbanos. São Paulo: O Estado de São Paulo, 16/09/1999. www.estado.estadao.com.br/edicao/pano/99/09/15/ger712.html
[8] Maria da Glória GOHN. Op.Cit. p.2
[9] Carlos FORTUNA (org.). Cidade, cultura e globalização: estudos de sociologia (07/06/2002).  http://www.ces.fe.uc.pt/publicacoes/outras/199701/introducao.html