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quinta-feira, 28 de julho de 2011

O Valor da Antropologia para Missões



“Eu creio que o missionário precisa pelo menos de duas coisas: uma é estudar as Escrituras, estudando teologia, teologia bíblica e teologia sistemática. A outra é estudar as pessoas e saber como se comunicar com as pessoas. A antropologia é importante para ajudar-nos a entender as pessoas. Muitos missionários não conhecem o povo, a cultura; a antropologia é essencial para que sejamos bons missionários. Mas a antropologia também pode nos ajudar a estudar as Escrituras porque ela nos ajuda a entender as pessoas envolvidas nas Escrituras”. (www.missaoavante.com.br)


1 – A Antropologia oferece ferramentas teóricas para o trabalho pratico missionário 

A Antropologia Missionária traz instrumentos dos conhecimentos, conceitos, teorias e hipóteses da moderna antropologia para a prática missionária, ela pesquisa o estudo da humanidade na música, literatura, filosofia, economia, história, geografia religião, comunicação, letras e nas relações inter-pessoais. Por fim, analisa estas matérias e se pergunta como elas se desenvolveram se modificaram e qual o seu significado para a comunicação do evangelho para o povo-alvo.

Paul Hiebert, missionário, professor de antropologia, autor de vários livros sobre antropologia missionária e considerado o principal antropólogo cristão da atualidade, ao ser indagado sobre a importância da antropologia para a obra missionária, responde:

2 – A antropologia visa apresentar os aspectos-chave da cultura ao missionário

Antes de um missionário (principalmente o pioneiro) ir para uma cultura diferente da sua é importante que ele estude, conheça e interaja com essa cultura. Pois fazendo isso ele poderá se prevenir de atos que poderiam ofender profundamente mesmo sem querer e que poderia ter sido facilmente evitado. Nesta preparação inicial ele vai conhecer melhor os sentimentos do povo sobre as diversas composições de seu meio.

O ministério do Apóstolo Paulo ilustra isso ao reconhecer Epimênides (profeta cretense não-cristão) como um verdadeiro profeta para embasar um julgamento dele sobre o povo. Estudos revelam que Aristóteles, Platão e Cícero também o consideravam profeta. Isso indica que Paulo conhecia bem a cultura dos cretenses. Conhecer costumes e tradições é crucial da estratégia missionária.

3 – O estudo antropológico visa preparar o missionário para a adaptação cultural

A antropologia missionária tem contribuído com as missões na medida que tem mostrado aos missionários a maneira como devem se comportar dentro do contexto próprio do povo. Como já foi dito, a geografia, a história, a estrutura econômica, suas artes existem de maneira a preservar a existência da comunidade. Portanto é um crime contra a cultura o missionário chegar com os valores de onde veio e querer imprimir sobre o povo ao qual foi enviado. Antes pelo contrário, ele deve se adaptar ao seu modo cultural desde que não conflituem com o evangelho.

É importante que ele reconheça a diferença da cultura, e a partir desse reconhecimento, ele se comporte semelhantemente à maneira cultural corrente. É como se um missionário fizesse duas malas para a viagem: uma para usar e outra para não usar. Na primeira é importante que ele coloque o básico para viver dignamente os seus primeiros dias ali (até atribuir a forma própria do povo). Na segunda ele deveria colocar todos os seus pré-julgamentos culturais e a cultura que aprendeu para não utilizar. Se ele não fizer essas duas malas, a sua missão poderá encontrar grande dificuldade.

Portanto a antropologia tem como interesse poder amenizar o impacto dos possíveis choques culturais vivenciado pelas famílias missionárias.

4 – O missionário não deve aceitar os fatores culturais que são contrários ao Evangelho

O missionário no exercício do seu ministério ao expor o evangelho de Cristo inevitavelmente encontrar-se-á em um conflito, tendo em vista as doutrinas demoníacas do povo. Nesse momento, ele precisará batalhar fielmente pelo evangelho de Cristo, e não poderá aceitar nenhum tipo de sincretismo. A sã doutrina deve ser defendida com todo o entendimento e todas as forças que o missionário tiver. Como bem disse Judas, uma das colunas da Igreja Primitiva de Jerusalém: “exorto-vos a batalhardes diligentemente pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd 3). Na pregação do evangelho de Cristo não poderá haver nem um acréscimo e nem um suprimento.

Sobre este aspecto da cultural na evangelização, O pacto de Lousanne afirmou o seguinte:

“O desenvolvimento de estratégias para a evangelização mundial requer metodologia nova e criativa. Com a bênção de Deus, o resultado será o surgimento de igrejas profundamente enraizadas em Cristo e estreitamente relacionadas à cultura local. A cultura deve sempre ser julgada e provada pelas Escrituras. Uma vez que o ser humano é criatura de Deus, parte de sua cultura é rica em beleza e bondade. Pelo fato de o ser humano ter caído, toda a sua cultura (usos e costumes) está manchada pelo pecado e parte dela é de inspiração demoníaca. O evangelho não pressupõe a superioridade uma cultura sobre outra, mas avalia todas elas segundo o seu próprio critério de verdade e justiça, e insiste na aceitação de valores morais absolutos, qualquer que seja a cultura em questão. As organizações missionárias muitas vezes tem exportado, juntamente com o evangelho, a cultura de seu pais de origem, e tem acontecido de igrejas ficarem submissas aos ditames de uma determinada cultura, em vez de às Escrituras. Os evangelistas de Cristo, devem, humildemente, procurar esvaziar-se de tudo, exceto de sua autenticidade pessoal, a fim de se tornarem servos dos outros. As igrejas devem se empenhar em enriquecer e transformar a cultura local, tudo para a gloria de Deus” (Mc 7.8,,13; Gn 4.21,22; 1 Co 9.19-23;Fp 2.5-7;2 Co 4.5) (REIFLER, Hans Ulrich. Antropologia missionária para o século XXI. Londrina: Descoberta Editora LTDA, 2003, pag 55)

5 – A Antropologia Missionária pretende preparar o missionário para contextualizar a mensagem

Numa entrevista a um blogger, Paul Hiebert, um dos maiores antropólogo missionário, respondeu sobre as vantagens e o perigo da contextualização da mensagem:“O perigo da contextualização é quando colocamos a mensagem na língua local e na cultura do povo, porque a língua e a cultura do povo podem destruir, mudar a mensagem, ou afastá-la da verdade. Se não tivermos cuidado, o Evangelho pode ser convertido à cultura. Mas há um perigo em não contextualizar; não teremos testemunha, nem mensagem, nem evangelismo. Em ambas as partes há perigo, mas o perigo de não contextualizar é maior do que o perigo de contextualizar. Nós precisamos contextualizar criticamente, pensando e sabendo o que estamos fazendo, não só adotar tudo ou rejeitar tudo, mas fazer isso com critério”. ( http://www.missaoavante.org.br/)

6– A Antropologia Missionária pretende auxiliar o missionário na busca pelos elos eternos de Deus nas culturas para uma pregação eficaz (Fator Melquisedeque)

O missionário e missiólogo Don Richardson, nos seus livros “Senhores da Terra”, “Totem da Paz” e principalmente no “Fator Melquisedeque”, explicou muito bem sobre o que ele mesmo define como “Fator Melquisedeque”. Nestes, ele descreve experiências vividas pessoalmente e por outros missionários em campos de missões narrando também aspectos culturais dos povos com os quais houve contato.

Segundo Richardson, todo povo possui em sua cultura um elo de contato preparado por Deus para receber a mensagem do Evangelho. Portanto quando a testemunha de Cristo alcança uma determinada cultura, através desse elo o contato com a Mensagem cristã pode ser feito.

No livro “Fator Melquisedeque”, Richardson dá exemplo de vários povos com seus elos de contato. Os Cananeus com seu E1 Elyon, os Incas com seu Viracocha, os Santal com seu Thakur Jiu, os Gedeos da Etiópia com seu Magano, os Mbaka da República Centro-Africano com seu Koro, os Chineses com o Senhor do Céu - Shang Ti e os Coreanos com seu Hananim. Em todos os exemplos há noções de um Deus Criador e Sustentados do Univer­so que há muito tempo tinha sido adorado e obedecido, mas que com o passar dos anos foi deixado de lado.

É justamente no exemplo dos Cananeus e o contato de Abraão com o rei Melquisedeque que temos uma evidência de que Deus age através de uma revelação geral entre os povos. Abraão reconhece o sacerdócio de Melquisedeque e lhe oferece o dizimo. Da mesma forma, diz Richardson, temos nos demais exemplos citados, claras provas de revelação geral como testemunho vivo de Deus nas mais diversas culturas.

 Sobre a contribuição da Antropologia Missionária para missões, e o comportamento inicial do missionário no campo, Hans Ulrich Reifler diz que:

“A tarefa da antropologia missionária é permitir que o processo de conscientização e respeito mútuo entre os povos e cultura cresça na vida missionário como entre crentes no mundo inteiro. É importante respeitar os costumes , tradições e hábitos diferentes para evitar erros irreparáveis. Para o diálogo efetivo do evangelho é necessário aceitar, em principio, a estranheza da nova cultura e não questionar nem criticar logo coisas que ainda não compreendemos. O antropólogo R.A. Le Vine argumenta que, quando o individuo se locomove para um novo lugar onde reinam costumes estranhos ou novos, ele precisa adaptar-se ou será estigmatizado pela sociedade local”. (REIFLER, Hans Ulrich. Antropologia missionária para o século XXI. Londrina: Descoberta Editora LTDA, 2003 166 pag.)

Fonte: Perspectivas e Meditações


domingo, 24 de julho de 2011

Eles odeiam missões!

Cristo me Salvou em em 10 de agosto1986. Lembro que no mesmo instante em que sua graça me envolveu libertando-me das garras do diabo, senti-me chamado para o ministério pastoral. Juntamente comigo dezenas de pessoas em minha cidade foram também desafiadas pelo Senhor para servi-lo como líderes, pastores ou missionários. Naqueles dias era comum observar nos cultos, jovens e adolescentes chorando diante de Cristo derramando suaalma consagrando ao Autor e Consumador da fé suas vidas, sonhos e projetos.

Hoje,  25 anos depois, a realidade é bem diferente. Isto porque, boa parte do povo de Deus quer viver a vida desfrutando das alegrias deste tempo deixando para segundo plano o serviço cristão.

Ultimamente tenho visto inúmeros pessoas dizendo:

- Tenho que curtir a vida! Trabalho muito, jamais poderei ser pastor. Eu também sou filho de Deus, preciso descansar um pouco mais, mesmo porque a vida é dura, árdua e difícil. Missões? Não é meu chamado, nem tampouco minha vocação! Meu tempo é curto, infelizmente não vou poder ajudá-lo!

Para piorar a situação boa parte destes irmãos fazem vista grossa ao desafio missionário. Lamentavente esse povo não está preocupado com o Burundi, nem tampouco com o fato de que 20% da população daquele país está fadada a morrer de AIDS. Muito menos com o Peru onde somente 2% da população ouviu falar de Cristo. O que dizer então do Haiti, do Sudão, e de tantos outros países mulçumanos que desconhecem o amor do nosso Deus?

Há!!! Isso não interessa não é verdade?  Até porque, o que interessa mesmo é desfrutar das bençãos de GEZUIS. Nesta perspectiva, o povo busca a Deus no intuito de ser abençoado para experimentar da prosperidade do Reino e nada mais!

Caro leitor, sabe o que me choca? É a indiferença dos cristãos. Infelizmente, o povo não tá nem aí para aqueles que se perdem. Basta olharmos para as ofertas levantadas em nossas igrejas que chegaremos a esta triste conclusão. Enquanto gastamos fortunas investindo na construção de templos nababescos, negligenciamos descaradamente o trabalho missionário. 

Pois é, confesso também que fico impressionado com aqueles que só pensam em si mesmos, isto porque, são incapazes de se envolver diretamente com a causa missionária preocupando-se somente com o lugar que passarão as férias de janeiro.

Isto posto, pergunto:

De que maneira você tem encarado o trabalho de missionário? Qual foi a última vez (isto é, se você um dia o fez) dedicou suas orações intercedendo por missões? E o seu envolvimento financeiro com esta sublime causa?  Quando foi a última vez que você enviou uma oferta para uma família de missionários que por amor a Cristo abandonou o conforto, a segurança e a liberdade do Brasil? Diante do desafio missionário o que você tem feito?  Será que tem fugido ou simplesmente dependurou-se na janela da vida olhando a banda passar?

Pois é cara pálida, lamentavelmente o descaso da igreja brasileira pelo trabalho missonário me dá a impressão de que alguns dos nossos irmão em Cristo odeiam missões.

Está dito!

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Work Shop Paixão e Ação pelos Muçulmanos dias 06 e 07 de Agosto em Brasília

Clique na imagem para ampliar

Você que deseja conhecer mais sobre o avanço missionário entre os povos muçulmanos venha participar deste evento e do café com Missão onde estaremos apresentando a Agência missionária PMI que tem o intuito de servir as igrejas do Centro Oeste no que diz respeito a mobilização de vocacionados para a missão entre os muçulmanos.

Estamos aguardando seu  contato POR EMAIL OU TELEFONE ( 61-81313531 OU 33462425 RAMAL 217 ) para o café com  Missão no dia 06 de Agosto de 2011 as 9h na igreja Jesus Vive  para que possamos nos organizar. O café com missão não terá custo !

Deus abençoe !

Pr Sergio Rezende 
AMIVA

quarta-feira, 20 de julho de 2011

3 sugestões para a educação de filhos de missionários


1. Fale a língua materna

É extremamente importante que a língua materna da criança seja ensinada e usada, principalmente em casa. Os filhos de missionários não podem esquecer a língua de origem, pois quando retornarem para seu país de origem sofrerão com suavidade o choque do retorno. Muitos missionários estão tão preocupados em aprenderem o novo idioma, que esqueceram rapidamente a sua língua materna.

2. Mantenha a identidade cultural

Os pais precisam ajudar os filhos a manter uma identidade familiar e cultural saudável. Celebrar seus feriados nacionais e culturais, ler história e literatura na sua língua, convidar outros a aprender sobre a sua cultura são maneiras de ajudar a criança a firmar sua identidade cultural. Falar sobre os parentes, incluindo a história de seu país natal, manter fotos a vista deles, enfim não se pode perder os vínculos do país de origem.

4. Cuidado contínuo

Os pais devem comportar-se como exemplos na fé, confiança em Deus, não influenciando jamais seus filhos com atitudes de desanimo, frustrações, descontamento e conversas negativas relacionadas com o trabalho missionário, pois o futuro de seus filhos no Senhor depende do momento presente. Nunca digam: não podemos comprar, a igreja esqueceu-se de nós, nosso salário mais uma vez atrasou. Os filhos não devem participar de reuniões ou de conversas ministeriais.

Vosso conservo em Cristo,

Pastor/Missionário - Antonio Romero Filho