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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Os 10 maiores desafios da Ásia, o que tenho a ver com isso?

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E me esforcei para anunciar o Evangelho onde Cristo nunca fora anunciado”.  Rom. 15.20

O texto acima traz a visão ministerial paulina, que é de sempre ir onde o evangelho ainda não fora anunciado, e isto para não edificar sobre fundamento alheio. O contraste hodierno é a proliferação de igrejas onde se concentra a maioria dos recursos econômicos. A realidade brasileira comprova isto, pois abandonamos as tribos indígenas que tem 151 tribos sem um obreiro sequer, o sertão nordestino e os povos ribeirinhos. Agora tente imaginar o grande desafio de levar os cristãos brasileiros a amarem os povos menos alcançados da terra que estão distantes dos nossos olhos!!! 
É interessante perceber o contexto da passagem em que o apóstolo Paulo menciona que já iria para outro lugar, pois havia concluído a tarefa de evangelizar as quatro províncias do Império romano – Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia proconsular –, desde Jerusalém até a atual Bósnia, e isto em apenas 10 anos de trabalho árduo e em diferentes contextos culturais.
Desejamos compartilhar os dez maiores desafios sobre a tarefa inacabada da Ásia e esperamos que possa sensibilizar o seu coração, mente e espírito para que venha a se associar conosco para juntos ver parte desse quadro mudado ainda nesta década.

1 – Mais de 81% dos quase cinco bilhões de pessoas não cristãs vivem nesse continente.

2 – Possui 85% das pessoas menos evangelizadas, nove dos dez países menos evangelizados com as maiores populações. Somente na China tem aproximadamente 320 milhões que nunca ouviram nada de Jesus; e das 600 mil cidades e vilas da Índia, 500 mil não têm um obreiro sequer.

3 – Presença dos três maiores blocos religiosos não cristãos: islamismo, hinduísmo e budismo; eles são os maiores desafios para os cristãos. São em torno de 1,1 bilhão de muçulmanos, 950 milhões de hindus, e entre 500-900 milhões de budistas.

4- O Projeto Josué mostra 16.350 povos etno-linguísticos.  Dos 6.648 menos alcançados da lista, 5.150 são asiáticos. O desafio da tradução bíblica é muito grande, pois das mais de 2 mil línguas que precisam de tradução no mundo, mais de 40% delas estão na Ásia.

5 – A Janela 35-45 ou Janela Túrquica – povos  de origem turca que se espalham desde a Bulgária até o Oeste chinês,  onde se encontram os povos muçulmanos Uigers e Huis. Além dos povos árabes e iranianos. 

6 - Desastres ecológicos – A região tem sido afetada por grandes terremotos, vulcões, secas, ciclones, tsunamis e enchentes que tem ceifado milhões de vidas, e levado outras a ficarem desabrigadas, necessitando de muitos obreiros para prestação de ajuda humanitária e em todas as áreas da vida.

7 – Tráfico. O tráfico tem sido uma forma ilícita de obtenção de recursos financeiros. O tráfico de drogas tem sido a forma mais violenta e conhecida, como a heroína no Afeganistão e no Triangulo de Ouro (Mianmar, Tailândia e Laos). Ainda mais aviltante é o tráfico humano para trabalho escravo e prostituição. A Ásia é a região que mais supre adolescentes para os bordéis internacionais.

8 - Vírus HIV – A pandemia está intensificando neste continente, principalmente na India, Tailândia e China, e isto devido ao crescimento da indústria do sexo.

9 – O crescimento econômico dos tigres asiáticos tem sido fenomenal devido ao acesso à alta tecnologia, mão de obra barata e investimentos estrangeiros que proporcionam produtos com preços super-competitivos devido à alta produção para o mercado interno e exportação. Isto tem levado à grande corrupção e grande discrepância entre pobre e rico.

10 – O fundamentalismo religioso muçulmano e hinduísta tem sido o grande desafio para os cristãos nacionais. Isto tem dificultado a entrada de obreiros, bem como a mudança de status religioso e o acesso às classes mais altas da sociedade, pois para conseguir um emprego precisa ser parte da religião estatal. O maior desafio está na Coréia do Norte, que dizimou  milhares de cristãos. O país tem enfrentado uma fome tremenda. Sabe-se da história de um pai de família que estava morrendo e chegou a dizer ao filho que comesse a carne dele quando morresse, pois, se o enterrasse, o vizinho desenterraria o cadáver para comê-lo.

Poderíamos enumerar muitos outros fatos, mas entendemos que esses são os mais fortes. Estes desafios necessitam das orações específicas da igreja e exigem novas maneiras de trabalho. A Horizontes América Latina analisou todas essas áreas e procurou parcerias para ver a melhor forma de trabalhar. Buscando visualizar novos métodos para alcançar o maior número de discípulos nesta região, lançamos o Projeto UNIÁSIA, um projeto de sete anos onde os candidatos receberão sete formações diferentes: Bíblica, Missiológica, Transcultural, Espanhol, Inglês, Língua Asiática e uma graduação Universitária na Ásia, e que recebe os candidatos com apenas um terço do sustento sendo o restante mobilizado no treinamento. Para isto contemplamos o treinamento de cristãos nacionais para as igrejas subterrâneas, estabelecimento de empresas e negócios internacionais, intercâmbios culturais, área educacional e a tradução de línguas, além de projetos de aconselhamento em áreas de desastres.

Nosso alvo é trabalhar arduamente para ver o número de obreiros brasileiros na Ásia dobrado até o ano de 2015.  Estima-se hoje que haja em torno de 275 obreiros brasileiros, de todas as denominações em todo o continente asiático.
Nosso grande desafio para 2011 é o Centro Para as Nações em Monte Verde – Diante do grande contingente que deve vir do estado do Pará e de outros estados para os projetos Uniásia (uniasia@mhorizontes.org.br) e Revolution Teen (projeto que visa treinar adolescentes que concluíram o ensino fundamental nas áreas cultural, lingüística e bíblica), precisaremos concluir o novo edifício de alojamentos com 48 suítes, cinco andares e já coberto.
Para ver a conclusão, precisaremos de um milhão e duzentos mil reais e para isso estamos vendendo a nossa base na Bolívia, adquirida da Missão Sueca. Para complementar, queremos contar com 1000 parceiros amigos da Horizontes que contribuam com R$ 50,00 mensais durante um período de 12 meses.
Aos que aceitarem o honroso convite e investirem neste grande empreendimento, ofereceremos uma estadia gratuita numa suíte por um final de semana iniciando em uma sexta feira.
Contamos com seu apoio e o convidamos a se unir conosco neste novo ano para que, ao final dele, possa vir e ver de perto aqueles que o Senhor tem levantado para encarar o grande desafio: alcançar os povos não alcançados da terra.
No amor do Mestre,
Cleonice e David Botelho
Missão Horizontes – contato@mhorizontes.org.br 
-Bradesco – Agência 1020 – Conta 3474-6 – CNPJ 59.958.983-0001/16

domingo, 23 de janeiro de 2011

Ajude na construção de uma Creche e uma Escola de Missões Transculturais no Pará

Imagens das crianças da creche, e da limpeza e preparação do terreno para a construção da Escola de Missões

A missionária Kelem Gaspar, valorosa irmã de grande dedicação ao Evangelho, já tendo atuado entre indígenas na Amazônia Peruana e Brasileira, está atualmente vivendo e realizando o sonho que Deus pôs em seu coração: construir uma Creche e uma Escola de Missões Transculturais em Maracanã, no Pará. A creche já está em funcionamento, e o terreno já foi limpo para dar início à construção da Escola. Esta dupla obra de fé, implantada num campo tão carente, precisa de ajuda.

Visite o blog da Kelem (http://missionariakelem.blogspot.com/), nele você conhecerá melhor os projetos em andamento e as notícias do campo, e lá é possível ainda ler o livro ‘PAKAU ORO MON’, onde ela relata seu grande testemunho de vida e parte de sua trajetória missionária.

Ajude esta obra, orando também e contribuindo. Você poderá ajudar com sua oferta missionária através da conta no Banco do Brasil, Ag 1436-2 , C/C 6993-0

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

UM VERÃO EVANGELÍSTICO: Evento pretende preparar cristãos para receber turistas



Evento pretende preparar cristãos para receber turistas

Por: Mayra Bondança - Redação Creio


     Dos dias 20 a 29 de janeiro, o litoral do Rio Grande do Norte recebe um evento inédito no Brasil. Com a promessa de trazer mais esperança ao verão, o Summer Hope promete receber os turistas de um jeito mais acolhedor, demonstrando o amor de Cristo.

     O evento é uma iniciativa da Rede Internacional de Evagelismo Jesus Warriors, que atua na América Latina e tem como visão resgatar vidas e promover ajuda pessoal a adolescentes e jovens vivendo em situação de risco. O trabalho é feito com projetos sociais diversos e como auxílio às igrejas na área de evangelização.

     Os temas a serem apresentados serão drogas, alcoolismo, anorexia, abuso sexual, aborto, racismo e analfabetismo. O objetivo é conscientizar as pessoas sobre as dificuldades e realidades de muitas pessoas que enfrentam estes problemas e buscar meios de ajudá-las. “Queremos desafiar as pessoas a viver um verão um verão diferente com a esperança de que dias melhores virão”, comenta o presidente da JW Brasil e um dos organizadores do evento, Rene Alves.

     Além de toda a parte social já dentro da rede, o objetivo também gira em torno da familiarização do povo evangélico com os turistas que devem visitar o Brasil nos próximos anos. "O Brasil está em evidência com a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Muitas pessoas virão de outros países e os cristãos precisam estar preparados para recebê-las. É uma forma de ligar a Igreja à sociedade", acrescenta Alves.

     Até o dia 28, as ações vão girar em torno da distribuição de panfletos turísticos e evangelísticos em duas línguas, garrafas de água mineral e sacolinhas de lixo para carros em praias, shoppings, hotéis e aeroportos. Segundo o organizador, o tratamento na recepção é uma demonstração de amor e os panfletos ajudam na aproximação e ainda levam uma mensagem de esperança. Tudo foi pensado como uma estratégia para melhor atender os visitantes, fazer um grande trabalho de solidariedade e poder apresentá-los a Jesus Cristo.

     O fechamento de todo o projeto vai acontecer no dia 29 com um grande show e queima de fogos. Várias bandas de rock e reggae se apresentarão. “Escolhemos bandas que tem ritmos característicos do verão”.

     Cerca de 300 voluntários serão instruídos e divididos em equipes. A meta é de que pelo menos 50 mil pessoas sejam alcançadas.


Blog do Evento: http://summerhope2011.blogspot.com

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Classificação de Países por Perseguição 2011

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Eis acima o mapa contendo a nova Classificação de Países por Perseguição aos cristãos, anualmente elaborada pela Missão Portas AbertasCaso queira baixar a imagem em alta resolução (PDF), clique aqui.

Divulgue, interceda, contribua com a causa da Igreja Perseguida!


Para saber mais: http://www.portasabertas.org.br/classificacao/

sábado, 15 de janeiro de 2011

Cursos do CIEM preparam missiólogos

Veja o que o Centro Integrado de Educação e Missões – CIEM oferece:



CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO (LATO SENSU)

Formação Missionária –Excelente preparo missionário, em caráter intensivo, com ênfase na contextualização da mensagem bíblica e no aperfeiçoamento do caráter cristão. O público-alvo são vocacionados para a obra de missões nacionais ou transculturais, que já tenham concluído o curso Teológico ou o curso de Educação Cristã ou ainda um curso superior. Esse curso tem a duração de 10 meses de estudos intensivos e mais um estágio de, no mínimo, 4 meses, em um campo da preferência do aluno.



Educação Cristã – Aperfeiçoamento do aluno na área de educação religiosa no contexto da igreja através da pesquisa e da reflexão. O público-alvo são evangélicos que tenham concluído o curso superior e que estejam envolvidos ou desejam se envolver com a Educação Cristã. Esse curso é dividido em quatro módulos, em regime intensivo de duas semanas cada um, nos meses de fevereiro e julho. É possível também a matrícula em disciplinas avulsas com duração de 30h/a.


CURSOS DE GRADUAÇÃO

Educação Cristã – Formação integral que habilita o aluno para o exercício do ministério educacional na igreja local. O público-alvo são vocacionados que tenham concluído o ensino médio e sentem o chamado de Deus para o ministério de Educação Cristã na igreja local, nas escolas, nas associações e convenções. Esse curso tem a duração de 4 anos.

Missões – Excelente preparo para a obra missionária nacional e mundial. O público-alvo são vocacionados que tenham concluído o ensino médio e sentem o chamado de Deus para atuar nos campos missionários, estadual, nacional e transcultural. Esse curso tem a duração de 4 anos.

CURSOS EM NÍVEL MÉDIO

Capacitação Missionária – Visão geral da obra missionário local e global e prepara o aluno para o exercício do ministério de missões na igreja local. Esse curso tem duração de dois anos e é oferecido no período noturno.


Curso de Missões por Extensão – Ampliação da visão e envolvimento na obra missionária no contexto da igreja local. Esse curso é administrado em oito módulos, abrangendo os diferentes aspectos da vida missionária.

A Missão do CIEM é formar crentes qualificados e comprometidos com Deus que atendam às necessidades dos campos missionários e igrejas no Brasil e no mundo.

Mais informações:
CENTRO INTEGRADO DE EDUCAÇÃO E MISSÕES – CIEM
Rua Uruguai, 514 – Tijuca - 20510-060 – Rio de Janeiro-RJ
Tel.: (21) 2570-6793 / 2238-8654 – Fax: (21) 2571-9597
E-mail: ciem@ciem.org.br 
Site: www.ciem.org.br

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O MODELO PRA MISSÃO - ANÁLISE TEOLÓGICA DE JOÃO 17: 18 - 21


Nátsan P. Matias

ANÁLISE HERMENÊUTICA /TEOLÓGICA DE JOÃO 17.18-21 
Versículo 18 - O aspecto mais importante na definição de objetivos da igreja está inserido na dimensão do envio. Quando a estrutura dos versículos, base desta exegese, revela uma íntima relação do envio como estratégia divina para o desenvolvimento de seu plano para a humanidade, não o faz tendo em vista uma simples conjectura de idéias já preconcebidas, no objetivo de implantar uma característica missionária à igreja. O argumento se baseia na realidade de que sem envio, primeiramente do Filho, conforme prometido em Gênesis 3.15, e depois dos filhos do Reino, não haveria uma comunicação especial do Pai e de seu plano redentivo para toda sua criação. Não há nenhuma evidência que possa desautorizar a afirmativa de que o envio está compreendido dentro do plano redentivo de Deus para o mundo. Doutra maneira deveria haver explicação razoável para as 260 vezes em que expressões, tais como: avposte,llw (apostellō ) ; avpo,stoloj (apostolos) ; pe,mpw (pempō), relacionadas com o envio aparecem só no NT. Há uma clara demonstração no NT, especialmente, que jamais esteve ou estará o plano divino, para expansão de seu Reino, desvinculado da necessidade do envio. A vida de Jesus é um atestado claro e inequívoco do caráter do envio, na efetivação do plano redentivo do Pai. Jesus, o Verbo encarnado, não deixou qualquer dúvida para que o envio fosse um tema colocado como coisa de somenos importância nas Escrituras. A dimensão do envio na vida do Verbo encarnado é mais do que uma apologia teórica da continuidade dos propósitos do Deus que tem planos para serem executados. Com isso se quer dizer que a encarnação é a grande prova definitiva de que o Deus da Missão, do envio, não apenas ordena-o como também é o primeiro a executá-lo entrando na esfera e na forma humana. Se alguém ousar retirar o princípio de envio da Bíblia, não encontrará o Deus relacional que direta e soberanamente participa na história humana, tão somente encontrar-se-á uma entidade cósmica qualquer ou até mesmo um deus mais parecido com Alah , que possui exatamente 99 nomes pelos quais pode ser chamado por um muçulmano, tais como todo-poderoso, grande, justo, etc, mas não possui um nome especial pelo qual o Senhor do envio se permite chamar “...Deus é amor” (1 Jo. 4.8) É importante considerar, como ponto específico na análise hermenêutica e teológica do versículo 18 do capítulo 17 de João, que o envio não acontece sem um padrão, sem um modelo, sem um paradigma para ser seguido. Ao contrário disso o que se pode perceber é o claro estabelecimento do Filho como sendo este paradigma inegociável para a definição do tipo de atuação que os discípulos deverão ter em mente em sua caminhada de anúncio e denúncia com a mensagem da cruz. Duas expressões no texto são enfáticas quanto a delimitação do modelo de envio, kaqw.j (kathōs) e kagw (kagō), consecutivamente “Assim como” ou “exatamente como”, e “ eu também”. Sem estes termos poderia-se criar modelos para expansão do Reino sem qualquer paradigma específico, mas estas expressões estão no texto e não podem ser ignoradas. A postura ministerial de Jesus esclarece todas as dúvidas que pairam sobre o que significa o envio para o Pai, pois é em Cristo que encontramos o modelo mor da caminhada cristã por este caminho obrigatório a todo discípulo, que o queira seguir. Gestos, palavras e atitudes do mestre não podem ser relegados ao nível de coisas insignificantes ou aleatórias, desprovidas de propósitos no estabelecimento de modelo. Quando olhamos para Jesus como exemplo para definição da caminhada de todos os seus discípulos, não se pode ignorar que em muitas ocasiões ela irá enfrentar determinadas situações com as quais nem sempre o discípulo quer tomar parte. Quanto a isso é bom que seja citada a afirmação de Ajith Fernando, líder da missão Mocidade Para Cristo do Sri Lanka: “Quando pensamos em Jesus como modelo missionário, então, os temas principais que deveriam vir à mente, por um lado, são mansidão, humildade, serviço e perdoar uns aos outros, e por outro lado, sofrimento e privação.” (apud Taylor, 2001, p. 290) Jesus, o próprio Deus encarnado determina que seu ministério é modelo para atuação daqueles que são eleitos e vocacionados (Jo. 17:18). A Palavra de Deus deixa muito claro este importante padrão também em 1 Jo. 2:6 quando afirma: “Aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou.” À luz do modelo de missão, estabelecido na encarnação, e debaixo da afirmação do versículo citado logo acima e, de outras semelhantes que se encontra em Jo. 13:15; Ef. 5:2 e 1 Pe. 2:21, nas quais se percebem ordens para que o discípulo de Cristo siga enfaticamente o seu mestre, faz-se necessário uma busca nos Evangelhos para ver como o cumprimento deste envio se demonstrava na vida de Jesus. A todo instante Jesus estava compenetrado na empreitada de estabelecer o modelo de envio, um conteúdo e uma ação mais ampla do que as necessidades temporais exigiam de seus discípulos, considerando que “O objetivo inicial do plano de Jesus foi alistar homens que pudessem dar testemunho acerca de sua vida, dando prosseguimento ao trabalho do Senhor, depois que Ele retornasse ao Pai.” (COLEMAN, Apud, WINTER, 1996, p. 83). Paulatinamente Jesus vai descortinando um horizonte mais vasto, derrubando fronteiras sociais, políticas, econômicas, étnicas, entre outras, no intuito de demonstrar a face de sua missão e como deveria ser a de seus discípulos. É por isso que O vemos conversando e se relacionando com dignidade e pureza com gente que a religiosidade de sua época desprezava enfaticamente. Nesta ação ímpar de Jesus e no estabelecimento de modelo nós o vemos elevando a uns (Lc. 7.28), derrubando outros (Lc. 22.22), perdoando pecados (Mt. 9.2), confrontando autoridades equivocadas (Lc.13.32) e escandalizando muitas vezes por meio de preleções nada convencionais aos ouvidos dos religiosos da época. (Jo 6. 60-66). Está claro que “A missão de Cristo forma o exemplo para missão dos apóstolos” (MORRIS, 1984, p.731) mas ela não está reservada a eles apenas, no que tange a continuidade da pregação da Palavra revelada a estes, a tarefa é também dos que vierem a crer, pois o Filho coloca os futuros discípulos no conteúdo de sua intercessão. Outro aspecto importante que precisa ser destacado nesta análise é a constatação de que os discípulos “serão enviados à território hostil, a fim de reclamá-lo para seu proprietário de direito...” (BRUCE, 2000, p. 284). É importante salientar ainda que este “MUNDO” está “...ameaçado pela futilidade...” (GUHRT, in COENEN; BROWN, 2000, vol.2, p 2501), o que justifica, mais ainda, o envio dos discípulos a esta mesma esfera, a fim de não somente anunciar santificação pela palavra da verdade, mas também de, por ela denunciar a corrupção e a apostasia. O “MUNDO” nesta perspectiva é o alvo do envio dos discípulos de Jesus. Timóteo Carriker confirma este argumento quando afirma: “O Evangelho deve se espalhar. Não pode ficar parado em lugar algum! Já que o Evangelho é do reino, isto tem dimensões as mais amplas e universais possíveis.” (CARRIKER, 1992, p. 27). Com relação ao mundo dos homens, que é a denotação do substantivo para João, “MUNDO” , tem por objetivo revelar a esfera de ação do Pai através do Filho. Ele se propõe em não somente amar o mundo dos homens, como também julgá-lo adequadamente. Este ministério do filho no mundo já foi anunciado desde sua encarnação: “...Este menino foi escolhido por Deus tanto para a destruição como para a salvação de muita gente em Israel ...” (Lc. 2.34) [ênfase minha]. Neste lugar, para onde Jesus envia os seus discípulos, há perigos e aflições que deverão ser enfrentados no decorrer da atuação ministerial destes homens, no entanto é para esta realidade que os mesmos são enviados. Para prover tais discípulos de condições para realização de sua tarefa, o Filho intercede junto ao Pai para que ele os livre do mal, enquanto estão no mundo (Jo. 17.15). J. Guhrt , com relação a isto afirma: “...Deus dedicou seu amor ao mundo dos homens, enviando seu Filho, assim também a comunidade cristã é enviada ao mundo pelo Filho.” (2000, p 2502) Conclui-se, então, que qualquer coisa menor do que o mundo, como a esfera da ação de discípulos enviados, é correr o risco de estar caminhando na contra-mão do modelo de Deus estabelecido por Jesus. Arthur F. Glasser, numa afirmação que ilustra o grande objetivo de Deus no alcance do mundo, com a pregação do Evangelho, escreve: “...este é o programa de Deus! Que propósito tão benevolente – Que o mundo inteiro de homens pecadores tenha oportunidade de ouvir as boas novas libertadoras da graça de Deus e do Reino.” (apud WINTER, 1996, p.119) Versículo 19 – A oração sacerdotal do Filho revela a consumação plena para capacitação dos discípulos. Ele enfatiza que está para cumprir a sua tarefa máxima com relação ao propósito redentivo de Deus : “Pai, chegou a hora. Glorifica o teu filho para que ele te glorifique.” (v.1 – TLH). Esta glorificação se trata de seu sacrifício na cruz para que aconteça, além da glorificação do Pai e do Filho, a verdadeira consagração dos discípulos para terem possibilidade de realizarem a missão deles. F.F. Bruce esclarece : “Para que os discípulos possam ser efetivamente separados [consagrados] para o trabalho que devem fazer, o Filho precisa separar-se para a obra que ele tem de fazer.” (2000, p.285).[acréscimo meu] Sem a morte na cruz, gesto gracioso e voluntário do Filho em obediência a vontade do pai não haveria autoridade, modelo, capacitação nem proteção nenhuma quanto aos desafios do envio dos discípulos. A possibilidade do não cumprimento de sua auto-santificação na cruz, não era uma possibilidade real para o Filho tal sua obediência para com o pai e seu amor para com aqueles pelos quais se sacrificaria. Antes mesmo deste evento acontecer, o Filho já considera o fato como já consumado: “Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer;” (João 17. 4 RA). A consumação da obra aponta para cruz na qual o Filho executará, completamente, o que falta para santificação dos seus discípulos. Mais eficaz ainda se torna pelo fato de que o Filho age com graça e renúncia em direção ao cumprimento da obra que somente ele seria capaz de realizar de maneira eficaz. Não haveria mérito algum se ele fosse feito sacrifício à força, mas a singularidade deste gesto o torna eficaz para salvação de todos os seus eleitos. Leon Morris, em seu comentário do Evangelho de João quanto a isto, afirma: “Ele morre por eles, para fazer por eles aquilo que não puderam fazer por si mesmos. E mais adiante para ‘que eles também sejam santificado na verdade’. É proposital. Ele morre com uma visão dos discípulos que são santificados, enquanto estão sendo separados para Deus.” (1984, p. 732) Como um clímax natural e evidente, Jesus esclarece, por meio da oração sacerdotal, que sua consagração voluntária é a verdade absoluta, que providencia recursos para a missão de seus discípulos no mundo. Sem esta auto-santificação na cruz, como já foi afirmado anteriormente, não haveria autoridade, modelo, capacitação, proteção nenhuma quanto aos desafios do envio dos discípulos e não haveria mensagem para ser pregada. A cruz além de oferecer todos estes recursos possibilita que haja uma mensagem para ser pregada. A cruz oferece conteúdo não somente para pregação, mas oferece significação para o envio. Versículo 20 – Aqui, nesta parte da oração sacerdotal, desponta-se a perspectiva da continuidade da missão dos apóstolos e dos futuros discípulos que vierem a crer na mensagem que eles são portadores. Aqueles primeiros, como inspirados pelo Espírito Santo de Deus, para escrever a história da salvação, os segundos como iluminados por este mesmo Espírito a fim de fazer com que todo o mundo seja alcançado pela mensagem da Cruz de Cristo. John D. Barnett, no prefácio da revista de estudos para adultos da Editora Cristã Evangélica , afirma: “Cremos que a cruz é o centro da fé cristã. Sem ela, não temos nenhuma mensagem. “ Versículo 21 – A união do corpo todo com o cabeça da Igreja, que é Cristo, é o foco desta parte da oração do Filho ao pai: “para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” Este trecho da oração do Filho esclarece o objetivo do envio dos discípulos ao mundo. Promover a unidade do corpo em Cristo tendo a unidade do Pai e do Filho como modelo. Os termos gregos kaqw.j (kathōs) e kagw (kagō), aparecem novamente, fazendo questão de trazer de volta o princípio de modelo. Mais uma vez o paradigma, inegociável, para unidade da Igreja do Senhor não pode ser nenhum outro a não ser o modelo de Deus. A finalidade de toda esta dinâmica especial de união com Deus, tem a finalidade de fazer com que o mundo reconheça a pessoa do Filho como sendo o enviado do Pai. Esta dinâmica implica em compromisso com esta missão, com este objetivo. Implica no investimento de tempo e recursos na expansão da verdade no mundo. A manifestação desta relação precisa ser real, enfática e verdadeira, mas que aponte sempre para cruz de Cristo . F.F. Bruce comenta: “A sua unidade em amor manifesta daria confirmação pública do relacionamento deles com Jesus e deste com o Pai. O mundo que até então não lhe tinha dado crédito, aprenderá com o testemunho do amor dos discípulos que de fato, ele é o enviado de Deus...” (2000, p.285)

APLICAÇÃO
O que se pode, por fim, concluir após a análise hermenêutica e teológica do texto base desta exegese, é que a identidade da Igreja de Cristo, a união com ele mesmo, a necessidade de assumir a perspectiva do envio, em todas as dimensões que ele requer, depende total e exclusivamente da Cruz. Sem a cruz a igreja nada teria, mas tendo a cruz, por causa da graça daquele que nela fora feito sacrifício por decisão dele mesmo, a igreja tem tudo o que precisa para assumir sua missão de expressar organicamente que Jesus é o salvador do mundo. Não falta nada para que a igreja cumpra o seu papel no mundo, no entanto se faz necessário que a doutrina da cruz seja pregada fielmente nas congregações do planeta, para que ela, apontando para Jesus Cristo, constranja o povo de Deus para o cumprimento do envio já ordenado pelo Pai, através do Filho. O envio, o alvo dele, o modelo para execução de suas prioridades e os propósitos deste envio foram abordados por Jesus em sua última intercessão junto ao Pai. Como dissemos no início deste trabalho, ela não foi feita em secreto, mas na presença dos discípulos ao redor da mesa no cenáculo. É interessante ressaltar que não fora uma oração longa, demorada. Não seriam gastos mais do 3 minutos para repeti-la. No entanto o conteúdo dela, preservada por Deus no Evangelho de João, apresenta aos leitores um conteúdo inquietante para o mais descomprometido dos que se chamam discípulos de Cristo. Esta oração revela um Deus que não aceita a estagnação da sua missão, mas que envolve o discípulo de responsabilidades sem paralelo na história. Nenhuma declaração é tão incisiva e tão comprometida com um propósito tão digno quanto a oração sacerdotal. Portanto não é um argumento com alguma intenção oculta defender o fato de que toda a Bíblia está imbuída em esclarecer que “O Deus Vivo é um Deus missionário” (STOTT Apud WINTER, 1996, p.10) e que “...Deus é o principal ator e origem da missão..” (CARRIKER. 1992, 167), trata-se de fidelidade na interpretação da mesma, é uma questão de lealdade para com as Escrituras. Deus se apresenta como sendo aquele que envia, portanto, missionário. Este conceito é exposto por Labieno M. Palmeira Filho, quando ao argumentar sobre Êxodo 3:15 afirma que Deus “quer ser lembrado como o Deus que envia.(...) O Prazer de Deus é enviar alguém para o cumprimento da missão, pois isto está presente no próprio caráter do Seu nome.” (2001, p. 78). A Bíblia enfatiza este atributo de Deus, antes da história da humanidade existir como a conhecemos, o Senhor já havia se mostrado como aquele que objetiva, por meio do envio, a construção de um relacionamento tanto no ato de criar (Gn.1.1; Ne. 9.6; Sl. 33.9; 89.11; 148.5; Pv. 3.19; 102.25; Is. 40.26,28; Jo. 1.3; Rm. 1.20; Cl. 1.17; Ap. 4.11; 22.13) , quanto no ato da encarnação (Gn. 3.15; Is. 7.14; 40.5 Mt. 1.21; Jo. 1.14,18; 3.16; 14.9; Lc. 1.35; Fp.2.6-8; Cl.2.9; I Tm.3.16; I Jo. 1.1,2; 4.9). A missão, expressa, claramente, pelo envio, não se trata de uma retórica divina, ela é real e necessária para Deus e, se o é para Ele, é para toda sua igreja. Na vida de Jesus ela é a comprovação da continuidade dos propósitos de Deus descrita do primeiro ao último livro da Bíblia e testemunhada na história da humanidade. A dinâmica é esta: O Pai envia o filho, ambos enviam o Espírito e, assim, o Deus triuno envia os discípulos, capacitados pela Cruz de cristo (sua auto-santificação), para revelar ao mundo o seu plano redentivo integral. Este ponto de vista é bem definido por Luiz Longuini Neto ao afirmar: O conceito de Missio Dei (...) afirma que o ponto de partida da missão é a Santíssima Trindade, ou seja, o Pai enviou o Filho, e o Pai e o Filho enviaram o Espírito Santo para redenção da humanidade (...) Em Willingen ficou patente que tanto a missão como a igreja deveriam viver da Missio Dei e na Missio Dei, do envio de Jesus e do Espírito Santo. (2002, p.71) Em Jesus, Deus marcou de maneira definitiva o mundo com a insígnia da sua própria tarefa missionária. O conteúdo da missão, expressa na oração sacerdotal, é muito mais amplo do que a criação de métodos para divulgação de uma ideologia. De acordo com a Bíblia ela é um propósito da Trindade para consumação de seus planos em toda criação, explicado também por Jesus por meio ora de parábolas ora claramente com seus discípulos (Mc.4:1-11), especialmente quando falava do Reino de Deus. (Lc. 8:16-18; 13:29; 18:29-30; Mt.13:31-35). A Missão não se limita à pregação do Evangelho, Deus decidiu que toda a raça humana precisava – e precisa – conhecer o significado do seu amor, sua graça e misericórdia por meio do seu auto-sacrifício na cruz e pela comunhão dos discípulos uns com os outros e com o Pai. Segundo Antônia Leonora Van der Meer: “...A Missão significa mais do que pregar o evangelho. Significa cuidar de todo o ser humano com o amor compassivo de Deus e tornando-o engajado em todo o contexto de suas vidas e sofrimento.” (2001, p. 213). Isso se deu pela encarnação e pelo alistamento de seus discípulos para dar continuidade a este propósito no mundo todo, até que todas as coisas estejam da maneira como afirma o apóstolo João: “...O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.”(Ap. 11:15) Um alerta para igreja: a mensagem da cruz não pode parar, não importa a força que indivíduos se empenhem para se opor a ela, nada poderá interferir, um segundo sequer, na “agenda” de suas prioridades.


Fonte: http://www.pronasce.org.br

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Silas Tostes: UM PEDIDO AOS MISSIONÁRIOS BRASILEIROS

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Amigo missionário brasileiro,


Ao escrever, presumo que agência e igreja são parceiras nas decisões de envio e acompanhamento de nossa atuação missionária.



Encontro-me regularmente com líderes e missionários. Percebo que a nossa força missionária tem muitos pontos positivos. Mas manifesta-se numa minoria comportamentos bem independentes, ao tornarem-se agenciadores de novos missionários. Nesse caso, passam a facilitar a chegada de novos missionários, sem que estes passem pelos critérios de seleção, treinamento/orientação e envio de agências estabelecidas e experientes. O resultado deste comportamento independente costuma ter inúmeras dores de cabeça que poderiam ser evitadas. Não estou dizendo que o envio por boas agências sempre dá certo, mas as falhas são bem menos frequentes. Quando missionários recebem novos missionários, sem processá-los via estruturas enviadoras, na prática, fazem o seguinte:



1) Desonram os centros de treinamento e de envio do Brasil, passando o recado implícito de que possuem pouco valor. Ou seja, as pessoas podem ir de qualquer jeito.



2) Adicionam casos trágicos que levam pessoas a pensar que no Brasil não somos sérios, quando, na verdade, a empreitada problemática não passou por critérios estabelecidos de ministérios respeitados.



3) Implicitamente, endossam independência como valor cristão. Sabemos que pessoas que não prestam conta a líderes costumam gerar uma série de problemas para eles próprios e para outros.



Por isso, com humildade, peço aos missionários do Brasil que recusem a tentação de agirem como se fossem agências missionárias. Deixem que as agências sejam agências. E que a força missionária brasileira seja uma força atuante no campo, no papel designado por Deus. Entendo que assim, funcionando como Corpo em comunhão, cada um no seu papel, produziremos mais para a glória de Deus.



Silas Tostes

Silas Tostes é presidente da AMTB (Associação de Missões Transculturais Brasileiras) e diretor da Missão Antioquia.


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