Fábio Ribas
A
Igreja tornou-se indesculpável diante da ebulição tecnológica das últimas
gerações. Se ainda há bem pouco tempo, o trabalho missionário encontrava
obstáculos enormes como a inacessibilidade a determinados povos, as
intermináveis correções nas antigas máquinas de escrever, a dependência do
serviço moroso dos correios e telégrafos, o isolamento de tantos trabalhos de
tradução bíblica que precisavam demorar décadas para, finalmente, encontrar uma
avaliação satisfatória para fins de publicação, num piscar de olhos, todo esse
quadro mudou com a democracia da informação possibilitada pela internet.
Os inúmeros contextos de povos
que necessitam de capacitação teológica testemunham como que as iniciativas
“virtuais” ainda são muito tímidas e distantes do satisfatório por parte da
Igreja. Poderíamos promover aulas, encontros, fóruns, congressos, graduações e
pós-graduações via internet, alcançando nossos irmãos indígenas, ribeirinhos,
ciganos ou mesmo aqueles fora do nosso país, realizando cursos e intercâmbios
culturais com nossos irmãos na África e na Ásia, por exemplo. A Igreja precisa
investir maciçamente na inclusão digital desses povos e comunidades por meio da
instalação de salas e laboratórios de computação pelo interior do Brasil afora
e demais países também, para que a promoção da capacitação dos nossos irmãos
por meio do sistema de EAD (Ensino à Distância) de qualidade se torne um fato.
A partir daí, de maneira criativa, poderíamos abrir esse novo espaço para a
atuação e comunicação de tantos jovens que anseiam servir na obra missionária,
e poderiam fazê-lo no ambiente virtual, porém, não conseguem discernir a
própria vocação por responsabilidade mesmo de uma Igreja que ainda não abraçou,
efetivamente, essa nova frente de trabalho estratégica para a capacitação
teológica de tantos povos que se encontram distantes de nossos Seminários e
Institutos.
Não apenas as distâncias geográficas, culturais e mesmo políticas estão sendo
drasticamente reduzidas pela globalização via internet, o que abre novas
oportunidades para o avanço evangelístico e missionário da Igreja, mas o
próprio trabalho de tradução da Bíblia recebeu um reforço inestimável por meio
de inúmeros programas e softwares que tanto facilitam o árduo esforço
linguístico, dinamizando a consulta, revisão e a própria qualidade da tradução,
como também diminuem literalmente o peso da bagagem e o custo dessa empreitada.
Entretanto, ainda que sejamos a geração “com a faca e o queijo nas mãos”, somos
também a que menos tem se envolvido no trabalho de alcançar os povos pela
terra. Por incrível que pareça, até a tecnologia colocada por Deus diante de
nós tem sido muito mal-usada se analisarmos o grande potencial que temos a
nossa disposição.
É
chegada a hora de abraçarmos esta enorme oportunidade para a proclamação do
Evangelho da Salvação. Sonho com o impacto de uma educação teológica de
qualidade a partir da apropriação do avanço da internet. Uma educação marcada
pela aproximação entre culturas distantes entre si e pela derrubada das
distâncias geográficas que ainda nos impedem de aprendermos uns com os outros
neste mundo globalizado.
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