A missão cristã começa com a pregação. O papel
desempenhado pelos profetas do Antigo Testamento é continuado pelos pregadores
do evangelho. Logo no início do Novo Testamento, aparece João Batista pregando
no deserto para cumprir a missão de preparar o mundo para a chegada do Messias
(Mt 3.1-2).
Jesus Cristo também começa a cumprir sua missão
como pregador. Logo após o batismo e a tentação no deserto, diz a Bíblia que
"daí por diante passou Jesus a pregar..." (Mt 4.17). O Salvador da
humanidade não inventou um método mais
Sofisticado para cumprir a missão de salvar o
mundo, mas utilizou o mesmo método que ele instituíra para os profetas do
passado e tornou-se um pregador.
Os apóstolos também não tiveram dúvidas nem
questionaram o método da pregação. Tinham aprendido com o próprio Cristo que a
missão evangélica devia ser cumprida com a pregação e, mesmo sob perseguição,
"iam por toda parte pregando a palavra" (At 8.4).
Após a era apostólica, ainda nos primórdios do
cristianismo, os pais da igreja deram continuidade à pregação como forma de
cumprimento da missão.
Muitos deles usaram a pregação como defesa da fé
e da doutrina contra as heresias dos primeiros séculos e também como defesa do
cristianismo perante as autoridades. Tertuliano, Cipriano, Justino Mártir,
Clemente de Alexandria, Orígenes e Jerônimo estão entre os que cumpriram a
missão por meio da pregação. O mesmo fizeram Ambrósio, Agostinho, João
Crisóstomo e outros a partir do quarto século da era cristã."
A Reforma protestante tornou-se o palco de
verdadeiros heróis da pregação bíblica, em diferentes países do continente
europeu. João Wycliff cumpriu a missão de pregador da Reforma na Inglaterra,
Martinho Lutero pregou a Reforma na Alemanha, João Huss e Jerônimo, na Boêmia,
hoje República Tcheca, João Calvino, na Suíça, e muitos outros.
No despertamento religioso dos séculosXVIII e
XIX, o evangelho foi exaltado pela boca de vários expoentes da pregação bíblica.
Entre eles figuram João Wesley (1703-1791), que deu origem ao metodismo,
Charles Spurgeon (1834-1892), pregador batista da Inglaterra, considerado o
"príncipe dos pregadores", e Dwight Moody (1837-1899), que deu origem
a uma nova ênfase evangelística e de avivamento nos Estados Unidos e na
Inglaterra.
Para citar um exemplo contemporâneo já
apresentado anteriormente em minha experiência, Billy Graham, da Igreja
Batista, é o pregador evangélico que tem falado ao maior número de ouvintes em
toda a história da humanidade, por meio de suas cruzadas evangelísticas."
Por mais de cinquenta anos, Billy Graham pregou o evangelho face a face para
mais de cem milhões de pessoas em todos os continentes, de acordo com
estatísticas de sua equipe. Acrescentando as pessoas alcançadas por rádio,
televisão e satélite, esse número sobe para cerca de dois bilhões de pessoas
que o ouviram ao longo de sua vida.
Em maior ou menor escala, inúmeros outros pregadores
mantiveram acesa a chama da pregação bíblica ao longo da História. Com essa
visão da prioridade da pregação, vejamos no próximo capítulo diferentes métodos
de extrair a mensagem do texto bíblico.
Robson
M. Marinho
No
livro A arte de pregar: Como alcançar o ouvinte pós moderno (Vida Nova).
8
Michael Duduit, org., op. cit., p. 21-24.
9
Idem, p. 44-46.
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