Compartilhamos aqui quatro ilustrações de teor missionário, que compilamos e adaptamos do livro Ilustrações Selecionadas, de Alcides Conejeiro Peres (Ed. CPAD).
O SENHOR É QUEM TE GUARDA
Culto
e santo foi J. W. Bashford (1849-1919), que se deleitava em servir ao seu
Mestre onde quer que o dever o chamasse. Por isso, depois de haver servido a
uma grande congregação como pastor e também a uma grande universidade (Ohio
Wesleyan University), como presidente, deixou tudo e foi para a China em prol
da expansão do evangelho. Ali fazia jornadas longas e difíceis, e, muitas
vezes, perigosas.
Um
incidente em sua vida indica a fonte de sua força: Chegou certa noite a uma aldeia
e achou o hotel já todo ocupado. O hoteleiro, entretanto, ofereceu-lhe uma
cama-de-vento e lhe deu licença para dormir debaixo das árvores. Avisaram-lhe,
porém, que havia ladrões por ali.
Ficando
acordado por algum tempo, pensava nestas palavras: "...aquele que guarda Israel,
nem cochila nem dorme. Jeová é quem te guarda" (SI 121). Então orou:
-"Bendito Senhor, não há necessidade de nós ambos ficarmos
acordados", e dormiu em seguida.
No
outro dia, ao acordar, viu um homem perto dele, em pé: um chinês que nem era cristão
e a quem ele não conhecia, o havia guardado durante toda a noite.
"O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua
sombra à tua direita. O sol não te molestará de dia nem a lua de noite. O
Senhor te guardará de todo o mal; Ele guardará a tua alma. O Senhor guardará a
tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre" (SI 121.5-8).
O PENTECOSTE DOS MORÁVIOS
O
Conde Zinzendorf tinha 27 anos de idade quando passou por uma experiência extraordinária,
fruto de sua vida consagrada à oração.
Os
moravianos ou morávios são descendentes espirituais do famoso reformador John
Huss, e eram conhecidos pelo nome de "Os Irmãos". Muitos, para fugir
à sanha dos perseguidores, refugiavam-se na Alemanha e na Saxônia, e
encontravam asilo nas propriedades do Conde. Ali se reuniam os crentes de
diversas correntes evangélicas: batistas, luteranos, "os irmãos", etc.
"Os
irmãos" formavam um grupo de mais ou menos 300 pessoas.
A
princípio, como era de se esperar, as questões doutrinárias não os deixavam em paz:
o batismo, a predestinação, a santidade, e tantas outras... Esse fato deixou
seriamente preocupado o jovem Conde.
Além
do aconselhamento de líder do grupo, passou a dedicar-se seriamente à oração.
Nas
memórias dos moravianos se diz que no dia 16 de julho de 1727 o Conde orou com
tanto fervor e lágrimas, que foi o princípio das maravilhas ali operadas por
Deus. Fizeram, então, os componentes do grupo, um pacto de se reunirem muitas
vezes em Hutberg, a fim de orarem. Mas no dia 13 de agosto foi que aconteceu
"O Pentecoste dos Moravianos". Um dos seus historiadores assim
descreve:
"Vimos
a mão de Deus e as suas maravilhas, e todos estiveram sob a nuvem de nossos
pais, e fomos batizados com o Espírito Santo".
A
partir daí, as missões moravianas se estenderam por todo o mundo. Caribe,
Groenlândia, África... O historiador, doutor Werneck, diz:
"Esta
pequena igreja, em vinte anos, trouxe à existência mais missões evangélicas do que
qualquer outro grupo evangélico o fez em dois séculos".
"E há de ser que, depois, derramarei o meu
Espírito sobre toda a carne, e nossos filhos e vossas filhas profetizarão, os
vossos velhos terão sonhos, os vossos mancebos terão visões. E também sobre os servos
e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito. E mostrarei
prodígios no céu, e na terra, sangue e fogo, e colunas de fumo" (Jl 2.28-30).
O SOCORRO NOS VEM DO SENHOR
Faziam
parte da missão evangélica americana em Shenkiu, na China, a irmã Margareth
Hillis, o missionário Dick Hillis (1913 – 2005) e dois filhinhos de ano e meio
e de dois meses. Eles eram membros da China Inland Mission, a mesma que fora
fundada por Hudson Taylor. Transcorria inclemente a guerra contra o Japão.
Uma
tarde, na ausência de Dick, um mensageiro anuncia a aproximação das tropas japonesas.
-
Todos precisam fugir - anuncia. - A senhora deve também procurar refúgio imediatamente
nas aldeias rurais.
Margareth
agradeceu o bondoso aviso, mas decidiu ficar. Em primeiro lugar, porque seu
marido estava ausente e haveria um sério desencontro; também porque não quis submeter-se
com as crianças às vicissitudes dos fugitivos, mas, principalmente, porque confiava
em Deus.
Na
parte da tarde desse dia, a cidade ficou desguarnecida, pois o próprio exército
chinês recuara. Os presbíteros da igreja partiram e suplicaram a Margareth que os
acompanhasse.
-
Agradeço, irmãos, o cuidado, mas vou esperar a volta do meu marido. (Estavam a 15
de janeiro e ele prometera voltar no princípio de fevereiro.)
Margareth
olhou a folhinha pendurada na parede. A do dia 15 ainda estava ali.
Arrancou-a
e no verso tinha uma mensagem: "Em ti, pois, confiam os que conhecem o teu
nome, porque tu, Senhor, não desamparas os que te buscam" (SI 9.10). Nos
dias seguintes, e, sucessivamente, foi destacando a folhinha: "Em me vindo
o temor, hei de confiar em ti" (SI 56.3).
Com
o passar do tempo, Margareth começou a pensar se tinha tomado uma decisão errada
ficando para trás. Até o empregado que ordenhava as cabras tinha partido sem
avisar, mas no dia seguinte, destacando o calendário, encontrou outra mensagem
de confiança: "Eu vos sustentarei a vós outros e a vossos filhos" (Gn
50.21). Naquela mesma tarde, alguém bateu ao portão. Foi atender preocupada,
pensando que eram soldados inimigos. Era um velho conhecido que trazia frangos
e ovos. Era o cumprimento da promessa da Palavra de Deus impressa no
calendário.
Ainda
uma vez Margareth destacou a folhinha: "No dia em que eu te invocar,
baterão em retirada os meus inimigos: bem sei isto, que Deus é por mim"
(SI 56.9).
Desta
vez Margareth teve dificuldades em crer na promessa de Deus. Ouvia-se o barulho
das armas pesadas que se aproximavam, e foi-se deitar completamente vestida. Ao
amanhecer do dia seguinte, aproxima-se do portão um mensageiro dando a boa notícia:
Os
japoneses tinham retirado suas tropas!...
-
É incrível - dizia Margareth! - como Deus tem cuidados especiais para com os
seus servos. Ele mesmo determinou a impressão de tão grandes mensagens naquele
calendário que foi feito com um ano de antecedência.
"Quando eu a ti clamar, então retrocederão os
meus inimigos; isto sei eu, porque
Deus está comigo. Em Deus
louvarei a sua palavra; no Senhor louvarei a sua palavra. Em Deus tenho posto a
minha confiança; não temerei o que me possa fazer o homem"
(SI 56.9- 11).
SALOMÃO GINSBURG
O
diácono Candinho foi membro de uma igreja evangélica em Jacarepaguá durante muitos
anos. Convertido em 1927, conheceu pessoalmente e conviveu com o grande missionário
judeu Salomão Luiz Ginsburg (1867 – 1927), que, dentre outros feitos, foi o
criador do hinário Cantor Cristão. De Ginsburg, Candinho contava muitas
experiências, inclusive esta:
Uma
ocasião, no Estado do Rio, o missionário tinha de chegar a determinado lugar de
difícil acesso onde estava sendo aguardado. Conseguiu quem o conduzisse, e
aproveitou a oportunidade de falar sobre o Evangelho ao guia. Este respondeu:
-
Não, missionário. Eu não posso aceitar a sua religião, porque ficarei proibido
de beber, fumar, de fazer tantas coisas que gosto de fazer. Os crentes são
escravos. Não têm liberdade.
O
missionário pediu ao guia um maço de cigarros, e ao invés de acender um
cigarro, guardou o maço no bolso e prosseguiu viagem sob a admiração do guia,
que não ousava dizer nada. As horas foram passando e o missionário continuava
de posse dos cigarros.
Lá
pelas tantas, o companheiro sentindo um desejo irresistível de fumar, não se conteve:
-
Como é, o senhor não vai me devolver os cigarros?
-
Não - respondeu o missionário.
O
inveterado fumante perdeu a calma e ameaçou tomar do missionário os cigarros, à
força, ao que este respondeu:
-
Espere, vou devolver-lhe os cigarros; eu só fiz isto para provar-lhe que eu não
sou escravo, mas você é escravo. Você está querendo brigar comigo porque não
pode passar sem fumar uma hora. Isto é ser escravo.
"Não reine portanto o pecado em vosso corpo
mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências." "Não sabeis vós que a quem vos apresentardes
por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do
pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?" (Rm 6.12,16).
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