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quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Por que o preparo faz diferença na obra missionária

 

O missionário Timóteo Bachmann fala sobre sua experiência com o preparo missionário, bem como a importância de capacitar o obreiro para o trabalho que vai desenvolver, além dos riscos de pular essa etapa indispensável à obra missionária. Confira o texto:

Pensando em viajar? Você toparia tomar um voo com alguém que estudou pilotagem no YouTube, e não completou as horas de voo?

Precisando fazer uma cirurgia? Que tal submeter-se a uma cirurgia com alguém que fez apenas metade do curso de medicina?

Mas, pensando bem, se não aceitamos embarcar num voo com alguém não capacitado, será que deveríamos apoiar alguém que deseja servir a Deus sem o preparo necessário?

Da mesma forma que ninguém com juízo aceitaria ser operado por alguém despreparado, assim também nenhum pastor ou líder de agência missionária deveria incentivar o envio de alguém ao campo sem o devido preparo. Isso porque essa pessoa estaria sendo autorizada a exercer um trabalho que só pode ser feito por quem tem capacitação e reconhecimento por parte da liderança da igreja. Na prática, isso muitas vezes se torna uma autorização para fazer estragos, porque é a coisa mais provável de acontecer.

O apóstolo Paulo escrevendo sua primeira carta a Timóteo (3:10) chega a instruí-lo a certificar-se que os diáconos sejam avaliados. E que sejam encomendados à obra somente se forem aprovados. Assim também as outras recomendações de Paulo quanto a obreiros, como em Tito 1, transbordam de cuidados em aprovar obreiros, e a observar vários fatores que fazem parte da sua capacitação para exercer o ministério.

Será que por alguma razão os obreiros da idade moderna estão isentos dos critérios sagrados estabelecidos por nosso Deus para exercer o ministério? Será que os missionários transculturais de hoje estariam isentos da necessidade de preparo completo e adequado só porque “os povos estão morrendo sem Cristo”? Será que pode existir algum fator ou princípio que seja superior ao padrão deixado por Deus para os Seus obreiros em Sua Palavra, que dispense o devido preparo de obreiros para a Sua Seara?

Agora, se concordamos que estes obreiros obtenham o preparo adequado e necessário para o ministério específico que vão exercer, será que vamos concordar que não necessitam renovar e atualizar seus conhecimentos e capacitação com o passar do tempo? Se dissermos que não, deveríamos aceitar a oportunidade de embarcar num voo com um piloto veterano, experiente, mas que nunca fez nenhum treinamento de atualização. Seria como aceitar fazer uma cirurgia com um médico que nunca participou de congressos de medicina e ficou por décadas sem ler informativo algum de sua área.

Quando fui agraciado com a bolsa para o mestrado e comecei a ter aulas e tarefas escolares depois de tantos anos, senti-me como um papagaio velho, que já não consegue aprender palavras novas! Mas Deus me deu graça e coragem de persistir! Várias vezes lutei  contra o desânimo devido à intensidade dos estudos e às altas exigências nas monografias, mas persisti porque sabia da necessidade de termos ferramentas para o trabalho e da importância de estarmos sempre abertos para aprender mais. Fui ensinado que um servo de Deus precisa ser ensinável e consciente da necessidade de crescer sempre no conhecimento dÊle, em Sua Palavra, e nas habilidades que Ele mesmo requer de nós – 2 Timóteo 3.16,17 – ser apto e preparado para toda boa obra!

Que experiência maravilhosa foi, agora em junho do corrente ano, esse papagaio velho, depois de formado, ter mais uma oportunidade de aprender outras palavras novas! E ainda mais sendo através de uma missionária inglesa, Dra. Katy Barnwell, que começou a trabalhar na Nigéria em 1950 e que, até hoje, fala com tanta humildade da necessidade dela mesmo aprender mais! É mais um software de tradução bíblica, é mais grego e hebraico! Imagina! Ela com essa idade e experiência toda, diante dos nossos olhos lutando no laptop para aprender mais! Que inspiração! Que exemplo! Que modelo de vida!

Dra. Katy Barnwell, que Deus nos dê muitos anos de vida e ministério como Ele te deu, sempre aprendendo mais e sendo-lhe cada vez mais útil!

Claro que o missionário Timóteo e nós não estamos defendendo um academicismo frio, ou um intelectualismo vaidoso. A ênfase é no preparo bíblico, espiritual e prático para servir bem no ministério e cooperar com o avanço da obra missionária. Esse preparo deve ser continuado para produzir crescimento ministerial, para fomentar corações ensináveis e para expandir o trabalho. Outro benefício do preparo continuado é que ele gera conhecimento para capacitar a nova geração a ir mais além no cumprimento da Grande Comissão.

Preparar-se bem e continuadamente para o campo missionário é uma forma de viver o seu chamado, e zelar da obra que Deus lhe confiou.

“dedique-se à leitura pública das Escrituras, à exortação, ao ensino. Não seja negligente para com o dom que você recebeu, o qual lhe foi dado mediante profecia, com a imposição das mãos do presbitério. Medite estas coisas e dedique-se a elas, para que o seu progresso seja visto por todos. Cuide de você mesmo e da doutrina. Continue nestes deveres, porque, fazendo assim, você salvará tanto a si mesmo como aos que o ouvem.” 1 Timóteo 4.13–16

Via Missão AMIDE 

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