O Chamado da Cidade
George MacDonald
Trad. de José Britto Barros
Eu disse: "Deixa-me
viver no campo".
Ele disse: "Não, vive
na cidade".
Eu disse: "Não há
flores ali..."
Ele disse: "Flores
não, mas há um diadema".
Eu disse: "Mas na
cidade os céus são escuros,
Não existe nada senão
barulho e confusão;
E Ele chorou com
profundeza d'alma,
Fazendo-me reconsiderar...
"Há mais que isso,
disse Ele, há pecado."
Eu disse: "Mas na
cidade o ar é carregado,
E nuvens de fumaça encobrem
o sol”.
Ele disse: "Ali,
porém, os corações estão dilacerados
E as almas se aniquilam na
triste solidão espiritual".
Eu disse: "Lá na
cidade não poderei
Notar, a suave fragrância
das coisas,
E os amigos também não me
notarão, eles falarão"...
E Ele respondeu:
"Escolhe esta noite
Quem é mais importante
para ti, Eu ou eles".
E eu lhe pedi me fosse
dado tempo para resolver...
Ele falou: "Isto é
duro para decidir?
Isto não será pesado para
alcançar o céu,
Pois estarás seguindo
passo a passo
As pisadas do Teu
Mestre".
Então volvi um longo olhar
de despedida para o campo
E decidido voltei meu
rosto para a grande cidade.
Ele falou: "Meu
filho, tu te rendes enfim?
Trocas as flores por um
diadema?"
Então Ele pousou a sua mão
dentro da minha
E no recesso do meu
coração eu o senti...
Uma doce suavidade do céu
me dominou o ser
Que levou o meu temor de
seguir o seu caminho.
* * *
Do livro Inspirações Poéticas do Pastor Britto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário