A
soberania de Deus não exclui o livre-arbítrio do homem ou impede que ele
prepare cuidadosa e seriamente seu coração para ter uma experiência espiritual.
Permanece como responsabilidade do homem ouvir o chamado de Deus (compare as
muitas declarações nos Evangelhos e no livro de Apocalipse, onde somos
desafiados: "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça" – Mt 11.15; Mc 4.9;
7.16; Ap 2.7,11,17,29; 3.6,13,22).
Podemos
comparar o chamado de Deus a uma chamada telefônica. Ela nada significa se é
uma pessoa surda quem está recebendo a ligação, não importa o quão distinta,
específica e singular seja a chamada do outro lado. Quando o ouvido está fechado,
a mente preocupada, e a vontade e os propósitos já estão estabelecidos, o homem
se torna inacessível. Muitas pessoas nunca recebem um chamado do Senhor, não
porque o Senho não está chamando, mas simplesmente porque elas não estão dentro
do alcance do chamado. Elas estão fora de alcance.
Devemos, dessa forma, preparar nossos corações
para o chamado de Deus. Com esse propósito, fazemos várias sugestões:
1.
Assegure-se de
que seu corpo torne-se um sacrifício vivo e santificado para o Senhor (Rm
12.1,2).
2.
Assegure-se de
que não haja nenhum pecado consciente importunando seu ouvido e visão
espirituais (Ef 1.18; Cl 1.9).
3.
Assegure-se de
que não haja planos e preferências pessoais preconcebidas (Sl 25.9).
4.
Assegure-se de obedecer
a Deus diária e alegremente nas pequenas coisas do cotidiano. Pratique a
obediência a Deus e ao homem (Lc 19.17; 1 Sm 15.22).
5.
Assegure-se de
que está disposto a ir e ser usado em qualquer lugar (Jo 7.17).
6.
Adote o hábito de
oração diária, estudo da Bíblia e meditações particulares diante do Senhor (Js
1.;8 Sl 77.12; 119.15,25,45).
7.
Adote o hábito de
aguardar com paciência em relação ao Senhor, esperando que Ele oriente cada
passo de sua vida e conduta diárias (Pv 3.6; Sl 23.3).
8.
Estude atentamente
a Palavra de Deus relativa aos propósitos de Deus para a vida cristã e a igreja
cristã. Sature-se da Palavra de Deus (SI 119.11,104,105).
9.
Estude atentamente
as grandes necessidades espirituais de nosso tempo e prepare-se para
satisfazê-las. Adote uma visão mundial e uma tarefa mundial (Jo 4.35).
10.
Passe um bom
tempo em oração intercessora pela causa e pelo ministério de Cristo em sua
seara e fora dela (Mt 9.37,38).
11.
Ore regular e
seriamente para que Deus torne sua vontade e seu chamado definidos para você (SI
25.4; 27.11; 143.8).
12.
Descanse com
segurança nas promessas de Deus e espere que Ele o satisfaça de acordo com sua necessidade.
Ele tornará sua vontade e seu chamado certos (SI 37.5,7a; 32.8).
A clareza, profundidade e certeza do chamado de Deus
irão depender grandemente da qualidade do coração, da intensidade de nossa
comunhão com o Senhor e do grau de nossa disposição para obedecer ao Mestre em
sua ordem e comissão.
Testes do chamado de Deus
Não
acreditamos que honra a Deus pedir sinais ou constantemente fazer “a prova com
o velo” (Jz 6:36-40) para testar Deus, porém, há certos princípios pelos quais
podemos tornar nosso chamado certo. Esses são bem resumidos por um escritor:
1.
Isso está de
acordo com o plano geral de Deus como demonstrado em sua Palavra?
2.
As circunstâncias
ocasionais podem ser ajustadas com o que parece ser sua orientação?
3.
O Espírito Santo
testemunha continuamente que essa é vontade de Deus?
4.
Você ainda é
chamado quando não há desafio de aventura e deslumbramento de heroísmo? Se
fosse chamado para um campo insignificante, estaria disposto a ir? Se você
fosse o único a concordar em ir, ainda assim concordaria?
5.
Você está
disposto a pagar qualquer preço?
6.
Você meramente
"acha" que deveria ir a um certo campo, ou essa e uma
"convicção" profunda?
Esses
princípios podem ser e devem ser usados livremente para testar o chamado de
Deus na vida de alguém. Já que os testes de uma vida missionária são severos,
devemos testar honesta e seriamente nosso chamado missionário.
Vamos
nos aplicar ao preparo de nossos corações para o chamado de Deus e assegurar
que quando o chamado nos alcançar, encontre urna resposta imediata e vivaz.
Vamos
também permitir que o chamado de Deus amadureça em nossas vidas, mas não para
que ele fique gasto e se torne ineficaz. Há perigo na ação prematura há perigo procrastinação.
George W. Peters, no livro Teologia Bíblica de Missões (CPAD).
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