Raquel Elana
Enquanto reescrevo a conclusão deste livro (O Guia do Missionário), não posso deixar de mencionar o grande milagre que o Senhor nos concedeu ao libertar da prisão meu pastor de campo, Andrew Brunson. Ele passou 2 anos encarcerado numa prisão gelada da Turquia, acusado injustamente de terrorismo, depois de servir fielmente 23 anos nesta nação.
Durante
seu tempo no confinamento, Andrew conta que passou boa parte na solitária.
Foram dias de angústia e depressão em que muitas vezes pensou na morte. Tudo
começou a mudar, contudo, quando ele percebeu que através de sua prisão,
milhões de cristãos estavam orando por ele e pela Turquia. De fato, o que
aconteceu foi um movimento de oração global sem precedentes na História Moderna
da Igreja.
Pastor
Andrew conta que certo dia, enquanto falava com Deus, foi levado a orar por
duas nações: A China e o Brasil. Ele disse que enquanto orava pela China, a
palavra “Brasil” saía de sua boca e nem ele mesmo entendia por quê. Foi então
que percebeu que o Senhor deseja usar a Igreja Brasileira para a colheita no
Oriente Médio. Isto para ele foi uma visão muito clara.
Confesso
que a primeira vez que o ouvi falar sobre isso fiquei muito surpresa. Pensei
comigo mesma, por que Deus lembraria a um pastor americano encarcerado, do
Brasil?
Muitos
de nós ainda se lembram das profecias de um passado não muito distante onde se
dizia que o Brasil seria levantado como um Celeiro de Missões para o Mundo.
Você se lembra? Porém, depois de anos no campo, lutando com a escassez de obreiros,
especialmente que pudessem juntamente comigo ministrar na língua árabe,
desacreditei desta promessa.
Enquanto
tomávamos café, durante sua visita ao Brasil, perguntei ao Pastor: se a
promessa era verdadeira e se o Senhor estava nos lembrando desta Palavra, por
que os brasileiros não estavam indo ao campo? Qual era nosso problema? Ele
então disse: "Os brasileiros não estão dispostos a sacrificar': E eu
acrescentaria que este problema não inclui só os brasileiros. Na verdade, os
cristãos de hoje não estão dispostos a sacrificar, mesmo os que se dispõem ao
trabalho missionário.
Mesmo
na Missão, não estamos preparados para sacrificar. De forma voluntária, a
maioria não escolheria sacrificar sonhos, família e a própria vida para que o
Evangelho do Reino se torne conhecido entre os Não- -Alcançados. Mas esta mentalidade pode mudar. E como
os heróis da fé do passado, podemos continuar crendo que o Senhor fará cumprir
Sua Palavra, levantando a Igreja Brasileira num novo mover missionário.
Levantando você, vocacionado, candidato ou jovem missionário. Seja você
resposta do clamor do mundo. Posso dizer que para mim tem valido a pena, mesmo
em meio às dores e ao sofrimento. Vale a pena servir ao Senhor e ser parte
deste plano glorioso de redenção entre todas as famílias da terra.
Raquel Elana, no livro O Guia do Missionário - Um manual de sobrevivência para o campo missionário transcultural (Editora Descoberta). O livro pode ser adquirido diretamente com a autora (veja AQUI), e os lucros ajudarão na obra que ela realiza no Oriente Médio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário