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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Carta de Esmirna à Igreja Global - Declaração da Consulta Global da Comissão de Missão da WEA

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Estiveram reunidas em Izmir (Esmirna), na Turquia, 210 pessoas de mais de 50 países, inscritos para a Consulta Global da Comissão de Missões da Aliança Evangélica Mundial. Pessoas de diferentes contextos eclesiásticos, linguísticos e culturais, mas pertencentes à mesma família e compartilhando uma paixão comum por Jesus Cristo e pela Sua Igreja.
Evangelho, igreja e testemunho sempre compõem uma tríade inseparável no pensamento cristão e na prática do discipulado. Esses elementos estão sendo revisitados hoje de diversas maneiras. Novas formas de ser igreja estão emergindo e como seguidores de Cristo ao redor do mundo procuramos ser fiéis neste novo contexto e nesta geração
A Consulta Global 2014 tratou sobre a Igreja. A proximidade com as Sete Igrejas (do Apocalipse) invocou a história da igreja e seu testemunho na região, proporcionando um excelente contexto para pensar globalmente sobre a igreja em missão, bem como sobre as suas expressões locais e os movimentos que a levam a seguir em frente.
Foi um tempo desafiador e renovador, fazendo com que, dentro destes novos tempos midiáticos e instantâneos, o papel da igreja, como agente da missão fosse pensado, refletido e questionado.
Dentre os brasileiros presentes à Consulta, o Pastor Edeval Campos, pastor da Igreja Batista Filadélfia, em Cidade Patriarca, São Paulo capital, teve oportunidade de compartilhar sobre a realidade e contexto atual da igreja brasileira, uma vez que representava as igrejas locais. Outros brasileiros presentes foram: Tonica van der Meer, Margaretha Adiwardana, Decio de Carvalho (que mora em Porto Rico), Levi de Carvalho (que mora na Espanha), João Barbosa de Oliveira Jr (que mora na África do Sul), Leif Ekstrom (que mora na Suécia), Alzira Ekstrom e Bertil Ekström, Diretor Executivo da Comissão de Missão da Aliança Evangélica Mundial
Em resultado da Consulta foi emitido o Documento abaixo.
Carta de Esmirna para a Igreja Global
Maio de 2014
Aos nossos irmãos e irmãs em Cristo,
Graça e Paz!
Nós, da Comissão de Missão da WEA (Aliança Evangélica Mundial) estivemos reunidos por 5 dias no nome do Senhor Jesus Cristo, refletindo a partir da carta de João às sete igrejas antigas de Apocalipse 2 e 3.
Esse cenário tem sido um profundo memorial dos 2000 anos de história da Igreja à qual estamos conectados; das provações que confirmam que o testemunho apostólico deve ser passado adiante fielmente, e do fato de que nós hoje recebemos esse testemunho porque homens e mulheres preferiram entregar as suas vidas a comprometer o evangelho. Tem-nos lembrado de forma contundente de que no início da Igreja foi custoso, por vezes até com martírio, declarar que Jesus Cristo é o Senhor e que somente Ele deve ser adorado.
Em nosso estudo da Palavra de Deus e em todo o nosso aprendizado e conversas, refletimos sobre a Igreja de Deus e a Missão de Deus, àquela época e agora, e buscamos ouvir a voz do Espírito Santo. Nós temos sido convencidos pelo reconhecimento de que devemos constantemente ser lembrados do que significa ser um filho de Deus, e lembrarmo-nos da graça de Deus. Temos visto que podemos nos esquivar do amor a Deus e nos deixar levar por encontrarmo-nos ocupados com as 'coisas' de Deus. O Senhor nos chama ao arrependimento; profundo e com lágrimas. Ele nos chama a constantemente renovar o nosso amor por Ele. Ele nos chama a perseverarmos como discípulos alegres, apaixonados por Jesus.
A antiga declaração do Credo que diz que a Igreja é "una, santa, católica, e apostólica", fala poderosamente a nós hoje. Nós conclamamos à família evangélica a arrepender-se da competitividade, duplicação e fragmentação, e a lutar por unidade na comunhão, testemunho e uma vida que o Senhor declara ser o sinal fundamental da credibilidade do evangelho. Nós nos comprometemos, e também chamamos a Igreja, a demonstrar o poder de Deus para transformar pessoas à semelhança de Cristo, a serem discípulos de corações íntegros que vivam em simplicidade que encoraja a santidade de mente e vida. Nós reconhecemos que a autoridade de Cristo é para o mundo inteiro, todas as nações e toda a criação, e que a plenitude de Cristo é vista em toda a Igreja, na sua abrangência global. Nós nos comprometemos novamente com um evangelho fiel aos ensinos da Palavra de Deus, transmitido a nós com o endosso do Senhor e dos apóstolos, como verdade que já foi entregue aos santos. Comprometemo-nos à prática apostólica, reconhecendo a importância do ensino, oração, comunhão, partir do pão, testemunho e proclamação.
Nós ouvimos sobre a dor de muitos daqueles que sofrem por Cristo em muitas partes do mundo. Sabemos do trauma da perseguição, e que aqueles que sofrem são nossos irmãos e irmãs, cujas dores têm sido sentidas por todos nós aqui reunidos, e que devem ser sentidas por todos nós, de forma mais ampla, em um só corpo. Comprometemo-nos a adensar as nossas orações por eles e a contar as suas histórias mais persistentemente em todas as nossas igrejas. Sobriamente, reconhecemos o ensinamento do Senhor Jesus sobre aqueles que sofrem por Ele: que têm o Reino como uma promessa e que a glória de Cristo repousa sobre eles. Oramos para que eles tenham o conforto de que "Deus sabe". Queremos ser proativos na defesa daqueles que não experimentam o direito humano da liberdade de fé.
Nós enfrentamos novamente o desafio dos não-alcançados, dos desigrejados e dos sem-igreja, e mais uma vez nos comprometemos a levar a semente do evangelho para que Deus faça nascer novas igrejas. Nós reconhecemos, com tristeza, que muitas áreas do mundo, especialmente no ocidente, necessitam ser renovadas pelo Espírito e ter novas igrejas plantadas. Isso em adição à premente necessidade do mundo não-evangelizado ser alcançado com urgência e persistência. Nós reconhecemos que o Senhor está inspirando muitas novas iniciativas e que, em muitos lugares, a Igreja tem crescido rapidamente, pelo que nós louvamos a Deus. Oramos no sentido de que ela também cresça profundamente em discipulado fiel.
Refletimos que Deus nos chama para ser o Seu povo peregrino. Isso nos orienta a não nos apegarmos aos bens materiais e mesmo àquelas coisas sobre as quais depositamos o nosso senso de identidade: lar, país, trabalho. Ao contrário, nós somos chamados a encontrar a nossa identidade mais verdadeira e mais profunda no Senhor Jesus Cristo e na família do povo de Deus. Nós oramos para que Deus nos mantenha em movimento e em sintonia com Ele, como os peregrinos de antigamente, e que ajustemos o nosso coração pela fé no destino celestial final. E oramos para que tenhamos o discernimento para reconhecer o que Deus está fazendo em nossos dias, e tenhamos alegre obediência em buscar o nosso papel como mãos e pés de Deus; porta-vozes e sinais visuais no Seu mundo.

Que reflitamos e ajamos sobre essas coisas, para a glória de Deus.
No nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Comissão de Missão da Aliança Evangélica Mundial

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