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terça-feira, 21 de abril de 2015

EMPRESÁRIOS INVESTINDO EM MISSÕES



(Matéria publicada em 2008) 
Não é novidade para a liderança cristã o fato que muitos projetos de expansão missionária ficam somente na pauta de oração porque faltam recursos e não há mantenedores. Muitos missionários ainda estão no time de reserva porque não há que os sustente no campo. Será que os membros das igrejas sofrem de "falta de visão missionária"?
 
Entrevistamos dois empresários de sucesso em suas áreas e que também são mantenedores fiéis de projetos missionários para entender melhor que critérios os levam a investir e que ações daqueles que recebem as doações os levam a manter suas contribuições.
 
Amado Góis é o presidente da Hydronorth, empresa do Paraná que atua na área de tintas e impermeabilizantes. Alberto Schlatter é o presidente do Grupo Schlatter, sediado no Mato Grosso do Sul e que atua nos segmentos de agricultura, pecuária, benefício de algodão, transportes e armazenagens.
 
Qual o seu envolvimento com missões atualmente?
 
Amado - Meu envolvimento com missões é feito em diferentes localidades. Em Londrina na Creche Rei Davi, onde, além da missão junto às crianças fazemos da creche um centro para atendimento aos pais com vários problemas. Isso tem dado excelentes resultados, pois além das crianças levarem a Palavra de Deus para casa, os pais também a recebem por ocasião de reuniões e também de aconselhamento. Na Missão Vida em Anápolis que cuida de mendigos e homens de rua. Em Marilia no Esquadrão da Vida. No Instituto Paqto consiste na manutenção deste ministério em Maringá (esse ministério presta consultoria às igrejas que querem investir em missões mas não têm experiência). E por último, na Missão Portas Abertas, que dispensa comentários.
 
Alberto - Temos nos envolvido de forma mais expressiva com o Projeto Com Cristo no Cerrado, que é um ministério voltado para a abertura de novas igrejas e de um centro de treinamento de obreiros na cidade de Rondonópolis. Temos envolvimento também com o Centro Gileade que trabalha na recuperação de dependentes químicos, em Chapadão do Sul. Além disso, no Ministério Palavra da Vida e no Projeto Vinde Meninos.
 
O que o levou a escolher estes projetos ou organizações para serem alvo de investimento e não uma outra entidade?
 
Amado - Para a escolha de missão eu analiso primeiro a idoneidade e comprometimento. Isto depois de conhecer as pessoas que a administram e lideram e após consultas. Analiso muito também para que se destina. Isso faz parte da minha responsabilidade em investir. Investir não é somente dar mas também: o quê, como e pra quem dar. O dinheiro de missão não é meu, sou apenas instrumento que Deus usa para dar então tenho que ser responsável ou então Deus vai cobrar de mim.
 
Alberto - Vejo missões como um projeto global da igreja, isto é, alcança o ser humano no seu aspecto físico, emocional e espiritual, através das boas novas, do evangelho de Jesus, enquanto que os clubes de serviço apenas atendem necessidades materiais.
 
Quais os critérios que levou em conta para ser um contribuinte regular?
 
Amado - Não existe critério. Trata-se de obediência. Vejo a necessidade, sinto uma ordem e então inicio o processo que detalhei na pergunta anterior.
 
Alberto - Exatamente porque em tais projetos ficamos bem mais informados sobre a destinação dos investimentos que fazemos na condição de mordomos de Deus. Também porque ficamos inteirados das necessidades emergenciais que acabam surgindo na trajetória deste projetos.
 
Na sua visão, de que forma deve ser a prestação de contas de uma agência missionária?
 
Amado - Isso também faz parte de minha responsabilidade. A prestação de contas deve ser criteriosa e regular. Essas missões de que falei me prestam conta mensalmente através de noticias e relatórios. Também de tempos e tempos visito a missão e me reúno com os responsáveis. Repito, não só dar mas sim acompanhar.
 
Alberto - Com a maior transparência possível para que os investidores possam se alegrar em Deus vendo como seus investimentos estão abençoando vidas e fazendo o Reino de Deus prosperar.
 
O irmão acredita que os empresários não cristãos investiriam em missões?
 
Amado - Não acredito e vou além. Empresário não cristão não deve investir em missões porque não será uma boa obra. A ordem para investir em missões deve vir de Deus e nunca de homens. Repito: Os valores que invisto em missões não são meus, são de Deus, e eu não sou louco de roubar de Deus, ou seja, ficar com a "grana". A prova de que não são meus é o fato de nunca ter sentido falta desses valores. Creia: se fossem meus provavelmente não investiria, eu sou tão mau como qualquer outro homem.
 
Alberto - Não tenho muito o que falar sobre isso mas afirmo que isto até poderia acontecer se as agências missionárias os procurassem com um projeto bem elaborado e bem transparente, avalizado pelo bom testemunho dos empresários cristãos.
 
E quanto à igreja? Por que não há mais investidores?
 
Amado - Ovelha escuta o pastor e empresário escuta empresário. O que a Igreja precisa é envolver empresários cristãos para falar com empresários. A Igreja tem poucos investidores porque é a própria Igreja que gera dificuldades. Com receio de perder sua receita, não divulga com ênfase a missão. Vejo incompetência da Igreja nesse sentido.
 
Alberto - Não há como negar que vivemos uma crise generalizada de credibilidade das instituições eclesiásticas e isto gera um desconforto na aplicação de investimentos fora do dízimo, ou seja, das ofertas alçadas que são dever de todo crente.
 
Quais são suas sugestões aos líderes de ministérios, missões e igrejas para atraírem investidores?
 
Amado - Não sou a melhor pessoa para isso mas creio que algumas dicas já foram descritas anteriormente.
 
Alberto - Esta questão já foi tratada anteriormente, mas quero reforçar. A questão crucial é a credibilidade e a transparência. Isto com certeza motivaria mais investidores que estão à procura de oportunidade de poderem exercer com mais inspiração a mordomia que o Senhor espera de cada um. Sejam eles grandes investidores ou somente uma viúva que coloca uma simples moeda.


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