terça-feira, 30 de outubro de 2018

LIÇÕES DA HISTÓRIA DA IGREJA NO NORTE DA ÁFRICA

ABRAÇANDO UMA TEOLOGIA DE "UNIDADE NA DIVERSIDADE"

A história de como a igreja primitiva se expandiu pela Ásia Menor e encontrou uma base na Europa é bastante conhecida. No entanto, a história da expansão para o outro lado do Mediterrâneo, ao longo do norte da África, não é tão conhecida assim. Houve um tempo em que as maiores cidades do Império Romano eram, além de Roma, Alexandria, no Egito, e Cartago, na atual Turquia.
Essas cidades também se tornaram um reduto para a igreja cristã. Pensadores cristãos primitivos, como Tertuliano, Cipriano e Agostinho, nasceram no norte da África e serviram em Cartago. Com uma história tão rica, pode ser intrigante a expansão árabe pela região que ocorreu a partir do século VII. Muitos eruditos já debateram os motivos por que a igreja não conseguiu resistir aos novos dominadores.
Vários fatores podem contribuir para uma parte da resposta. No entanto, destacamos duas razões que podem ensinar algo para nós, hoje:
  1. Pode ser um equívoco falar de uma igreja única. Durante os 300 anos anteriores à expansão árabe na região, foram estabelecidas duas igrejas paralelas, e a divisão entre elas estava crescendo. Os esforços de unidade sempre falhavam e as igrejas rotulavam uma à outra como falsas. Essa divisão realça uma tensão importante entre a igreja como uma entidade global e uma entidade local, contextualizada.
  2. Ressentimento do povo nativo contra governantes estrangeiros e sua respectiva identidade religiosa. A população berbere aparentemente escolheu uma “religião diferencial”: a filiação à igreja alternativa contribuiu para a identidade berbere e para a oposição política.
Nós nos perguntamos se essa dinâmica também pode nos ajudar a compreender melhor o andamento da igreja contemporânea.
Augustinho e os Donatistas

Contextualização ou unidade?
O movimento Donatista, que ganhou apoio entre os berberes, surgiu depois que o cristianismo se tornou a religião romana oficial. A Igreja Católica permaneceu política e culturalmente fiel ao Império Romano, enquanto a Igreja Donatista representava um movimento eclesiástico mais nacionalista, moldado pela comunidade berbere nativa. A Igreja Donatista adotou uma postura dogmática conservadora, mas incorporou uma forma de expressão mais carismática. Eles se orgulhavam de sua herança africana, de sua identidade como uma igreja de mártires e do ensino de Tertuliano sobre o discipulado radical e a pureza da vida cristã.


A Igreja Católica, por outro lado, enfatizava a universalidade da igreja, os ensinos de Tertuliano sobre unidade e o serviço da igreja à sociedade, trabalhando arduamente para se adaptar ao seu novo status de igreja oficial do Império Romano.
O conflito entre as igrejas Católica e Dontista pode então representar a tensão entre a igreja como entidade global e como entidade local – os Donatistas eram considerados uma ameaça à unidade da igreja.[1] Alguns dos fatores eram:
  • uma tensão político-religiosa entre a igreja “global” romanizada e a igreja como uma fé integrada de forma contextualizada; e,
  • uma tensão entre a uniformidade de linguagem e expressão e a necessidade de manter uma identidade cristã local.
No trabalho missionário atual, podemos questionar se a unidade necessariamente significa unidade organizacional e cultural cristã. Talvez o missionário deva encorajar a “unidade na diversidade”,[2] estimulando características culturais, em vez de as considerar como ameaça à unidade cristã.
Devemos também prestar mais atenção à história da Igreja Donatista quando falamos da igreja no norte da África, no mínimo porque a Igreja Donatista resistiu diante da expansão muçulmana, enquanto a Igreja Católica fugiu.
Além disso, somos tentados a pensar como L. R. Holme:
Se a igreja tivesse conseguido acesso à grande quantidade de tribos berbere, se tivesse conseguido unir sob a bandeira de Cristo todo o entusiasmo que mais tarde apoiou a causa islâmica, poderia ter evitado que os Sarracenos esmagassem o cristianismo africano após a conquista da província, e poderia ter evitado até mesmo a conquista da província. Acontece que o ensino que atraiu fortemente a mente berbere foi condenado pela igreja como imperfeito, e aqueles que o ensinavam e criam nele estavam sujeitos a banimento por parte das autoridades eclesiásticas e seculares. (tradução livre).[3]
Pode ser doloroso para os envolvidos em missões quando uma igreja nativa busca separação e independência ou estabelece práticas que são pouco familiares ou desconhecidas. Apesar disso, missionários de hoje devem se perguntar se isso não é simplesmente resultado do amadurecimento da igreja.

A igreja entre o centro e a periferia cultural

Os berberes eram tradicionalmente nômades e permaneceram predominantemente rurais. Eles nunca foram tentados pela cultura das cidades, que era fortemente influenciada e dominada pelos imigrantes romanos e sua herança cultural. As sociedades berberes se organizavam em estruturas tribais, opondo-se naturalmente ao estado centralizado e controlado por Roma.
Ao longo dos séculos, as cidades no norte da África tornaram-se cada vez mais centros administrativos, povoados pela elite política, financeira, militar e religiosa. A Igreja Católica, o latim e a forma de vida romana eram dominantes em todos os aspectos. Assim, os berberes, apesar de representarem a população nativa e constituírem a maioria étnica, permaneceram culturalmente marginais, sem influência nem representação política, financeira e cultural.
Diversos estudos demonstraram como a conversão religiosa e o desenvolvimento religioso de vários grupos se interrelacionam com as dinâmicas sociopolíticas e etnopolíticas, e, da mesma forma, devem ser interpretados a partir dessas estruturas.[4]
As experiências de marginalização étnica e cultural podem ter um papel significativo no fortalecimento da identidade cultural de um grupo, em oposição ao grupo dominante.
The history of the Berber population in North Africa follows a recognizable pattern in this regard. When the Roman occupying power discouraged and persecuted Christians during the first three centuries, surprisingly, Christianity found a foothold and thrived among the Berber population. Later, after the Catholic Church became the religion of the state from the year AD 380, the Berbers turned from the Catholic Church to Donatism, and persecution continued. Thus, religious following and religious identity continued to constitute an element of opposition to foreign rulers in the area throughout this considerable timespan.

Um padrão semelhante foi identificado em vários outros contextos, inclusive nos tempos modernos. Um dos exemplos é a história do desenvolvimento religioso em partes da África Oriental. Diversos estudos têm demonstrado como a oposição ao cristianismo ortodoxo do povo Amhara, grupo historicamente dominante, teve um papel significativo na formação da estrutura religiosa da Etiópia atual[5]:
  • Com a colonização das áreas a sul e oeste do país por parte dos Amhara, a composição religiosa dessas áreas mudou.
  • No entanto, grupos mais étnicos não abraçaram o cristianismo ortodoxo. Eles preferiram adotar interpretações alternativas da religião dos colonizadores.
  • A igreja evangélica etíope Mekane Yesus, numericamente forte e espiritualmente vibrante, por exemplo, é formada majoritariamente pela população da etnia Oromo, que experimentou uma marginalização cultural persistente pelos governantes Amhara.
Apesar de haver dinâmicas sociopolíticas e etnopolíticas influenciando a mudança religiosa e a conversão ao cristianismo, isso não necessariamente significa que as conversões individuais não sejam genuínas. Elas simplesmente ressaltam o fato de que a reorientação religiosa não acontece fora de contexto. Nenhum de nós fica intocado pela cultura e sociedade a que pertencemos.
Isso também pode ser uma indicação de que Deus está trabalhando em condições variáveis, e que Deus se relaciona conosco como pessoas em suas culturas e sociedades. Assim, é interessante observar que uma dinâmica semelhante pode estar ocorrendo agora no norte da África:
  • O número de cristãos árabes é pequeno.
  • No entanto, por vários anos, há relatos rotineiros de que alguns berberes estão se convertendo ao cristianismo no norte da África.[6]
  • É digno de atenção que David Garrison enfatize, por exemplo, o impacto de usar o idioma berbere entre cristãos, ao contrário do programa oficial de arabização e repressão da cultura tradicional berbere.[7]

Outras lições para a igreja contemporânea


Todo missionário transcultural traz consigo uma herança teológica e cultural. Ambas podem ser difíceis de identificar, uma vez que a religião também integra a cultura. Da mesma forma, nenhum missionário é culturalmente neutro. Nossa mensagem do evangelho tende a carregar pressupostos culturais. Não existe diferença nesse aspecto, se nossa herança teológica e cultural for coreana, nigeriana ou norueguesa. Uma simples reprodução de nossa herança religiosa em outras culturas pode perfeitamente tornar-se um “imperialismo eclesiástico”, em que nós, talvez de forma involuntária, impomos nossa tradição sobre outros. Devemos nos perguntar qual parte de nossa mensagem é indispensável e qual não é.
Missionários transculturais também precisam considerar os aspectos da representação política, financeira e de poder. Sendo forasteiros culturais, não existe um “espaço neutro”. Nós sempre representamos alguma coisa. Apesar de não podermos remover tal representação, o missionário deve estar atento a isso e procurar contrabalancear a influência de tais elementos. Caso contrário, podemos contribuir para que a igreja fique alienada de seu contexto.
O pioneiro da missiologia no século XX, Paul Hiebert, defendeu a importância da “autoteologia”.[8]
oda nova igreja precisa desenvolver uma teologia contextual, uma que faça sentido em sua cultura e que responda a questões de relevância cultural. Os missionários devem encorajar esse desenvolvimento, ainda que os líderes locais não tenham as mesmas conclusões que o missionário. O processo pode ser doloroso, como a história da igreja berbere enfatizou. No entanto, também pode ser um processo de crescimento para o missionário, já que nossa herança eclesiástica é assim desafiada e podemos aprofundar o diálogo com novas perspectivas.
Igrejas de todo o mundo podem se beneficiar ao abraçar a “unidade na diversidade”. No mundo ocidental contemporâneo, este desafio é igualmente válido no que diz respeito às novas igrejas de imigrantes.  As “igrejas majoritárias” do Ocidente devem considerar um relacionamento com as novas igrejas de imigrantes de forma a que o fluxo de cristãos do hemisfério sul contribua de forma positiva na revitalização e na reinterpretação do cristianismo no Ocidente.[9]

Notas de fim

  1. Chris J. Botha, “The Extinction of the Church in North Africa,” in Journal of Theology for Southern Afrika 57 (December 1986): 24-31. 
  2. Harding Meyer, That All May Be One: Perceptions and Models of Ecumenicity (Grand Rapids: Eerdmans, 1999), 93. 
  3. L. R. Holme, The Extinction of the Christian Churches in North Africa, 1st Edition 1898 (Leopold Classic Library, 2016), 253. 
  4. Øyvind M. Eide, Revolution and Religion in Ethiopia. The Growth and Persecution of the Mekane Yesus Church 1974-1985(Oxford: James Currey Ltd, 2000), 15-22, 85-93. 
  5. Hassen Mohammed, The Oromo of Ethiopia. A History 1570-1860 (Cambridge, 1990), 77. Arne Tolo, Sidama and Ethiopian. The Emergence of the Mekane Yesus Church in Sidama. Studia Missionalia Upsaliensia (LXIX. Uppsala, 1998), 279-82. 
  6. Bruce Maddy-Weitzman, “The Berber Awakening” in The American Interest, Volume 6, Number 5 (1 May 2011), and similarly David Garrison, A Wind in the House of Islam: How God is Drawing Muslims Around the World to Faith in Jesus Christ (Colorado: Wigtake Resources, 2014), 81-98. 
  7. Ibid., 93-94. 

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Informativo Missionário NA MISSÃO DE DEUS

A missionária Natália Almeida, nossa colaboradora e grande promotora de missões (autora do manual gratuito Mobilização Missionária - Caminhos Possíveis), tem publicado regularmente nas redes sociais o breve informativo Na Missão de Deus. A cada edição, um tema de relevância para a obra missionária é abordado.
Publicamos abaixo alguns dos informativos já publicados. Você pode copiar e compartilhar em suas redes sociais.










sábado, 13 de outubro de 2018

Marcadores de Página com temas missionários para você baixar e imprimir


Olá amigos e irmãos! A novidade em recursos edificantes que apresentamos desta vez é uma série de marcadores de página, todos com temas de utilidade missionária. São ao todo sete temas, que você poderá baixar, imprimir e recortar.

Confira os temas:
  • Marcador com versículo motivacional e espaço de anotações para você inserir nomes de missionários, e nomes de povos e lugares por quem deve orar;
  • Uma série de 4 marcadores contendo um significativo resumo da história de Missões (linha do tempo), e dicas de livros sobre a história missionária da igreja;
  • Um modelo trazendo a Estrada Romana, que na verdade é um roteiro de versículos, apenas do livro de Romanos, apresentando o plano de salvação completo, para você utilizar como guia em sua ação evangelística;
  • Dois modelos de marcador contendo cada um cinco Esboços de Sermões Missionários diferentes;
  • Um modelo contendo de um lado Dicas (de atividades) para promover Missões em sua igreja, e do outro lado links para download de diversos materiais (livros, apostilas etc.) focados em mobilização missionária; 
  • Um modelo de marcador contendo uma ampla seleção de Versículos Missionários (a base bíblica de Missões);
  • Um modelo apologético, contendo de um lado as heresias e equívocos em que o catolicismo romano incorreu ao longo de sua história (e os versículos que os refutam), e do outro lado uma série de versículos para refutar algumas crenças das Testemunhas de Jeová.


E atenção: há alguns anos já havíamos elaborado uma série de nada menos que 17 modelos de marcadores de página, todos eles com diversas utilidades e recursos cristãos, alguns também com temas missionários. Agora, para facilitar, reunimos num ÚNICO arquivo PDF esses 17 modelos, MAIS os novos modelos que apresentamos acima.


PARA BAIXAR O ARQUIVO COM TODOS OS MARCADORES PELO SITE GOOGLE DRIVE, CLIQUE AQUI.

Lembramos aos irmãos que tais recursos NÃO PODEM SER VENDIDOS. São recursos de grande edificação e utilidade, elaborados apenas para proveito da Igreja de Cristo. Mas convidamos vocês a compartilharem o arquivo, bem como os marcadores impressos, com o máximo de irmãos ao seu alcance. Imprima quantos puder e distribua entre irmãos na fé!

FIQUE ATENTO: Todos os marcadores possuem dois lados (frente e verso); assim, você deverá recortar corretamente e dobrar cada um deles. Cada página a ser impressa consta na maior parte das vezes de dois marcadores (do mesmo modelo ou de modelos diferentes).

sábado, 6 de outubro de 2018

UM RELATO DE EXPERIÊNCIA - Missão no Haiti



“Como são belos nos montes os pés daqueles que anunciam boas novas, que proclamam a paz, que trazem boas notícias, que proclamam salvação, que dizem a Sião: "O seu Deus reina!”
Isaías 52:7


UM RELATO DE EXPERIÊNCIA - MISSÃO NO HAITI

No dia 12 de janeiro de 2010, um terremoto de alta magnitude atingiu o Haiti, causando muita destruição e mortes. Após o terremoto, no mês de março daquele ano, eu, Dilene Lopes, e um grupo de missionários visitamos esse país, especialmente suas igrejas, as quais estavam em ruínas devido ao abalo sísmico.
Nos primeiros dias, em uma das igrejas que visitei, os membros me contaram que acontecera um culto, e me mostraram os locais onde estavam o púlpito e o coral no momento do ocorrido. Pude, também, visitar famílias que tiveram perdas de parentes e amigos. E numa dessas visitas, conheci um casal de pastores que haviam perdido a filha durante o terremoto.
Este casal nos recebeu com semblante de profunda tristeza, nos relatou que seus dois filhos estavam na escola no momento da tragédia e, sem forças, nos disse que havia perdido sua filha. O pai contou que o filho mais velho, o qual havia sobrevivido ao terremoto saiu à procura da irmã em meio aos escombros, poeira e à uma multidão de pessoas chorando e gritando, mas já tarde demais pois ela estava morta no meio de cimento e ferro da estrutura escolar.
E ele nos disse que após o ocorrido, muitas pessoas se levantaram contra ele questionando a Deus, dizendo: “onde estava seu Deus? Porque seu Deus permitiu isso? Porque seu Deus não salvou sua filha?”. E, então, oramos por eles.
Dias depois, visitamos um outro lugar bem distante. E para chegar lá, tivemos que ir de carro até parte do caminho e continuar a trilha à pé e de cavalo, pois não dava para ir de carro até o local durante todo o trajeto. Muito embora houvesse o obstáculo da distância, fizemos o percurso com alegria no coração, rindo e louvando a Deus com os irmãos nativos, mesmo com a dificuldade de cantar na língua deles.
Estivemos hospedados naquele vilarejo por três dias; tomamos banho de riacho; o banheiro era de latrina; à noite não havia iluminação e havia muitas baratas no local. Dormíamos em barracas e minhas costas passaram a doer muito! Tudo o que eu queria era um lugar mais confortável para eu me encostar...
Esse lugarejo era afastado de tudo. Pessoas vinham de lugares distantes para cultuar a Deus e muitas delas chegavam a viajar por 4h à pé para estarem ali. Tamanha era a sede daquele povo por Deus e a força de vontade de estarem reunidos para adorarem a Deus, juntos, mesmo em meio ao caos estabelecido! As crianças iam chegando e, em seguida, os mais velhos. Lembro-me, também, que havia um pastor idoso que chegou da mata muito alegre e cheio de vigor, exalando felicidade com a sua Bíblia na língua francesa, isso porque ele não tinha uma bíblia no seu dialeto.
Aquele pastor, em especial, chamou-me muito a atenção. Ele contou que viera ouvir o que Deus tinha a dizer através de nossas vidas, e estava grato por Deus ter enviado pessoas de tão longe, as quais deixaram o conforto de seus lares para levar consolação a um povo que estava sofrendo com a recente tragédia. Aquela gratidão, tão perceptível, mesmo em meio àquela notória destruição, perdas, epidemias, falta de alimentos, nos constrangeu de forma extraordinária!
Segundos depois, senti a voz do Espírito Santo me dizendo: “Olhe para os pés dele!”. Eu olhei logo em seguida e vi que ele estava com os pés descalços, sujos pela poeira do caminho, com os dedos machucados e com a pele cheia de rachaduras. Foi aí que, então, o Espírito Santo me disse: “Dilene, sabe os pés formosos? Os pés formosos que anunciam as boas novas? Eis que estão à sua frente. São os pés feridos, cheio de rachaduras, expostos ao solo, com calos, marcados pela dor e que necessitam de cuidados.”
E sabe, caro leitor, naquele momento entendi, e ainda me agarro nesse entendimento, de que a caminhada cristã não é fácil! De que não adianta querermos enfeitar nossos pés ou tentar deixá-los lindos, pois a verdadeira caminhada cristã vai nos deixar marcas. Ela vai nos parecer por vezes dolorida, sofrida, cheia de renúncias, perdas, traição, abandono, humilhação, rejeição, julgamentos, críticas e até mesmo a morte.
Vamos, muitas vezes, precisar de socorro e de nos submetermos ao tratamento médico. E, eu te digo: não queira mudar essa realidade! Talvez seu pé esteja machucado demais a ponto de sangrar, mas adiante de você ainda está uma longa caminhada a percorrer. Seu coração pode estar cheio de tristeza e amargura, e até perdido a alegria de servir ao Senhor. Ou quem sabe, sua força pareça estar sendo sugada todos os dias, seus amigos e igreja te abandonaram e sobre sua vida há um ataque de morte.
Como irmã na fé, encorajo-te a voltar para o que a palavra de Deus diz. Leia-a, ouça o que Ele tem a dizer-te e guarde-a no fundo do seu coração. O nosso Pai vai te carregar, Ele é como um médico que irá ao encontro do seu coração, trazendo o remédio e cura que precisa. Nosso Pai é capaz de renovar suas forças e te dar o ânimo necessário para viver um dia de cada vez. Ele está sempre presente e não te abandona! Nosso pai, o dono da vida não vai deixar você morrer.
Então, se o exército que se chama IGREJA um dia falhar com você, lembre-se: existe um exército no céu, os anjos do Senhor, que em nome D’Ele, não falharão! O inimigo não vai te vencer! Fique firme, calma, ande devagar, dê pequenos passos, pare, sente, descanse, chore, ore, ria, coma, durma, leia a palavra e continue, pois ainda não terminou.
Com amor. Sua conserva,
Dilene Lopes.
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Dilene Lopes é pastora e pedagoga.

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