sábado, 28 de novembro de 2020

CELEBRANDO AS ESCRITURAS: Livro gratuito reúne peças, poesias, dinâmicas, frases, ilustrações e muito mais sobre a Bíblia Sagrada

 


Bíblia Sagrada: O livro amado e combatido que é o coração literário do cânon ocidental, a base de legislações e cosmovisões, cuja influência moral chega até mesmo a lugares em que o cristianismo não possui presença significativa. Sua leitura é atividade informativa e terapêutica, instigante e consoladora, sapiencial e inspirativa tanto para o cristão quanto para aqueles que não comungam da mesma fé.

O livro gratuito que o leitor agora tem diante de si é um verdadeiro baú de recursos para melhor pensarmos, vivermos e celebrarmos as Sagradas Escrituras. Reunimos aqui poemas, frases, peças teatrais e jograis, dinâmicas, esboços de pregações/estudos bíblicos, e ainda diversos planos de leitura para ajudar a você e sua família, igreja e comunidade na jornada por uma leitura e uma vivência proveitosas da Palavra de Deus.

Há diversas narrativas que ilustram a importância da leitura da Bíblia. Uma das que mais aprecio é esta, pela sua clareza e simplicidade:

 

Um velho que morava em uma fazenda no campo, com seu neto. Todas as manhãs, bem cedo, o vovô se encontrava sentado à mesa da cozinha, imerso na leitura de sua velha Bíblia desgastada.

Seu neto, que queria ser como ele, tentava imitá-lo da maneira que podia. Um dia, ele perguntou: "Vovô, eu tento ler a Bíblia como você, mas eu não entendo, e o que entendo eu esqueço assim que fecho o livro. De que adianta ler a Bíblia?"

O avô calmamente terminou de colocar o carvão no fogão, virou-se para o neto e disse: "Leve esta cesta de carvão até o rio e a traga de volta com água." O rapaz fez assim como lhe foi dito, mas, como a cesta tinha pequenos furos, muita água vazou antes que ele pudesse voltar para casa.

O avô riu e disse: "Você vai ter que se mover um pouco mais rápido da próxima vez", e o mandou de volta para o rio com a cesta, para tentar novamente.

Desta vez, o menino correu mais rápido, mas, mais uma vez a cesta estava quase vazia antes que ele pudesse alcançar a casa. Sem fôlego, disse ao avô que era "impossível carregar água em uma cesta", e foi buscar um balde novinho. O velho disse: "Eu não quero um balde de água, eu quero uma cesta de água. Você pode fazer isso, só não está se esforçando o suficiente", e saiu pela porta para ver o menino tentar novamente.

Neste ponto, o garoto sabia que era impossível cumprir a tarefa, mas queria mostrar ao seu avô que, mesmo que ele corresse o mais rápido que pudesse, a água vazaria antes de chegar em casa. O menino encheu o cesto de água e correu muito, muito, mas quando chegou onde seu avô estava, o cesto se encontrava quase vazio, novamente.

Sem fôlego, ele disse, "Veja, vovô, é inútil!"

"Então você acha que é inútil? Olhe para a cesta". O menino olhou para a cesta e pela primeira vez, percebeu que ela parecia diferente. Em vez de uma cesta de carvão suja pela idade, ela estava limpa.

"Meu neto, isto é o que acontece quando você lê a Bíblia. Você pode não entender ou lembrar de tudo, mas, quando lê-la, ela vai mudar você de dentro para fora."

 

É isto: A Bíblia, mais que uma biblioteca de narrativas, poemas e profecias, é um manual de instruções para a vida, cuja leitura constante deve ser praticada e incentivada, conforme ela mesma assevera, no livro de Josué 1.8: “Não deixe de falar as palavras deste Livro da Lei e de meditar nelas de dia e de noite, para que você cumpra fielmente tudo o que nele está escrito. Só então os seus caminhos prosperarão e você será bem-sucedido.”

Recursos para celebrarmos, das maneiras as mais criativas, esse livro fantástico: Esta é a razão de ser da presente coletânea. Vamos, pois, aos recursos aqui colecionados e seus números?

 

Estão aqui reunidas:

·     260 citações de grandes autores sobre o Livro dos livros;

·     um rico florilégio de 65 poemas sobre as Sagradas Escrituras;

·     100 pequenos esboços de sermões/estudos bíblicos que, além de guias para o pregador, servem como roteiro temático para que o leitor possa conhecer mais aspectos sobre este livro de saúde, consultando diretamente na fonte;

·     nada menos que 170 ilustrações sobre o tema das Sagradas Escrituras;

·     uma seleção de 60 dinâmicas, para serem utilizadas em seu momento devocional ou educativo em EBDs e EBFs, acampamentos, estudos bíblicos familiares ou comunitários;

·     Peças teatrais e jograis, de teor adulto ou infantil, em número de 30;

·     11 Planos de Leitura, para estimular a regularidade em seu momento devocional com a Palavra de Deus.

Perceba que cada um desses gêneros (peças, dinâmicas, poesias, frases etc.) poderia compor, por si só, um livro autônomo. A reunião de todos esses recursos num volume único e gratuito, representa um feito que, esperamos, traga grande proveito para toda a Igreja de Cristo de língua portuguesa. E esse aproveitamento depende também de você:  Compartilhe este recurso, sempre gratuitamente, com outros irmãos e igrejas ao seu alcance.

 

Sammis Reachers


PARA BAIXAR O LIVRO PELO GOOGLE DRIVE, CLIQUE AQUI.


sábado, 14 de novembro de 2020

GLÓRIA DO IMPOSSÍVEL – Um texto do missionário Samuel Zwemer

 


Samuel Zwemer assumiu o compromisso de ser missionário durante o seu último ano na faculdade, em 1887. Assim que se formou, ele organizou, juntamente com vários outros universitários, uma viagem missionária para a Península Arábica. Depois de 23 anos de ministério no Bahrain e no Kuwait, ele decidiu focalizar seu ministério na área de palestras e produções escritas, as quais se espalharam em toda a região do Cairo, no Egito. Durante este período, ele escreveu muitos livros e artigos de excelente qualidade, tornando-se o pioneiro em lançamentos de trabalhos de estudo e treinamento voltados para ajudar a igreja no processo de evangelização de mulçumanos. Por muitas destas razões, Samuel Zwemer é considerado o primeiro apóstolo para o mundo árabe. Este trecho foi extraído do artigo que ele escreveu em 1911.

O desafio de alcançar os campos do mundo que ainda não conhecem a Jesus requer uma fé muito grande e, portanto, também um grande sacrifício. Nossa disposição para nos sacrificar por um empreendimento é sempre proporcional à fé que temos nesse empreendimento. É essa fé que nos torna hábeis para transformar o apenas possível em algo real.

Uma vez dominado pela convicção da necessidade de fazer uma determinada coisa, não há nada que possa deter um ser humano na luta pela conquista de suas metas. Temos a nossa "ordem para marchar", conforme disse O Duque de Ferro de Wellington, Arthur Wesley, nosso Primeiro Comandante a não estar ausente, o impossível torna-se não somente prático, como também imperativo. Charles Spurgeon, pregando no texto bíblico que diz "Foi me dada toda a autoridade... E eu estarei sempre com vocês", usou estas palavras: "Aqui vocês têm um fator que é absolutamente infinito, então que relevância quaisquer outros fatores podem ter? 'Eu farei o máximo que puder,' disse alguém. Qualquer insensato pode fazer isto. Aquele que crê em Cristo faz exatamente o que os demais não podem fazer: tentar realizar o impossível e ser capaz de, através de Cristo, desempenhá-lo."

Frequentes retrocessos e aparentes fracassos nunca desanimam o verdadeiro pioneiro. Os martírios ocasionais são apenas um novo incentivo. A oposição é um estímulo para um melhor desempenho das atividades. Grandes vitórias nunca foram possíveis sem grandes sacrifícios. Se a conquista de Port Arthur exigisse balas humanas, não poderíamos esperar tirar os Port Arthurs e os Gibraltars do mundo não cristão, sem que houvesse mortes. Será que realmente importa quantas pessoas morrem ou quanto dinheiro gastamos em abrir portas fechadas e em ocupar diferentes campos se cremos que missões são pelejas e que a glória do Rei está em jogo? Guerras sempre envolvem sangue e tesouro. Nossa única preocupação deve ser nos manter em ataque e vencer a qualquer custo, sem nos importarmos com os sacrifícios que possam ser requeridos de nós ao longo do caminho.

Os campos desocupados do mundo precisam passar pelo Calvário antes de poder vivenciar o dia de Pentecostes. Raimundo Lúlio (Ramon Lull), o primeiro missionário a ir ao mundo mulçumano, expressou esse mesmo pensamento na língua medieval, quando escreveu: "Assim como um homem faminto anseia em preparar um alimento para saciar sua grande fome, também Teu servo sente um grande desejo de morrer para poder glorificar-te. Ele se apressa de dia e de noite para completar a sua obra, a fim de poder renunciar a seu sangue e a suas lágrimas, entregando a ambos para serem derramados por Ti".

 

Uma Saudade Invertida

Os campos do mundo ainda não alcançados pelo Evangelho esperam por aqueles que estejam dispostos a se isolar em favor da causa de Cristo.

As palavras que nosso Senhor Jesus Cristo dirigiu aos apóstolos no momento em que lhes mostrou Suas mãos e o Seu lado feridos impactaram de forma especial o trabalho missionário: "Assim como o Pai me enviou, eu os envio" (João 20:21). Ele veio ao mundo porque este era um grande campo missionário desocupado. "Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam" (João 1:11). Ao chegar, teve como manifestação de boas-vindas apenas insultos, deu a Sua vida, entregou-se em sofrimento e desceu de Seu trono à Cruz, embora sua única expectativa fosse que o seguíssemos.

Devemos seguir as Suas pegadas. O missionário pioneiro, ao superar obstáculos e dificuldades, tem o privilégio não apenas de conhecer a Cristo e o poder da Sua ressurreição, mas também de participar da comunhão do Seu sofrimento. Tanto o povo do Tibet ou da Somália, como o da Mongólia ou do Afeganistão, da Arábia ou do Nepal, do Sudão ou da Abissínia e de todo o mundo pode ser chamado para declarar, assim como disse Paulo: "Agora me alegro em meus sofrimentos por vocês, e completo no meu corpo o que resta das aflições de Cristo, em favor do seu corpo, que é a igreja" (Colossenses 1:24; confira também Marcos 12:44 e Lucas 21:4). O que é isto senão a glória do impossível! Quem, naturalmente, preferiria deixar o calor e o conforto da lareira e do lar, bem como o amor da família, para sair em busca de uma ovelha perdida, cujo lamento mal podemos ouvir no uivar da tempestade? No entanto, tal é a glória da tarefa que nem as obrigações e necessidades do lar podem impedir aqueles que alcançaram a visão, e o espírito do Grande Pastor. Por termos sido feitos por Deus Suas ovelhas, bem como também são considerados todos aqueles que estão perdidos, e não Seus empregados, devemos nos preocupar em reunir ao rebanho todas aquelas que se desviaram de volta aos cuidados do nosso Bom e Eterno Pastor.

Embora a estrada seja áspera e íngreme, vou para o deserto para encontrar as minhas ovelhas. "Para mim não há nada mais sensível e nem mais patético", diz Doutor Forsyth, "do que a maneira na qual missionários desaprendem a amar seus respectivos antigos lares, morrendo para a sua terra nativa, passando a unir seus corações às pessoas a quem serviram e alcançaram; sendo assim, eles não poderiam descansar na Inglaterra, devendo regressar para enterrar os seus ossos onde dedicaram os seus corações para Cristo. Quão vulgar parece o patriotismo comum, comparado a esta saudade invertida, esta paixão por um reino que não tem fronteira e não faz acepção de raça, a paixão de um Cristo sem teto!" 4

James Gilmour na Mongólia, David Livingstone na África Central, Grenfell no Congo, Keith Falconer na Arábia, Dr. Rijnhart e Miss Annie Taylor em Tibet, Chalmers em Nova Guiné, Morrison na China, Henry Martyn na Pérsia, e todos os outros que, como eles, sentiram esta "saudade invertida" não podem explicar este entusiasmo de chamar de "seu" àquele país que se encontrava em grande necessidade do Evangelho. Com este novo ânimo, todos os demais entusiasmos vieram a acabar; diante desta visão, todas as demais visões se desvaneceram; este chamado afogou todas as demais vozes. Eles foram os pioneiros do Reino, os exploradores de Deus, ávidos por atravessarem fronteiras, descobrir novas terras ou conquistar novos impérios.

 

O Espírito Pioneiro

Os pioneiros de Deus partiram à luta armados não com uma simples machadinha e uma mera pá, mas com a poderosa espada do Espírito e com o fogo transformador da Verdade: eles abriram o caminho àqueles que viriam depois deles, glorificaram também durante a tribulação e suas cicatrizes foram o selo de seus apostolados. Parafraseando o apóstolo pioneiro, devemos sempre ter como lema a seguinte frase: "trago em meu corpo as marcas de Jesus" a fim de sermos aprovados "como servos de Deus... em açoites, prisões e tumultos; em trabalhos árduos, noites sem dormir e jejuns."

Thomas Valpy French, Bispo de Lahore, ao qual Dr. Eugene Stock chamara de "o mais distinto de todos os missionários da missão Church Missionary Society (Sociedade Missionária da Igreja)", possuía o verdadeiro espírito pioneiro e conhecia a glória do impossível. Depois de quarenta anos de abundante e frutífero trabalho na Índia, ele renunciou ao bispado e traçou planos evangelísticos para alcançar o interior da Arábia com a Verdade de Jesus. Thomas era um gigante intelectual e espiritual. "Viver com ele era beber da fonte de uma atmosfera espiritualmente tonificante. O mesmo bem que o ar de Engadine (popular cidade turística na Suíça) faz ao corpo, faz a intimidade com ele à alma. Estar em sua presença era um aprendizado. Ele achava que não havia nada a que um homem não devesse renunciar—lar, esposa ou saúde, quando o chamado de Deus se fazia claro. Por outro lado, todos sabiam que Thomas apenas requeria deles aquilo que ele mesmo havia feito e estava sempre fazendo".

Quando Mackay, de Uganda, em seu extraordinário apelo por uma missão cristã voltada aos árabes de Omã (país situado na Arábia) convocou "meia dúzia de jovens rapazes das universidades inglesas para se aventurar em fé",6 este veterano de sessenta e seis anos de idade, com coração de leão, foi o único a responder, prontificando-se a servir na batalha. Era a glória do impossível! No entanto, um pouco antes de morrer na capital de Omã (Muscate), ele escreveu: "Se eu não conseguir levantar um servo fiel e bem versado para lidar com o povo árabe, nem guiá-lo pelo interior para obter os poucos suprimentos básicos necessários dos quais preciso, posso tentar ir a Bahrain, Hodeidah e Sana, e, se isto não der certo, tentarei o norte da África mais uma vez, em especial algumas regiões montanhosas pois, sem uma casa própria, o clima seria horrível para mim—pelo menos durante os meses de calor—e o trabalho acabaria ficando parado. Mas Deus, por favor não permitas que eu desista, nem mesmo temporariamente, dos meus planos para o interior; a menos que todas as portas sejam fechadas, seria pura loucura tentar realizá-los. 6

"Eu não desistirei", disse — e não desistiu até morrer. Nesta mesma visão, tampouco a Igreja de Cristo poderia desistir da obra pela qual ele e tantos outros deram suas vidas em Omã: ela prossegue.

 

A Ambição Apostólica

As províncias não evangelizadas da Arábia e do Sudão aguardam por homens cujo espírito se pareça com o do Bispo French, pois a ambição de alcançar regiões além dos centros já ocupados, mesmo quando aqueles mesmos centros estão inadequadamente providos de pessoal e necessitados de reforço, não é corajosa ou fantástica, mas verdadeiramente apostólica.

"Sempre fiz questão", disse Paulo, "de pregar o evangelho onde Cristo ainda não era conhecido, de forma que não estivesse edificando sobre o alicerce de outro. Mas antes, como está escrito: Hão de vê-lo aqueles que não tinham ouvido falar dele, e o entenderão aqueles que não o haviam escutado" (Romanos 15:20-21). Ele escreveu isto ao partir da importante cidade de Corinto, e prosseguiu atribuindo a tais coisas a "culpa" por ainda não haver visitado Roma, dizendo que esperava fazê-lo quando fosse à Espanha! Se, ainda no primeiro século, o maior limite do Império Romano já fazia parte do seu projeto de evangelismo, através do qual as Boas Novas de Cristo haviam sido pregadas desde Jerusalém até Ilíaco (na antiga região da Iugoslávia), certamente, no início do século vinte, não devemos ter uma ambição menor que a de entrar em todos os campos ainda não alcançados por Jesus no mundo, para que "aqueles que ainda não tinham ouvido falar dele possam ouvir, passando a entendê-lo aqueles que não o haviam escutado".

Não existem registros que provem que algum Apóstolo tenha sido audaciosamente coagido a ir para o exterior. Cada um deles atendeu ao chamado missionário da mesma forma como um amado atenderia a um compromisso marcado com sua noiva: tudo foi instintivo e natural. Eles eram igualmente controlados por um objetivo comum, porém possuíam visões de caráter individual, as quais os conduziram aos lugares onde eram especificamente necessários.

No início do cristianismo, não há um espírito calculista. A maioria dos Apóstolos morreu fora da Palestina, embora a lógica humana teoricamente os proibisse de deixar o país até que este fosse cristianizado. O instinto calculista é a morte da fé e, se os Apóstolos permitissem que isto controlasse sua motivação e as suas ações, teriam dito: "A necessidade em Jerusalém é tão grande e as nossas responsabilidades para com o povo do nosso próprio sangue é tão óbvia que precisamos cumprir o princípio do ditado que diz que 'a caridade começa em casa.' Depois que conquistarmos o povo de Jerusalém, da Judéia e da Terra Santa em geral, então teremos tempo suficiente para irmos para o exterior; mas os nossos problemas políticos, morais e religiosos estão tão mal resolvidos aqui, neste local, que é manifestamente absurdo nos curvarmos diante de uma ‘nova terra’”.

Foi justamente a grandiosidade da tarefa e a sua dificuldade que emocionaram a Igreja primitiva. Sua impossibilidade aparente era a sua glória, assim como seu caráter mundial era o seu esplendor. O mesmo é verdade hoje. "Eu estou satisfeito", escreveu Neesima do Japão, "em meditação sobre o maravilhoso crescimento do cristianismo no mundo, e creio que, se este encontrar algum obstáculo, avançará ainda mais rápido e veloz, do mesmo modo que os córregos correm mais rápidos, quando encontram algum impedimento em seu percurso". 8

 

Esperança e Paciência

Aquele que lavra o solo virgem deve lavrar com esperança, pois Deus nunca decepciona Seus lavradores. A colheita sempre acompanha a semeadura. "Quando chegamos ao nosso campo", escreve o missionário Hogberg da Ásia Central, "era impossível reunir até mesmo poucas pessoas para ouvir as boas novas do Evangelho. Não podíamos reunir crianças para a escola bíblica dominical. Não podíamos pregar o Evangelho, nem distribuir folhetos. Ao edificarmos um novo campo missionário, também construímos uma pequena capela e então nos perguntamos: será que algum dia esta sala estará repleta de mulçumanos ouvindo o Evangelho? Hoje, nossa pequena capela tem estado cheia de ouvintes e ainda necessita de um espaço maior! Dia após dia, pregamos com o máximo de energia que podemos, e os mulçumanos não mais se opõem a ouvir a verdade do Evangelho. 'Antes de sua vinda aqui, ninguém falava ou pensava em Jesus Cristo, agora todos ouvem o Seu nome em todo lugar', disse-me um seguidor de Maomé. No início do nosso trabalho, eles jogavam fora, queimavam ou devolviam os evangelhos, mas agora eles os compram, beijam os livros, tocando-os à testa e comprimindo-os contra o coração, demonstrando assim a mais elevada honra que um mulçumano pode demonstrar por um livro".

O lavrador pioneiro deve ter muita paciência. Quando Judson encontrava-se deitado e acorrentado num calabouço burmês, um companheiro de cela lhe perguntou com desdém sobre a perspectiva da conversão dos pagãos e ele calmamente respondeu: "As perspectivas são tão promissoras quanto as promessas de Deus". 10

Não existe um país hoje que seja tão inacessível cujas dificuldades sejam maiores dos que as existentes no caso em Burma, quando Judson os enfrentou e os venceu.

 

O Desafio da Porta Fechada

Sabendo que as perspectivas para a evangelização de todos os campos ainda não alcançados por Cristo são tão promissoras quanto as promessas de Deus, por que deveríamos esperar mais tempo para evangelizá-los? "A evangelização do mundo nesta geração não é uma expressão ambígua", diz Robert E. Speer, "nem é um lema para ser proferido descuidadamente. Ela é sim o chamado de Jesus Cristo a todos os discípulos para morrer na cruz, seguindo os passos de Jesus que, embora fosse rico, pelo nosso bem se fez pobre, para que por meio de Sua pobreza pudéssemos ser ricos. Em outras palavras, é o apelo de Cristo que todos considerem sua própria vida como nada sendo, para que possa usá-la como Ele usou a Sua, em prol da redenção do mundo".11 Quem fará isto pelos campos ainda não evangelizados?

Os estudantes voluntários hoje não devem descansar até que seus específicos lemas encontrem aplicação prática nos campos mais negligenciados e de difícil acesso, assim como também nos países maduros para a colheita, e o chamado para os que colhem é em um número cada vez mais crescente. O apelo da pobreza extrema é até mais forte do que o da oportunidade. O oportunismo não é a última palavra em missões. A porta aberta chama, mas é a porta fechada que desafia aquele que tem o direito de entrar.

Os campos não evangelizados do mundo têm, portanto, uma reivindicação de peso e urgência peculiares: "neste século vinte da história cristã não deveria haver campos não evangelizados. A igreja tem a obrigação de remediar este estado lamentável com o mínimo de atraso possível". 12

 

Construa e Não Apenas Ganhe uma Vida

Os campos ainda não alcançados pelo Evangelho de Cristo representam um desafio a todos aqueles cujas vidas estão desocupadas daquilo que é o melhor e mais elevado, estando ocupadas somente com as coisas fracas ou com as coisas básicas e irrelevantes. Existem olhos que nunca foram iluminados por uma grande visão, mentes que nunca foram presas por um pensamento altruísta, corações que nunca se compadeceram dos erros de alguém e mãos que nunca se cansaram ou se fortaleceram ao levantar um grande peso. Para tais, o conhecimento destes milhões de pessoas sem Cristo em terras ainda desocupadas deveria vir como um novo chamado da Macedônia e uma visão surpreendente da vontade de Deus para si. Conforme observa o Bispo Brent, "nunca sabemos qual medida de capacidade moral está à nossa disposição até tentarmos expressá-la por meio de uma ação. Uma aventura de algumas proporções não é excepcionalmente tudo que um jovem precisa para determinar e fixar o poder da sua virilidade". 13

Existe um teste mais heroico para o poder da virilidade do que o trabalho pioneiro no campo missionário? Ali está uma oportunidade única àqueles que nem casa, nem em nenhum outro lugar puderam encontrar espaço e liberdade suficientes para a capacidade latente de sua mente e alma. Existem centenas de universitários cristãos contentando-se em apenas passar suas vidas exercendo Direito ou algum outro ofício que garanta sua subsistência, embora tenham força e talento suficientes para entrar e prosperar nestes campos ainda não evangelizados. Existem jovens médicos que podem ir até algum novo campo missionário para socorrer a milhares dos que "sofrem as atrocidades do paganismo e do islã" e erguer o peso da sua dor, mas que agora encerram seus esforços em alguma * "Útica fechada" (Útica é uma cidade localizada no estado de Nova York onde, para a lei da competição, a arte da cura é a mais desprezível e é muitas vezes meramente medida em termos lucrativos).

O Bispo Phillips Brooks uma vez rejeitou o desafio de uma grande tarefa, usando estas palavras: "Não orem por uma vida fácil; orem para ser homens mais fortes. Então não só a realização do seu trabalho será um milagre, mas vocês também". 14 Ele não poderia ter escolhido palavras mais apropriadas para falar sobre a evangelização dos campos do mundo ainda não alcançados com a maravilhosa Luz de Jesus, com todas as suas desconcertantes dificuldades e suas gloriosas impossibilidades. Só Deus pode nos conceder poder para realizar a tarefa. Ele foi suficiente para aqueles que saíram a espalhar o Evangelho no passado, e é suficiente para aqueles que fazem isto hoje.

Ao colocar-nos face a face com estas milhões de pessoas que vivem nas trevas e em degradação moral, levando-nos a conhecer o estado das suas vidas pelo testemunho indescritível daqueles que visitaram os seus países, esta grande tarefa inacabada, ou melhor, esta tarefa ainda não iniciada chama hoje aqueles que estão dispostos a suportá-la e realizá-la.

 

Não um Sacrifício, Mas um Privilégio

Quando David Livingstone visitou a Universidade de Cambridge, em 4 de dezembro de 1857, ele fez um profundo apelo àquele continente, o qual era então quase totalmente um campo não evangelizado. Suas palavras, as quais foram, de certa forma, seu testamento aos universitários a respeito da África, podem concluir bem este texto:

"Da minha parte, nunca parei de me alegrar por Deus ter me nomeado para tal missão. As pessoas falam sobre o sacrifício que eu fiz por dedicar tanto tempo da minha vida à África. Poderia isso ser chamado de sacrifício quando simplesmente estou tentando devolver ao nosso Deus uma pequena parte de uma grande dívida que nunca nenhum de nós poderemos pagar? Seria isso um sacrifício, mesmo quando traz sua própria recompensa em atividades saudáveis, através da consciência de fazer o bem, da paz à mente e de uma esperança promissora para um destino glorioso no futuro? Lance fora tal opinião e pensamento! Isto não é um sacrifício em absoluto. Ao invés disso, diga que é um privilégio. A ansiedade, a enfermidade, o sofrimento ou perigo, de vez em quando, com a renúncia de conveniências e donativos comuns desta vida, podem nos fazer parar, levando nosso espírito a hesitar e nossa alma a submergir: permita que isto dure somente um instante! Tudo isto não é nada comparado à glória que será revelada no futuro em nós e para nós. Eu nunca fiz sacrifícios."

"Eu suplico que dirija sua atenção à África. Eu sei que daqui a alguns anos eu serei impedido de entrar naquele continente, o qual agora está aberto. Não deixem que ele se feche novamente! Regressarei à África para tentar abrir um caminho ao comércio e ao cristianismo: dê continuidade ao trabalho que comecei, pois eu o deixarei aos cuidados de vocês". 15

 

Notas

1 Sermão de Charles Spurgeon em Our Omnipotent Leader in The Evangelization of the World 10 Nosso Líder Onipotente, em A Evangelização do Mundo), (Londres, 1887

2 Tadayoshi Sakurai, Human Bullets, The experience of a Japanese officer at Port Arthur and a revelation of Japanese patriotism and obedience. (Balas Humanas,. A Experiência de Um Oficial Japonês em Port Arthur, e uma revelação do patriotismo e da obediência japonesa).

3 Raymond Lull, "Liber de Contemplations in Deo," Samuel M. Zwemer's Raymund Lull: first missionary to the Moslems (Em Samuel M. Zwemer's Raymund Lull: o primeiro missionário entre os mulçumanos), (Nova York e Londres: Funk and Wagnalls, 1902), p. 132.

4 P.T. Forsyth, Missions in State and Church: Sermons and Addresses (Missões em Estado e Igreja: Sermões e Palestras) (Nova York: A. C. Armstong, 1908), p. 36.

5 Mrs. J. W. Harrison, Mackay of Uganda (Mackay de Uganda►, pp. 41 7-430.

6 S. M. Zwemer, Arabia:The Cradle of 'siam; studies in one geography people and politics of one peninsula with an account of Islam and mission work... (Arábia: O Berço do Islã; estudos sobre uma geografia, povo e política de uma península, com um relato sobre o islamismo e trabalho missionário...) Nova York: F. H. Revell, 1900►, p. 350.

7 Charles H. Brent, Adventure for God (Aventura para Deus), (Nova York: Longmans, Green, 1905), pp. 1 1-12.

8 Robert E. Speer, Missionary Principies and Practice: a discussion of Christian missions and of some criticisms upon them (Princípios e Práticas Missionárias: um debate sobre missões cristãs e algumas críticas sobre estas►, (Nova York: F. H. Revell, 1902), p. 541.

9 S. M. Zwemer, Letter to Commission No. 1 (Carta à Comissão Número 1), World Missionary Conference (Conferência Missionária Mundial►, Edimburgo, 1910.

10 Arthur Judson Brown, The Foreign Missionary: an incarnation of a world movement 10 Missionário Estrangeiro: uma encarnação de um movimento mundial) (Nova York: Fleming H. Revell, 1932), p. 374.

11 Speer, na obra citada, p. 526.

12 Report of World Missionary Conference (Relatório sobre a Conferência Missionária Mundial), Edimburgo, 1910, Vol. 1.

13 Brent, na obra citada, p. 135. d

14 Phillips Brooks, Twenty Sermons (Vinte Sermões) (Nova York: E. P. & Co., 1903), p. 330.

15 William Garden Blaikie, Personal Life of David Livingstone... (A Vida Pessoal de David Livingstone...) (Nova York: Harper & Bros., 1 895n), pp.243-244.

 

Extraído de The Unoccupied Mission Fields of Africa and Asia (Os Campos Missionários Desocupados na África e Ásia), Student Volunteer Movement for Foreign Missions (Movimento Estudantil Voluntário para Missões Internacionais), Capítulo 8, pp. 215-231, 1911. Public Domain, Copyright 2001 Campus Crusade for Christ, Inc. Todos os direitos reservados. Este estudo pode ser copiado, sem alterações, para o uso em ministério pessoal. A revenda deste estudo com fins lucrativos é estritamente proibida. 

 

domingo, 1 de novembro de 2020

A POLÍTICA MISSIONÁRIA DA IGREJA - Paul B. Smith

 


Paul B. Smith

Tradução de Cecy Cruz

Estimada como a congregação missionária por excelência, a Igreja dos Povos (Toronto, Canadá), serviu de modelo para muitas outras em diversas latitudes. Oswald Smith (autor de “A Paixão pelas Almas”) e logo Paul Smith, seu filho, forjaram com sua igreja ao passar dos anos as seguintes regras pelas quais regem seu agir missionário.

Primeiramente procuremos definir a palavra “política”. Neste artigo a consideramos como a maneira de proceder, o regulamento ou o conjunto de regras que conduzem a ação missionária da igreja. Não é importante que sua igreja adote a mesma política missionária que a nossa ou de qualquer outra, porém sim, que aprove algum tipo de política pela qual organizar seu programa missionário. A política missionária pode ter muitos propósitos, porém existem três que se destacam de uma maneira especial:

1. Será de grande ajuda para a comissão de missões da sua igreja porque responderá automaticamente muitas perguntas, e livrará seus membros de passar tempo discutindo assuntos que já foram considerados e decididos segundo a política escolhida.

2. Capacitará a igreja para tratar com igualdade todos os seus obreiros e a agência ou agências com as quais trabalham. Se sua igreja não tem uma linha de procedimento estabelecida, descobrirá que ao fazer as atribuições orçamentárias correrá o perigo de favorecer aos obreiros que têm uma personalidade mais expressiva, e prejudicar alguns dos grandes missionários que não têm habilidade para expressar-se de uma forma tão convincente. Isto pode chegar a ser especialmente importante quando tenha que responder perguntas que os membros da congregação podem fazer a respeito dos diferentes projetos missionários. Se a igreja tem uma maneira de proceder estabelecida, essa é toda a resposta que um membro da sua igreja precisa. Se não se tem tal regulamento, acontecerá que o pastor e a comissão de missões se verão pressionados por pessoas que farão solicitações a favor de amigos, parentes ou indivíduos pelos quais têm uma simpatia especial.

3. A política missionária colocará em claro na mente dos missionários e das agências, o que eles podem esperar da sua igreja enquanto ajuda ou apoio. Se em algum momento o plano do obreiro ou da agência não se ajusta à política missionária estabelecida, a igreja poderá comunicar-lhe com absoluta liberdade, que suspenderá seu sustento financeiro. Desta maneira, não se poderá objetar tal decisão pois ela responde à política conhecida, sabendo que não é uma decisão apressada, senão que se ajusta à linha de proceder geral que a igreja tem aprovado.

 

A política missionária da “Igreja dos Povos”

A política missionária da Igreja dos Povos se foi formando ao longo de quinze anos. Não sei como enfatizar com mais força que esta não deve ser tomada como exemplo da que se deve implantar na sua igreja; mas bem se trata de um modelo para mostrar o tipo de coisas que você deveria tratar de incluir na política missionária que fixem para sua congregação qual a regra ou norma de ação.

 

1. Cada ano celebramos uma conferência missionária anual durante a qual se fazem promessas de fé para os próximos doze meses.

2. o orador é convidado sabendo que não poderá solicitar ajuda econômica a nossos membros. Se o orador recebe alguma oferta em dinheiro como resultado da conferência, deverá entregar à tesouraria da igreja; e se dará a ele um cheque por essa quantidade, por conta do que receberá como oferta ao finalizar a conferência.

3. Os missionários que são sustentados pela nossa igreja se comprometem a não solicitar nem aceitar dinheiro dos membros da Igreja dos Povos para suas necessidades extras. Esses fundos devem ser obtidos de alguma outra maneira.

4. Com muito poucas exceções, sustentamos somente a missionários que têm relação com agências acreditadas pela Associação Interdenominacional de Missões ao Estrangeiro [entidade missionária canadense, uma espécie de AMTB]. Desta maneira preservamos os fundos que nos são confiados.

5. Os missionários que são propostos por várias juntas e agências missionárias são aceitos para seu sustento, mesmo quando não os conheçamos pessoalmente. Além disso, aceitamos aqueles de nossa própria igreja à medida que Deus provê fundos.

6. Nós não administramos a obra em nenhum dos campos missionários. Tratamos diretamente com a Agência que apresenta o missionário e a deixamos tratar com ele.

7. Contribuímos com uns dois mil dólares ao ano [nota: valores da época do artigo, de mais de 50 anos atrás] para o sustento pessoal de cada casal canadense, e damos o dobro dessa quantia a todos aqueles que tenham saído ao campo desde 1967. Sustentamos regularmente a mais de quinhentos obreiros; é por isso que não podemos prover para gastos extras, tais como aparelhos, transportes e necessidades especiais do campo missionário. A contribuição financeira varia de acordo ao país no qual eles servem.

8. Temos a convicção de que a suprema tarefa da igreja é a evangelização do mundo. Por conseguinte, cooperamos com as entidades que se dedicam a alcançar aos povos não evangelizados da terra. “Porque deveriam alguns escutar o evangelho duas vezes antes que todos o tenham escutado pelo menos uma vez?” (Dr. Oswald J. Smith).

9. Nós diferenciamos entre necessidades físicas e espirituais. Se as necessidades materiais implicam um objetivo espiritual, fazemos o possível para supri-las. Em anos recentes temos contribuído com aproximadamente duzentos mil dólares ao ano para ajudar com necessidades materiais em algumas áreas de desastres no mundo. Este dinheiro tem sido distribuído pela Comissão Mundial de Socorros, que é o braço de ajuda da Associação Nacional de Evangélicos. Toda obra realizada com esse dinheiro tem sido feita por missionários cristãos e é acompanhada pela proclamação do evangelho. A maioria destes fundos provém da nossa audiência de nosso programa na TV.

10. Nossa Promessa de Fé tem vigência por doze meses. Essa provisão enviada por Deus a recebemos em dinheiro e se renova sobre a base da nossa Promessa de Fé na próxima Conferência Missionária anual.

11. Depois que o missionário retorna ao seu país para férias regulares, continuamos com seu sustento por um período de um ano. Se logo não retornar ao campo, nossa responsabilidade com ele cessa. Também damos

por finalizado nosso compromisso se aceitar um cargo remunerado com alguma outra organização além da agência que o envia.

12. Nossa política é manter obreiros canadenses. O mantimento começa no terceiro trimestre do ano, sem importar, quando seja a saída ao campo missionário. As remessas são enviadas às sociedades missionárias ao fim de cada trimestre.

13. Contribuímos com importantes somas de dinheiro para literatura no estrangeiro, acreditando que o evangelho deve ser pregado primeiro e que a distribuição sistemática de literatura é um dos mais efetivos meios de evangelismo.

14. Trabalhamos somente com aquelas missões e agências que aceitam a absoluta autoridade das escrituras e que sua visão seja evangelizar os milhões de não alcançados da terra.

15. Não ofertamos somente por simpatia. Nossa política é acelerar o retorno do Senhor, obedecendo seu mandamento de pregar o evangelho em todo o mundo para testemunho das nações e tomar deles um povo para seu Nome. (Mt 24.14; At 15.14)

16. Se vamos suprir o sustento regular de nossos missionários não poderemos levantar ofertas especiais toda vez que recebermos visitas de outros missionários durante o ano.

17. Ficamos felizes de enviar qualquer contribuição especial que recebemos, porém, muito mais queremos que nossa gente seja leal ao sustento regular de missionários que estão na lista que aparece em nossa revista “The Peoples Magazine”, e pelos quais somos responsáveis.

18. Nossos projetos para missões locais incluem contribuições ao Colégio Bíblico de Ontário, à Missão da Rua Yonge, à Liga Bíblica Canadense do Lar, à Associação de Cristãos de Shanty Men, e algumas outras organizações evangélicas que procuram alcançar as pessoas do Canadá. Também Incluímos um subsídio para a Escola Cristã do Povo e The PeopleS Ranch.

19. Nosso ministério de TV está incluso em nosso projeto de missões mundiais, mas as entradas que provém da audiência da TV são mais que suficientes para cobrir o custo destes programas. O programa de TV não necessita ser financiado pelas Promessas de Fé recebidas durante a conferência missionária anual.

20. Compartilhamos o sustento de muitos obreiros de nossa própria igreja que vão para um projeto missionário de curto prazo. A maioria desses obreiros são jovens que saem para um programa durante as férias.

Absorvemos uma parte substancial no custo destes programas com o entendimento de que as pessoas incluídas neles não tentam levantar fundos adicionais dos membros da Igreja dos Povos (excluímos por exemplo desta regra, os familiares imediatos). Eles não devem fazer solicitação de dinheiro diretamente nem sequer comentando suas necessidades num diálogo qualquer ou nas aulas da escola dominical.

Qualquer fundo que provenha de nossa própria gente deve ser considerado como uma parte do sustento que receberá aquele missionário a curto prazo. A quantidade de dinheiro para estes obreiros especiais se determina pelo custo total da viagem e o número de semanas que ela abrange.

 

Recomendações para sua igreja

Se sua igreja não tem uma política missionária, a melhor maneira de começar é preparando uma, detalhando sobre um papel a forma pela qual se está fazendo a obra missionária no presente. Então a comissão de missões pode olhar a lista de princípios anunciados anteriormente e decidir se alguns deles poderão ser úteis para o futuro. Na maioria dos casos, as igrejas descobrem que o coração de uma bem formulada política de missões começou simplesmente por colocar por escrito o que já estava acontecendo no momento que começaram a escrever.

Assim como a maioria das constituições das nações têm que ser atualizadas e os regulamentos de muitas organizações necessitam ser corrigidos, assim as políticas missionárias podem e devem ser atualizadas de tempo em tempo. Nós fazemos mudanças pequenas a cada ano.

Se novos problemas que não tenham sido considerados anteriormente se apresentarem, e se suspeitamos que vão continuar aparecendo no futuro, procuramos estabelecer em nossa política missionária o procedimento com o que trataremos cada coisa em particular.

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

LUTERO em 365 FRASES + AS 95 TESES: Um livro GRATUITO para você

        Há poucos anos comemoramos nada menos que quinhentos anos de Reforma Protestante. Assim, redondos, perfeitos. Quinhentos anos depois, devemos ter e manter por mote capital o lema proposto pelo reformador holandês Gisbertus Voetius (1589-1676): “Ecclesia Reformata et Semper Reformanda Est” (“A Igreja é reformada e está sempre se reformando”). A frase significa que a obra da Reforma não está concluída, mas persevera ou deve perseverar em seu avanço em direção à verdade e à vivência de um cristianismo a cada dia mais bíblico (há quem utilize o termo apostólico, perfeitamente válido) e equilibrado.

        Se a Reforma representou um retorno ou reaproximação à verdade, tal verdade deve ser comunicada com urgência e ímpeto; ímpeto maior do que o daqueles que comunicam o engano, cada vez maior, em cada vez mais variadas formas. Cremos que a Reforma é um movimento engendrado em Deus, peça de perfeito encaixe dentro de seu Kairós, seu tempo; movimento que aponta para conserto dos agentes e engajamento na ação, ou seja, reerguimento da Igreja e/para o cumprimento da Grande Comissão. Assim, a Reforma é um prenúncio da volta do Rei, e um movimento fundamental de seu glorioso retorno.

      No Brasil atual, as mais diversas instituições, sejam eclesiásticas, para-eclesiásticas ou seculares, realizam eventos e  publicações em celebração e memória à vida e obra de Lutero. Digno de nota são os esforços da Igreja de Confissão Luterana do Brasil, de cujo site coligimos mais de metade das frases aqui veiculadas, bem como o texto das 95 Teses.

      Este breve e-book, em sua humildade, simplicidade e gratuidade, vem somar-se ao volume de realizações em comemoração ao 503º aniversário da Reforma Protestante. E proporcionar a todos um singelo aprofundamento no pensamento daquele que, apoiado nos ombros de gigantes, verdadeiramente deflagrou a Reforma ensaiada por muitos, dos quais diversos pagaram a ousadia com sua própria vida.

Sammis Reachers, editor

PARA BAIXAR O LIVRO PELO SITE GOOGLE DRIVE, CLIQUE AQUI.


sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Receitas Culinárias para uso em eventos missionários - Pela causa da Igreja Perseguida



Prezado comensal, seja bem-vindo a nosso exótico e saboroso banquete! Talvez você saiba que em algumas igrejas é comum (e se na sua não é, faça ser!) a realização de feirinhas missionárias, com barraquinhas de comida cuja renda é revertida para missões. Outras igrejas realizam festivais de sorvete ou pizza, e almoços ou jantares missionários, apresentando por vezes comidas típicas de diversos países. O objetivo, além de conscientizar a igreja e visitantes para as questões missionárias, é levantar recursos para a realização e o sustento da obra de missões.

Pensando nisso, e no objetivo de facilitar a atividade desses irmãos e irmãs que se esforçam para fazer o melhor para Deus, foi que resolvemos criar este livrinho. Aqui buscamos coligir 15 receitas típicas de diversos países “especiais”. Dizemos especiais pois tomamos por base os respectivamente 15 países onde é maior a perseguição aos cristãos, conforme apurado anualmente pela Missão Portas Abertas (que lista os 50 países onde é maior a perseguição). Utilizamos como referência a Lista de 2020 (veja AQUI).

Além dos 15 países onde é maior a perseguição aos cristãos, inserimos como bônus receitas de países onde também é grande a luta de nossos irmãos, bem como a necessidade de mais missionários: Indonésia (49º país onde é maior a perseguição), Moçambique (66º) e China (23º).

Assim, além dos esforços gerais de promoção missionária, você poderá utilizar tais receitas em momentos de conscientização da igreja sobre a causa da igreja perseguida[1], causa cada vez mais abraçada pela igreja brasileira. Outra utilidade deste material é familiarizar missionários e candidatos sobre um pouco das realidades culinárias de diversos países.

Recomendamos ainda que você não fique restrito ao aqui exposto: Na internet há muitas outras receitas desses e de outros países, e é possível variar bastante em seus eventos.

Assim, nosso objetivo com este trabalho é acrescentar um humilde, mas oportuno recurso aos mobilizadores missionários espalhados pelas igrejas do Brasil.

PARA BAIXAR O E-BOOK PELO SITE GOOGLE DRIVE, CLIQUE AQUI.


[1] Dentro desta mesma temática, confira ainda a publicação/e-book gratuito “Ministério Infantil: Brincadeiras Infantis de Países onde é grande a Perseguição Religiosa”, que compilamos há algum tempo. Acesse AQUI.

Você pode ainda encontrar muitas outras receitas (em inglês), AQUI.


domingo, 20 de setembro de 2020

A Missão de Deus e a Igreja: Livro traça panorama sobre a ação missionária no sertão nordestino

 


O pastor Luciano Costa tem, há anos, se dedicado a pastorear e também a treinar obreiros para a ação missionária num dos campos mais necessitados do país: O sertão nordestino.

Agora, parte de sua experiência foi condensada no livro A Missão de Deus e a Igreja. Nas palavras do Pr. Carlos Gomes da Silva, pastoreia a AD em Penedo (AL):

"Tive o privilégio de ler em primeira mão os escritos que ora chegam a você, estimado leitor. O livro traz um estudo prático da obra missionária realizada pelo próprio Deus, isto é, a Missio Dei. Que tem a igreja como agente implementador. Em especial trata da evangelização no Nordeste brasileiro. O autor com muita propriedade faz uma análise dos modelos missionários estabelecidos desde os tempos do colonialismo até os dias atuais. No decorrer da leitura ele apresenta o modelo estabelecido nas Sagradas Escrituras, traçando um ideal a ser seguido por todos aqueles que desejam participar dessa Missão de Deus e a Igreja".  

O livro possui 136 páginas e pode ser adquirido diretamente com o autor. 

Contato por Whatsapp: (84) 99939-1042


quinta-feira, 10 de setembro de 2020

O perfil do missionário transcultural ideal

 


Jonatan Lewis

 

Apresentamos aqui as características mais proeminentes que todo obreiro deveria almejar reunir antes antes de ir ao campo missionário em uma cultura diferente da dele. Perceba que trata-se de um perfil ideal, que nem sempre será alcançado, mas deve ser buscado com diligência tanto por aquele que deseja ser enviado, quanto por aqueles que enviam.

Documento elaborado durante a III Consulta de Capacitação Missiológica*, celebrada em Thea (Córdoba, Argentina).

 

Relações eclesiásticas

 

• É membro comprometido de uma igreja local 

• Mantém um bom testemunho

• Se sujeita às autoridades da igreja 

• Compartilha a tarefa missionária com a igreja

• Entende a visão da igreja 

• Tem o respaldo da igreja para ir às missões.

• Exerce um ministério aprovado pela sua igreja.

• Sabe manter a comunicação com a sua igreja e denominação

• Sabe relacionar se com outros corpos eclesiásticos.

 

 Antropologia cultural

 

• Pode analisar sua própria cultura

• É consciente do seu etnocentrismo 

• Está informado das etnias do país.

• Respeita a outras culturas.

• Conhece a antropologia bíblica.

• Pode contextualizar princípios bíblicos.

• Elabora uma cultura do Reino. 

• Tem experiências em missões de curto prazo.

• Pode ver com olhar antropológico.

• Pode adaptar-se a outras culturas. Relações interpessoais 

• Aplica princípios bíblicos aos seus relacionamentos pessoais.

• Sabe lidar com conflitos pessoais.

• Mantém bons relacionamentos familiares.

• Procura relacionamentos com outros que são diferentes dele.

• Mantém uma atitude correta diante das críticas. 

• Tem conhecimento básico da psicologia.

• Sabe escutar os outros e responder apropriadamente.

• Tem experiências em vivências comunitárias.

• Sabe relacionar-se em termos de intimidade.

 

 Comunicacão transcultural

 

• Conhece a cultura hospedeira.

• Está disposto a identificar-se com a cultura anfitriã.

• Conhece o que é comunicação.

• Sabe como lidar com o choque cultural. 

• Valoriza todos por igual, sem preconceito racial ou social.

• Está disposto a encarnar-se em outra cultura. 

• Enfrenta os problemas da comunicação.

• Interpreta mensagens verbais e não verbais.

• Distingue entre princípios bíblicos e costumes.

• Detecta pontes de comunicação transcultural para evangelizar.

 

 Orientação linguística

 

• É disciplinado e perseverante.

• Conhece técnicas de aprendizagem de idiomas. 

• Mostra disposição de aprender. 

• É humilde e desinibido. 

• Pode rir dos seus próprios erros. 

• Conhece as regras de fonética.

Pode reconhecer expressões idiomáticas e gestos

• Tem experiências em aprendizagem de idiomas. 

 

Conhecimentos bíblicos 

 

• Está convencido do que a Bíblia é a Palavra de Deus. 

• Conhece e ama a Bíblia

• Faz exegese e interpretação.

• Conhece geografia, costumes, história, canon, etc.

• Entende que a Bíblia tem a solução para os problemas da humanidade. 

• Sabe ensinar a Bíblia usando vários métodos. 

• Aplica a mensagem bíblica a si mesmo e ao seu cotidiano. 

• Conhece as bases bíblicas de missões. 

• Tem o hábito de decorar as escrituras.

• Conhece os métodos indutivos da Bíblia. 

 

Conhecimentos teológicos

 

• Conhece a Deus, sua pessoa e sua obra.

• Entende a missão de Deus.

• Conhece a doutrina e o plano de salvação.

• Conhece a função e a missão da igreja.

• Conhece o conceito e a projeção do Reino.

• Domina métodos de crescimento de igreja. 

• Conhece de teologia sistemática.

• Conhece as correntes teológicas contemporâneas.

• Conhece as diferentes religiões.

• Sabe defender a autenticidade e autoridade da Biblia.

 

Liderança

 

• É sensível à voz de Deus.

• Sabe trabalhar em equipe.

• Sabe delegar responsabilidades.

• Planeja e estabelece objetivos.

• Alenta, motiva e transmite visões.

• Tem experiência como líder. 

• conhece suas limitações

• Sabe detectar e “usar” os dons de outros.

• Serve com espírito de renúncia.

• Demostra flexibilidade.

 

 

• Foi/tem sido discipulado. 

• Mostra sensibilidades para com o recém-convertido.

• Como discípulo, é digno de ser imitado. 

• Transmite vida e não somente conhecimento.

• Sabe de aconselhamento pastoral e saúde interior.

• Demostra amor pelos seus discípulos.

• Conhece métodos e estratégias de discipulado. 

• É um mentor.

• Forma discípulos que discipulam. 

 

Evangelismo 

 

• Evidencia uma vida espiritual.

• Conhece a mensagem. 

• Mostra compaixão pelas almas. 

• Sabe como comunicar-se adequadamente.

• Apresenta o evangelho pessoal. 

• Sabe preparar sermões evangelísticos.

• Possui conhecimento de métodos e técnicas evangelísticas.

• Se Identifica com a pessoa anfitriã, qualquer que seja.

• Sabe responder objeções (apologética). 

 

Saúde Emocional

 

• Conta com saúde psicológica para ir ao campo.

• Tem resolvido grandes conflitos emocionais.

• Se mostra aberto para receber conselhos para sua saúde emocional.

• Tem um conceito apropriado de si mesmo (autoestima).

• Mantém um balanceado equilíbrio emocional.

• Se mantém motivado quando empreende algo.

• Lida positivamente com o fracasso. 

• Conta com boa saúde física para o campo.

• Pratica um hobby, passatempo ou esporte. 

• Separa um tempo de descanso semanal e anual.

 

 Vida espiritual

 

• Desenvolve um relacionamento íntimo com Deus.

• Conhece a eficácia da oração e do jejum.

• Conhece os princípios da batalha espiritual. 

• Desenvolve um estudo programado da Bíblia.

• Demostra os frutos do Espírito. 

• Exerce seus dons espirituais.

• Demostra atitudes de serviço. 

• Exibe integridade moral.

 

Desenvolvimento de ética cristã

 

• Conhece princípios bíblicos para a ética.

• Analisa regras de ética segundo princípios bíblicos. 

• Exibe o valor de conduzir-se segundo princípios.

• Pode facilitar o desenvolvimento de uma ética bíblica autêntica.

• É honesto, veraz e justo. 

• Respeita as leis e regras estabelecidas.

• Conhece a diferença entre a ética e a doutrina. 

 

Habilidades práticas

 

• Sabe aproveitar a situação do lugar.

• Sabe cultivar, criar animais e reparar artefatos.

• Sabe aplicar ajuda comunitária.

• Possui habilidades laborais.

• Sabe trabalhos manuais e recreação. 

• Opera aparelhos eletrônicos.

• Sabe cumprir afazeres domésticos. 

• Conhece primeiros socorros. 

• Conhece sobre higiene e prevenção. 

• Tem conhecimento musical.

 

Tradução: Cecy Cruz

Extraído do livro Ayudas Misioneras, de Federico A. Bertuzzi (disponível para download gratuito AQUI).

*A lll consulta de Capacitação Missionária (com alcance para todo o cone sul), foi celebrada do 18 ao 20 de Julho de 1991 em Thea (Córdoba, República Argentina) patrocinada em forma conjunta pelas Missões Mundiais, Comibam Internacional, e a Comissão de Missões da Aliança Evangélica Mundial (AEM). Na mesma assistiram mais de 70 diretores de seminários, institutos bíblicos e entidades missionárias da Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai. 


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