quinta-feira, 28 de abril de 2011

A primeira missionária solteira


Betsy Stockton

A primeira mulher solteira a servir como missionária no estrangeiro foi a americana Betsy Stockton, mulher negra e ex-escrava, que foi para o Havaí, em 1823.

Certa de que Deus a chamara para servir como missionária no exterior, ela candidatou-se ao cargo na Junta Americana e os diretores concordaram em enviá-la para o estrangeiro - mas apenas como empregada doméstica de um casal missionário.

Apesar de sua posição inferior, ela foi considerada "apta para ensinar" e lhe permitiram dirigir uma escola. Mais tarde,  viajou para Bombaim - Indía, onde serviu fielmente durante 34 anos na Missão Mirathi.

Em seu livro clássico sobre missões, publicado em 1910, Helen Barret escreveu sobre o progresso surpreendente das mulheres na evangelização mundial:

"Trata-se sem dúvida de uma história magnifica. Começamos fracas, hoje somos poderosas. Em 1861, havia uma única missionária no campo, em 1909 já eram 4.710 as mulheres solteiras em ação.

O desenvolvimento no exterior foi notável. Tendo começado com uma única professora, no inicio do jubileu contamos 800 professoras, 140 médicas, 380 evangelizadoras, 79 enfermeiras, 578 servidoras e ajudantes nativas".

Mas por que tantas mulheres solteiras? O que as motivaria a deixar a segurança de suas famílias e sua pátria para uma vida de solidão, dificuldades e sacrifícios? As missões no estrangeiro atraiam as mulheres por uma variedade de razões:

1. O fato de de haver poucas oportunidades para o envolvimento num ministério de tempo integral em seu país, pois os serviço cristão era considerado uma atividade masculina.

2. O campo também servia para prover aventura e estímulo.

3. Tinham oportunidades únicas que o homens não tinham em muitos países, pois através do trabalho feminino o evangelho superou barreiras culturais e religiosas. Em 1879 a missionária Lottie Moon escreveu: "Acredito que uma mulher solteira na China vale por dois homens casados".

4. As mulheres se distinguiram em quase todos os aspectos do trabalho missionário. Elas estabeleceram escolas no mundo inteiro, incluindo uma Universidade para oito mil alunos em Seul - Coreia.

5. As Escrituras foram colocadas a disposição pela primeira vez, para várias línguas através de sua persistência.

6. Pela coragem delas. Escreveu herbert Kane: "Quanto mais difícil e perigosa a tarefa, maior o número de mulheres em proporção ao de homens".

7. Outra peculiaridade das mulheres nas missões relaciona-se mais com a sua apreciação do ministério, do que com o ministério em si. As mulheres, de maneira geral, achavam mais fácil admitir suas fraquezas e vulnerabilidade e apresentar um quadro mais verdadeiro da vida de um missionário "super santo".

Vejamos algumas missionárias bem sucedidas no campo:

Charlotte (Lottie) Diggs Moon - viajou para a China em 1872 e morreu em 1912. Viveu duas vidas separadas na China. Parte do ano era gasto nas povoações fazendo trabalho evangelístico e a outra parte ela passava em Tengchow, onde treinava novos missionários, aconselhava as mulheres chinesas e lia com prazer os livros e revistas ocidentais. Escreveu inúmeros livros que abriram caminho para a sua extraordinária influência sobre a Igreja Batista do Sul dos EUA, escritos estes dirigidos às mulheres para que dessem mais apoio às missões.




Amy Carmichael -              foi uma inspiração para todas as denominações no Reino Unido. Seus 35 livros descrevendo seus trinta e cinco anos na Índia, fizeram dela uma das missionárias mais queridas de todos os tempos. Seu caráter era a chave de seu sucesso para a evangelização mundial. "Tinha um caráter mais semelhante a Cristo que já encontrei", afirmou Sherwood Eddy, estadista. Ainda afirmou: "...sua vida foi a mais fragrante, a mais jubilosamente sacrificial, que já conheci..." Ela morreu em Dohanavur em 1951, aos 83 anos de idade.


Maude Cary - Em 1901, navegou para o Marrocos com quatro outros missionários, a fim de começar seus 50 anos de serviço. Dedicou-se intensamente ao estudo da língua marroqui. Dirigiu uma escola de línguas e ajudava os novos recrutas a se adaptarem. Aos 71 anos de idade organizou um Instituto Bíblico para ensinar jovens marroquianos do sexo masculino, houve apenas três matrículas. Em 1967 o governo marroquino fechou todo acesso às missões estrangeiras, pois eram mulçumanos. Setenta e cinco anos de serviço terminaram. As estações de rádio continuaram a transmitir o evangelho, mas a pequena igreja marroquina ficou sozinha. Logo depois a incansável missionária Maude Cary partia para estar com o Senhor. No seu funeral houve apenas dois ramos de flores, quase nenhuma lágrima, algumas pessoas, sete das quais eram ministros.


Johanna Veenstra - Durante os anos 20 a 30, entregou sua vida na África. Morava numa cabana nativa sem teto e chão de terra. Estabeleceu um internato para treinar rapazes como evangelistas, o qual chegou a matricular 25 deles de uma só vez. Ainda achava oportunidades para serviços médicos e evangelísticos. Suas viagens de vila em vila duravam várias semanas e eram realizadas em uma bicicleta. Ela era um pioneira preparando o terreno para outros. Em 1933 ela havia entrado no hospital da missão para o que julgava ser uma cirurgia de rotina, mas não se recuperou e faleceu. "De uma cabana de barro para uma Mansão nos Céus.


Dezenas e centenas de outras mulheres solteiras aceitaram o desafio missionário para irem ao lugares mais difíceis da terra para levar a mensagem do amor de Cristo. Muitas delas foram martirizadas no campo missionário, mas nunca desistiram. Outras nem sabemos os seus nomes, mas no grande dia do Tribunal de Cristo, lá estarão para receberem a recompensa final pelo labor realizado nas missões transculturais.

Que o Senhor continue convocando mulheres dedicadas para a Obra Missionária, e oremos  por aquelas que já estão no campo de batalha, levando o Evangelho a toda criatura. A Deus toda glória.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

I FORUM DE MISSÕES COM ETNIAS NO BRASIL



A Igreja Batista do Bacacheri (IBB) está promovendo o I Fórum de Missões com Etnias no Brasil, que acontecerá nos dias 13 a 15 de maio, na IBB.
O objetivo do evento é por meio das oficinas e painéis mostrar as estratégias que Deus tem dado a  projetos realizados com estrangeiros que vivem no Brasil e como Ele tem usado missões e pessoas para alcançar os povos que têm o nosso país como sua segunda pátria.
Para discutir os temas propostos teremos a presença dos líderes dos trabalhos étnicos do país: judeus, árabes, italianos, alemães, chineses, japoneses, coreanos, indianos, russos, hispanos e ciganos.
Cada preletor convidado representa uma etnia, entre os confirmados estão: Dr. Ricardo Chen (Chineses); Pr. Key Yausa e Pr. Shinji Kanno (Japoneses); Pr. Daniel Yang (Coreanos); Pr. Sergio Vergani (Italianos); Pr. Alexandre Bezerra Dutra (Judeus); Pr. Flávio Ramos (Árabes); Pr. Valério Kurth (Pomeranos); Dr. Edson Cristian (Indianos); e também teremos a presença do Pr. João Marcos, secretário geral da Junta de Missões Mundiais (JMM).
Durante o evento também acontecerá o lançamento da Escola de Missões com Imersão, da Faculdade Teológica Batista do Paraná (FTBP), que funcionará após o Fórum.
Será uma grande oportunidade para conhecer mais sobre missões no Brasil, com outras nações. O Fórum é aberto para todos que quiserem participar e para todas as igrejas. O custo do evento é de apenas R$ 25,00 por pessoa e a inscrição deve ser feita até o dia 29 de abril. 

Mais informações pelo e-mail forumetnias@ibb.org.br.

Para se inscrever, clique aqui.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O missionário que se dane!


Certa vez um irmão em Cristo compartilhou comigo dizendo:  Fulano virou missionário pois não tinha competência para conduzir uma igreja.  Em uma outra ocasião um pastor amigo afirmou que na sua percepção  as mulheres vocacionadas ao ministério que  não se casam, não possuem  outra opção na vida a não ser virarem missionárias.

Pois é, parece que parte da igreja evangélica brasileira considera o trabalho missionário, como inferior. Isto se percebe nitidamente na forma de tratamento que o missionário recebe, isto sem falar é claro, nos baixos salários que  lhes são pagos.

O descaso com que algumas igrejas tratam os seus missionários é impressionante. Basta a crise bater a porta que a primeira coisa a ser cortada é o salário do obreiro.  Lamentavelmente nas reuniões de ministério, conselhos, ou assembléia, volta e meia aparece alguém dizendo: “pra que mandar esse dinheiro todo para o missionário? Não temos condições! Nossas contas estão elevadíssimas, precisamos cortar gastos.”  

Caro leitor vamos combinar uma coisa? Além de pagar mal (porque missionários na maioria das vezes recebem esmolas e não salários) a igreja ao enfrentar  uma crise financeira quer diminuir o salário do missionário? Por favor responda sinceramente: Seria isto justo? Por acaso o missionário não tem contas à pagar? Não possui  aluguel, não tem  que comprar alimentos,  pagar a escola  dos filhos, vestir-se, comprar remédios? 

Pois é, o problema é que boa parte da igreja tá se lixando para os missionários e suas missões. Infelizmente,  não são poucos que diante da falta de recursos por parte da igreja são obrigados a desisitir dos seus projetos, retornando ao país de origem. 

Prezado amigo, assusta-me o fato em saber que a Igreja de Jesus gasta milhões de reais anualmente embelezando seus templos enquanto quase nada se faz em prol do trabalho missionário. Para piorar a situação, em nome de uma visão megalomaniaca pastores investem os recursos do Reino comprando carros, helicopteros e aviões, cujo benefício é nada mais , nada menos do que o seu próprio bem estar.

Não me admiro em saber que no mundo inteiro a tarefa da Grande Comissão ainda esteja por se realizar! Cerca de  90% do dinheiro  arrecadado na igreja é investido na própria igreja, sete por cento em iniciativas evangelísticas onde o evangelho já foi pregado antes, e apenas três por cento em iniciativas missionárias para aqueles povos que nunca ouviram o evangelho. 

Isto posto, penso que a Igreja de Cristo precisa rever seus conceitos quanto ao seu investimento no trabalho missionário. Em minha caminhada pelo mundo, tenho conhecido gente santa e compromissada com o Evangelho da Salvação Eterna, e que por amor ao Pai, saíram de seus países , indo para a Amazônia, Africa, Ásia, Peru, Haiti e centenas de outros lugares mais, cuja paixão é o de anunciar o Desejado das nações. 

Diante disto, afirmo sem titubeios que  pessoas  deste quilate , não devem ser tratadas com desprezo e indiferença, antes pelo contrário, devem receber por parte da igreja brasileira todo apoio possivel, o que inclui investimento financeiro.

Pense nisso!


sexta-feira, 15 de abril de 2011

LUIZ SAYÃO: O DESAFIO DA TRADUÇÃO BÍBLICA



Toda versão bíblica tem e precisa ter claro foco sobre o público a que se destina e uma linha teológica bem definida


Cada vez que um cristão brasileiro abre seu exemplar da Bíblia Sagrada, tem diante dos olhos uma bela e épica história – a da tradução das Escrituras para nosso idioma. Essa história começa ainda na Idade Média, em Portugal. Pouca gente imagina, mas a língua portuguesa está entre as pioneiras no contexto europeu. Os primeiros textos bíblicos em português apareceram antes mesmo das versões em inglês, do francês e alemão – e graças ao rei português D. Diniz (1279-1325). Com base na Vulgata Latina, o monarca traduziu até o capítulo 20 do livro de Gênesis. Apesar disso, os mais antigos registros de tradução da Bíblia na língua de Camões deixados para a posteridade são de 1495. 


Mas falar em tradução bíblica é falar em João Ferreira de Almeida. Nascido em 1628, próximo a Lisboa, Almeida fez história como o primeiro a traduzir o texto bíblico a partir das línguas originais. O Novo Testamento de Almeida foi completado em 1676, e acabou sendo publicada em 1681, na Holanda. Até morrer, o tradutor avançou pelo texto do Antigo Testamento até o livro do profeta Exequiel. E o trabalho foi completado por Jacobus op den Akker, da Batávia, em 1748. Todavia, somente cinco anos mais tarde, em 1753, é que foi impressa a primeira Bíblia completa em português. 


A célebre tradução de João Ferreira de Almeida recebeu muitas revisões nas últimas décadas e deu origem a várias versões similares. A verdade é que as novas revisões do texto o distanciam em muito do texto original de Almeida. Hoje, existem quatro versões cirrigidas: a Corrigida antiga, de 1942; a Corrigida Fiel (1994); a Corrigida 2ª edição, de 1995, e finalmente a Corrigida Juerp, lançada em 1997. Já a versão Atualizada, profunda revisão de estilo e crítica da Corrigida já tem duas versões – a primeira e a Atualizada 2ª edição, de 1997. Além disso, merecem destaque também a Versão Revisada (1967), publicada pela Imprensa Bíblica Brasileira-Juerp, e a versão Contemporânea, da Editora Vida (1990). 


Somente na década de 1970 é que muitas novas traduções da Bíblia passaram a ser publicadas. O resultado de tantos anos de profundos estudos bíblicos são uma série de versões não literais e baseadas na pesquisa exegética e lingüística mais recente. No segmento católico, surgiram as primeiras versões traduzidas a partir das línguas originais. Em 1976, foi publicada a Bíblia de Jerusalém, erudita e repleta de notas técnicas. Seis anos depois, surge a Bíblia Vozes, com uma linguagem menos vetusta, mas com boa base exegética. Mais tarde, vieram a Bíblia Pastoral (1990), com estilo mais popular e dependente da Teologia da Libertação; e a Tradução Ecumênica, de 1997, muito erudita e a mais rica em notas críticas e lingüísticas disponível em português. Mais recentemente, surgiram a Tradução da Bíblia da CNBB (2001), a Nova Bíblia de Jerusalém (2002 – uma revisão completa da antiga) e a Bíblia do Peregrino, publicada em 2002, dirigida pelo prestigiado exegeta Luis Alonzo Schökel. 


No meio protestante, foram publicadas pela Sociedade Bíblica do Brasil, a SBB, a popularíssima Bíblia na Linguagem de Hoje (1988). Suas características são uma linguagem popular e uma tradução mais flexível, mas baseada em exegese erudita e respeitada e com um enfoque teológico bem mais aberto. Depois dela, ainda veio a Nova Tradução na Linguagem de Hoje (2000), ainda mais coloquial. No mesmo ano, foi publicada a Nova Versão Internacional, a NVI, pela Sociedade Bíblica Internacional. Trata-se de uma versão caracterizada por precisão técnica, linguagem atual, fluência, riqueza exegética – e foi muito apreciada por ser genuinamente evangélica em sua abordagem teológica. A NVI foi um projeto elaborado por cerca de 20 estudiosos e que durou dez anos. Finalmente, em 2008, é lançada uma revisão profunda de Almeida por um grupo de editoras evangélicas de peso: Juerp, Hagnos, Vida Nova e Atos. É a chamada versão Almeida Século 21. Trata-se de uma versão que pode ser definida por sua exatidão e fluência, sem abrir mão da tradição. 


O desafio de traduzir a Bíblia começa com a questão do texto original. É de conhecimento geral que não temos os manuscritos originais das Escrituras – mas há milhares de cópias guardadas em bibliotecas, museus e instituições religiosas de todo o mundo. Todas as traduções são feitas a partir dessas cópias. Sempre que se quer lançar uma nova tradução, épreciso um trabalho minucioso de crítica textual muito bem feito com esses manuscritos, para se obter o máximo de fidedignidade, ou, em outras palavras, chegar-se ao texto mais próximo do original. Graças a Deus, a Bíblia é um dos livros mais bem preservados da história. O resultado desse trabalho está na Biblia Hebraica Stuttgartensia, Antigo Testamento baseado no Texto Massorético,e no Novum Testamentum Graece, editado por Eberhard Nestle e Kurt Aland, ambos publicados pela Deutsche Bibelgesellschaft , a Sociedade Bíblica Alemã. O fato é que quase todas as traduções bíblicas do mundo baseiam-se principalmente nesses textos, considerados o consenso pela vasta maioria dos estudiosos da área. Apesar da grande concordância entre eles, há algumas variações entre manuscritos sinalizadas nas traduções mais críticas e contemporâneas, através de notas de rodapé. Das versões em português, somente a versão corrigida de Almeida não se utiliza do texto crítico do Novo Testamento. A diferença entre as duas versões neotestamentárias no original é de cerca de 1%, sendo que a inversão de “Jesus Cristo” para “Cristo Jesus” é a principal diferença. 


Deixando a crítica textual de lado, é preciso salientar que toda versão bíblica tem e precisa ter uma linha teológica, aspecto sobre o qual é impossível uma neutralidade absoluta. Assim, temos uma divisão clara entre versões católicas e versões protestantes. Além da inclusão, naquelas, dos chamados livros apócrifos, vamos encontrar terminologia específica nessas traduções. Em certas passagens bíblicas, as traduções protestantes usam a expressão “arrependei-vos”, enquanto que algumas traduções de inspiração romana dizem “fazei penitência”. A Bíblia de Jerusalém, por exemplo, chega a usar a palavra “óstia” em Romanos 12.1-2. Já a versão Pastoral é claramente alicerçada na Teologia da Libertação. Uma simples lida nos títulos do texto de Êxodo 4 não deixará nenhuma dúvida sobre seu enfoque marxista na leitura da passagem. A versão Almeida Corrigida costuma ser preferida por denominações pentecostais mais conservadoras, como a Congregação Cristã do Brasil e a Igreja Deus é Amor, enquanto que a Nova Tradução na Linguagem de Hoje é mais usada por grupos que adotam uma linha teológica bem mais aberta. Esse enfoque pode ser percebido em textos como Deuteronômio 32.8: “Quando o Altíssimo separou os povos e deu a cada povo as suas terras, ele marcou as fronteiras das nações, dando a cada uma o seu próprio deus.” Como se pode observar, todo trabalho de versão bíblica deve definir sobre qual linha teológica vai se embasar. 


A tarefa de tradução bíblica tem como outro grande desafio a questão semântica. Nem todos têm noção dessa realidade, mas muitas palavras do texto hebraico, aramaico e grego ainda hoje estão sendo estudadas e definidas com precisão. Mesmo que tais termos sejam minoria, em muitos casos representam difíceis problemas de tradução. O impacto das descobertas da arqueologia – como a dos Manuscritos do Mar Morto –, dos estudos de línguas como o acadiano e o ugarítico e do desenvolvimento da lingüística foram extremamente importantes para que fosse possível ter um conhecimento mais objetivo de muito vocábulos bíblicos. Os novos léxicos e dicionários teológicos técnicos, elaborados principalmente por estudiosos alemães, trazem muita informação semântica preciosa. É por essa razão que as versões mais recentes levam grande vantagem sobre as mais antigas – essas novas foram preparadas já com acesso ao resultado de descobertas e pesquisas atualizadas, que permitem a tradução mais precisa da Palavra de Deus. 


Diante disso tudo, fica a pergunta que não quer calar: qual é a melhor versão bíblica? Essa pergunta não tem resposta. Afinal, todas têm seus méritos; mas é preciso, também, que tenham um foco claro. Uma versão pode ter valor histórico, literário, teológico etc. Mas se o objetivo é comunicar a mensagem das Escrituras ao povo comum, é preciso reconhecer que a dinâmica da língua exigirá revisões do texto que o tornem compreensível e impactante. Ninguém, por exemplo, usa a versão de Almeida de 1681 nos dias de hoje – afinal, a linguagem ali usada tornou-se incompreensível para o leitor de hoje. Por outro lado, algumas traduções antigas ainda usam termos praticamente desconhecidos nos dias de hoje, como “vitupério”, “chocarrice”, “impudicícia” e tantos outros arcaísmos. Além disso, toda boa versão bíblica precisa passar por revisões de tempo em tempo, a fim de eliminar anacronismos e contemplar as mudanças de significado que muitos termos sofrem ao longo dos tempos. 


A tarefa de traduzir a Bíblia é um ministério permanente da Igreja. A comunidade cristã deve abrir seu coração e apoiar todos os esforços de tradução das Escrituras – principalmente, no caso das línguas que, em pleno século 21, ainda não possuem nenhuma versão da Palavra de Deus. 


Luiz Sayão

Teólogo, hebraísta, escritos e tradutor da Bíblia. É também professor da Faculdade Batista de São Paulo, do Seminário Servo de Cristo e professor visitante do Gordon-Conwell Seminary.


quarta-feira, 6 de abril de 2011

Informações de interesse missionário: Leia os últimos posts do blog Equattoria



Amigos leitores, convidamos-lhes a ler os últimos artigos publicados no blog EQUATTORIA. Informações de interesse missionário e geral, neste blog complementar ao VEREDAS MISSIONÁRIAS.


Vila flutuante e miséria no Camboja


Leis contra a blasfêmia se tornam instrumento político islâmico


Conheça Moçambique através de notícias


Entrevista com ex-muçulmana: "Há muito tempo esse Islã deixou de fazer sentido"


A vida de um executivo brasileiro na Líbia


Nova vacina contra febre amarela terá menos efeitos colaterais


RELIGIÕES: Muculmanos serão 2,2 bilhões no mundo em 2030, diz estudo


MISSIONÁRIO: Informe-se e aprenda línguas através das Rádios e TVs do Mundo


Missionário: Como economizar em suas viagens ao exterior


Da universidade para a floresta: a necessidade do apoio técnico na missão entre indígenas do Brasil


Malária está se tornando resistente aos medicamentos


Deficientes auditivos alcançados no Norte da África


IGREJAS EVANGÉLICAS BRASILEIRAS CRESCEM EM MOÇAMBIQUE

















terça-feira, 5 de abril de 2011

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