Nenhum país está fechado para pessoas, mesmo sendo cristãs, que trazem produtos e
habilidades necessários. Qualquer um que pode suprir os produtos e as habilidades de que o
país precisa é bem-vindo.
Se você diz a seu vizinho ou colega descrente que a Arábia Saudita ou a China são países
fechados, ele vai perguntar: O que você quer dizer com isso? Conheço um monte de gente que
vai lá e que trabalha lá. O que você quer dizer com fechado?
“Fechado” é um termo muito restrito ao linguajar missionário. Ninguém usa essa palavra fora
do contexto de crentes com visão missionária. Ela não faz sentido para os descrentes e nem
mesmo para a maioria dos crentes.
Se você diz que a Coreia do Norte é um país fechado, as pessoas irão compreender. O líder
paranoico e despótico da Coreia do Norte, Kim Jong-un, limita quase totalmente a entrada de
estrangeiros – mas não deixa de permitir a entrada de produtos e profissionais essenciais. E se
você disser que Cuba está fechada para os americanos, as pessoas também irão entender.
Na verdade, todo país precisa e deixa entrar produtos e experiência de fora, pelo menos até
certo ponto. Muitos, contudo, não concedem vistos para religiosos profissionais, exceto para
os que trabalham para a religião oficial. De 70 a 80% restringem a emissão de vistos para
missionários, mas dão as boas-vindas a outros profissionais, sem ligar para sua religião.
O mundo está aberto para profissionais cristãos com as habilidades e produtos de que
necessita. Todos podem entrar legalmente. Não sabemos de nenhum país em que fazedores
de tendas não podem entrar, incluindo a Coreia do Norte.
As palavras influenciam o pensamento. A palavra “fechado” distorce nossa ideia de países
fechados. Achamos que países fechados são maus e totalmente fechados ao evangelho. Mas
isso é preconceito. Essas nações não rejeitam apenas o cristianismo, mas todas as religiões
estrangeiras. Além disso, rejeitar o cristianismo não é a mesma coisa que rejeitar o evangelho.
As pessoas de cada lugar nem podem deixar de considerar o cristianismo como religião
estrangeira, enquanto não o virem sendo demonstrado e transmitido por testemunhas
presentes. É por isso que fazedores de tendas são essenciais. Mesmo quando se permite a
entrada de missionários, seu testemunho sempre é desvalorizado por se tratar de “religiosos
profissionais remunerados”.
Um taiwanês respondeu, quando perguntado sobre o que achava do trabalho dos missionários
em Taiwan, que eles recebem para fazer convertidos. Somente fazedores de tendas podem
apresentar a autenticidade e o poder do evangelho na vida diária.
Todos os países são fechados para política, cultura e religião que vêm de fora e lhes são
impostas. Eles querem decidir seu próprio destino e desenvolver a si mesmos como bem
entendem. Sim, motivação maligna – ganância, privilégios, poder e posição – os corrompem e
amarram muito. E nações totalitárias com frequência são as mais opressivas, corruptas e
subdesenvolvidas. Mas o desejo dos povos de determinar seu próprio destino e criar valor
verdadeiro é uma expressão da imagem de Deus em nós.
Nós como cristãos deveríamos entender isso melhor que ninguém. Deveríamos parar de
considerar essas nações totalmente fechadas para o evangelho.
Dois outros pensamentos acompanham o conceito de países fechados: que, para espalhar o
evangelho, os missionários é que têm de ir, e que precisamos preparar obreiros em tempo
integral, sustentados por doações, para continuar a espalhá-lo. Em nenhum lugar a Bíblia
ensina isso. Na verdade, a grande expansão do evangelho para além de Judeia e Samaria
registrada na segunda parte de Atos foi efetuada por fazedores de tendas, isto é, por
trabalhadores autossustendados que integravam trabalho com testemunho.
Fazer tendas confere poder e credibilidade ao evangelho. A evangelização é multiplicada pela
ativação de discipuladores leigos. E cria um padrão de liderança leiga e pastoreio sem que se
precise esperar por sustento e treinamento profissional de ministros. Líderes leigos levantados
por Deus servem de exemplos poderosos de discipulado, como súditos verdadeiros, não pagos,
do Senhor dos senhores no mundo. E a estratégia de fazer tendas gera muito mais líderes para
a igreja e a missão.
Portanto, paremos de chamar os países de fechados ou de acesso restrito ou com outros
termos que traem os óculos coloridos de obreiros em tempo integral. Devemos reconhecer o
tremendo chamado e capacidade de trabalhadores leigos, tanto de fora como do lugar. E, por
fim, entendamos que todos os países estão de braços abertos para cristãos que têm os
produtos e as habilidades de que eles necessitam.
Via Global Opportunities, Jan. 2014. Tradução: Hans Udo Fuchs.
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