Luiz M. Ortiz
Nenhuma empresa no mundo enfrenta tantos obstáculos como a
Obra de Deus, mas também é verdade que nenhuma outra empresa no mundo obtém
mais triunfos e vitórias com resultados eternos que a Obra de Deus.
Nenhuma tarefa na Obra de Deus é mais obstaculizada,
combatida, perseguida, pouco reconhecida e menos recompensada que a Obra
Missionária nos campos estrangeiros. Desde que uma pessoa diz que recebeu um
chamamento para ira um pais estrangeiro, começa a ser mal-entendida,
malquerida, obstaculizada, combatida e perseguida.
Quando sai para o campo missionário, abandonando seu lar, seu
ambiente, suas amizades, a pessoa se encontra sozinha, esquecida, enfrentando
os mais duros trabalhos, sem o estímulo oportuno, sem os meios adequados, sem
os fundos necessários. Tem que suportar semanas sem comer, sem os companheiros
de sempre, fadigada pela indiferença, acossada pela nostalgia, ferida pela
ingratidão. Quando volta a seu país, onde acha que encontrará um pouco de
fôlego e compreensão, já ali é como um estrangeiro, foi relegada, é observado
com suspeita e desconfiança, é tratado com desconsideração e mesmo pode ser
considerada uma ameaça.
• Se não faz nada, falta ação
• Se faz alguma coisa, é ação demais.
• Se não diz nada, falta expressão.
• Se diz alguma coisa, não tem razão.
• Se volta jovem, perde a visão.
• Se volta maduro, não tem ocasião.
• Se volta idoso, pano paredão.
Todas estas coisas que para o superficial, o cobiçoso e o
ambicioso são desvantagens que despreza e recusa, para o verdadeiro missionário
são precisamente suas glórias, suas riquezas, seu caudal. Glórias, riqueza e
caudal que não mudam pelas posições nem pelas hierarquias dos que os
menosprezam e fustigam.
O verdadeiro missionário não poderá ser outra coisa. Sua vida
e atividades giram em torno a esse chamamento e a essa paixão. O verdadeiro
missionário pode suportar tudo, menos que queiram desviá-lo de sua vocação
divina. O verdadeiro missionário está disposto às grandes renúncias, menos a
renunciara seu chamamento. O verdadeiro missionário sabe que Deus o chamou, e
seu chamamento e seu ministério estão por acima de homens e coisas. O
verdadeiro missionário vive sua missão, e esta é uma obrigação imposta (1
Coríntios 9:16), que não pode recusar nem abandona O verdadeiro missionário
compreende que a tarefa suprema da Igreja é a evangelização do mundo, e para
esse fim decidiu e rendeu sua vida. O verdadeiro missionário não antepõe nenhum
outro interesse ou relação ao supremo interesse da salvação das almas e à indispensável
relação com seu Mestre, a quem ama, serve e obedece. O verdadeiro missionário
não pode ocultar nem calar, tem que sofrer, mas essas são suas glórias, pois
"o discípulo não é superior a seu mestre".
Por estas firmes convicções e poderosas razões é que o verdadeiro
missionário não pode ocultar nem calar, tem que sofrer, mas essas são suas
glórias, pois "não é o discípulo mais do que o mestre, nem o servo mais do
que o seu senhor' (Mateus 10:24). Como com seu Senhor, também é julgado e
vestido com roupas da crítica malsã. É cuspido com palavras de agravo. É
obrigado a carregar a cruz do descrédito. É sepultado na tumba do menosprezo e
o esquecimento.
Mas assim como seu Mestre ressuscitou no terceiro dia, o
verdadeiro missionário ressuscita todos os dias, porque todos os dias é
julgado, crucificado, sepultado, cumprindo-se assim real e diariamente as
palavras daquele outro grande missionário, o apóstolo Paulo, que escreveu:
"Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não
desanimados. Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;
trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no corpo, para
que a vida de Jesus se manifeste também no nosso corpo; e assim nós, que
vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de
Jesus se manifeste também na nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a
morte, mas em vós a vida" (2 Coríntios 4:8-12).
Por isso o verdadeiro missionário se levanta a cada dia com
nova vida, novas forças, novo entusiasmo, nova visão, nova determinação;
oferecendo visão, forças e vida àqueles que ele ministra.
Quando Alexandre o Grande perguntou ao sábio sirgo Diógenes:
"O que quer de mim?”, este respondeu: "Não me tires o que não me
podes dar!".
E o apóstolo Paulo disse: "Mas o que para mim era ganho
reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as
coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, pelo qual
sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que
prisca ganhara Cristo" (Filipenses 3:7-8).
Fonte: Revista Impacto Evangelístico 776 / Set 2018 (edição
em português).
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