A intrépida senhorita
Dix
Os médicos proporcionaram
a Dorothea Dix, uma professora de 29 anos que viveu na América no início do
século passado, uma vida bastante curta, mas frutífera. Os médicos acreditavam
que se ela conseguisse se recuperar do sangramento contínuo que sofria, sem
dúvida ficaria inválida.
Ela foi para a Inglaterra
para se recuperar. Lá ela leu o Novo Testamento repetidas vezes com a intenção
de descobrir o que Cristo queria que ela fizesse.
Ela encontrou a resposta
quando voltou para casa e seu pastor lhe pediu que ensinasse a Bíblia às
presidiárias da prisão feminina na cidade de East Cambridge, Massachusetts.
Enquanto ensinava numa
cela, ouviu gritos agudos que não vinham de muito longe.
“Duas pessoas malucas”,
comentou uma das mulheres. “Eles deveriam colocar uma mordaça nelas.”
Dorothea insistiu que o
carcereiro lhe mostrasse onde estavam “os malucos”. Ele os encontrou em uma
cela de pedra fria, em farrapos e acorrentados. Uma delas era uma pobre senhora
de setenta e cinco anos que estava quase nua. O outro, ainda adolescente, de
dezoito anos, estava machucado de frio.
—Ajude-nos! —suplicaram a
Dorothea.
—O que eles fizeram para
merecer esse tratamento? — Dorothea perguntou ao carcereiro.
—Nada, senhorita —, ele
respondeu. —Eles são loucos.
Dorothea Dix foi embora,
mas logo voltou com roupas de inverno e alguns cobertores. Quando pediu a
instalação de um fogão em sua cela, simplesmente lhe disseram que não valia a
pena se preocupar com os direitos humanos dos loucos.
Mas a senhora Dix estava
apenas começando. Ela coletou montanhas de dados que mostravam até que ponto os
doentes mentais eram maltratados e os apresentou ao Congresso de Massachusetts:
“Senhores”, começou,
“quero revelar-lhes como são tratados os doentes mentais neste Estado: são
privados de liberdade em armários, porões e currais; estão acorrentados, nus; são
espancados com varas e tratados com chicotes.”
Seu discurso comoveu toda
a Nova Inglaterra. Alguns a chamaram de sensacionalista, outros de mentirosa.
Mas começaram a levantar-se vozes apelando a reformas.
Ela foi a outros estados e
descobriu que os doentes mentais eram tratados de forma semelhante. Ignorando
quem a ridicularizava, ela instigou a construção de hospitais e a aprovação de
reformas.
Depois foi para outros
países, para Canadá, Escócia, Inglaterra e Itália, exigindo reformas. Ela
encontrou um manicômio em condições atrozes em um prédio próximo ao Vaticano.
Ela disse isso ao Papa e mudanças imediatas foram feitas.
Aos oitenta anos ela ficou
inválida. Recebeu honras nos últimos cinco anos de sua vida e foi visitada por
muitas personalidades famosas. Quando ela morreu, um superintendente do
hospital disse:
—Uma das mulheres mais
distintas e trabalhadoras que os Estados Unidos produziram acaba de morrer.
O segredo do seu destemor
estava no capítulo 25 do Evangelho de Mateus.
Hoje, no século XXI, todas
as nações do mundo juraram defender os direitos humanos, o que é mais ou menos
cumprido nos órgãos oficiais dos Estados, mas não podemos afirmar que o coração
do homem seja, hoje, diferente de como o consideram muitas passagens da Sagrada
Escritura. Ainda existem terroristas e sádicos de todo tipo, e as diferenças
sociais fazem com que as pessoas honestas reconheçam que os conceitos mais
elevados dos ensinamentos de Jesus não têm sido praticados no mundo de uma
forma geral, mas que o egoísmo humano produziu a grande diferença entre as
nações ricas e as nações pobres, e enquanto em alguns, o que poderia
literalmente remediar a fome e a miséria destes últimos é literalmente
desperdiçado em luxos e armas, em outros é desperdiçado em trivialidades
inúteis ou tremendamente mortais. A tudo isso se está tentando corrigir devido
à influência indireta de cristãos sinceros. Embora milhões de pessoas se
recusem a aceitar Cristo como seu Salvador pessoal, não podem negar que a
moralidade cristã regeneraria o mundo se fosse praticada como Jesus a ensinou.
Samuel
Vila – Gran diccionario enciclopédico de anécdotas e ilustraciones
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