sábado, 25 de outubro de 2008

Desenvolvendo comunidades missionárias


Como grupos pequenos podem cumprir a grande comissão.

Você já assistiu aos episódios antigos do seriado Cavaleiro Solitário? Que figura idílica do heroísmo americano! Ele era duro, independente e nunca deixou ninguém descobrir sua verdadeira identidade. É provável que não seja um choque ouvir que Deus não quer que sejamos “Cristãos Cavaleiros Solitários”. Ninguém pode, sozinho, falar de toda a vida de Jesus para o mundo. Precisamos criar um círculo de crentes em nossa volta para nos auxiliar nessa missão. Precisamos daquilo que chamo de “comunidade missionária” – um pequeno grupo de crentes que alcancem pessoas específicas e atendam necessidades específicas neste mundo como um meio de compartilhar a graça e a verdade de Cristo. Isso levanta algumas perguntas-chave: Como o Espírito Santo cria diversas comunidades missionárias dentro das igrejas? E, uma vez criadas, como o Espírito usa essas comunidades para alcançar as pessoas para Cristo?

Um modelo bíblico de comunidade missionária
Em João 15 descobrimos que o Espírito Santo cria essas comunidades. Jesus diz que “enviará” o Espírito Santo “da parte do Pai” e que este Espírito “testemunhará” de Jesus ao mundo (v. 26). Isso não apenas implica que o Espírito é Deus, mas também que o Espírito será o representante autorizado de Cristo depois de sua partida. Como o Espírito “testemunhará” sobre Cristo? Jesus, que previamente descreveu a si mesmo como “a verdade” (João 14.6), agora diz que ele enviará “o Espírito da verdade”. Este Espírito da verdade virá aos discípulos de Jesus para que possam “dar testemunho também” (15.27) de Jesus e de sua verdade ao mundo.
Em João 16 descobrimos como este “testemunho” acontecerá. O ministério de Jesus continuará depois de sua ressurreição e ascensão porque o Espírito da verdade “ensinará toda a verdade a vocês” (16.13). É crítico notar que, neste verso, fala-se “vocês”. A implicação é que o Espírito abrirá a verdade das boas-novas para as comunidades de crentes.
Jesus diz ainda que o Espírito “vai ficar sabendo o que tenho para dizer, e dirá a vocês [plural], e assim ele trará glória para mim” (16.14). Isso significa que o Espírito da verdade permitiria aos crentes conhecer Jesus – em particular sua verdade e sua glória – dentro das comunidades. Quer dizer também que o Espírito glorificaria a Cristo no mundo através de tais comunidades guiadas pelo mesmo Espírito.
Você vê o fluxo? Em cada passagem o conhecimento da verdade de Deus se move do Senhor Jesus para o Espírito Santo e para os discípulos. Jesus envia o Espírito ao mundo e o Espírito torna Jesus conhecido dentro de comunidades de crentes (como por exemplo a igreja local). Então, esta comunidade testemunha de Cristo ao mundo.

Comunidades missionárias e a Grande Comissão
Como o Espírito usa as comunidades missionárias para cumprir a Grande Comissão?
Jesus deu a comissão a todos os crentes em Mateus 28.18-19: “Deus me deu todo o poder no céu e na terra. Portanto vão a todos os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores.” Aqui, Jesus, na verdade, estende sua própria autoridade aos crentes para que eles possam cumprir a tarefa que lhes deu: fazer discípulos. Como resultado disso, quando os crentes vão a todos os povos do mundo podem ver a si mesmos como tendo recebido uma comissão pessoal de Jesus.
É importante notar que essa comissão foi dada no contexto da comunidade: a Grande Comissão foi entregue aos discípulos como um grupo, e as palavras de Jesus, “vão” e “façam seguidores”, estão no plural. Combinado a isto está o que aprendemos acima a respeito das comunidades missionárias. Assim, podemos concluir que nossa comissão deve ocorrer dentro do contexto do corpo local de crentes. O Espírito Santo pode, num pequeno grupo do qual Cristo é o centro, torná-lo um ambiente onde os dons e a motivação de cada crente para o ministério podem ser ambos confirmados e ativados. Uma perspectiva de comunidade missionária muitas vezes exige uma transformação no meio da igreja. Muitas igrejas precisam sair de uma mentalidade de “missões” (ou seja, simplesmente mandar missionários para fora da igreja), para uma mentalidade de “missão” (na qual cada crente vem a conhecer sua própria missão de vida e a enxerga como parte da Grande Comissão e a vive dentro da comunidade missionária de crentes).

Idéias práticas para desenvolver uma comunidade missionária
Como fazer essa mudança? Primeiramente, cada um de nós precisa desenvolver um senso claro de missão pessoal. Podemos fazer isso de quatro maneiras:

1. Pedir ao Espírito Santo que nos ajude e olhe de perto nossas vidas, e que nos mostre maneiras específicas com as quais Deus nos equipou para seu ministério;

2. Pedir a outros crentes, particularmente aos do nosso grupo, que nos ajude a identificar nossos dons espirituais e motivações naturais que eles observam em nossas vidas;

3. Tentar pensar sobre nossos talentos principais (ou seja, habilidades como jogar futebol, costurar ou pregar sermões) e paixões (modos como fazemos diferença no mundo, tais como evangelismo ou ajudar os sem-teto);

4. Uma vez que tenhamos identificado nossos dons distintos, motivações, talentos e paixões, precisamos pedir ao Espírito Santo que nos ajude a pôr todas estas partes juntas em uma afirmação clara de missão;

Em segundo lugar, devemos buscar cumprir nossa missão dentro de uma comunidade missionária específica. Um pequeno grupo pode dar o encorajamento, a resposta, a instrução e a correção que precisamos para ativar este chamado pessoal. Você está numa comunidade pequena de crentes buscando cumprir uma missão – seja individual ou corporativamente? Se a resposta É sim, encoraje cada pessoa a compartilhar sua missão pessoal, e, quando o fizerem, discutam e procurem um senso comum. Então, encoraje o grupo a orar e a identificar um grupo missionário que surgirá de tal discussão.
Finalmente, encoraje seu grupo a ativar o grupo missionário buscando maneiras específicas de servir a comunidade e, assim, apresentar a graça e a verdade de Cristo àqueles que, de outra forma, não teriam tal oportunidade. Talvez seu grupo possa visitar um abrigo, entrar para um time de futebol, fazer reformas em casas ou servir em igrejas de outros países – ou o que naturalmente surgir quando vocês identificarem seu grupo missionário. Cada grupo terá uma missão única, e o sentido da verdadeira comunidade cristã será fortalecido quando a missão do grupo for ativada.
Uma mentalidade de comunidade missionária não apenas ultrapassa a síndrome do Cristão Cavaleiro Solitário, mas, na verdade, transforma as igrejas, ajudando cada crente a alinhar sua missão pessoal com a Grande Comissão dentro do contexto do grupo pequeno.

John A. Studebaker é diretor executivo da Bridge Ministries, um ministério de recurso e treinamento que prepara cristãos para cumprir a Grande Comissão.

Fonte: Portal Cristianismo Hoje - www.cristianismohoje.com.br

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