quinta-feira, 25 de setembro de 2014

John Stott: A perspectiva global da igreja

John Stott

Deus, nosso Salvador [...] deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. [1 Timóteo 2.3-4]
O que chama atenção de imediato nos primeiros sete versículos de 1 Timóteo 2 é a repetição por quatro vezes (e por certo deliberadamente) da expressão “todos os homens”, com o sentido de “todas as pessoas”.
Primeiro, a igreja deve orar por todos. Não somente por todas as pessoas em geral, mas especialmente pelos reis e pelos líderes das nações, para que preservem a paz — mesmo que naquele tempo não houvesse nenhum governante cristão em lugar algum do mundo.
Segundo, o desejo de Deus diz respeito a todos. Deus quer que todos sejam salvos (v. 4). Ou seja, a igreja deve demonstrar interesse por todas as pessoas, pois Deus se interessa por todos. Além disso, a universalidade da mensagem do evangelho repousa sobre a unicidade de Deus: “Pois há um só Deus” (v. 5). O principal fundamento para as missões mundiais é o monoteísmo.
Terceiro, Cristo se entregou como resgate por todos. “Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, o qual se entregou a si mesmo como resgate por todos” (v. 5-6). Não é suficiente afirmar que há somente um Deus; devemos acrescentar que há somente um mediador, um Salvador — o Filho de Deus, que se tornou “o homem Cristo Jesus” através de seu nascimento e se entregou a si mesmo, em sua morte, como resgate por nós. É importante manter essas três palavras juntas — homem, resgate e mediador; elas remetem ao nascimento, à morte e à ressurreição. Deus primeiro se tornou homem para então nos resgatar, por isso não há nenhum outro mediador. Ninguém mais possui essas qualificações.
Quarto, a proclamação do apóstolo diz respeito a todos. Paulo foi chamado para ser apóstolo, arauto e mestre aos gentios (ou seja, a todas as nações). Embora atualmente não existam mais apóstolos comparáveis a Paulo, há uma necessidade urgente de mais arautos e mestres do evangelho.
Resumindo, a igreja deve orar por todos (v. 1) e pregar a todos (v. 7). Por quê? Crisóstomo, um dos Pais da Igreja, nos dá a resposta: “Para imitar a Deus!” Como o desejo de Deus e a morte de Cristo dizem respeito a todos, então a missão da igreja também deve ser para todos. Cada igreja é parte de uma comunidade local, mas deve ter uma perspectiva global.


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