domingo, 30 de outubro de 2022

BRASIL: O Celeiro de Missões que não deu certo?

 


Raquel Elana

Enquanto reescrevo a conclusão deste livro (O Guia do Missionário), não posso deixar de mencionar o grande milagre que o Senhor nos concedeu ao libertar da prisão meu pastor de campo, Andrew Brunson. Ele passou 2 anos encarcerado numa prisão gelada da Turquia, acusado injustamente de terrorismo, depois de servir fielmente 23 anos nesta nação.

Durante seu tempo no confinamento, Andrew conta que passou boa parte na solitária. Foram dias de angústia e depressão em que muitas vezes pensou na morte. Tudo começou a mudar, contudo, quando ele percebeu que através de sua prisão, milhões de cristãos estavam orando por ele e pela Turquia. De fato, o que aconteceu foi um movimento de oração global sem precedentes na História Moderna da Igreja.

Pastor Andrew conta que certo dia, enquanto falava com Deus, foi levado a orar por duas nações: A China e o Brasil. Ele disse que enquanto orava pela China, a palavra “Brasil” saía de sua boca e nem ele mesmo entendia por quê. Foi então que percebeu que o Senhor deseja usar a Igreja Brasileira para a colheita no Oriente Médio. Isto para ele foi uma visão muito clara.

Confesso que a primeira vez que o ouvi falar sobre isso fiquei muito surpresa. Pensei comigo mesma, por que Deus lembraria a um pastor americano encarcerado, do Brasil?

Muitos de nós ainda se lembram das profecias de um passado não muito distante onde se dizia que o Brasil seria levantado como um Celeiro de Missões para o Mundo. Você se lembra? Porém, depois de anos no campo, lutando com a escassez de obreiros, especialmente que pudessem juntamente comigo ministrar na língua árabe, desacreditei desta promessa.

Enquanto tomávamos café, durante sua visita ao Brasil, perguntei ao Pastor: se a promessa era verdadeira e se o Senhor estava nos lembrando desta Palavra, por que os brasileiros não estavam indo ao campo? Qual era nosso problema? Ele então disse: "Os brasileiros não estão dispostos a sacrificar': E eu acrescentaria que este problema não inclui só os brasileiros. Na verdade, os cristãos de hoje não estão dispostos a sacrificar, mesmo os que se dispõem ao trabalho missionário.

Mesmo na Missão, não estamos preparados para sacrificar. De forma voluntária, a maioria não escolheria sacrificar sonhos, família e a própria vida para que o Evangelho do Reino se torne conhecido entre os Não- -Alcançados. Mas esta mentalidade pode mudar. E como os heróis da fé do passado, podemos continuar crendo que o Senhor fará cumprir Sua Palavra, levantando a Igreja Brasileira num novo mover missionário. Levantando você, vocacionado, candidato ou jovem missionário. Seja você resposta do clamor do mundo. Posso dizer que para mim tem valido a pena, mesmo em meio às dores e ao sofrimento. Vale a pena servir ao Senhor e ser parte deste plano glorioso de redenção entre todas as famílias da terra.


Raquel Elana, no livro O Guia do Missionário - Um manual de sobrevivência para o campo missionário transcultural (Editora Descoberta). O livro pode ser adquirido diretamente com a autora (veja AQUI), e os lucros ajudarão na obra que ela realiza no Oriente Médio.


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