Em seu livro Missões Para Pequenos Grupos Multiplicadores (JMN,
2017), o pastor Djalma Albuquerque dá alguns exemplos de ações sociais
evangelísticas realizadas por sua igreja.
Nossa igreja (1ª PIB
de Campo Grande) apoia muitos projetos sociais aqui em Campo Grande (MS),
alguns dos quais precisam de voluntários para funcionar. Imagino que em sua
cidade haja projetos assim também, quem sabe até
organizados por sua igreja. Se for assim, o líder de missões pode incentivar os
membros ou os participantes de grupos como células ou PGMs (Pequenos Grupos
Multiplicadores, metodologia adotada por algumas igrejas) e segmentos como a Secretaria de Missões a marcar um dia para servir e abençoar vidas. Certamente
será uma experiência inesquecível.
O grupo pode começar um trabalho
em um hospital, e se já tiver alguém atuando em um, ele pode se unir e somar
forças. Podemos visitar os enfermos, orar com eles, entregar presentes ou
cartões escritos pelos membros da igreja, cantar músicas cristãs, entre muitas
outras atividades. Para isso, podemos inclusive aproveitar as datas
comemorativas do ano, como o Natal. Ações como essas farão toda a diferença na
vida de quem as recebe e de quem as pratica. Às vezes não precisamos dizer
nada, nem fazer nada demais, porém somente nossa presença já "fala
alto" por si só. Mas esse contato precisa ser constante o ano todo.
O trabalho em nossa igreja tem o
nome de Equipe da Esperança. Essa equipe visita duas mil pessoas por
mês, vinte e quatro mil por ano. É muito bom quando temos alguém que ama esse
ministério e se dedica a ensinar os membros de seu grupo a fazer visitas e
ajudar no que for preciso. O grupo pode, por exemplo, pintar uma parede do
hospital, levantar doações de cadeiras de rodas, muletas, chinelos, fraldas
para adultos e produtos de higiene pessoal. No dia da entrega, o líder de
missões do grupo deve estar preparado para fotografar, filmar, organizar um
momento de culto com a direção do hospital para que vejam que a igreja se
importa e participa.
Lembro-me de uma vez que o Projeto
IDE (Instituto de Desenvolvimento Evangélico) precisava pintar as paredes
de seu prédio mais antigo. Voluntários da nossa igreja se prontificaram e, em
um fim de semana, conseguiram pintar prédio inteiro por dentro e por fora.
Glória a Deus! Em outra oportunidade, num Natal a igreja coletou e encapou
caixas de sapato e colocou dentro um brinquedo simples, além de um
minipanetone, balas e pirulitos. Marcamos o dia para levar os presentes a uma
comunidade carente. Foi algo maravilhoso que marcou a todos. Esse projeto
atende hoje mais de cem mil pessoas por ano e, por se dedicar a crianças em
risco, já recebeu recursos do Criança Esperança e da Petrobras. Hoje as
crianças têm uma história linda para contar. Elas aprendem a montar
instrumentos musicais e recebem aulas de robótica. Várias delas tocam na
orquestra do projeto. Melhoraram seu comportamento em casa, na escola e na
sociedade. Isso tudo é fruto da integração do projeto com uma igreja que ora e
participa.
Há também o Projeto Nova,
que resgata mulheres "profissionais" do sexo e as abriga em uma casa.
No começo não sabíamos como fazer. Havia muito preconceito, muito medo. Como
preservar o anonimato e ao mesmo tempo trabalhar e colher frutos? Deus levantou
uma irmã abençoada, que junto com seu marido iniciaram o projeto. Depois de
alguns anos a igreja começou a aprender a interagir além de orar nos grupos e
células. O próximo passo foi perguntar o que podíamos fazer para ajudar. Em
certa ocasião os grupos se organizaram e, em um sábado, pegaram caixas de
madeira, envernizaram, cortaram e montaram suportes de flores e hortas, que
embelezaram a sede do projeto. Foi um dia em que aquelas mulheres perceberam
que a igreja ama longe e perto. Foi inesquecível! Eu também estava lá e
perguntei a uma irmã, Elza:
- Você já conhecia o projeto?
A reposta foi negativa.
- O que está achando do
trabalho? - quis saber.
- Maravilhoso! - ela disse. -
Não imaginava que eu poderia ser tão útil fazendo tão pouco e me divertindo
tanto na obra de Deus!
Hoje Elza é voluntária do
projeto e contagia outros voluntários.
Temos outro projeto chamado Nova
Criatura, que há mais de vinte anos trabalha com resgate, restauração e ressocialização
de egressos do sistema prisional. São pessoas que aceitaram Jesus dentro do
presídio e que, quando saem, vão para uma casa abrigo, onde tiram documentos, aprendem
uma profissão e recomeçam a vida. O projeto começou pequeno, foi ganhando
experiência e hoje tem uma associação que cuida dessas pessoas. No início
alguns irmãos da igreja tinham dificuldades de oferecer uma nova oportunidade
para alguém com aquele perfil, mas aos poucos Deus foi permitindo que o coração
desses irmãos fosse tocado com testemunhos vitoriosos, e as portas foram se
abrindo.
Alex é um bom exemplo. Começou
sozinho a fazer tapeçaria, e deu tão certo que hoje é empresário e faz sofás,
pufes, cadeiras e é líder de um PGM abençoado. Outro exemplo é Oscar. Preso por
assaltar bancos, conheceu Jesus dentro do presídio e, depois de cumprir sua
pena, foi para a casa abrigo. Começou lavando carros usados e aos poucos foi
crescendo. Hoje é gerente da Michelin Pneus na cidade de Três Lagoas-MS. Há
muitos outros testemunhos como esses. Tudo começa quando pedimos direção de
Deus para fazer a sua vontade e nos dispomos a obedecer.
Outro projeto que a nossa igreja
apoia é o Impacto Aventuras, que surgiu com Fernando Campos, um dos
ex-presidiários. Ele abriu uma empresa de dedetização e é apaixonado por
esportes radicais e de aventura. Lidera uma equipe de voluntários que vão a
escolas, praças, retiros e igrejas para levar alegria e ensino de vida. Eles
usam cama elástica, futebol de sabão, torre para fazer escalada, piscina de
bolinhas, malha de escalada, tirolesa, giroscópio, floorball e rapel. A
criançada fica louca de ver tanta coisa boa e dá atenção a uma palavra que
impacta por meio do amor e da dedicação de cada um. Os PGMs da igreja abençoam
o Projeto orando e se envolvendo para conhecer como é na prática o seu
cotidiano. Os voluntários ajudam a montar e desmontar o equipamento, organizar
filas e colocar os equipamentos, preencher fichas, cuidar da segurança, preparar
lanches, limpar as áreas, conversar com os pais e ainda participam ativamente
das brincadeiras.
Garanto que, quando envolvemos
os membros dos PGMs em projetos sociais e eles começam a ver os milagres de
Deus por meio das orações chegando ao campo missionário, eles não permanecem os
mesmos.
Djalma Albuquerque

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