terça-feira, 23 de abril de 2013

E a paixão missionária, onde foi parar?


... no seio da igreja sonhei com os campos missionários e com a possibilidade de glorificar a Deus com minha vida.

Meu chamado missionário deu-se na adolescência. Em nossa igreja sempre havia missionários que por lá passavam e contavam-nos suas experiências adquiridas nas mais diversas partes do mundo. Foi ali, no convívio da igreja, que ouvi falar do mundo islâmico, budista, hindu e comunista. No seio da igreja sonhei com os campos missionários e com a possibilidade de glorificar a Deus com minha vida. Nesta ocasião era praticamente impossível ler Mateus 28:19-20 sem as lágrimas virem aos olhos.

O tempo passou, o adolescente cresceu e o sonho tornou-se realidade. Tive o imenso privilégio de servir ao Senhor no mundo hindu por vários anos e nos últimos sete anos num contexto pós-cristão da Europa. Minha paixão pela missão continua a mesma, apenas mais amadurecida, já com alguns fios de cabelos brancos, e ainda hoje é impossível ouvir alguém falar de missões entre outros povos sem que as lágrimas me venham aos olhos.

Nestes quase quinze anos fora do Brasil e envolvido com a obra missionária, foram raras as oportunidades de voltar à “pátria amada”. No entanto, a cada retorno foi possível notar um esfriamento cada vez maior da paixão missionária. Lembro-me da ocasião em que as pessoas nos procuravam desejosas de saber sobre os povos do mundo e das necessidades missionárias. Já na minha última viagem ao Brasil a pergunta mais comum era: “Europa, interessante, lá é bom mesmo para se ganhar dinheiro?” Aliás, acredito que as necessidades missionárias da Europa sejam as mais desconhecidas da igreja brasileira. Quantos brasileiros sabem das milhares de cidades da Europa sem uma única igreja cristã? Só no pequeno Portugal são quase cinqüenta cidades sem igrejas.

O sentimento que tenho é que a igreja brasileira assumiu a sua responsabilidade, mas perdeu a paixão. Da última vez que lá estive raras eram as pessoas interessadas em falar sobre missões. Faz-se missões, mas não mais refletimos sobre o assunto. O resultado é um distanciamento daquilo que hoje acontece no mundo missionário, suas novas tendências, os novos alvos e, acima de tudo, nada se fala dos mais de doze mil povos não alcançados e muitos ficam espantados ao ouvir que ainda hoje missionários e cristãos são mortos ou lançados em prisões por causa do Evangelho, para estes, estas coisas de perseguição não passam de alguns relatos do Novo Testamento.

Hoje o missionário é um problema que a igreja brasileira tenta administrar dentro das suas prioridades locais. O assunto administra-se da maneira mais conveniente possível, conveniente para a igreja local, não para o missionário. Nós, brasileiros, gostamos da glória da missão, não do custo da missão. Gostamos de dizer que o “Brasil é o Celeiro do Mundo”, mas nos esquecemos de dizer que os missionários brasileiros estão entre os que menos recursos recebem de suas igrejas, e que raríssimos são os casos dos que possuem algum plano de aposentadoria.

Lembro-me da ocasião em que nos reunimos na Noruega. Éramos um grupo de cinqüenta brasileiros envolvidos com missões, sentíamo-nos o grupo mais especial do mundo, até que ouvimos o reitor da faculdade missionária da Noruega que, com detalhes e aquela humildade típica dos noruegueses, falou-nos como fazer missões de verdade, e contou-nos sobre a missão desenvolvida por missionários noruegueses em Madagascar ao longo dos anos, onde estão sepultados ao menos mil e quinhentos missionários noruegueses, mortos pelos mais variados motivos. A igreja brasileira ainda está muito longe da realidade do custo da missão.

Outra coisa importante a aprender com os nórdicos sobre como fazer missões está no tratamento que recebe o missionário norueguês. Em sua maioria possuem os mesmos direitos sociais e financeiros dos pastores locais. Isto significa que, após uma determinada idade, os missionários poderão contar com uma pensão vitalícia que garantirá o sustento na velhice e a garantia de provisão para a família. No caso brasileiro, a menos que o missionário faça contribuições por conta própria para a previdência social ou privada, chegará à velhice em uma situação constrangedora. Mas como a igreja brasileira ainda é muito nova no seu envolvimento missionário, pouco se pensa sobre este assunto. Não posso deixar de elogiar algumas juntas missionária e igrejas que agem diferente nesta questão e investem no futuro de seus obreiros.

Como podemos ver, a questão da missão é muito mais séria que enviar cinqüenta reais ou mil reais por mês para um missionário no campo. É uma questão de consciência missionária, de real envolvimento com todos os aspectos da vida do missionário, afinal, “digno é o trabalhador do seu salário” (Lc 10:7). Lembro-me da irmã Hanna, uma missionária aposentada, membro da nossa igreja na Noruega que, depois de mais de quarenta anos de serviço missionário na África, gozava de sua velhice a tocar piano em casa e nos lares de idosos que ela visitava semanalmente, como uma forma de manter-se ativa. Um dia numa conversa com ela fiquei surpreendido ao ouvir desta irmã que todos os seus mantenedores que a apoiaram quando ela saiu para missões na África, os que ainda viviam, continuavam a lhe enviar ofertas mensais, mantendo um lindo relacionamento entre mantenedor e missionário por mais de cinqüenta anos. Será que no Brasil algum dia ouviremos histórias assim de nossos missionários? No meu caso, um anos após ter saído para Índia, dos que se comprometeram comigo, 60% acabaram por desistir.

É tempo de repensar nosso envolvimento missionário, restaurar a paixão perdida, buscar aprender com outros povos como fazer missões de forma efetiva e duradora. O orgulho missionário brasileiro de nada serve, só nos atrapalha. Não somos o celeiro do mundo missionário, países menores e mais pobres que o Brasil, como a Argentina, por exemplo, enviam e sustentam mais missionários que nós. A Coréia do Sul possui mais de doze mil missionários em mais de cento e cinqüenta países do mundo, e o número tende a crescer. O cuidado da igreja coreana com seus missionários é muito superior ao cuidado recebido pelos missionários brasileiros. É preciso humildade, paixão, seriedade, e desejo de fazer missões de forma correta.

Sei que meu clamor pouco impressionará alguns, irritará a outros, mas é apenas um clamor escrito no sofá de casa, com minhas filhas aos pés, cada uma nascida em um país diferente, são também filhas da missão, mas espero que possa despertar a paixão e o pensamento de outros. Quanto a mim, continuarei na missão, venha o que vier, continuarei a sonhar e trabalhar pela conversão do mundo, continuarei a chorar quando ouvir Mateus 28:19-20 e ao ler histórias missionária como a de Adoniram Judson que li mais uma vez hoje pela manhã.

Até que todos tenham ouvido.

Fonte: O Cuidado Integral de Missionários

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Curso Omega - Treinamento Prático Para o Plantador de Igrejas: cinco manuais para download gratuito


O ministério Larry e Shirley Sallee, aliado a outros ministérios em diversos países, criou e disponibilizou gratuitamente e em várias línguas o excelente Curso Ômega - Treinamento Prático Para o Plantador de Igrejas.

"Enquanto trabalhava na Rússia, descobrimos que em materiais traduzidos de plantação de igrejas ocidentais faltava a adaptação cultural necessária para ser eficaz na antiga União Soviética (URSS). Quando a Peter Deyneka Russian Ministries e a Aliança para Saturação de Plantação de Igrejas combinaram seus recursos para escrever algo mais apropriado, entrei para o esforço. Vários anos depois, concluimos o Curso Omega. O Curso Omega foi concebido para oferecer conselhos práticos sobre como plantar igrejas em um ambiente não-ocidental, mas são ensinamentos de valia para todo lugar. Foi bem sucedido, muito além de nossas esperanças originais e agora está sendo usado muito além da Rússia. Até a presente data, o Curso de Omega foi traduzido para mais de 30 idiomas e está sendo usado para treinar plantadores de igrejas nacionais ao redor do mundo."

Acesse a página do Curso, para ver todas as línguas disponíveis: http://www.sallee.info/Omega_Course.html

Ou acesse diretamente os manuais do curso, em português (formato pdf):
Português:  manual 1manual 2manual 3manual 4manual 5

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Apostila e dicas sobre Culto de Missões


A Secretaria Geral de Missões da Igreja Quadrangular disponibilizou uma pequena apostila sobre como realizar um Culto de Missões.

Você pode baixar o arquivo pelo 4shared clicando AQUI, e pode também fazer o download ou ler online no site Scribd, clicando AQUI.

Aproveitamos para publicar também Onze dicas para você organizar o culto de missões, originalmente publicada no site da Secretaria de Missões da Assembléia de Deus em São Luís.

Como preparar um culto de missões - Onze dicas para você organizar o culto de missões


1 - Comece a preparação 30 dias antes.

2 - Oração. Envolva a igreja em oração por missões. Ore pelo tema a ser trabalhado, pelo pregador que será convidado, pelo país que será enfocado, pelas pessoas que serão diretamente envolvidas. Peça as irmãs de oração para batalhar espiritualmente pelo país durante todo o tempo de preparação.

3 - Escolha um tema. Trabalhe este tema com cartazes, painéis, louvores etc.

4 - Escolha o país e faça uma pesquisa sobre o país em questão. Procure saber das ansiedades, das necessidades, das dificuldades, das conquistas, das relações familiares, sociais e afetivas, da religiosidade. Quais são suas crenças, seus princípios e valores. Compartilhe suas descobertas com a equipe de oração para que eles possam orar objetivamente.

5 - Peça 5 ou 10 minutos ao pastor para falar sobre o país escolhido em todos os cultos. Leve notícias rápidas e envolventes. Informe a igreja sobre a cultura, sobre a condição espiritual, sobre a condição sócio-econômica, sobre a forma e força política, sobre a carência e tudo o que você puder conseguir para envolver a igreja com aquele país, em oração. Ore com a igreja nesses 5 ou 10 minutos.

6 - Prepare um painel e coloque notícias pitorescas e interessantes sobre o país, vai acrescentando a cada culto uma informação. Consiga fotos, ou figuras sobre a bandeira e símbolos daquele país. Sobre lugares turísticos, inclusive lugares de romaria que comprovem a crença daquele povo. Por exemplo, no Brasil, a Aparecida do Norte é um local turístico e de romaria; no Peru, vão pessoas de longe para fazer "contatos" em Machu Picchu, explore estas informações para sensibilizar a igreja quanto a necessidade espiritual daquele povo.

7 - Desde o início envolva a equipe de louvor no seu projeto. Para que eles ensaiem músicas de acordo com o tema e com as condições daquele país. Envolva os professores de Escola Dominical. As crianças precisam participar. Faça com que os professores façam cofrinhos com o nome daquele país, informe as crianças, na linguagem deles sobre as crianças e as necessidades delas.

8 - Descubra missionários que estão naquele país, procure fazer contato, eles ajudarão muito, compartilhando as necessidades reais do local. Faça uma relação desses missionários e coloque no painel que você armou, com os seus pedidos de oração. Se possível, coloque fotos deles.

9 - Se puder, envolva os jovens. Peça o líder dos jovens para fazer uma gincana voltada para missões, ou para ensaiar alguma peça... Enquanto preparam, que tal envolver a igreja em missão local? Atividades missionárias com as crianças, com os jovens e com a terceira idade. Atividade que traga recursos para enviar algo para os missionários mais necessitados naquele país...

10 - Procure um pastor ou missionário que tenha algum conhecimento sobre o país em questão e que esteja de fato envolvido com missões para pregar. Avise com antecedência para que ele possa se preparar.

11 - Bom, chegou a hora de ornamentar a igreja para o grande dia. Chegamos ao culto. Enfeite a igreja com bandeira, símbolos, e cartazes sobre o país. Coloque bandeiras de outros países que têm sua história entrelaçada com a do país escolhido. Enfeite a igreja com as cores da bandeira do país escolhido. Combine com o líder das crianças para vestir as crianças a caráter e dê um espaço no culto para que elas cantem ou apresentem uma peça curta. Ao final do culto você pode oferecer alguma comida típica do país, envolva a equipe de senhoras nisto.

Arregace as mangas e dê o seu melhor. A recompensa vem do Senhor. Parece muito trabalho, mas se você colocar seu coração e seu esforço, você vai ver que vale a pena. Como o anjo disse a Gedeão, eu digo a você agora: "Vai nesta tua força, o Senhor é contigo." 


domingo, 7 de abril de 2013

terça-feira, 2 de abril de 2013

Apostilas de Curso Biblico para download gratis


O Seminário Bíblico de Las Américas, localizado no Uruguai, disponibiliza gratuitamente em seu site diversas apostilas de seu Curso Biblico General (Curso Bíblico Geral), para download grátis. O material está em espanhol, mas pode ser de grande valia para seus estudos e capacitação. Entre diversas matérias de interesse, há duas de interesse missionário: Evangelismo e Misiones Mundiales.

Acesse a página de downloads: http://www.seminariobiblico.com/online.html

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