quinta-feira, 29 de maio de 2008

6° CONPLEI


Os encontros do CONPLEI (Conselho Nacional de Pastores e Lideres Evangélicos Indígenas) são destes movimentos que sinalizam a presença e atuação de Deus. A Igreja indígena em toda a América do Sul está se levantando para buscar o Senhor e cumprir sua missão. É momento de juntarmos forças nesta santa caminhada. Uma oportunidade única para você que deseja presenciar esta manifestação da bondade do Senhor sobre esta nascente Igreja Indígena.

Para maiores informações, Clique Aqui.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Em nome de Jesus, entre milhões de deuses

Missionária brasileira presta assistência espiritual e material a carentes de Calcutá, na Índia.



Matéria extraída da Revista Cristianismo Hoje


Shunii é uma divindade do mal. Todos os sábados, os devotos devem lhe depositar oferendas, quase sempre na forma de alimentos como frutas, verduras e arroz. Essa é a única maneira de aplacá-lo e assim evitar suas ações maléficas. Não é difícil encontrar Shunii – sua figura grotesca, pintada de azul, ornamenta pequenos altares instalados em esquinas, ruas e praças na Índia, tanto nas grandes cidades como nos pequenos vilarejos. Famílias inteiras saem em procissão até os nichos com imagens de Shunii, que são fabricadas e distribuídas aos borbotões pelo país. Às vezes, é preciso recorrer aos serviços de um guru, que recebe donativos para oficiar cerimônias em homenagem à entidade. Feito o culto, as pessoas podem voltar sossegadas às suas casas, pois consideram-se a salvo dos infortúnios que podem ser provocados pela ira do deus mau. Pelo menos, até a semana seguinte, quando será preciso repetir o rito.
Assim como Shunii, dezenas de milhões de divindades são veneradas na Índia, uma nação com 1,1 bilhão de habitantes. Cerca de oitenta por cento dessa imensa população declara-se seguidora do hinduísmo – muito mais que um sistema religioso, trata-se de um conjunto de crenças, tradições e superstições tão diversificado como o povo indiano. Lá, convivem centenas de etnias e fala-se nada menos que duas mil línguas e dialetos. A presença cristã, minoritária, desperta sentimentos que vão desde a intolerância ao ódio puro e simples, expresso em atentados religiosos que vêm aumentando no país. Embora pratique um regime democrático e disponha de tecnologias avançadas, a Índia é uma nação que se rege por tradições ancestrais inalteradas em pleno século 21. A sociedade é dividida nas chamadas castas, sendo a maior delas a dos párias, reunindo indivíduos que vivem na pobreza absoluta e sequer devem ser tocados. Acredita-se na lei do carma, segundo a qual os sofrimentos são resultado de maus atos praticados em vidas anteriores. Por isso, os hindus devem conformar-se com seu destino, pois seria impossível mudá-lo, e aguardar melhor sorte num ciclo sucessivo de reencarnações.
Pois foi diante deste quadro de obscurantismo espiritual que a missionária brasileira Ana Maria Miranda Sarkar se deparou quando chegou pela primeira vez à Índia, em 1996. “Aquele era um mundo novo e assustador para mim. Fiquei perplexa com o semblante das pessoas, que pareciam acuadas”, lembra a carioca de 43 anos, que lidera o ministério Harvest Today (Colheita Hoje), uma organização não-governamental de orientação evangélica instalada em Dakshin Barasat, a 50 quilômetros de Calcutá – cidade indiana com mais de 16 milhões de habitantes e todas as mazelas de um mega-aglomerado urbano de Terceiro Mundo. Harvest Today é a concretização de um sonho missionário de Ana Maria e hoje atende mais de 300 famílias carentes, prestando assistência na área educacional e de saúde.
Criada no Evangelho, Ana Maria teve trajetória semelhante à de boa parte dos adolescentes e jovens crentes. “Eu vivia mais pela fé de meus pais”, lembra. Até que, aos 19 anos, o encontro genuíno com Cristo acabou mudando o rumo de sua vida. Após um período de intensas atividades na igreja que freqüentava, Ana sentiu um chamado missionário. “A princípio, acreditei que deveria seguir para a França”, conta. A fim de se preparar devidamente para a obra, ela fez cursos na área de missiologia, estudou idiomas e especializou-se em enfermagem. Mas seu campo não seria a iluminada Europa, e sim, uma das regiões mais pobres do mundo. “Certa vez, folheando uma revista, vi uma foto chocante. Mostrava uma criança indiana miserável, chorando ao lado do cadáver da mãe.” A partir dali, ela começou a buscar a orientação do Senhor e orar pela Índia. “Deus revelou que me daria aquela nação como herança”, frisa a missionária.

“Escravidão ao diabo” – Depois de um período no Reino Unido, afiando o inglês, Ana foi “espiar a terra”. Passou três meses na Índia, fazendo contatos com cristãos locais e estudando a melhor maneira de iniciar um trabalho social e evangelístico no país. A questão legal foi uma primeira barreira. Embora tenha se apresentado como profissional de saúde disposta a auxiliar a população local, só mesmo um milagre, no entender dela, tornou possível a obtenção de um visto para cinco anos. “Isso é muito raro de acontecer”, diz. Ligada à Igreja Presbiteriana Betânia, de Niterói (RJ), ela foi enviada definitivamente como obreira comissionada e instalou-se em um apartamentinho alugado em Calcutá. “Eu não conhecia ninguém ali e não falava nada em bengali. Caminhava pelas ruas, contemplando a dura vida que as pessoas levavam. Era de apertar o coração.” Sem saber exatamente o que fazer, começou a pedir a Deus que enviasse pessoas até ela. A súplica foi atendida na pessoa de Manju, uma adolescente que veio em busca de trabalho. Manju, paupérrima, vivia numa aldeia próxima. “Ela acabou ficando. Fazia pequenos serviços domésticos, comia comigo e me observava atentamente”, conta Ana.
A garota acabou se tornando o primeiro fruto do trabalho da missionária. “Em pouco tempo, ela aprendeu um pouco de inglês a partir das nossas conversas e de alguns dicionários de bengali que eu tinha. Um dia, comprei uma Bíblia em sua língua e dei a ela.” Ana Maria explica que o processo de evangelização de um indiano é longo e trabalhoso. “Não é nada fácil para uma pessoa que pratica o panteísmo aceitar que deve adorar um só Deus”, explica. “É preciso conquistar sua confiança e desenvolver uma amizade.” Pois foi com esta fórmula que Ana levou Manju à conversão a Cristo. Logo depois, surgiu um rapaz interessado em aprender inglês. Percebendo a oportunidade, a missionária abriu um curso que atraiu outros jovens. “Um belo dia, quatro meninas maltrapilhas bateram à porta mendigando comida. O estado delas era deplorável, tive que controlar a ânsia de vômito”, admite. Mesmo contando apenas com a bolsa mensal de US$ 1 mil fornecida por sua igreja e ofertas eventuais, Ana Maria comprou-lhes roupas, um kit básico de higiene e comida.
Em pouco tempo, o apartamento já abrigava o curso de inglês, uma escolinha bíblica para crianças e uma improvisada clínica. Cada vez mais pessoas apareciam em busca de ajuda material – mas uma outra clientela chamou a atenção de Ana Maria: a de mulheres desesperadas com a própria realidade. “As meninas, principalmente, sofrem muito na sociedade indiana. A cultura local privilegia a figura masculina. As mães que têm filhas são discriminadas; afinal, meninas são um peso para suas famílias, que precisam pagar dotes aos futuros maridos.” A obreira brasileira conviveu com crianças abandonadas, mulheres violentadas e esposas espancadas pelos próprios companheiros. “Ao contrário do que muitos ocidentais imaginam, os indianos não vivem naquela aura de espiritualidade exótica. O que existe é escravidão ao diabo, mesmo. O número de suicídios é enorme, assim como o de mortos pela fome e por doenças. O cheiro de corpos cremados é horrível”, afirma.

Passo de fé – Quando começou a visitar as famílias de “suas meninas”, como faz questão de dizer, Ana conheceu a aldeia de Dakshin Barasat, que se tornou uma espécie de cabeça de ponte de seu ministério. Ali, em meio à carência generalizada, ela encontrou espaço para montar uma clínica e uma escola. Os habitantes, muitos dos quais jamais haviam tomado um antibiótico, aglomeravam-se à porta. “Havia muito o que fazer. Eu dava vitaminas, fazia pequenos curativos, ensinava hábitos de higiene.” Um médico local, também cristão, foi contratado para os atendimentos mais complexos. Centenas de pessoas apareciam a cada dia. “Eu as atendia e orava por todos em nome de Jesus. Logo, a casa ficou conhecida como ‘hospital de Jesus’”. Àquela altura, uma equipe de obreiros locais, frutos da missão, já colaborava com o serviço. Surgiu uma igreja. “Descobrimos estabelecimentos que vendiam comida e remédios mais baratos. Aquecemos até a economia local”, brinca.
Mas além de abrir corações para a Palavra de Deus, o ministério também era um risco para Ana. Grupos de religiosos radicais, tanto hindus como muçulmanos, insatisfeitos com o florescimento do trabalho cristão, passaram a intimidar a missionária. Um dia, no trajeto entre Calcutá e a aldeia, Ana Maria foi jogada do trem. “Só não fiquei paraplégica por milagre, pois fraturei várias vértebras”, conta. Sem ninguém para socorrê-la – o hinduísmo inspira nas pessoas um fatalismo que beira a indiferença –, ela se deslocou sozinha até o hospital mais próximo, muitos quilômetros e estações depois. Com a saúde e o ânimo abalados, ela confessa que pensou em desistir. “Os medos que me assaltaram na minha chegada à Índia voltaram com mais força. Mas sentia o Senhor confirmando meu ministério naquele lugar”, lembra, emocionada.
De volta ao Brasil para um período de recuperação, Ana Maria foi informada de que sua igreja não a manteria mais. “Meu pastor, temendo por minha vida, disse que eu não voltaria sob sua responsabilidade.” O jeito foi tomar uma atitude de fé e retornar mesmo sem garantia de sustento, já que as ofertas que apareciam não seriam suficientes para manter tudo funcionando. Mas a providência divina veio na forma da solidariedade de um alto funcionário do governo indiano, já aposentado, que conheceu o trabalho da brasileira e ofereceu-lhe apoio para institucionalizar o ministério. “Até então, funcionávamos em uma base improvisada. A legalização nos capacitou a fazer convênios com outras entidades.” O retorno à terra que passou a amar também teve outras surpresas para Ana. Um cristão que a conhecera havia mais de três anos a pediu em casamento. “Relutei um pouco”, conta, meio encabulada, “mas percebi naquilo a vontade do Senhor para minha vida.” A união com Malay Sarkar proporcionou a Ana a cidadania indiana e a garantia da permanência no país. “Antes, era preciso sair e retornar para renovar o visto, um processo cansativo e dispendioso. Agora, isso acabou”, comemora.
A trajetória de fé de Ana Maria a tornou conhecida e requisitada. Ela já esteve nos Estados Unidos, na Europa e até no Japão falando de seu trabalho. Em todas as ocasiões – como na temporada que passou no Brasil, entre dezembro de 2007 e março deste ano, visitando a família e percorrendo igrejas de vários estados –, fala da urgência do trabalho missionário entre povos não-alcançados e busca patrocinadores para Harvest Today. Pelo sistema da missão, é possível sustentar uma criança, dando-lhe educação, moradia e alimentação, com cerca de R$ 30 mensais. “Aqui, pode ser pouco, mas na realidade da Índia, é muito”, revela. Mais que auxílio, os assistidos pela missão ganham uma esperança. Para gente como a jovem Manju e milhares de outros indianos para quem o ministério de Ana representou a diferença entre a vida e a morte, Shunii e os milhões de deuses do panteão hindu não representam mais uma ameaça – pois eles, agora, podem descansar à sombra do Onipotente.


Fé em ação

A missão Harvest Today (Colheita Hoje) é um complexo de ação social e evangelística instalado na periferia de Calcutá, na Índia. Além de Escola Maranata de ensino fundamental – onde 300 alunos de tempo integral recebem três refeições diárias –, a entidade mantém uma clínica que atende cerca de 250 famílias da região. Há ainda cursos de inglês para crianças e jovens, núcleo de atividades comunitárias e uma igreja, a Casa Betânia. A missão abriga também cerca de 30 meninas e adolescentes rejeitadas pelas famílias. Atualmente, a missão conta com 26 obreiros de tempo integral e também com voluntários indianos e estrangeiros.
Quem quiser conhecer mais sobre o trabalho da missionária Ana Maria Miranda Sarkar e de Harvest Today pode fazer contato pelo e-mail ana_harvest@yahoo.com ou com a coordenadora no Brasil, Ormi Sardenberg, pelo e-mail ormisardenberg@ig.com.br

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Treinamento para Evangelismo

Pr. Lucivaldo Neri

A Definição de Evangelismo

A palavra “evangelismo” (ou evangelização) vem de uma palavra grega, “euangelion”. Há realmente quatro formas básicas desta palavra. Uma palavra significa “boas notícias”; duas palavras significam “proclamar as boas novas”, e uma palavra se refere ao “evangelista” ou a pessoa que faz a proclamação.

Evangelismo é a Igreja trabalhando para o Senhor. No evangelismo a ênfase está na experiência do novo nascimento, o inicio da vida espiritual.
Evangelismo é:

“... comunicar o evangelho através do poder do Espírito Santo de tal maneira que homens e mulheres tenham uma válida oportunidade de aceitar ou rejeitar a Jesus Cristo como Salvador e Senhor e se tornarem membros de sua igreja”.

Como iniciou o evangelismo

O evangelismo no sentido do cristianismo, inicia-se com o próprio ministério de Jesus Cristo que, ao escolher seus doze discípulos, os preparou para espalhar (pregar) a mensagem de boas novas. Mt 4.17-25

A responsabilidade agora é minha

Os cristãos devem pessoalmente assumir a responsabilidade de transmitir o evangelho. A Bíblia diz em Mateus 9:37-38 “Então disse Jesus a seus discípulos: Na verdade, a seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara”. O evangelismo é um trabalho para todos os Cristãos em todo o mundo.

Deus nos chama a ser representantes de Jesus. A Bíblia diz em 2 Coríntios 5:20 “De sorte que somos embaixadores por Cristo, como se Deus por nós vos exortasse. Rogamo-vos, pois, por Cristo que vos reconcilieis com Deus.”

Porque devemos evangelizar?

a)Não queremos responder esta pergunta para simplesmente termos um conhecimento teórico das razões bíblicas para evangelizarmos. Mas para encontrarmos as motivações bíblicas para a evangelização, porque a motivação brota do coração, e a obra de evangelização deve ser feita por um coração dominado pelo amor a Deus e ao próximo.

b) Por outro lado precisamos evangelizar para cumprir o Ide de Jesus. Mt 28.18. Aí de mim se não anunciar o evangelho...., Jesus nos comissionou a um sagrado encargo de anunciar o evangelho de Deus. Rm 15.16b. Devemos livrar os que estão sendo levados para a morte, salvar os que cambaleiam indo para serem mortos. Pv: 11.24

c) Quando contemplamos o amor de Deus por nós, este nos coloca um sentimento de gratidão a Ele por nossa salvação em Cristo. A melhor forma de demonstrarmos gratidão a Deus é compartilharmos com os outros o amor de Cristo e a nossa ré nEle.

Sabemos que só há um meio para a salvação – Jesus Cristo. E somente nós, os cristãos, temos este pleno conhecimento. Como poderíamos então deixar de falar de Cristo? Tendo conhecimento das motivações anteriores, chegamos a conclusão que o ato de não evangelizar é um ato de profundo egoísmo. Sendo, assim, um pecado. Devemos evangelizar porque amamos o nosso próximo e não queremos vê-lo perdido eternamente. Paulo, dominado por este amor, estava disposto a sacrificar a própria vida na pregação do evangelho (At 20:19-24)

Como devemos Evangelizar?

Comunicando o Evangelho de Cristo a (todo) pecador sob a liderança e poder do Espírito Santo. A mensagem do Evangelho e a persuasão do Espírito Santo faz com que o pecador aceite Cristo como seu Salvador Pessoal e se torne também um seguidor (discípulo) de Cristo.

Nem toda mensagem é evangelística. Muitos tentam evangelizar sem dar ao pecador a mínima orientação sobre a salvação e como obtê-la. Muitos tentam tornar mais agradável aos outros a mensagem do evangelho. Por isso não falam de pecado, de arrependimento e renúncia. É o pseudo-evangelho das conveniências humanas, da vida sem problemas e da inexistência de crises. Com isso a igreja cresce, mas as almas continuam perdidas.

Portanto devemos falar de Jesus Cristo, ao sairmos para evangelizar. Dizer que todos nós temos problemas, mas que com Cristo nós temos a solução para os nossos problemas, e só Ele salva.

Chegue com alguém, puxe conversa, faça amizade, indague sobre sua vida, tente tornar-se íntimo dessa pessoa, até você ter oportunidade de falar de Cristo. Se você falar abruptamente de Jesus, há pessoas que vão ouvir, mas outras não lhe darão ouvidos. (não espante o peixe, pegue-o).

a) Proclamação – Seria a comunicação ao pecador a respeito de sua condição de escravo do pecado, da natureza e conseqüência dessa escravidão, do amor de Deus e Sua providência em Jesus Cristo para salvação deste e da chamada divina para uma decisão por Cristo Jesus.

b) Convencimento – O evangelista nesta ação seria apenas um instrumento nas mãos do Espírito. Pois é o Espírito que convence e muda o coração do pecador.

c) Integração – Depois da conversão do pecador, este deve ser levado a um compromisso com o corpo visível de Cristo (a Igreja), onde seria discipulado e levado ao desenvolvimento e amadurecimento da sua fé em Cristo Jesus (Ef 4:12,13).

Ganhar e Perder

De 80 a 90% das pessoas que tomavam uma decisão por Cristo nos E.U.A estavam desviando-se da fé. Ou seja, o evangelismo moderno, com seus métodos estava criando entre 80 e 90 “desviados” para cada 100 pessoas que se decidiam por Jesus.

Em 1991, no primeiro ano da década da colheita, uma grande denominação nos Estados Unidos foi capaz de obter 294.000 decisões por Cristo. Isto é, em um ano, esta grande denominação de 11.500 igrejas foi capaz de obter 294.000 decisões por Cristo. Infelizmente, passado algum tempo apenas contavam com 14.000 destes congregando, o que significa que eles já não podiam prestar contas por 280.000 das decisões alcançadas. E estes são resultados normais do evangelismo moderno em qualquer lugar do mundo.

Portanto, precisamos consolidar as vidas que são ganhas para Jesus, encorajando-as a prosseguir o caminho santo do Senhor. Fazendo visitas nos lares, cultos domésticos, lendo a bíblia com eles, almoçando juntos, passeios, conversas, etc. (envolva o novo convertido em seu novo ambiente, senão, o mundo o envolverá novamente).

O que devo saber para evangelizar?

Não precisa ser sofisticado, ou ter muitos diplomas para compartilhar Jesus Cristo com outros. A Bíblia diz em 1 Coríntios 2:1-5 “E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria. Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado. E eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em grande tremor. A minha linguagem e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria, mas em demonstração do Espírito de poder; para que a vossa fé não se apoiasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.”

Devo ter certeza da minha salvação, para poder falar do plano de salvação a alguém.

É preciso que eu saiba quem é Jesus Cristo, pelo menos o básico a respeito de sua vida.

O testemunho fala mais alto

A Bíblia diz em João 13:35 “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros.” Evangelismo é mais que pregar e dar testemunho.

Evangelismo (a missão da Igreja)

Cristo e os apóstolos enfatizaram à Igreja nascente a importância do evangelismo com as seguintes palavras: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura”. Marcos 16:15. “Prega a tempo e fora de tempo”. II Tim. 4:2. “... Precisam fazer uso de todos os meios que sejam possíveis, para que a Verdade seja proclamada de um modo especial e com clareza”.

A nossa responsabilidade global de evangelização nos advém de Atos 1:8 em que Jesus afirma que o evangelho deve alcançar Jerusalém, Judéia, Samaria e até os confins da terra. Hoje Cristo conclama a todos para se unir no santo propósito de alcançar todas as pessoas, nas grandes, médias e pequenas cidades, vilas, bairros e locais isolados. O Pastor, o Evangelista e o Pregador Voluntário, não devem esquecer-se jamais de que sua principal responsabilidade e sua mais alta honra no serviço é pregar a Palavra e ganhar almas. Pv 11:30b

Planejar o Evangelismo

a) Preparo Interno da Igreja

•Preparar a igreja espiritualmente através da oração, estudo da Bíblia, Semana de Oração, Vigília, Jejum etc.
•Definir o tipo de evangelismo: longo, médio, curto tempo ou de Colheita.
•Determinar o local.
•Formar as equipes de trabalho: recepção, Conselheiros bíblicos e oração.
•Mapear o território dividindo-o em áreas menores.
•Definir e delegar responsabilidades.
•Estabelecer as datas.
•Definir os materiais a serem usados e onde adquiri-los.
b) Preparo Externo (Público Alvo)

•Pesquisa de opinião religiosa.
•Distribuição de folhetos e jornal apropriado.
•Fixar cartazes, distribuir convites, colocar faixas, som de rua, anúncios no rádio, jornal, TV, palestras em escolas, sociedades de bairros e clubes de serviços.

• Realizar o evangelismo. (mutirão na rua ou cruzada evangelística etc.)

O que fazer depois da parte intensiva do Evangelismo

• Treinar cada convertido visitando-o, e espondo-lhe a palavra de Deus. Mt 28:20
• Incentivando (exortando) o novo convertido a congregar. Hb 10: 25
• Orar por eles, e com eles. Tg 5: 16
• Ter acompanhamento mínimo de um a três mêses, após a conversão.

O fim

Gostamos de cantar e falar a palavra Maranata, que quer dizer “Ora, vem, Senhor Jesus!” Se queremos realmente que Cristo volte, devemos pregar o evangelho em todo o mundo.

As Boas Novas devem ser pregadas em toda a parte antes de Jesus voltar. A Bíblia diz em Mateus 24:14 “E este evangelho do reino será pregado no mundo inteiro, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.”


Versículos que me motivam a evangelizar:
“Nós amamos a Ele porque Ele nos amou primeiro.” (1 Jo 4:19)
“Porque o amor de Cristo nos constrange...” (II Co 5:14)
“Livra os que estão destinados à morte, e os que são levados para a matança, se os puderes retirar.” (Pv 24:11)
“...Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.” (Mt 22:39)

“...Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura.” (Mc: 16:15)

“...assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós.” (Jo 20:21)

“Se eu disser ao ímpio: O ímpio, certamente morrerás; e tu não falares para dissuadir o ímpio do seu caminho, morrerá esse ímpio na sua iniqüidade, mas o seu sangue eu o requererei da tua mão. Todavia se advertires o ímpio do seu caminho, para que ele se converta, e ele não se converter do seu caminho, morrerá ele na sua iniqüidade; tu, porém, terás livrado a tua alma.” (Ez: 33:8,9)

“... Prega a tempo e fora de tempo.” (II Tm 4:2)

“Também os enviou a pregar o reino de Deus e curar os enfermos”. (Lc: 9:2)

“Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho! (I Co: 9: 16)


Faça bom uso deste material e ganhe vidas para Cristo Jesus. A Ele toda honra e toda glória para sempre. Amém !

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domingo, 18 de maio de 2008

Breve biografia de William Buck Bagby

Ana Luther & William Buck BagbyWilliam Buck Bagby, foi missionário cristão pioneiro na implantação das missões batistas no Brasil e um dos principais colaboradores na luta pela liberdade religiosa em nosso país.
Filho de James e Mary Franklin nasceu no Texas (USA) em 05 de Novembro de 1855. Aos oito anos mudou-se juntamente com sua família para Waco onde depois de cumprir seus estudos preliminares graduou-se em Teologia em 1875 sob orientação de Benajah H. Carroll. Em 1880 Bagby casou-se com Ana Luther, filha de John Luther, presidente da Baylor University.
Muitos fatores influenciaram a vinda dos Bagby´s para o Brasil, mas foi principalmente a determinação de um chamado missionário e um declarado amor pelo povo brasileiro que convenceram a Junta de Missões Batistas a enviar o casal ao Brasil onde anteriormente já havia sido palco de uma frustrada tentativa com o missionário Thomas Jefferson Bowen.
Bagby chegou ao Brasil, desembarcando no Rio de Janeiro em 1880 e rumaram ao interior do Estado de São Paulo, onde organizaram o primeiro trabalho batista em solo brasileiro na cidade de Santa Bárbara d’Oeste para atender aos imigrantes americanos que viviam nas cidades próximas e a comunidade como um todo. Depois de aprenderem à língua portuguesa no Seminário Presbiteriano de Campinas uniram-se ao casal Zacary e Kate Taylor e mudaram-se para Salvador na Bahia onde fundaram em 05 de Outubro de 1882 a Primeira Igreja Batista do Brasil.
Em 1884, Bagby implantou a Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro e em 1889 participou ativamente do processo de proclamação da Republica em nosso país, sendo inclusive um dos consultores na elaboração de nossa primeira constituição.
A Proclamação da Republica e a separação entre Igreja e Estado, não só facilitaram, como também promoveram o diálogo inter-religioso e a expansão do trabalho de Bagby no Brasil que aproveitou este período para a implantação de novos trabalhos, construção de escolas e igrejas, treinamento de novos ministros e principalmente engajando-se no auxílio e suporte ao alicerçamento do trabalho batista por todo o Brasil.
Em 1901, Bagby juntamente com sua esposa Ana, mudou-se para São Paulo onde organizaram várias igrejas entre elas: a Primeira Igreja Batista de São Paulo, a Primeira Igreja Batista de Santos, a Primeira Igreja Batista do Brás, a Primeira Igreja Batista de Mogi das Cruzes e a Igreja Batista da Liberdade, além de uma quantidade de outras congregações que posteriormente também se tornaram igrejas e o Colégio Batista Brasileiro, marco histórico na cidade de São Paulo.
Depois de um intenso trabalho por mais de três décadas em todo o Brasil e América do Sul, William Buck Bagby, mudou-se para Porto Alegre, no Rio Grande do Sul onde trabalhou exaustivamente durante a última década de sua vida e morreu em 05 de agosto de 1939 de bronco-pneumonia.
Os Bagby´s tiveram nove filhos dos quais cinco continuaram a obra missionária iniciada por seus pais desenvolvendo o trabalho cristão e lutando pela liberdade religiosa por toda a América do Sul.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Entrevista com Ronaldo Lidório


Todos precisamos de Deus, seja numa floresta sem fim, seja num condomínio fechado.

Precoce é a pessoa que faz alguma coisa antes do tempo esperado. É o caso do mineiro de Nanuque que se converteu aos 7 anos de idade durante uma escola bíblica de férias ministrada pela própria mãe; que se despertou para o trabalho missionário aos 14 anos ao ouvir uma pregação do próprio pai; que ingressou num seminário teológico logo após completar 18 anos; que se formou em teologia e casou-se um mês depois de comemorar o 23º aniversário; que arrumou as malas e se mudou com a esposa (ele com 26 anos e ela com 24) para uma aldeia bem no interior de um país africano para prestar assessoria à igreja Konkomba em Gana e consultoria antropológica e missiológica a países da África e da América do Sul; que traduziu o Novo Testamento inteiro para uma das línguas dos Konkomba em sete anos e meio; cujo nome já está no Who's Who in the World. Desde 2001, Ronaldo Almeida Lidório, 40 anos, casado com a enfermeira e obstetra Rossana Vivianne Gassett Lidório, 38, tem se dedicado ao plantio de igrejas, à análise lingüística e tradução da Bíblia e ao desenvolvimento humano e social na Amazônia indígena. O casal tem uma filha de 12 anos e um filho de 10, e mora em Manaus. Esta entrevista começou em Viçosa, MG, logo após o curso de antropologia missionária que Lidório ofereceu no Centro Evangélico de Missões (CEM), em setembro de 2006, e terminou em São Gabriel da Cachoeira, AM, imediatamente antes de o jovem missionário embrenhar-se mais uma vez numa área indígena.

Ultimato - O que você é: missionário, missiólogo, antropólogo, indigenista?

Lidório - A convicção do chamado ministerial é o que enche meu coração. A antropologia e a missiologia são instrumentos de trabalho muito úteis em diversas situações e projetos, porém estar envolvido com a missão de Deus para a minha vida é insubstituível. Nas palavras de Woodford, títulos e funções não saciam nossa alma. Apenas a certeza de seguir o caminho de Deus o faz. Sou missionário.

Ultimato - A população indígena, que diminuía a cada ano no Brasil, voltou a crescer. Qual é a explicação?

Lidório - Calcula-se que havia 1,5 milhão de indígenas em 1500, os quais somam hoje pouco mais de 350.000, configurando um dos maiores processos etnofágicos nos últimos 500 anos. Porém, a população indígena, que diminuía a cada ano, voltou a crescer de forma animadora nas últimas décadas. A existência de programas de saúde que previnem e tratam as doenças em geral, e também as mais específicas como a malária, possuem uma contribuição acentuada. Programas de subsistência têm auxiliado ao prover mais proteínas e vitaminas em áreas indígenas onde o alimento se resumia quase que puramente ao carboidrato. A presença missionária também é responsável por inúmeros programas de desenvolvimento humano porém sua principal marca social é a valorização da língua materna, provendo grafia e gerando programas de alfabetização que asseguram a identidade lingüística e, conseqüentemente, cultural, em diversas etnias. Há casos, como o dos Dâw do Amazonas, em que os missionários da Associação Lingüística Evangélica Missionária (ALEM) realizaram um verdadeiro resgate lingüístico-cultural. Era uma etnia que pouco falava sua língua, vivia dispersa e excluída em um contexto urbano e quase perdera por completo sua identidade indígena. Ao encontrá-los hoje, vivendo em sua aldeia com alegria e dignidade, é visível o sentimento de cidadania e humanização. Falam sua língua com prazer e a ensinam aos seus filhos. Viver sua própria cultura os define como gente perante um universo onde outros também expressam abertamente seus valores culturais. Identidade cultural faz bem à alma.

Ultimato - Entre os indígenas há algum controle de natalidade?

Lidório - De forma geral ter filhos é sinônimo de abundância e força social, portanto não há preocupação em evitá-los. Porém, em casos especiais que envolvem alguma limitação de saúde ou algum tabu ligado a uma pessoa ou a um clã, desenvolve-se o controle de natalidade. No caso dos Miranha, por exemplo, o controle é praticado pela observação dos ciclos da lua em relação ao período fértil feminino.

Para os Tariano, pode-se também evitar uma gravidez indesejada através de poções xamânicas que funcionam como contraceptivos.

Ultimato - Você está fazendo o mapeamento da região amazônica. Qual a finalidade do mapeamento?

Lidório - Estou envolvido na pesquisa de algumas áreas. O objetivo central é identificar ajuntamentos humanos com graves carências sociais e espirituais. As estatísticas convencionais que definem os agrupamentos indígenas não expressam em profundidade a situação social, o índice de preservação lingüística, o relacionamento intercultural com outras etnias da região e com os não-indígenas, entre outros. Esses dados são importantes para o desenvolvimento de programas cujo objetivo seja contribuir de maneira relevante com esta realidade. A ONG ATINI, por exemplo, que luta contra o infanticídio que ocorre em abundância no contexto indígena brasileiro, é resultado de longa observação por parte da JOCUM dessa prática social entre o povo Suruwahá e outros grupos. A pesquisa ajuda-nos a identificar os pontos de tensão e a participar na solução de conflitos.

Ultimato - Quantos grupos indígenas temos hoje no território nacional? Pode haver outros?

Lidório - Os dados divergem de uma listagem para outra por considerarem, ou não, alguns grupos ainda não reconhecidos oficialmente como indígenas. Creio ser seguro, porém, pensarmos em 258 grupos indígenas com identidade definida no Brasil, além de outros cinqüenta ainda isolados. Grupos isolados são aqueles que não possuem contato com o mundo externo, e normalmente não se sabe se são uma variação cultural de um grupo já reconhecido ou se são novos. Muitos grupos indígenas estão em fase de extinção - extinção não necessariamente populacional, mas cultural e lingüística. Aryon Rodrigues estima que, na época da conquista do Brasil, eram faladas 1.273 línguas, ou seja, perdemos 85% de nossa diversidade lingüística em 500 anos. Das línguas sul-americanas, 27% já não são aprendidas pelas crianças. Esta é uma extinção silenciosa que mata não apenas a língua mas também a identidade e a esperança de muitos povos.

Ultimato - Você é a favor da tradução da Bíblia para grupos lingüísticos reduzidos, com uma população de cem falantes, por exemplo? Por quê?

Lidório - O critério bíblico segundo o qual uma alma vale mais do que o mundo inteiro mostra que na economia de Deus a carência de um único indivíduo é o suficiente para qualquer esforço. E, se observarmos a tradução bíblica de perto, veremos que ela não é um processo isolado, mas uma atividade associada à grafia de uma língua, sua análise, desenvolvimento de cartilhas, alfabetização e fomentação de registros históricos e culturais pelo próprio povo, que contribuem para sua afirmação humana e social. Quando um povo lê a Bíblia em sua língua materna, este exercício possui um profundo valor tanto espiritual quanto sociocultural. Desta perspectiva, talvez a tradução bíblica seja ainda mais prioritária para os grupos minoritários, mais suscetíveis à perda lingüística e cultural, do que para os grandes grupos. Na África tivemos contato com o casal Stevenson, que traduzia a Bíblia para um grupo de quatorze pessoas cuja língua era uma variação lingüística dos Bikuln. Gastaram ali mais de 25 anos de suas vidas e, ao entregarem um dos livros do Novo Testamento nas mãos de um jovem da tribo, ele afirmou que entendera que o amor de Deus não é proporcional ao tamanho da tribo, pois Deus ama igualmente uma grande etnia e um pequeno grupo de quatorze pessoas. Creio que ele entendeu bem.

Ultimato - O sonho indígena de uma terra sem males pressupõe que os indígenas acreditam na vida após a morte? Eles têm alguma noção da ressurreição do corpo?

Lidório - Várias culturas indígenas possuem uma cosmologia definida pelo aquém e pelo além, a qual inclui o conceito de vida eterna em uma terra sem males. Esta cosmovisão mais escatológica da vida pode ser identificada não apenas entre os indígenas mas também em diversos outros grupos espalhados pela terra. Os Konkomba de Gana crêem que o pacham é um lugar para onde irão os que morrem já bem velhos e com muitos filhos. Os Chakali falam sobre o báthan como sendo o destino pós-morte de todo homem, sendo que aqueles que não enganaram o próximo terão comida em abundância. O restante viverá da boa vontade do primeiro grupo.

A convicção de uma terra sem males entre os indígenas brasileiros é, em alguns casos, tão enfática que pode ser relacionada como uma das possíveis causas da abundância de suicídios. Quando um jovem se vê sem saída, ou envergonhado, ou ainda profundamente melancólico, por vezes opta pelo suicídio, não apenas como uma maneira de fugir do conflito pelo qual passa, mas movido também pela convicção de que o mundo pós-morte será melhor, sem dor. Há poucos registros, porém, sobre crenças ligadas à ressurreição do corpo em culturas indígenas.

Ultimato - Onde você passa mais tempo: com a família, em Manaus; com os indígenas, em suas tribos; ou em viagem pelos rios da Amazônia?

Lidório - Neste ano nos mudamos para Manaus por ser um ponto central para nossas viagens e atividades no Norte. Como faço várias viagens por ano, dentro e fora do Amazonas, passo muito tempo fora de casa. As viagens fluviais na Amazônia são as mais longas, pois envolvem distâncias consideráveis. Porém aproveitamos bastante o tempo juntos em família. Quando estamos em casa, nossos filhos, Vivi e Ronaldo Junior, têm prioridade de tempo e atenção. Também temos um compromisso de passar de dois a três meses, a cada dois anos, na África para treinamento de liderança.

Ultimato - Como você se sente fora da chamada civilização, em plena mata, em contato com a beleza exuberante da natureza não poluída?

Lidório - Tanto na África quanto na Amazônia, o sentimento de estar em um lugar remoto com pouca intervenção humana é fascinante. Observar o verde intocado da Amazônia, por exemplo, nos faz pensar muito no poder de Deus, Criador de algo tão belo e cativante. No entanto, depois de viver nesses ambientes mais distantes por algum tempo, perde-se um pouco do romantismo e os desconfortos da privação das facilidades nas quais fomos criados passam a ser mais sentidos.

Em Gana, na África, passávamos até seis meses na aldeia viajando apenas duas vezes por ano para uma área urbana. Quando chegávamos à capital, Accra, meu maior prazer era apertar um interruptor e ver a luz acender. O de Rossana era abrir uma torneira e ter água corrente. Quando perguntávamos ao meu filho caçula, ainda pequenino, do que ele sentia falta na aldeia, ele respondia: Do McDonald's!

Ultimato - Segundo dados do governo, em 2005 16.700 quilômetros quadrados da floresta amazônica foram transformados em terras agricultáveis, com a derrubada de 1 bilhão de árvores. A Amazônia poderá vir a ser uma região independente do Brasil por sua importância no cenário mundial?

Lidório - A destruição da floresta é assunto preocupante, porém não ocorre de maneira uniforme na Amazônia. Em algumas áreas indígenas, como no Alto Rio Negro, por exemplo, não é perceptível. Nos arredores de Porto Velho, Rondônia, é evidente. Creio que o problema está localizado especialmente próximo a centros urbanos, onde se escoa mais facilmente a madeira, e em setores de expansão agrícola, onde há grandes queimadas. Não creio que a Amazônia venha a ser independente justamente por sua importância nos cenários mundial e, conseqüentemente, nacional. Penso que o desenvolvimento da política de conservação ambiental só acontecerá quando ela for trabalhada com a população local - que é a única capaz de coibir o desmatamento, seja por não praticá-lo, seja por fiscalizar aqueles que o praticam. Políticas externas dissociadas de uma consciência local não surtirão efeito.

Ultimato - A relação entre a FUNAI e as missões indígenas está melhor agora?

Lidório - Minha impressão é que há uma boa relação que caminha para se consolidar. O trabalho da FUNAI é relevante e desafiador, tendo em mente a diversidade étnica indígena no Brasil e sua função de fiscalizá-la. Hoje vivemos um momento em que também cresce o movimento missionário formado pelos próprios indígenas. O CONPLEI (Conselho Nacional de Pastores e Líderes Indígenas) tem demonstrado de forma acentuada essa força. Costumo dizer que a necessidade humana é a mesma, em qualquer cultura e contexto, e é preciso juntar forças para minimizá-la. Apenas a roupagem muda. Ao lembrar-me do indígena excluído e discriminado, sem alimento nem dignidade, nas margens do rio Solimões, percebo nele a mesma dor e constrangimento do rapaz urbano e também excluído, sentado na calçada em uma rua de Recife, invisível na multidão. Jesus, ao falar sobre um homem judeu caído ao longo do caminho e socorrido por um samaritano, nos aponta que as crises humanas são idênticas e ocorrem em qualquer sociedade. Muda apenas a roupagem externa, como língua, cultura, cosmovisão e contexto.

Ultimato - Quando o reitor do Seminário Presbiteriano do Norte sugeriu que você trancasse a matrícula e passasse um ano na África, para testar a sua vocação missionária, como você reagiu? Foi nessa ocasião que você começou a se interessar pela tradução do Novo Testamento na língua dos Konkomba de Gana e Togo?

Lidório - O rev. Francisco Leonardo é um homem de muita influência em minha vida. Sua conciliação de conhecimento teológico com piedade e vida cristã é marcante. Quando sugeriu que eu testasse minha vocação passando um ano na África juntamente com outro colega, Alfredo de Souza, recebi como uma oportunidade dada por Deus, pois poderia ver de perto missionários experientes que atuavam em plantio de igrejas, tradução da Bíblia e desenvolvimento social.

Esta experiência foi confirmadora e percebi que nada mais encheria meu coração. Ali, vendo o quanto a Palavra de Deus abençoa um povo, nasceu o desejo de trabalhar também com tradução bíblica. Certa ocasião vi uma família inteira, da etnia Balanta em Guiné-Bissau, sentada ao redor de uma fogueira numa noite sem luar, lendo atentamente alguns trechos sobre Jesus nos Evangelhos e traduzindo como lições para sua vida diária. Esta cena foi transformadora. Todos nós precisamos de Deus. Seja em uma floresta, seja em um condomínio fechado.

Ultimato - Qual foi o trabalho que você e Rossana desenvolveram em Gana na década de 90?

Lidório - Fomos para Gana em 1993 e lá permanecemos até 2001, quando viemos trabalhar na Amazônia. Na África atuamos com a etnia Konkomba-Limonkpeln, uma das quatro etnias Konkomba, com plantio de igrejas e tradução bíblica, e desenvolvimento de projetos sociais na área de educação e saúde. Pela graça de Deus há hoje ali 23 igrejas, pastoreadas por cinco pastores Konkomba. Várias delas foram plantadas por iniciativa do próprio povo. A clínica médica, que atende mais de 6 mil pessoas por ano, e as escolas, que educam mais de 400 crianças, são totalmente dirigidas pelos Konkomba.

Um dos ministérios naquele lugar que encheu nosso coração foi a tradução do Novo Testamento para a língua Limonkpeln. Fomos despertados para essa necessidade porque no início os crentes vinham de aldeias distantes para participar de estudos bíblicos na aldeia onde morávamos, Koni. Passavam alguns dias conosco e memorizavam versículos que transmitiriam a outros. Uma mulher veio de Kadjokorá, uma aldeia que ficava a quatro dias de caminhada. Ela também memorizou os treze versículos e participou do encontro. Voltando para sua aldeia, depois de dois dias de caminhada, ela esqueceu um dos versos. Não pensou duas vezes. Voltou aonde estávamos e disse que estava ali porque a Palavra de Deus era preciosa demais para se perder ao longo do caminho. Memorizou de novo o verso e recomeçou sua jornada de quatro dias de caminhada para casa. Naquele momento nos comprometemos com a tradução do Novo Testamento para o Limonkpeln, que, pela graça de Deus, foi entregue em outubro de 2004 em uma linda festa com cerca de mil Konkombas louvando a Deus sob a sombra de algumas mangueiras.


Visite o site de Ronaldo Lidório: www.ronaldo.lidorio.com.br

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Uma noite assustadora...


"Era uma noite fria e com muita chuva na vila de Taipu. De repente, acordei com o som de um facão batendo em alguma coisa, e uma pessoa gritando: "Aqui o senhor não vai entrar!..."

Pulei rapidamente da cama, ainda meio sonolento e presenciei, na casa ao lado, um homem tentando golpear seu próprio filho com o facão. Este homem, chegando em casa embriagado, tentou violentar a filha de apenas dez anos. A mãe, pegando a menina, fugiu para a casa do filho buscando proteção. Ele então, inconformado, tomou o facão e foi atrás das duas, tentando invadir a casa do próprio filho.

Com muito cuidado, puxei o rapaz, afastando-o do perigo; enquanto outros moradores convenciam o velho a abandonar seus planos. Após alguns instantes, tudo aparentemente havia voltado ao normal.

Isto acabou abrindo a oportunidade de me aproximar do filho daquele homem, que está sendo evangelizado ..."

Este fato, relatado pelo missionário Reginaldo Menezes, que trabalha na região de Camamu (BA), mostra um lado terrível da cultura ribeirinha. Infelizmente, a maioria dos pescadores é dada à bebida, que tem causado muita destruição entre eles.

Outra triste verdade diz respeito ao senso de imoralidade que permeia suas mentes. A cada dia tomamos conhecimento de mais histórias como esta, onde meninas pequenas são vítimas de seus próprios pais e de outros familiares. O estado de pobreza em que vivem acaba favorecendo este tipo de situação, uma vez que é comum dormirem juntos em pequenos cômodos.

Não há outra fonte de liberdade para os pescadores, a não ser o Evangelho de Jesus Cristo. É por isso que continuamos insistindo com a igreja brasileira, para que atente para este grupo social ainda não alcançado. É necessário que haja um esforço em comum para que, juntos, como povo do Senhor, possamos dar a estas pessoas uma nova opção de vida.

Também não adianta evangelizá-los, se não estivermos prontos a nos sacrificar para minimizar algumas de suas carências mais comuns. Seria uma utopia dar evangelho e esconder as mãos. É um trabalho árduo, que exige dedicação e muito investimento; um verdadeiro desafio que, pela Graça do Senhor e pelo esforço comum do Seu povo, há de ser vencido, em nome de Jesus.

Você, que já tem tomado conhecimento deste ministério, está sendo desafiado a juntar-se a nós, para que possamos completar a obra que o Senhor nos chamou a realizar: Alcançar os pescadores artesanais de toda a costa brasileira.

Fonte: Missão Evangélica de Assistência aos Pescadores (MEAP) - http://meap.backsite.com.br

sábado, 3 de maio de 2008

DIP - Domingo da Igreja Perseguida


O que é o Domingo da Igreja Perseguida?


O Domingo da Igreja Perseguida (DIP) foi criado pelo Irmão André, fundador da Portas Abertas, com o objetivo de unir cristãos em torno de um só motivo: nossos irmãos e irmãs que pagam um alto preço por sua fé.

A data varia de ano em ano, pois é marcada para o domingo seguinte ao de Pentecostes. Este critério foi adotado porque, no relato bíblico em Atos 4, o início das perseguições aos cristãos acontece logo após a descida do Espírito Santo, com a prisão de Pedro e João. Simbolicamente, pode-se dizer que esta foi a "fundação" da Igreja Perseguida. Em 2008, o DIP acontecerá no dia 18 de maio.


Um dia inteiro de atividades: você escolhe a melhor para sua igreja

Em 2007, 1.350 igrejas participaram do DIP. Você, parceiro da Missão Portas Abertas, já pode organizar em sua igreja uma celebração especial para o próximo evento!

Um dia inteiro dedicado à oração e à lembrança desses irmãos que sofrem por sua fé! Irmãos que são exemplo de perseverança e de amor ao nosso Deus. As classes de escola dominical, as reuniões dos departamento e os cultos desse dia poderão ser inteiramente dedicados ao DIP.

Essa é uma oportunidade para envolver mais irmãos com a Igreja Perseguida e com a oração, por meio do relato de histórias e de variadas situações vividas por nossos irmãos perseguidos.

Qualquer dúvida ou para maiores esclarecimentos, ligue para (0--11) 5181 3330 ou envie um e-mail para dip@portasabertas.org.br .


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