quinta-feira, 28 de março de 2013

Dica de livro: MISSÕES - A RAZÃO DA EXISTÊNCIA DA IGREJA, em nova edição revista e atualizada



O Pr. Jairo de Oliveira e sua esposa pertencem à nova geração de missionários brasileiros que estão fazendo um trabalho notável em prol do Reino de Deus em todas as partes do mundo. 

A igreja brasileira precisa compreender que chegou a sua vez ser chamada para todas a nações para levar as Boas Novas de Salvação a todos os homens.

Infelizmente, a Europa e os EUA estão passando por uma crise na evangelização e no discipulado cristão sem precedentes. Muitos estudiosos já estão classificando alguns países da Europa como regiões "pós-cristãs". Com a crescente animosidade do mundo em relação aos típicos missionários norte-americanos, abre-se à Igreja brasileira a grande e maravilhosa oportunidade de pregar o Evangelho em todos os continentes e até "re-evangelizar" povos outrora Evangélicos. 

O Pr. Jairo esteve ministrando na África e agora prepara-se com a MIAF para voltar ao campo africano. Seu livro, "MISSÕES - A RAZÃO DA EXISTÊNCIA DA IGREJA" (agora em nova edição) é um verdadeiro curso sobre como pastores, professores e missionários podem se preparar melhor para se integrarem a uma nova cultura, quer nas mais diferentes regiões do Brasil ou em qualquer outro país.

O livro tem a recomendação e os prefácios de dois dos mais destacados líderes de missões no Brasil: o presidente da conceituada Missão Kairós, Pr. Waldemar de Carvalho e o diretor da Missão SEPAL, o conhecido missionário, Ted Limpic. 


Para adquirir o seu exemplar, visite o site da editora: http://www.abbapress.com.br/produtos.asp?produto=498

quarta-feira, 20 de março de 2013

Congresso Juvep para Crianças e Líderes em João Pessoa/PB



Vale a pena investir em uma criança?
Eu era adolescente quando Deus me chamou para ser missionária, mas eu já tinha entendido o que isso significava. Meu avô falava de vez em quando sobre o seu tio que era missionário na China, e meus pais pensavam em ser missionários no início do seu casamento. Além disso, eu conheci Jesus como Salvador pessoalmente através de um missionário. De fato todos nós somos crentes em Jesus hoje por causa do trabalho de missionários que deixaram o conforto dos seus lares e das suas igrejas e foram enviados para alcançar os que não conhecem a Bíblia, a salvação em Jesus e o Deus Criador. Pode ter passado uma, duas ou mais gerações, mas alguém chegou de fora um dia e anunciou o Evangelho. Graças a Deus!
Na minha experiência o conhecimento que tinha como criança foi essencial para o desenvolvimento deste trabalho. E através do tempo tenho observado como é importante a participação de crianças para a obra missionária. Crianças oram, contribuem, escrevem mensagens, ajudam a hospedar, mandam presentes, amam, e alguns se tornam missionários. Deus ouve a oração das crianças em favor dos missionários no campo e em favor dos povos onde trabalham. Eles amam as outras crianças nos lugares distantes e diferentes. Elas se deliciam nas histórias sobre missionários ou crianças que são crentes em outras terras, como oferecidas por várias editoras. Há muitos recursos em nossos dias para poder despertar a visão missionária na criança. Foi uma alegria especial na minha vida conhecer pessoalmente e me tornar amiga de alguns missionários pelos quais eu orei quando criança.
As ofertas de crianças são importantes também. Anos atrás eu precisava de uma máquina de escrever eletrônica (ninguém lembra, não é?!) que custava mil dólares. Escrevi para minha igreja e pedi para recrutar as crianças para ajudar levantar este dinheiro. E como fizeram! Cortaram grama, lavaram carros, fizeram tarefas extras em casa, e conseguiram levantar $1,000! Comprei minha máquina, que me ajudou muito no trabalho missionário. Mas melhor de tudo foi quando voltei à primeira vez para aquela igreja. As crianças todas me cumprimentaram com sorrisos e abraços e disseram que oravam sempre por mim! Que alegria!
Então, este ano queremos contribuir para que esta alegria se estenda para as crianças, igrejas e missionários da nossa cidade. Por isso convidamos Pr. Hsiung, que tem um especial dom de mostrar a importância de missões para crianças. E temos uma equipe preparada, pessoas com visão missionária e capacidade de trabalhar com crianças, para passar duas tardes com as crianças da sua igreja e da sua família. Você, pais, professores e líderes, também tem que entender esta visão e encorajar as crianças entusiasmadas e servir o Senhor para que a mensagem do Evangelho chegue até aos confins da terra! Por isso haverá palestras para vocês de manhã na sexta e no sábado com Pr. Hsiung e com outros que podem acrescentar muitas informações para você que tem ou que trabalha com crianças.
Ore por este evento, e nos ajude a ser uma bênção na vida de centenas de crianças.
Barbara Burns
 *   *   *
Congresso Juvep para Crianças e Líderes
Data: 29 e 30 de março de 2013.
Local: Espaço Gospel – Av. Ruy Carneiro, s/n – João Pessoa, PB.
Preletor oficial: Pr Hsiung
Mais informações e inscrições:
Fone: 83 3248.2095


sexta-feira, 15 de março de 2013

O Desafio e a Chamada para Missões Mundiais



George Martin


Uma das passagens mais conhecidas em toda a Bíblia é Isaías 6, que relata a chamada de Isaías ao ministério profético. Diversas vezes esta passagem é utilizada para instruir o povo de Deus no que se refere à glória e a santidade divina. Freqüentemente os sermões e as lições bíblicas têm salientado o arrependimento de Isaías e sua disposição de realizar a ordem dada pelo Senhor.

Com menos freqüência, temos sido lembrados sobre a natureza do ministério de Isaías, ou seja, que sua tarefa em grande parte consistia em separar e peneirar. Ele deveria pregar até que o povo de Judá, com corações endurecidos, voltasse as costas para o Senhor e as cidades estivessem em ruínas, sem habitantes. Por fim, o Deus que comissionou Isaías disse que apenas um décimo da população subsistiria. Mas, ainda que este remanescente tivesse de sofrer, seria o remanescente do povo de Deus que permaneceria, e, assim como o tronco de uma árvore que produz brotos mesmo depois de cortado, este remanescente floresceria.

Entre os vários assuntos evidentes em Isaías 6, encontramos o fato de que toda essa questão foi orquestrada pelo Senhor. Ele chamou o profeta e deu-lhe a mensagem a ser proclamada. E o resultado da pregação foi declarado e tornou-se conhecido de antemão. Em outras palavras, o propósito divino é desvendado e realizado por Aquele que está disposto e pode fazer tudo o que deseja.

Qualquer leitura superficial deste livro revela que o Deus de Isaías é soberano. Muitos textos da profecia de Isaías refletem esta verdade: .Eu sou Deus. desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antigüidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade. (Is 46.9-10).

As profecias de Isaías nos levam não apenas a meditar sobre a soberana maneira como Deus agiu com Israel mas também a declarar seus propósitos em relação às nações do mundo. Considere Isaías 49.6: .Sim, diz ele: Pouco é o seres meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os remanescentes de Israel; também te dei como luz para os gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra.. 

O profeta, que nos faz enxergar a completa soberania de Deus em todas as coisas, não hesitou em declarar que o propósito de Deus inclui a salvação de homens de todas as nações da terra. Se, à luz deste último versículo, pensamos acerca desse propósito dois fatos se destacam. Primeiro, existe o desafio de não focalizarmos exclusivamente uma parte do plano divino e batalharmos pelo cumprimento de todo esse plano. Segundo, temos uma chamada que resulta no envio de obreiros ao mundo, para realizar os desejos do Senhor. Por isso, estamos meditando acerca do desafio e da chamada para missões mundiais.

O Desafio de Missões Mundiais

O desafio envolve o olharmos além de nossa vizinhança e das pessoas com as quais estamos familiarizados, vendo todo o mundo como nosso campo de trabalho. É um desafio tremendo, porque tal empreendimento exige grandes recursos e coloca sobre o cristão enormes responsabilidades, das quais nossa carne normalmente se esquiva.

Evocando um exemplo pessoal, recordo de meu pastorado em Louisville, Kentucky. Quanto eu gostava da obra para a qual o Senhor havia me chamado! Como tinha um amor profundo por aqueles a quem eu ministrava! Mas a obra do pastorado era desafiadora, e ocasional mente o desafio se tornava tão grande, que eu me retraía dele. Houve dias em que eu não desejava nada além de fechar a porta do gabinete, voltar à Flórida e plantar laranjas. O desafio do ministério pastoral, às vezes, chegava a ser avassalador.

Da mesma forma, o desafio de missões é grandioso. Jacó, ou Israel, era precioso ao Senhor. Este é o assunto central das Escrituras. O Senhor o declarou através do profeta Amós: .De todas as famílias da terra, somente a vós outros vos escolhi. (3.2). Não podemos ler os capítulos centrais da carta de Paulo aos Romanos, sem ficarmos profundamente convictos de que Israel mantém um lugar especial no coração de Deus.

Mas, apesar disso, a visão e o propósito de Deus são mais amplos; estendem-se além de Israel e alcançam todas as nações da terra. Foi assim desde o princípio, quando o Senhor declarou a Abrão que ele e seus descendentes seriam uma bênção para todas as famílias da terra. Desde o princípio, o desafio que está diante do povo de Deus tem sido o de tornar Deus conhecido aos outros.

O desafio para qualquer crente começa em seu próprio país. Uma após outra, várias pesquisas têm sido realizadas acerca do povo norte-americano, revelando de forma consistente os Estados Unidos como um dos mais religiosos (senão o mais religioso) países do mundo. Na realidade a maior parte da população dos Estados Unidos possui forma de piedade enquanto nega o seu poder (2 Tm 3.5); reivindicam conhecer Deus, mas suas ações O negam (Tt 1.16).

Violências, tumultos, crimes e toda a sorte de malignidade têm se intensificado por toda parte. Nossos líderes clamam por paz entre os homens e entre os povos, não reconhecendo que paz existe somente na pessoa de Jesus Cristo.


Se voltarmos nossa atenção às estatísticas mundiais, o desafio é ainda maior. Os missiólogos classificam a população mundial em categorias amplas: O mundo cristão, envolve aproximadamente 33% da população da terra (Mundo C); os 42 % da população do mundo que têm alguma familiaridade com o evangelho, mas não são classificados como cristãos (Mundo B); e o mundo A, ou aproximadamente 25% da população (cerca de 1,2 bilhão de pessoas), que jamais teve qualquer exposição ao evangelho. Também os pesquisadores nos dizem que o mundo cristão gasta aproximadamente 99,9% do seu dinheiro consigo mesmo e somente 0,09% ministrando ao Mundo B. Apenas 0,01% é gasto em alcançar os povos não-alcançados do Mundo A (.World A: A World Apart. publicado por Foreign Mission Board of the Southern Baptist Convention).

Além disso, o Mundo A, embora contenha a quarta parte da população mundial, possui apenas 1% dos missionários cristãos designados para ele. Em contraste, o .mundo cristão. tem 33% da população da terra e 91% dos missionários. À luz de tal desafio, como podem os crentes serem ainda mais impulsionados para missões?

A Chamada para Missões Mundiais

O segundo assunto que surge do nosso versículo é a chamada para missões mundiais. O capítulo 49 de Isaías está repleto de referências à soberania de Deus. Com autoridade, Ele ordenou; .Ouvi-me, terras do mar, e vós, povos de longe, escutai! . (v.1). O servo do Senhor declarou que mesmo antes do seu nascimento, o Senhor o conhecia e o havia chamado: .O SENHOR me chamou desde o meu nascimento, desde o ventre de minha mãe fez menção do meu nome. (v. 1). O Senhor formou e moldou a boca de seu servo para que este cumprisse os propósitos divinos (v. 2). O servo deve sua existência ao Senhor (v. 5), que proclamou: .Te dei como luz para os gentios. (v. 6) e realizou a tarefa. O Senhor é fiel em escolher seus servos e enviá-los a cumprir suas ordens (v. 7). Todas essas são obras dAquele que declara seus propósitos e os faz acontecer. Não se trata de um dos ídolos pagãos, cuja boca não pode falar. Este é o Senhor, que fala e os homens ouvem; é o Senhor, que ordena e os homens obedecem; é o Senhor, que chama e os homens O seguem.

Quem pode fugir de alguém como Ele? Quando o Senhor ordenou, Moisés reclamou e desculpou-se, mas chegou ao ponto de achar-se frente a frente com Faraó. Jeremias resolveu jamais voltar a proferir uma palavra da parte do Senhor, somente para sentir aquela palavra como um fogo em seus ossos, de forma que precisou sair e falar. Jonas tentou escapar da vontade de Deus para a sua vida, mas acabou se achando no ventre de um peixe, clamando para fazer a tarefa que Deus lhe designara. Pedro negou o seu Senhor, Saulo tentou aniquilar a igreja recém-nascida; porém, tornaram- se os maiores de todos os pregadores, anunciando o evangelho primeiro aos judeus e, depois, aos gentios.

Com absoluta certeza, podemos declarar a soberania de Deus em todas as coisas. Ele suscita a tempestade e a envia pela terra, aonde quer que lhe apraz. Estabelece um reino e aniquila outro. Através de seus profetas, Deus falou de eventos com centenas de anos de antecedência e os fez acontecer. Ele desperta pregadores e missionários e os envia ao mundo.

Os escritores bíblicos, ao mesmo tempo que afirmam a soberania de Deus, também ressaltam a responsabilidade do homem. Portanto, embora o título desse artigo seja o .O Desafio e a Chamada para Missões Mundiais ., uma designação melhor talvez seria: .O Desafio e a Ordem para Missões Mundiais.. As Escrituras, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, estão cheias de mandamentos para o povo de Deus, no sentido de serem embaixadores no mundo. Desde a aliança do Senhor com Abrão, prometendo fazer de sua família uma bênção para todo o mundo, até ao final do ministério terreno de Jesus, quando Ele anunciou a Grande Comissão a seus discípulos, somos ordenados a tornar Deus conhecido em toda a terra.

Citando outro exemplo pessoal, tenho ouvido testemunhos maravilhosos acerca de como Deus tocou de maneira profunda o coração de pessoas e as conduziu a países estrangeiros como missionários. Para ser franco, eu imaginava que tais chamadas deveriam ser sobrenaturais, extraordinárias e miraculosas em sua natureza.

Porém, esta não foi a minha experiência. À medida que minha esposa e eu meditamos a Palavra de Deus, não pudemos fugir da noção bíblica de que o propósito de Deus é que seu povo pregue o evangelho a cada tribo, nação e língua, porque Ele tem um povo eleito em cada tribo, nação e língua (Ap 5.9; Mc 13.27). Através da pregação do evangelho, Deus sempre chamou os homens a Si mesmo. Nossa experiência não foi algo que pudéssemos ter considerado incomum. Em termos simples, através da crescente compreensão de que os propósitos de Deus se estendem a todo mundo, minha esposa e eu chegamos ao ponto de afirmar: .Senhor, estamos dispostos a ir.. Nada especial, fora do comum ou místico. Era simplesmente a disposição de ir. À luz de tal ordem clara e bíblica, como poderíamos nos esquivar da grande responsabilidade que o Senhor colocou sobre seu povo?

Ao ouvir alguns pregadores contemporâneos, alguém talvez pense que Deus, nos céus, está contorcendo as mãos em frustração, por estar encontrando dificuldade em convencer as pessoas a crerem nEle e a viverem para Ele. Que deus fraco e digno de pena! Esse, entretanto, não é o quadro que Deus apresenta de Si mesmo em sua auto-revelação, a Bíblia. A soberania divina alcança a raça humana e dos descendentes de um homem cria uma poderosa nação. Ele separa para Si mesmo um povo eleito de cada nação. Ele procurará as ovelhas perdidas, até que sejam achadas e trazidas ao aprisco.

Quando refletimos com mais atenção, vemos que a soberania absoluta de Deus, mesmo no que se refere a chamar e salvar pecadores, não constitui um empecilho para missões mundiais, e sim um encorajamento. Visto que Deus separou um povo para Si mesmo e que o Filho dEle derramou seu precioso sangue pelos eleitos, a colheita está assegurada. O Senhor possui seu povo eleito em cada nação, e não Se satisfaz com nada menos do que a redenção de todos eles.

"O objetivo final e mais elevado da evangelização não é o bem-estar dos homens nem mesmo sua bem-aventurança eterna, mas a glorificação de Deus."
R. B. Kuiper

in Revista Fé Para Hoje, via site da Editora Fiel

segunda-feira, 11 de março de 2013

Manual para líderes de evangelização durante eventos esportivos - Apito Inicial - Baixe o seu exemplar




Iniciativa 2-3-5, esforço de parceria do qual a AMME Evangelizar faz parte, e que se propõe a ajudar as igrejas evangélicas na evangelização no contexto esportivo, lançou nesse início de março o manual de liderança: apito inicial.
Entre muitos outros recursos importantes, o apito inicial traz o P.E.R.I.T.O., conjunto dos fatores de sucesso da evangelização, desenvolvido pelo pastor José Bernardo, que vai ajudar pastores e líderes a avaliar as melhores estratégias e administrá-las depois de implantadas. O manual também descreve os dez programas estratégicos oferecidos pela Iniciativa 2-3-5.
Faça o download gratuito do apito inicial em www.iniciativa235.org/apitoinicial.html

terça-feira, 5 de março de 2013

NOVA CARTA DO MISSIONÁRIO REV. JOSÉ DILSON, PRESO NO SENEGAL




Caros irmãos em Cristo,

Repasso aos amados irmãos que tem acompanhado as lutas enfrentadas pelo Rev. José Dilson e a Miss, Zeneide ainda presos arbitrariamente no Senegal a Carta abaixo enviada pelo amado irmão que ainda continua precisando das nossas orações para que o Senhor Jesus no Seu tempo o s livres dessas prisões.

Em Cristo somos mais que vencedores.

Pb. Daniel Sacramento
Programa Verdade e Vida
Assunto: carta da prisão

Carta escrita por Rev. José Dilson, na prisão de Thiés - Senegal.
Thiés, 25 de fevereiro de 2013.


Queridos irmãos,

Deus é grande e misericordioso, Ele não muda ou deixa de ser o que é, por causa do problema ou as dificuldades que eu possa estar vivendo. As circunstâncias da vida, por mais difíceis que sejam, nao diminuem a glória ou a bondade de Deus. Eu não posso, de forma alguma tirar os olhos e a confiança no meu Senhor – estou com meus olhos fixos, esperando Nele.

Já são duas horas da madrugada, e não estou conseguindo dormir, todas as noites são assim quentes, sem espaço pra me virar, desconfortáveis ao extremo. Com tudo isso, sei que Jesus está ao meu lado e isso me conforta. Vejo meus colegas todos dormindo e fico imaginando que Jesus quer ter um tempo comigo pra gente conversar um pouco, são nesses momentos que tenho liberdade de falar um pouco das minhas frustrações, das minhas angústias, dos meus temores - que amigo querido, como o amo!

Passo nessas noites batalhas que não podem imaginar. Sinto a presença também do inimigo muito perto, soprando em meus ouvidos, dizendo que Deus não se importa comigo. Que luta eu travo contra a auto-piedade, contra o sentimento de desespero, de solidão, de injustica, de raiva e tantos outros que tentam se apoderar de mim. Essa batalha mental repreendo em nome de Jesus, no nome daquele que derramou até a última gota de sangue por minha causa. Ele é infinitamente bom e sua misericórdia dura para sempre !

As batalhas são travadas nao somente a noite, mas também durante o dia. É preciso ter muita coragem, ao mesmo tempo humildade e sobretudo graça do Senhor para resistir as afrontas, as humilhações, arrogância e desrespeito. Há algum tempo atrás, um senhor, muçulmano veio até mim, e começou a me humilhar dizendo : « Você não é nada, você não sabe nada, e tudo que você ensina não vale absolutamente nada, você é menos que o dedinho do pé de qualquer um aqui, e assim continuou a me humilhar , me humilhar e me humilhar. Falou muitas palavras duras e terríveis. Eu só lhe dizia : Sim, pode continuar. Sim, sim, estou ouvindo. Continue ! E ele se empolgou e falou mais um monte de coisas tentando me afundar em seu inferno de palavras, após um breve silêncio, perguntei : Acabou ? Não quer dizer mais nada ?Posso falar agora ? Com voz dura falou : Fale ! Esperando também em troca exaltação e arrogância. Comecei então dizendo : « Você tem razão, eu não sou nada mesmo, sou menos que um grãozinho de areia suja, sou pó, sou verme, sou trapo de imundície, sou um cão morto, e quase chorando acrescentei : mas eu quero te apresentar a alguém que era tudo, era o criador do Universo, cheio de glória, o Senhor soberano, que apesar de tudo isso me amou de tal maneira que entregou sua vida para ser escarnecido, rasgado e derramou seu sangue por minha causa. Mas não foi somente por mim, foi por você também, você é importante pra ele e Ele te ama, ele morreu pelos teus pecados e rescussitou para que você passasse a viver a vida eterna.

Esse homem, ao me ouvir falar assim, foi como se tomasse um choque de 50 mil volts. Ele não esperava esta reação. Esperava que eu reagisse a altura. No entanto, com voz baixa agora me disse : « Tenho te observado e acompanho teus movimentos por mais de um mês. Fui enviado para te testar, para ver se você realmente era um homem de Deus. E posso dizer que você é este homem de Deus que todos falam, pois o homem de Deus , quando é humilhado, Deus lhe exalta. A partir de hoje você tem o meu respeito ! Fiquei estarrecido ao ouvir este homem citar a Palavra de Deus ! Agora ele é um dos meus melhores amigos, não se converteu mas nunca mais se opôs em nenhum momento quando compartilho a Palavra.

Meus queridos, irmãos e irmãs, quero dizer que sua vida está escondida em Jesus, não importa onde você está e qual a circunstância pela qual você está passando. Você pode estar sendo humilhado, incompreendido, triste, angustiado, enfermo, em necessidades diversas, eu quero te encorajar neste dia « lance sobre ele a tua ansiedade pois ele tem cuidado de ti » 

Nao deixe o inimigo levar glória nenhuma, o Senhor está presente, ainda que não resolva o seu problema como você desejaria. Ele te dará a graça para suportar e ser mais que vencedor.

Há alguns dias atrás um outro companheiro, a quem tenho ministrado desde que entrei na prisão, me perguntou : « Como faço pra ser protestante ? » Eu respondi : Bom, vou te responder a essa pergunta de maneira diferente, vou imaginar que você está me perguntando como faço pra receber Jesus em meu coração e me converter a ele ? Lhe mostrei então alguns versos da Bíblia, especialmente Rom. 3 :23 -6 :23 ;10 :9-10, e falei-lhe da queda no paraíso, da condenação e morte eterna, como resultados. E o plano de redenção através de Jesus e seu sacrifício na cruz. Falei-lhe que para ser protestante é preciso crer em Jesus e obedecê-lo, e dentre muitas outras coisas eu lhe perguntei : Você quer entregar a Jesus a sua vida, e passar a ser um disciípulo dele, crendo e obedecendo-lhe ? E ele respondeu :« Quero », quero dar-lhe toda a minha vida, quero viver para Ele. Este senhor é um francês de 55 anos. O Senhor tem me dado oportunidade para compartilhar do Seu amor com um público diversificado : católicos, ateus, muçulmanos, cristãos. Aleluia !

Temos que lembrar que nossa vida pertence a Cristo, e como nosso dono e Senhor, tem o direito de nos utilizar da maneira como quiser, e mesmo nos levar onde desejar para realizar a sua perfeita vontade. Ele é Deus, o criador. Vivemos, nos movemos e existimos por Ele e por meio dEle. Que privilégio ser escolhido por Ele para estar neste lugar e neste momento, para poder ser seus braços, seus pés, sua boca, para abraçar , socorrer e mostrar o caminho a tantos aqui, que além de presos, passam por tantas necessidades em todas as áreas imagináveis.

Quero agradecer a todos os meus irmãos e irmãs, que tem estado comigo nesta prisão. Digo de todo o coração que meu maior desejo era sair daqui e estar com aqueles que amo, porém tenho orado a oração de Maria « Cumpra-se em mim, Senhor a tua vontade » . E se esta é a sua vontade, que eu permaneça na prisão mais algum tempo, para levar a liberadade aos que de fato estao cativos, fisica e espiritualmente, que assim seja. Ele me dará graças para suportar como tem dado até este momento, como também dará graças aos irmãos para continuarem a nos dar o suporte necessário. 

Choro e lamento estar preso, pois gostaria de estar com minha família, minha esposa, meus filhos, a quem amo profundamente. A liberdade não tem preço. Meu Deus, como é preciosa ! Tive-a tantos anos de minha vida, e não sabia o quanto era importante, como eu deveria ter aproveitado para gastar mais tempo com pessoas que eu amava. Mas ao mesmo tempo me regozijo pelo fato de estar preso por causa do Evangelho.

Depois da cariacao com o suposto advogado que haviamos contratado o juiz me disse : « Meu trabalho está concluído, somente está pendente o fato de você ter convertido crianças(menores). » Todas as outras acusações caíram por terra, o próprio juiz disse que não somos formadores de quadrilha e nos inocentou de toda a acusação do inimigo. Falou pra Zeneide que estava presa injustamente. 

Isso vem confirmar o que sempre digo, que sou prisioneiro de Cristo, e o meu juiz é Deus, quando chegar sua hora Ele nos tirará daqui, e quero sair com o sentimento de que fui fiel ao Senhor enquanto aqui passei.

As dores, necessidades, enfermidades, desconforto, nostalgia, lágrimas, enfim tudo isso será recompensado quando apertarmos a mão de centenas de pessoas lá na glória. Quando fui ajudar a fazer o enterro do Amadu(um liberiano cristão que faleceu aqui na prisão no dia do Natal) pensei : « Um dia irei abraçá-lo lá na glória, e juntos louvaremos ao Senhor pela Sua salvação ». Glórias sejam dadas ao nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, a quem temos o privilégio de servir !

Agradeço por cada e-mail e mensagem de encorajamento, postagens no facebook, contribuições, orações, reuniões de intercessões, etc. Somente Deus poderá recompensá-los.

Amo vocês, amigos e amigas, e mesmo os que dantes não conhecia, mas que agora fazem parte das nossas vidas, que tem demonstrado carinho e tanto amor por mim e também pela irmã Zeneide, bem como a Marli(minha amada esposa) e minha família(Jônatas, Débora e Zucki). Que o Senhor continue a derramar bençãos sobre as vossas vidas.


O prisioneiro de Cristo,

José Dilson.

sexta-feira, 1 de março de 2013

A Bíblia como ferramenta missionária



Timóteo Carriker

No final de junho dei uma palestra em São Paulo por ocasião do VIII Fórum de Ciências Bíblicas, promovido pela Sociedade Bíblica do Brasil. O tema do fórum era “a relação entre missões e a Bíblia”. A minha contribuição foi em duas partes. Na primeira delas, considerei como podemos melhor correlacionar “missões” ou “missão” com a Bíblia. Era uma reflexão mais teológica e hermenêutica. Na segunda parte da palestra, considerei a Bíblia como ferramenta na expansão missionária do povo de Deus. Uma reflexão mais histórica. A partir de agora, falarei desta segunda parte da reflexão, uma vez que a primeira foi apresentada no mês passado.


Por esse motivo, consideremos a Bíblia em dois aspectos. Primeiro: a Bíblia como ferramenta nopreparo missionário. Segundo: a Bíblia como ferramenta na prática missionária.

A Bíblia como texto no preparo missionário (ou o estudo de missões)
No Brasil e fora dele, a Bíblia sempre foi um texto fundamental para o preparo tanto pastoral quanto missionário. No final dos anos 70, surgiu uma nova conscientização da responsabilidade missionária da igreja¹. Tipicamente havia forte apelo às passagens bíblicas classicamente “missionárias” como a “grande comissão nos Evangelhos”. Mas também havia tentativas de elaborar a temática missionária ao longo das Escrituras².


Com o desafio missionário, logo apareceram programas de preparo para o envio. A princípio, estes programas eram curtos, geralmente de poucas semanas, às vezes de um ou dois meses. Eventualmente os cursos se tornaram mais substanciais e incluíram matérias bíblicas³. Hoje, é comum estudar “teologia bíblica de missão” ou “fundamentos bíblicos para a obra missionária da igreja”. Nestas disciplinas, os grandes temas bíblicos de eleição, aliança, justiça e julgamento, esperança messiânica e salvação, criação e nova criação são interligados e tecidos em um pano de fundo bíblico essencialmente missionário.



Outro contexto muito importante onde a Bíblia é estudada com bastante proveito na perspectiva da missão da igreja é nos grandes encontros, congressos e conferências nacionais e internacionais. Recentemente, a carta aos Efésios foi estudada em pequenos grupos durante uma hora ou mais por milhares de líderes cristãos do mundo inteiro na Cidade do Cabo, no III Congresso Internacional de Evangelização – Lausanne III.  Há anos que todas as reuniões do Concílio Mundial de Igrejas iniciam os dias com uma reflexão da Bíblia sobre a missão da igreja e o mesmo pode ser dito sobre o Congresso Brasileiro de Missões, além de outros semelhantes.


A Bíblia como ferramenta de missões
A história do desenvolvimento e expansão do povo de Deus [missão] simplesmente não pode ser contada sem referência à tradução da Bíblia. São praticamente uma e a mesma história. Começa com o surgimento e a recuperação das Escrituras pelos judeus4.


Quando os judeus foram levados para o cativeiro no século VI, surgiram as primeiras traduções das Escrituras para o aramaico [o Targum], que se tornou a língua franca do exílio. Assim, estas traduções serviram tanto para manter a identidade dos judeus enquanto estavam longe das suas terras, quanto para divulgar os preceitos das Escrituras hebraicas entre os estrangeiros. 

Com o retorno de alguns judeus para as suas terras depois do exílio babilônico e a dispersão de um número muito maior por todo o mundo antigo eventualmente dominado pelos gregos, a tradução das Escrituras hebraicas para grego durante os séculos II e III [Septuaginta] foi instrumental na manutenção da identidade cultural e religiosa dos judeus. Esta nova tradução para e a sua exposição nas sinagogas se tornaram os principais instrumentos missionários dos judeus para os não judeus e a inclusão destes “tementes a Deus” nas sinagogas por todo o império romano antes, durante e depois do surgimento do cristianismo.



A compilação dos documentos da igreja primitiva levou cerca de 300 anos, em grego, submetida a várias coletâneas até se completar, somente no século IV D.C.. Também exerceu um papel fundamental na consolidação e expansão da igreja primitiva. As citações feitas por Paulo na sua carta aos Romanos, o testemunho no livro de Atos da leitura regular das Escrituras nas reuniões da igreja e a afirmação de Pedro da circulação das cartas de Paulo nas primeiras comunidades cristãs são evidências do papel pastoral e missionário das Escrituras.



Não demorou muito para a expansão espantosa do cristianismo por todo o império romano. Tal expansão se deve a muitos fatores, acima de tudo, ao esforço missionário e testemunho corajoso dos primeiros cristãos. Hoje, sabemos que aspectos físicos e linguísticos facilitaram a expansão, como a rede de estradas romanas construídas para todos os lados e grego como língua franca pelo menos na parte oriental do império. Mas, outro fator enorme era a existência e a subsequente tradução das Escrituras. Desde o início, a fé judaico-cristã foi uma fé do “livro”, e este livro acompanhou o seu crescimento. Logo se fez necessária uma tradução para o latim. Jerônimo se encarregou de consolidar esforços anteriores e produzir eventualmente a Vulgata entre 382 e 420 D.C.. Assim, favoreceu a expansão missionária em Roma e regiões ocidentais e setentrionais.



Nas regiões do antigo império Sírio, conquistadas séculos atrás pelos gregos, o Antigo Testamento foi traduzido para siríaco já no século II D.C., e o Novo Testamento nos séculos II e IV. Lá, um dos maiores movimentos missionários da história ascendeu: os nestorianos, que levou o evangelho até a Índia e China. Até hoje esta tradução, conhecida como a Peshitta, é usada por cristãos por todo o Oriente Médio.



Havia outras traduções da Bíblia nesta época e o seu impacto missionário também era grande. Ulfilas fez uma tradução para godo no século IV, instrumento na evangelização de bárbaros germânicos na Romênia. Traduções também para saídica, língua egípcia. No século V, São Mesrob fez uma tradução para o armênio e assim evangelizou boa parte da Armênia, de tal modo que se este se tornou o primeiro país oficialmente “cristão”. Outras traduções deste período incluíam a copta para o Egito, a nubiana antiga para o Sudão, a etiópia para a Etiópia, e a georgiana para o sul da Rússia.



Avançando mais na história, importantes traduções incluem para o inglês antigo, por São Beda, e para o alemão antigo no século VIII. As primeiras traduções para o chinês pelos nestorianos5 também ocorreram no século VIII, e o antigo eslavônico por Cirilo e Metódio no século IX para a região dos Bálcãs e a Morávia. Essa lista vai longe. No século XIII a Bíblia já estava disponível em 22 línguas.



No século XVII, o Evangelho de Mateus foi traduzido para o malaio, na Polinésia. Também João Elliot traduziu a Bíblia para algoniquim, língua dos índígenas que habitavam Massachusetts, nordeste dos Estados Unidos. No período moderno, é preciso destacar a importância missionária da tradução da Bíblia, ou partes dela, para o Tamil na Índia, pelo missionário dinamarquês Bartolomeu Ziegenbalg. Para o Bengali, Sânskrito. Para outras línguas, pelo inglês William Carey, conhecido popularmente como o “pai” das missões modernas. 



Na mesma época, o americano Adoniram Judson, que serviu na Birmânia, traduziu a Bíblia para a língua burmanesa e o inglês Henrique Martyn traduziu o Novo Testamento para o urdu, o persa e pérsico-judaico. E o dinamarquês, Paul Olaf Bodding, a traduziu para Santali, língua da Índia oriental. No século XIX, a Bíblia foi traduzida em cerca de 400 novas línguas e no século XX em mais de 800. Em cada um destes casos, é possível, até necessário, correlacionar a tradução da Bíblia com a expansão missionária do evangelho, e isto se repetiu centenas de vezes ao longo da história.



Conclusão

O mais surpreendente para nossa reflexão não é a correlação entre a Bíblia e a obra missionária. Também não é o papel prático da redação, compilação, tradução e distribuição da Bíblia no avanço dos propósitos de Deus no mundo desde a antiguidade. Mas, o mais surpreendente é que demoramos em reconhecer isto, promover fóruns sobre o assunto, estudar com bom proveito esta correlação a fim de nos perguntar: como, então, podemos melhor nos empenhar na missão de Deus em direção a sua nova criação, novos céus e nova terra, por meio deste instrumento e bússola tão precioso?


Notas
¹A ABUB promoveu uma primeira conferência missionária nacional em Curitiba em 1974.
2 Por exemplo, o meu livro, Missões na Bíblia. Princípios Gerais (São Paulo: Vida Nova, 1992) surgiu como uma compilação de palestras dadas em uma conferência missionária em 1983.
3 A primeira escola que ofereceu cursos de formação missionária de um a dois anos foi o Centro Evangélico de Missões (CEM), em 1983.

*Timóteo Carriker é teólogo, missionário da Igreja Presbiteriana Independente, capelão d’A Rocha Brasil e surfista nas horas vagas. Pela Ultimato, é autor de A Visão Missionária na Bíblia e Trabalho, Descanso e Dinheiro. É blogueiro da Ultimato.

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