sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Entrevista com Carlos Paiva, diretor da Missão Evangélica Betânia

UM FUTURO CHEIO DE DESAFIOS

Carlos Paiva, presidente da missão, fala sobre a atuação da Betânia hoje e os planos para o futuro.

http://www.betania.com.br/

Qual é a visão da Missão Betânia?

Para definir, de uma forma bastante concisa, a visão da Missão Evangélica Betânia, estabelecemos uma figura geométrica - o triângulo. Cada um de seus lados representa um aspecto da visão da Missão Betânia no Brasil. Um dos lados é a produção de literatura, por intermédio da Editora Betânia: O outro é ,o treinamento de líderes, que inclui pastores, missionários e líderes em geral. Hoje, mantemos três programas de treinamento no pais. 0 terceiro lado são as missões. A Missão Betânia mantém uma junta de missões que assessora a igreja brasileira no envio de missionários. Portanto, a visão da Missão, representada, por esse triângulo, é: produzir literatura, treinar líderes e fazer missões.

Qual é a atuação da Missão Betânia dentro e fora do Brasil?

Hoje, a Missão Evangélica Betânia atua primeiramente na área de literatura. Estamos trabalhando em nossa estrutura interna para fazer com que a literatura se torne cada vez mais acessível para o crente brasileiro.
Em Curitiba, temos um programa de treinamento adequado às condições de vida urbana. Capacitamos pessoas que gostariam de se engajar de uma forma mais efetiva no ministério através da sua profissão, mas que não possuem base teológica suficiente. Já em Altônia, também no estado do Paraná, o programa de treinamento se dá em regime de internato. Enquadram-se nele pessoas dispostas a dar uma atenção especial à vida devocional, ao estudo da Bíblia e ao discipulado.
Além desses, temos um terceiro programa de treinamento que se encontra no Nordeste. 0 sertão nordestino é uma região onde há um grande vazio em termos de evangelização, além de grandes necessidades humanas. Sendo assim, ali nos concentramos no recrutamento e no treinamento do cidadão do Nordeste para o Nordeste.
Para concluir, temos um projeto de missões que visa ao recrutamento, treinamento e envio de brasileiros para ações missionárias transculturais. Para isso, fizemos uma parceria com várias denominações do Brasil. Temos atualmente missionários no Paraguai, no Senegal e na Bolívia.

Quais são os projetos da Missão Betânia para o futuro?

Queremos, nos próximos dez anos, ampliar a nossa presença na América do Sul. Nós temos uma preocupação muito específica nesse ponto. Fala-se muito de missões em outras partes do mundo, e não negamos de forma alguma a grande necessidade da chamada "janela 10x40". Contudo, temos o cuidado de não projetar a nossa visão para longe, ignorando os problemas que estão bem perto de nós.
Portanto, nosso objetivo para o futuro é avançar para dentro desses países do nosso continente, começando com nossos vizinhos, por meio da "Ação Integral". Não, podemos deixar de levar em consideração no processo de evangelização questões como a fome, a educação, a saúde e outros.

Fale um pouco da sua trajetória na Missão Betânia.

O meu primeiro contato com a Missão Evangélica Betânia foi em 1977, através da revista Mensagem da Cruz. Dentro dela havia uma coluna que me chamou a atenção. Ali dizia o seguinte: "Se você tem um negócio sério com Deus, então nós temos um negócio sério com você". Eu li aquilo e fiquei interessado.
Depois de alguns meses, fui a uma igreja de jovens que havia em São Paulo, onde um conjunto musical da Betânia, chamado Vida Abundante, estava se apresentando. Esse segundo contato com a Betânia foi mais pessoal. Acabei conversando com os integrantes do grupo, que me deram mais informações a respeito da Missão.
Em 1978, fui estudar no Seminário Betânia de Coronel Fabriciano, em Minas Gerais. Eu me formei em 1981 e, no ano seguinte, segui com uma equipe para o Rio Grande do Sul. Ali iniciamos uma escola bíblica para a Betânia. Fiquei lá por 13 anos, dirigindo esse centro e lecionando no seminário. Em 1995, fui eleito presidente da Betânia no Brasil e me mudei para Belo Horizonte.
Em 1999, eu e minha família fomos para os Estados Unidos, passar um ano na sede da Missão em Minneapolis. Nessa mesma época, fui indicado coordenador regional da Betânia para a América do Sul, cargo que assumi em 2000. Portanto, atualmente sou o presidente da Missão no Brasil, membro da diretoria da Editora Betânia e coordenador regional da Betânia para a América do Sul.

O senhor já falou um pouco do seu relacionamento com a revista Mensagem da Cruz (http://www.betania.com.br/volta.htm). Agora nos fale um pouco sobre a importância dessa revista no Brasil:

Eu tenho um relacionamento muito especial com a revista, principalmente porque ela foi o meu primeiro contato com a Betânia. É interessante ressaltar que a Mensagem da Cruz foi a primeira iniciativa da Betânia em termos de literatura aqui no Brasil. Nos primeiros anos, ela veio ao encontro das necessidades espirituais e da realidade financeira dos crentes brasileiros, Ela não era vendida, e sim doada. Por ser uma iniciativa com esse caráter, recebia subsídios dos Estados Unidos para a sua produção e, chegou à alcançar a marca de 150 mil assinantes.
No entanto, há alguns anos, a visão da Missão nos Estados Unidos em relação ao Brasil mudou. Eles perceberam que a igreja brasileira já não era mais tão sem recursos como na década de 60, e que a realidade econômica do crente brasileiro havia mudado. Sendo assim, a Mensagem da Cruz deixou de receber esse subsídio e a sua publicação foi suspensa por falta de recursos, ficando cerca de quatro anos sem ser editada. Depois de uma reestruturação na organização no Brasil nos encontramos em condições de retomar sua publicação. 0 leitor agora participa no custeio da revista, medida que ajudou muito na retomada da sua publicação.
Nessa retomada, pudemos constatar alguns fatos muito interessantes. Primeiro, que a Mensagem da Cruz marcou época na igreja brasileira. Ela participou de um momento decisivo na vida da igreja do nosso país. Ela ajudou a balizar o movimento de renovação carismática.
Outra constatação que fizemos foi que o espaço da revista não havia sido ocupado por nenhuma outra durante os anos em que ela esteve fora de circulação. Surgiram várias revistas de qualidade no Brasil nesse período, mas nenhuma possuía o perfil da Mensagem da Cruz, seu formato quase que "de bolso" e sua forte ênfase devocional, presente na revista desde o seu lançamento.
Quando voltamos a publicá-la, recebemos muitas cartas de pastores e de vários crentes dizendo o quanto eles estavam sentindo a falta de uma revista que trouxesse esse tipo de material. Foi muito agradável perceber que a Mensagem da Cruz é um ministério relevante dentro do contexto da igreja brasileira.

O Senhor gostaria de ressaltar algo sobre a trajetória da Missão Betânia?

Acredito que todos os nossos ministérios ao longo desses anos sempre foram estratégicos, ações pensadas com o intuito de mudar a realidade.
Eu poderia destacar a presença da Betânia na área de treinamento. De norte a sul e de leste a oeste do país, o difícil é não encontrar alguém treinado na Betânia. Nesses quarenta anos, ela conseguiu capacitar pessoas de forma que marcassem presença em vários segmentos da sociedade.
No entanto, eu, diria que o grande impacto da Betânia no Brasil se deu através da literatura. Essa é uma marca que ira perdurar ainda por muitos e muitos anos. Nós conseguimos, através da literatura, entrar em todos, os segmentos cristãos do Brasil. Digo cristãos porque esse impacto transcendeu as fronteiras evangélicas.

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