sábado, 30 de julho de 2016

Uma nova frente missionária para uma geração com a faca e o queijo na mão


Fábio Ribas
A Igreja tornou-se indesculpável diante da ebulição tecnológica das últimas gerações. Se ainda há bem pouco tempo, o trabalho missionário encontrava obstáculos enormes como a inacessibilidade a determinados povos, as intermináveis correções nas antigas máquinas de escrever, a dependência do serviço moroso dos correios e telégrafos, o isolamento de tantos trabalhos de tradução bíblica que precisavam demorar décadas para, finalmente, encontrar uma avaliação satisfatória para fins de publicação, num piscar de olhos, todo esse quadro mudou com a democracia da informação possibilitada pela internet.
                Os inúmeros contextos de povos que necessitam de capacitação teológica testemunham como que as iniciativas “virtuais” ainda são muito tímidas e distantes do satisfatório por parte da Igreja. Poderíamos promover aulas, encontros, fóruns, congressos, graduações e pós-graduações via internet, alcançando nossos irmãos indígenas, ribeirinhos, ciganos ou mesmo aqueles fora do nosso país, realizando cursos e intercâmbios culturais com nossos irmãos na África e na Ásia, por exemplo. A Igreja precisa investir maciçamente na inclusão digital desses povos e comunidades por meio da instalação de salas e laboratórios de computação pelo interior do Brasil afora e demais países também, para que a promoção da capacitação dos nossos irmãos por meio do sistema de EAD (Ensino à Distância) de qualidade se torne um fato. A partir daí, de maneira criativa, poderíamos abrir esse novo espaço para a atuação e comunicação de tantos jovens que anseiam servir na obra missionária, e poderiam fazê-lo no ambiente virtual, porém, não conseguem discernir a própria vocação por responsabilidade mesmo de uma Igreja que ainda não abraçou, efetivamente, essa nova frente de trabalho estratégica para a capacitação teológica de tantos povos que se encontram distantes de nossos Seminários e Institutos. 
                Não apenas as distâncias geográficas, culturais e mesmo políticas estão sendo drasticamente reduzidas pela globalização via internet, o que abre novas oportunidades para o avanço evangelístico e missionário da Igreja, mas o próprio trabalho de tradução da Bíblia recebeu um reforço inestimável por meio de inúmeros programas e softwares que tanto facilitam o árduo esforço linguístico, dinamizando a consulta, revisão e a própria qualidade da tradução, como também diminuem literalmente o peso da bagagem e o custo dessa empreitada. Entretanto, ainda que sejamos a geração “com a faca e o queijo nas mãos”, somos também a que menos tem se envolvido no trabalho de alcançar os povos pela terra. Por incrível que pareça, até a tecnologia colocada por Deus diante de nós tem sido muito mal-usada se analisarmos o grande potencial que temos a nossa disposição.

É chegada a hora de abraçarmos esta enorme oportunidade para a proclamação do Evangelho da Salvação.  Sonho com o impacto de uma educação teológica de qualidade a partir da apropriação do avanço da internet. Uma educação marcada pela aproximação entre culturas distantes entre si e pela derrubada das distâncias geográficas que ainda nos impedem de aprendermos uns com os outros neste mundo globalizado.

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