sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Cooperação e Missões - Barbara Burns

 

Barbara Helen Burns - https://barbaraburns.com.br/


II Congresso Brasileiro de Missões

9-13 de novembro de 1998

Perguntas Para Discussão: 1) Por que falar de cooperação? 2) Quais as desvantagens de Cooperação? 3) Quais as vantagens?

Introdução

  • “O futuro de missões está baseado na formação de redes internacionais mais do que em organizações multinacionais. Redes edificam pessoas, não programas; enfatizam parceria e espírito de servo, não hieraquia; edifica a igreja local, não prejudica-a” (Paul Hiebert, em Kraakavik e Welliver, sd, p. xiii)
  • “Cooperação Interdependente”
  • Como nunca na história da Igreja Evangélica no Brasil havia cooperação como dentro do movimento missionário (consultas, conversas, amizade, projetos).

Por que Cooperar em Missões

  • Razões Bíblicas (Ef 4 e 2 Fp 2, Rm 12, 1 Cor 12, Salmo 133, João 17)
  • Mais riqueza de idéias – criatividade
  • Cada um pode enfatizar o trabalho na área forte, no dom dele
  • Compartilhar recursos
  • Nenhuma organização pode fazer tudo. Preenchimento da faltas dos outros
  • Menos erros – um corrige o outro (Provérbios)
  • Evita duplicação e competição
  • É a razão da AMTB, APMB e ACMI – construção de um forum onde há ajuda mútua e troca de idéias e recursos. APMB: apostilas, idéias, crescimento do conhecimento, artigos, consultas)
  •  Exemplos:

1. Mongólia – 100 anos atrás 50 missionários foram martirizados. Em 1991 tinha 2 – 3 agências trabalhando. Hoje há 35 ministérios de mais que 10 nações. Já publicaram o NT, traduziram e mostraram o filme Jesus para milhares, há rádio e televisão e 10-12,000 pessoas assistindo cultos em mais que 30 igrejas evangélicas (Phil Butler, 1996:29).

2. Ahmed, no norte da África, ouviu programa de rádio. Escreveu, pedindo curso por correspondência. Outra missão foi alertada, e começou enviar o material. Eles alertaram outra missão, que enviou alguem pessoalmente para levar Ahmed à salvação. Depois Ahmed foi para uma escola bíblica noturna em uma outra cidade, de outra missão ainda, e agora está trabalhando  em uma igreja começada por uma ainda outra missão! (Phil Butler, 1993:2)

Com Quem Cooperar em Missões?

No Brasil

1. Igrejas

1.1 Igreja – Igreja: precisa de reunir recursos para o sustento; Conferências (ex. 1ª de Santo André); PAM;

1.2 Igrejas – Escolas: No preparo, o básico acontece na igreja, mas a escola é necessária para um contacto mais profundo e mais abrangente da teologia e da especialização em missiologia.

1.3 Igrejas – Agências: Se cada igreja enviasse seus próprios missionários, seria uma confusão só! A igreja necessita do conhecimento e das ferramentas da Agência em l) saber mais sobre qualificações do missionário, 2) burocracia do envio e 3) coordenação e supervisão do trabalho no campo. A igreja deve enviar pessoas adequadas – sem mentir no formulário ou nas conversas sobre a pessoa!

2. Escolas

2.1 Escolas – Escolas: podem montar programas em que cada uma oferece uma especialidade. Pode oferecer cursos de reciclagem e especialização de curto prazo. Pode enviar professores para outras escolas (no campo também) para ajudar. Pode deixar o seu material didático disponível para outras escolas e professores.

2.2 Escolas – Igrejas: A escola necessita da igreja. Somente a igreja pode trabalhar o caráter, o ministério, o desenvolvimento dos dons da pessoa. Deve ter um constante contato com as igrejas dos alunos, para dar relatórios, planejar currículo e experiências práticas,

2.3 Escolas – Agências: A escola deve deixar espaço para as agências poderem apresentar seus desafios. Devem consultar as agências para decisões curriculares e objetivos e direções no preparo. A escola deve ter em mente a finalidade do treinamento – o campo através da agência.

3. Agências

3.1 Agência – Igreja: A agência nunca deve se desligar da igreja. O candidato e a agência precisam da base eclesiástica e da comunidade e apoio e amor da igreja. Aceitação do candidato deve ter pleno apoio da igreja local. Decisões sobre os candidatos e os missionários no campo devem ser feitas em conjunto, não isoladas. A agência deve ajudar a igreja a entender a realidade e as necessidades do campo. Necessita de diálogo, conhecimento pessoal, aperfeiçoamento.

3.2  Agência – Escola: A agência deve consultar a escola sobre o nível do candidato. A agência não deve tentar treinar o candidato sozinha. Há muitos recursos de estudo teológico e missiológico no Brasil para cada agência missionária tentar fazer tudo isoladamente! Ou enviar pessoas sem nenhum estudo formal… Deve abrir oportunidades de estágios.

3.3  Agência – Agência: É importante, pois nossas agências não são tão desenvolvidas ainda para serem independentes. Devemos ter projetos em comum, alcançar povos com estratégias cooperativas, ajudar os missionários de outras agências com visitas e ministério pastoral e socorro em casos de emergência.

No Campo

1. Exemplo negativo da Rússia

2. Do ponto de vista do nacional, quando cada um faz separado.

3. Muitas possibilidades: Missão – Igreja Nacional; Missionários – Nacionais; Várias agências com projetos em comum; Missionários de várias agências (isto acontece mesmo..); Agências internacionais, com pessoas trabalhando juntas que vêm de muitas nacionalidades. A necessidade de identificação e contextualização nos relacionamentos e trabalho.

4. Servir os outros

5. Tudo isso requer HUMILDADE e ESPÍRITO DE SERVO.

 Como Cooperar em Missões: pontos práticos

1. Dicas dadas em página xiii em Partners  (veja Bibliografia)

2. Reuniões

3. Textos, currículos, programas, descobertas

4. Recursos financeiros

Critérios de Cooperação

1. Não é cooperação apenas para dizer que coopera.

2. Exige planejamento e esforço

3. Deve ter os mesmos alvos – um projeto em comum.

4. Os alvos devem ser realistas.

5. Devem ser biblicamente compatíveis (vamos mandar ou apoiar pessoas ou projetos que não vão contribuir para o Reino de Deus?)

6. Não é para uma organização “engolir” outra, mas fortalecer uma a outra.

7. Não deve minimizar ou ignorar diferenças.

Portanto é necessário:

1. Alvos Definidos

2. Organização e administração planejado e concordado

3. Papeis de cada parte definidos

4. Humildade e apoio mútuo

Bibliografia

BURNS, Barbara. “O Desenvolvimento do Currículo Missiológico Brasileiro.” Capacitando para Missões Transculturais, Nº 6, 1998, pp 9-10.

BUTLER, Phil. “An Open Letter to North America’s Mission Agency Leadership” e “Do Strategic Partnerships Really Make a Difference: Case Studies in Partnership With Some Remarkable Outcomes”. Mission Frontiers,  v. 18, Nº 9-10 (September-October 1996) pp. 26-30.


Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...