segunda-feira, 1 de julho de 2019

Reino de Deus S/A contrata: Office-boys


O Reino avança lento, e lugares há em que jaz derrotado, pois o Mestre possui gestores, condutores e doutores demais, e office-boys de menos.
VAMOS ILUSTRAR? 
Certa época, primeiro amor, trabalhando numa empresa de ônibus, comecei a elaborar pequenos cartazes com versículos evangelísticos. Colava esses cartazes nos vidros que ficavam atrás dos motoristas e atrás dos cobradores (quando as roletas ou catracas eram no fundo do ônibus, centralizadas). Acabei criando uma pequena "rede" de motoristas, cobradores e passageiros que levavam os cartazes para colar em outros locais. 
Tínhamos por lá um irmão, cobrador, por sinal a quem muito prezo e considero meu amigo, que sempre me via colando, mas quanto aos cartazes que eu lhe dava, ele nunca os colava - e eu, mesmo no meu primeiro amor furioso, hercúleo, não poderia cobrir a empresa inteira e suas centenas de veículos. Não entendia a atitude daquele irmão, mas era bom demais para perguntar. Com o tempo, mesmo com a vista turvada (pois o amor nos concede ver o melhor das pessoas, e luta para nos fazer permanecer nesta visão), a ficha caiu: Aquele irmão, igualmente um grande leitor como eu, igualmente possuidor de considerável cultura, ainda mais no meio onde trabalhávamos, se considerava em secreto "bom demais" para "colar cartazes". Ele era homem de pregação, de conhecimentos, de dar aula em EBD de adultos. 
Assim é o Reino: quando você se esquece que Jesus lhe chamou para ser fundamentalmente um OFFICE-BOY, um entregador de recados/faz-tudo/pau-pra-toda-obra PRESO a um CONTRATO VITALÍCIO, quando você estabelece aquilo que é indigno para suas mãos gabaritadas, as coisas vão mal para a obra de Cristo. 
Estou muito longe do que fui, e carrego essa vergonha (esse texto é primeiramente para mim), mas procuro manter a porta aberta, o olhar atento à solicitação das primeiras obras, ainda que meu coração calejado reclame de ter que ajudar nisso ou naquilo. 
Sem querer jogar mais "lenha na fogueira", ampliemos a reflexão: se você costuma distribuir folhetos e já tem algum tempo de caminhada cristã, COM QUANTOS CRISTÃOS VOCÊ JÁ SE DEPAROU QUE SE RECUSAM A DISTRIBUIR FOLHETOS? E NÃO FALO DE EVANGELISMO NA PRAÇA, NA RUA: FALO DE PEGÁ-LOS (MEIA DÚZIA QUE SEJA!) NA IGREJA PARA LEVAR E COLOCAR NUMA CAIXA DE CORREIO, DAR A UM VIZINHO? Muitas vezes não é TIMIDEZ: É que alguma impressão enganosa no coração da pessoa lhe diz que ela é BOA DEMAIS PARA ISSO. Isso é coisa pro chão da igreja, pra "departamento de evangelismo", seja lá o que isso for (com se evangelizar fosse função especializada, ou destinada a apenas alguns).
Ninguém é bom demais para pegar na vassoura. Por favor, não falo aqui que líderes ocupados com as obras capitais como a pregação e a oração (vide At 6.1-7) devam sobrecarregar-se com tudo o mais; falo sobre aqueles que não estão sobrecarregados, mas delimitam o que lhes acabe e o que é indigno que façam. 
Somos para sempre escravos. 
Escreva em algum lugar visível: SOMOS PARA SEMPRE ESCRAVOS DE CRISTO JESUS.
A missão é o que a missão se torna, já disse alguém. A missão é o que a ocasião propõe.

Sammis Reachers

Um comentário:

HELIMAR disse...

Olá boa noite, fico maravilhado em poder ler algo como o que está escrito, a forma de comparação é idêntica e verdadeiramente necessária, parabéns, li uma comparação já dita a algum tempo atrás por (Spujion) não tenho certeza se é assim que se escreve o nome dele. Imagina ele disse assim: (EVANGELIZAR É O MESMO QUE UM MENDIGO DIZER A OUTRO MENDIGO ONDE ENCONTRAR PÃO).

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