terça-feira, 12 de outubro de 2021

O Chamado da Cidade, de George MacDonald - Um poema sobre missões urbanas

 


O Chamado da Cidade

George MacDonald 

Trad. de José Britto Barros

 

Eu disse: "Deixa-me viver no campo".

Ele disse: "Não, vive na cidade".

Eu disse: "Não há flores ali..."

Ele disse: "Flores não, mas há um diadema".

 

Eu disse: "Mas na cidade os céus são escuros,

Não existe nada senão barulho e confusão;

E Ele chorou com profundeza d'alma,

Fazendo-me reconsiderar...

"Há mais que isso, disse Ele, há pecado."

 

Eu disse: "Mas na cidade o ar é carregado,

E nuvens de fumaça encobrem o sol”.

Ele disse: "Ali, porém, os corações estão dilacerados

E as almas se aniquilam na triste solidão espiritual".

 

Eu disse: "Lá na cidade não poderei

Notar, a suave fragrância das coisas,

E os amigos também não me notarão, eles falarão"...

E Ele respondeu: "Escolhe esta noite

Quem é mais importante para ti, Eu ou eles".

 

E eu lhe pedi me fosse dado tempo para resolver...

Ele falou: "Isto é duro para decidir?

Isto não será pesado para alcançar o céu,

Pois estarás seguindo passo a passo

As pisadas do Teu Mestre".

 

Então volvi um longo olhar de despedida para o campo

E decidido voltei meu rosto para a grande cidade.

Ele falou: "Meu filho, tu te rendes enfim?

Trocas as flores por um diadema?"

 

Então Ele pousou a sua mão dentro da minha

E no recesso do meu coração eu o senti...

Uma doce suavidade do céu me dominou o ser

Que levou o meu temor de seguir o seu caminho.


                                 *   *   *

Do livro Inspirações Poéticas do Pastor Britto.



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