quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

OS GESTOS E SEUS SURPREENDENTES SIGNIFICADOS


Por Jairo de Oliveira

Estando fora do nosso país, é necessário termos muito cuidado com os gestos e sinais que fazemos às pessoas. Eles podem variar bastante em forma e significado e comunicar um grande número de mensagens numa linguagem não-verbal.

Freqüentemente, os missionários têm tido contato com esse tipo de experiência no relacionamento com outras sociedades. Uma amiga missionária na Ásia descreve alguns dos significados de gestos encontrados por lá: “Os gestos transmitem muitos códigos, o que, para muitos estrangeiros, passa despercebido: os gestos com os pés, com as mãos e, em particular, com os olhos. É fácil aprender o que significam os movimentos da cabeça: movê-la várias vezes para os dois lados significa ‘sim’, mas fazer um balanceio incompleto quer dizer ‘não’. Há, também, certos ruídos com a boca que significam ‘não’, sendo usados, em especial, por aqueles que possuem véus ou tiaras sobre a cabeça”.

Ignorar a linguagem dos gestos ou desconhecê-la pode nos lançar em situações bastante constrangedoras. Na África do Sul, por exemplo, é com as mãos que as quadrilhas sinalizam para se identificar. Nos presídios, há três principais gangues que, com os dedos polegar, indicador e médio indicam seus respectivos números: vinte e seis é o número da gangue dos ladrões; vinte e sete, dos assassinos; e vinte e oito, dos homossexuais. Imagine alguém que, nesse contexto, faça um desses sinais involuntariamente ou tenha em mente outro significado?

Trabalhando em Bangladesh, a missionária Ruth Kinsman, da SIM (Servindo em Missões), teve uma experiência interessante nas primeiras semanas ao responder, utilizando uma das mãos, quando as pessoas lhe perguntavam se estava bem. Em resposta afirmativa, ela fazia o sinal de tudo bem, erguendo o dedo polegar e retraindo os demais. Somente semanas depois de repetir o sinal diariamente foi que ela descobriu que, naquela cultura, o gesto que fazia era considerado obsceno e, conseqüentemente, fechava-lhe as portas para que mantivesse um relacionamento com o povo.

Notas:

1 Gloria Mendes, Latinos no mundo muçulmano, Sepal, p. 28.

www.icp.com.br

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